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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 260 - 13 de Maio de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 14)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. A que vícios sociais se refere o autor desta obra?

Os vícios sociais que o autor menciona são o tabagismo, o alcoolismo, a toxicomania; os excessos da mesa, mediante a ingestão abusiva de animais ceifados, condimentados e acepipes extravagantes; as negligências mentais e morais, como as conversações doentias, deprimentes e obscenas, o cultivo dos pensamentos vulgares, o acalento de tendências negativas e a inveja, o ciúme, a queixa, o azedume, a ma­ledicência e o reproche. Segundo Manoel Philomeno, o concurso da prece e a leitura salutar, que inspiram ideias e pensamentos ditosos, são anticorpos valiosos contra a virulência desses escolhos na santificação da mediunidade, enquanto a vigilância, através do trabalho paulatino e sistemático, or­deiro e constante, a ação caridosa e os contributos da solidariedade e da tolerância armam-no para a feliz execução dos serviços espirituais. (Tramas do Destino, cap. 17, págs. 159 e 160.)

B. Lisandra pensava em matar-se?

Sim. Lisandra dizia sentir asco de si própria. “Odeio-me... Desejo morrer, matar-me”, eis as palavras que disse à mãe em momento de revolta, seguido de choro incontrolável. Diante da filha que chorava, Artêmis perguntou-lhe se ela acreditava em Deus. "Não sei, para ser sincera", respondeu Lisandra, angustiada. "Eu tenho medo d'Ele, isto sim..."  "Mas Ele é nosso Pai...", considerou a mãe. "Tem sido meu Juiz. Não estou, não vivo condenada?! Não é Ele o responsável?!", replicou Lisandra. "De forma al­guma, querida", asseverou Artêmis. "Nós somos os responsáveis por tudo quanto nos sucede. Se você se esforçasse por ler as obras que lhe tenho apresentado, ou se interessasse em ouvir para entender, enquanto as leio para você, compreenderia que esta é uma imputação falsa e até blas­fema que você faz ao Supremo Pai... O nosso livre-arbítrio semeia e a vida nos obriga à colheita. Tudo muito simples". (Obra citada, cap. 18, págs. 162 a 164.)

C. Por que diante do sofrimento a resignação é importante?

O sofrimento é via expurgatória de que se deve beneficiar o infrator com júbilo íntimo e resignação humilde, a fim de expungir de sua alma os fluidos mefíticos que a intoxicam em longo processo. É por causa disso que sua aceitação, desde que sincera, a que chamamos também de resignação, é fundamental no processo da cura. Mas, no início, não foi o que se deu com Lisandra, o que fez com que o quadro dela se agravasse muito, adicionando à enfermidade novos problemas que poderiam ter sido evitados. (Obra citada, cap. 18, págs. 165 a 167.)

Texto para leitura

68. Anticorpos valiosos - O deslumbramento que a mediunidade enseja aos incautos e desconhecedores da Doutrina leva-os a desequilíbrios da emotividade, em relação aos seus portadores. Aparecem então, nesse período, as justificativas sem razão quanto a reencontros espirituais, a esperas afetivas que se tornam realidade, a afinidades poderosas, produzindo acumpliciamento de difícil e demorada reparação dos danos morais. É im­prescindível, pois, vigiar "as nascentes do coração", conforme a lingua­gem evangélica, a fim de não se iludir. O verdadeiro amor, o que não se frui, permanece intocado, superior, ascendendo em grandeza e crescendo em profundidade. O médium não pode esquecer que amar, sim, mas comprome­ter-se moralmente pelo ditame do sexo, não, nunca! A abstinência sexual dentro dos padrões éticos do Evangelho constrói harmonia no espírito e no corpo. Outros escolhos que atentam contra o apostolado encontram-se e podem ser facilmente identificados por quem deseja ascensão moral e rea­lização superior. Há , ainda, os chamados vícios sociais, como o taba­gismo, o alcoolismo, a toxicomania; os excessos da mesa, mediante a in­gestão abusiva de animais ceifados, condimentados e acepipes extravagan­tes; as negligências mentais e morais, como as conversações doentias, deprimentes e obscenas, o cultivo dos pensamentos vulgares, o acalento de tendências negativas e a inveja, o ciúme, a queixa, o azedume, a ma­ledicência e o reproche. A ira, o ódio, a cólera, pela sua perigosa perturbação, não necessitam sequer ser citados, porque todos conhecem a sua gravidade e o médium especialmente não os pode ignorar, dando margem à inclinação dessa natureza. O concurso da prece e da leitura salutar, que inspiram ideias e pensamentos ditosos, são anticorpos valiosos con­tra a virulência desses escolhos na santificação da mediunidade, en­quanto a vigilância, através do trabalho paulatino e sistemático, or­deiro e constante, a ação caridosa e os contributos da solidariedade e da tolerância armam-no para a feliz execução dos serviços espirituais. (Cap. 17, págs. 159 e 160)

