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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 259 - 6 de Maio de 2012

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)
 

Rescaldos carnavalescos
 
As alegrias de Momo não são assim
tão alegres como parecem

 
O verbete “carnaval” foi composto com as primeiras sílabas das palavras: “Carne nada vale”... Suas origens e raízes encontram-se firmemente plantadas nas festas populares dos povos antigos que se entregavam aos “prazeres” coletivos...

Nas festas romanas recebiam o nome de “saturnália ou saturnal”, em honra a Saturno, nas quais predominavam as licenciosidades e as orgias de variegado matiz.  Nessas ocasiões chegava-se ao cúmulo de imolar uma vítima humana previamente escolhida, em honra aos deuses pagãos.

Na Grécia, essas “festas” receberam o nome de “bacanálias ou bacanal”, nas quais se homenageava Dionísio, o deus grego da vinha e do vinho e Baco, o deus romano do vinho.  Constituíam-se de festins dissolutos, cheio de devassidões, bebedeiras e orgias...

E hoje as coisas até pioraram!  Não existem adjetivos para qualificar tantas loucuras e devassidões nesses alucinantes dias de Momo.

Um militar encarregado do patrulhamento nesse período ficou tão chocado e escandalizado com o que viu (cenas de fazer corar os antigos gregos, romanos e habitantes de Sodoma e Gomorra), que em um momento de sua folga foi até à Igreja para fazer orações por esse povo ensandecido, perdido em promiscuidade alarmante!  E olha que não é raro um militar testemunhar verdadeiras escabrosidades no dia-a-dia de sua profissão, mas nada que se comparasse aos excessos cometidos nos festejos de Momo, a ponto de levá-lo à Igreja para orar.

O nobre mentor Manoel Philomeno de Miranda, através da abendiçoada mediunidade de Divaldo Franco, oferece-nos alguns subsídios que desenham com fidelidade nua e crua os corolários dos festejos momescos que muitas criaturas ignoram, ou fingem ignorar[1]

“(...) Festa dos corpos e dos sentidos físicos, as criaturas esquecem-se dos escrúpulos, do pudor e do equilíbrio, confundindo-se numa linha comum de alienação.

Expressiva faixa da humanidade transita entre as fronteiras do instinto e os pródromos da razão, mais sequiosos de sensações do que ansiosos pelas emoções superiores...  Portanto, parece natural que se permitam nos dias de Momo os excessos que reprimem por todo o ano.  É de lamentar, porém, que muitos se apresentem nos dias normais como discípulos de Jesus!

As consequências nefastas desses desbordamentos físicos e morais não se fazem esperar: moléstias graves se instalam, comportamentos morais se alteram sob o açodar dos desmedidos apetites, surgem distúrbios afetivos, soçobros financeiros ficam em cobranças demoradas, homicídios tresvariados, suicídios alucinados, paradas cardíacas por excesso de movimentos e exaustão de forças, morte por abusos de drogas...

A televisão, por sua vez, se rende e leva as festas carnavalescas como ponto alto em sua programação, influenciando, ainda mais, as mentes invigilantes. Até mesmo as campanhas bem-intencionadas contribuem para esta realidade.

Em nome do turismo e dos aportes financeiros que proporcionam, nas cidades pervertidas e cansadas de luxúria, legalizam-se as bacanais públicas, sob os holofotes poderosos da mídia.  É certo que atraem os turistas que vêm para observar os estranhos comportamentos da massa, que têm em conta de subdesenvolvidas, de atrasadas, de primitivas, permanecendo em camarotes de luxo, como os antigos romanos, contemplando as arenas festivas, nas quais os assassinatos legais misturavam-se às danças, às lutas de gladiadores e ao teatro fescenino”.

Segundo estudos psicológicos, eis as conclusões após carnaval[2]: “(...) De cada dez casais que caem juntos na folia, sete terminam a noite brigados (cenas de ciúmes, intrigas etc.); que desses mesmos dez casais, posteriormente, três se transformam em adultério; que de dez pessoas (homens e mulheres), no carnaval, pelo menos sete se submetem a coisas que abominam no seu dia-a-dia, como o álcool e outras drogas... Concluíram que tudo isto decorre do êxtase atingido na grande festa, quando o símbolo da liberdade, da igualdade, mas também da orgia e da depravação, estimulado pelo álcool, leva as pessoas a se comportarem fora de seus padrões normais”.

O carnaval é, pois, o vestígio da barbárie e do primitivismo ainda reinante, e que um dia desaparecerão da Terra, quando a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real substituírem as paixões do prazer violento e o homem houver se despertado para a beleza, a arte, sem agressão ou promiscuidade... 

Em uma página chegada através da notável mediunidade de Chico Xavier, Emmanuel conclui: “(...) Nenhum Espírito equilibrado, em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer apologia da loucura generalizada que adormece as consciências nas festas carnavalescas. Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças das trevas nos corações, e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho”.

Para os seguidores de Jesus e Kardec, aconselha André Luiz:[3] “(...) O espírita deve afastar-se de festas lamentáveis, como aquelas que assinalam a passagem do carnaval, inclusive as que se destaquem pelos excessos de gula, desregramento ou manifestações exteriores espetaculares”.

Sem embargo, encontramos o verbo “regozijar” na Bíblia, desde os Salmos no Velho Testamento até as cartas de Paulo dirigidas aos colossenses, mostrando que a alegria, o contentamento, a estesia são amplamente estimulados até mesmo pelas Antigas Escrituras e também pelas Neotestamentárias... Mas devemos entender que a alegria legítima é aquela que não fere a ninguém. Ela não deve ser confundida com a balbúrdia, a gargalhada desenfreada e tampouco com o vozerio descontrolado... Alegria verdadeira é vitória sobre as fobias e triunfo sobre as paixões e jamais é infeliz a criatura que se identifica com as lições de vida da Boa Nova trazida até nós por Jesus, pois Ele veio trazer à Terra a Boa Nova de alegria, de saúde física e espiritual; uma verdadeira epopeia de júbilos!

Os materialistas evitam a identificação com as verdades do Evangelho, ciosos de suas “alegrias e compensações” rasteiras e medíocres, julgando que os ensinamentos de Jesus levados à prática torná-los-ão infelizes...   Ledo engano!  A missão de Jesus na Terra foi construir um jardim florido de bênçãos da alegria incorruptível que Ele faculta a todos que O cercam. Suas parábolas e palavras de engrandecimento moral e de libertação das paixões podem ser consideradas como um cântico de alegria para todos nós!
 

Entendemos assim – como legítima – tão-somente a alegria de hoje que não deixa de ser alegria também amanhã: sem ressacas, sem remorsos, sem arrependimentos, sem doenças, sem dores, sem perturbações, tal como diz o notável poeta Casimiro Cunha: “Alegria que não passa,/ E que não fere a ninguém,/ Nasce forte, rica e pura,/ Naquele que faz o bem”.        


 

[1] - FRANCO, Divaldo. Nas fronteiras da loucura. 14. ed. 2ª reimpressão, Salvador: LEAL, 2009.

[2] - O Espírita e o Carnaval – Pedro Fagundes Azevedo.

[3] - XAVIER, F. C; VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita. 6. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1978.

 



 


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