69. Lisandra fica curada da hanseníase - Nos dias sucessivos ao primeiro contacto com o Centro Espírita, os Fergusons passaram a frequentá-lo com assiduidade, duas vezes por semana, revezando-se na assistência a Lisan­dra, cujo estado físico melhorava consideravelmente, em detrimento do equilíbrio psíquico, pois se acentuavam o mutismo perturbador e a tris­teza que se lhe espraiava na face. Não foram poucas as vezes em que Ar­têmis surpreendeu a filha falando a sós, agitada, com o semblante con­gestionado. Inquirida pela mãe, quando não reagia com impropérios ines­perados, deixava-se vencer pelo choro convulsivo, esclarecendo depois ser uma angústia de que se sentia acometida por estar deixando morrer asfixiado um homem amado. Artêmis tentava tranquilizá-la, concitando-a à oração, sem conseguir grandes resultados, ante o tresvariar da filha querida. Nas cartas ao esposo, sem o alarmar, enquanto narrava os aus­piciosos resultados dos estudos espíritas e sua prática no Centro, dava conta do acentuado desequilíbrio psíquico da filha. O pai mortificava-se; no entanto, com a visão espírita da vida, confiava em Deus e no fu­turo, precatando-se contra augúrios menos lisonjeiros. Já  haviam trans­corrido três anos desde que se declarou a hanseníase na jovem. Graças à ajuda divina, aos cuidados do Dr. Armando Passos e à fluidoterapia do passe aplicado por Cândido, Lisandra recebeu alta: estava clinicamente controlada sua enfermidade, sem perigo de contágio, podendo, assim, ser considerada curada. Os cuidados, agora periódicos, liberavam-na dos li­mites da casa a que se submetera durante todo o período do tratamento. Todos na casa ficaram felizes; somente Lisandra, apática, já  com sinais de demência, não demonstrou qualquer emoção ante a notícia. "Que dife­rença faz deixar de ser leprosa para continuar louca?", disse ela, certo dia, à sua mãe, que lhe respondeu: "Muita, minha filha, já  que, agora, você poderá  libertar-se dos limites destas paredes e recuperar-se emo­cionalmente. Além disso, você não está  louca, apenas cansada e atur­dida..." (Cap. 18, págs. 161 e 162)

70. A revolta da jovem - Lisandra replicou: "Não nos enganemos, mamãe. Eu compreendo as coisas. O que se passa comigo não ocorre com pessoas nor­mais. Eu sofro muito, interiormente. Minha mente vive inquieta e vejo-me perseguida, atrozmente perseguida... Sinto asco de mim própria... Odeio-me... Desejo morrer, matar-me. Só não o fiz ainda..." A mãe lhe disse que a vida é o maior dom que Deus nos oferece e não temos o direito, se­quer, de pensar assim... Lisandra disse que compreendia isso, mas que não aguentava mais: "Eu sou uma desgraçada! Toda a minha existência há transcorrido numa fuga, sob um medo íntimo, cruel, entre doenças vergo­nhosas e agora..."  Dito isso, Lisandra atirou-se aos braços maternos, debulhada em lágrimas, e pediu à sua mãe que orasse a Deus por ela. Her­melinda, que acompanhava a cena, pôs-se a orar afervorada. Gilberto, que estava no lar, muito pálido, não ocultava o receio e surda cólera que se lhe imiscuía na alma, também atormentada. Esforçava-se por amar a irmã, mas não conseguia por ela mais que piedade, a grande esforço. No imo, talvez durante a doença que lhe modificou a aparência, chegou mesmo a detestá-la, passando do asco ao receio e daí a um sentimento de vin­gança. O rapaz não sabia explicar o que lhe sucedia, mesmo ante as pri­meiras luzes da fé nascente com que buscava harmonizar-se. Aliás, ele incorporou-se ao grupo espírita e granjeou, desde logo, legítimas amiza­des na Casa Espírita, onde conseguia desatar a timidez e ajudava nos serviços mais humildes, ganhando os aplausos gerais e adquirindo assim naturais alegrias. Apesar disso, os dramas do lar perturbavam-no signi­ficativamente e, não fossem a mãe e a tia Hermelinda, já teria sucumbido ou saído de casa. Diante da filha que chorava muito, Artêmis perguntou-lhe se ela acreditava em Deus. "Não sei, para ser sincera", respondeu Lisandra, angustiada. "Eu tenho medo d'Ele, isto sim..."  "Mas Ele é nosso Pai...", considerou a mãe. "Tem sido meu Juiz. Não estou, não vivo condenada?! Não é Ele o responsável?!", replicou Lisandra. "De forma al­guma, querida", asseverou Artêmis. "Nós somos os responsáveis por tudo quanto nos sucede. Se você se esforçasse por ler as obras que lhe tenho apresentado, ou se interessasse em ouvir para entender, enquanto as leio para você, compreenderia que esta é uma imputação falsa e até blas­fema que você faz ao Supremo Pai... O nosso livre-arbítrio semeia e a vida nos obriga à colheita. Tudo muito simples". Ouvindo isto, a enferma ironizou: "Para a senhora é simples. Não é a senhora quem carrega a le­pra ou a loucura..." Em seguida, desculpou-se: "Perdoe-me, mamãe, não é isto que eu quero dizer, não a desejo magoar..." (Cap. 18, págs. 162 a 164)

71. Lisandra tenta matar-se - Artêmis afagou a filha doente da alma, en­quanto lágrimas eram discretamente extravasadas pelos olhos, nascidas diretamente no coração. As emoções tinham sido muito fortes. Seguiu-se então nova crise convulsiva, que a mãe e Hermelinda procuravam atender, firmadas na rocha sublime da fé em Deus. No Centro Espírita, a médium Epifânia informara que os tormentos da jovem procediam do pretérito, mas disse que os Benfeitores Espirituais, logo que o ensejo se fizesse pro­pício, tomariam providências socorristas. Lisandra, assim que tivesse alta da hanseníase, deveria frequentar as reuniões espíritas, o que lhe faria muito bem, e era o que Artêmis e Hermelinda aguardavam, ansiosa­mente. Ocorre que, embora se recuperasse de mais uma crise, Lisandra não mais volveu à normalidade total. Evitava qualquer conversação, tornou-se agressiva, investiu contra Cândido, fez-se, assim, fácil presa do ini­migo invisível que a subjugava ferozmente, utilizando-se da sua debili­dade de caráter. A preocupação voltou mais forte ao lar dos Fergusons. Lisandra poderia ter-se beneficiado enormemente do resgate pela dor, ad­quirindo expressivas conquistas, mas não reagira como era de esperar, ao ser informada do mal, que, na verdade, não lhe deixou marcas visí­veis. A jovem silenciou, sim, mas reuniu todas as forças na revolta ín­tima e se submeteu à terapêutica da redenção, ressumando surda desespe­ração e injusta mágoa. Com a alma em guerra, rebelada contra tudo, pas­sou a odiar a própria existência, tornando-se fácil presa de si mesma e dos seus adversários espirituais, que estavam à espreita. O sofrimento é via expurgatória de que se deve beneficiar o infrator com júbilo íntimo e resignação humilde, a fim de expungir, também da alma, os fluidos me­fíticos que a intoxicam em longo processo... Não era, porém, o que ocor­ria com Lisandra, que no domingo seguinte, quando todos se preparavam para o culto evangélico no lar, foi encontrada deitada, agitando-se, após atentar contra a própria vida, seccionando as artérias dos pulsos. Cândido, que ali chegara de táxi, providenciou de imediato o transporte da jovem até o Pronto-Socorro mais próximo. (Cap. 18, págs. 165 a 167) (Continua no próximo número.)
 



 


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