JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
Atenção à
palavra
Parodiando
Casimiro de
Abreu: “Oh! que
saudades que
tenho da aurora
da minha vida,
da minha
infância
querida, que os
anos não trazem
mais!”,
pensamos, ao
recordar o
passado: “Oh!
que saudades que
eu tenho da
época em que
Jerônimo
Mendonça, o
Gigante Deitado,
estava
encarnado!”
Líamos para ele
diariamente, das
13 às 18 horas,
de segunda a
sexta-feira, em
Ituiutaba, Minas
Gerais, nas
nossas férias.
Ele costumava
dizer que nossas
férias eram as
dele, e ler para
ele era um
grande prazer de
nossa parte. No
momento em que
fomos
apresentada a
ele, cego,
paralisado no
leito, admiramos
sua postura
mental, de
fortaleza e bom
ânimo. Ele
pediu-nos que
lêssemos para
ele, ao que
aquiescemos com
gentileza. Seria
uma oportunidade
de servir. Mal
sabíamos que
estávamos tendo
uma divina
oportunidade de
aprendizado.
Durante 5 horas
líamos e
conversávamos. A
leitura era
interrompida
inúmeras vezes
por pessoas
necessitadas que
viam nele uma
possibilidade de
socorro, um
alento, uma
palavra amiga.
Ora filas na
porta de sua
casa, ora
telefonemas,
quando
segurávamos para
ele o telefone.
Ele, paralítico,
cego, com dores
atrozes, era o
bálsamo e a
consolação para
os aflitos.
Admirávamos sua
inteligência,
sua memória, seu
conhecimento
espírita.
Nenhuma palavra
destrutiva em
momento algum,
nenhum conselho
fora de Jesus e
Kardec. Horas
depois, saindo
dali, parecia
que nosso corpo
estava leve,
dado o alto teor
das conversações
que
presenciávamos,
assuntos que
engrandeciam o
conhecimento,
nenhum momento
fútil, nenhum
tempo perdido.
Hoje estamos
presenciando
muitas notícias
desagradáveis
derramadas em
nossos lares
pela mídia. As
pessoas se
encontram e, em
poucos momentos,
já se
estabelecem
comentários
sobre aquilo que
chocou, seja na
política, seja
na sociedade, de
modo que o mal
parece
banalizar-se.
Vemos o desânimo
atingindo a
muitos.
Precisamos
lembrar-nos da
necessidade da
vigilância de
nossos
pensamentos, de
nossas palavras.
Necessitamos,
sim, estar bem
informados, mas
não
inconformados e
também não
conformistas.
Trabalhadores do
bem e da paz,
sejamos arautos
da esperança nos
gestos e nas
palavras,
sabedores do que
se passa no
mundo, mas não
propagadores do
mal.
André Luiz pela
psicografia de
Chico Xavier
relata que toda
vez que alguém
comenta o mal,
inconscientemente
está arrasando o
bem.
No livro
“Obreiros da
Vida Eterna”,
também
psicografado por
Chico Xavier,
André Luiz nos
envia as
orientações do
instrutor
Cornélio, no
Santuário das
Bênçãos:
- É lamentável
se dê tão
escassa atenção,
na crosta da
Terra, ao poder
do verbo,
atualmente tão
desmoralizado
entre os
homens... Não se
precatam nossos
irmãos de
humanidade de
que o verbo está
criando imagens
vivas que se
desenvolvem no
terreno mental a
que são
projetadas,
produzindo
conseqüências
boas ou más,
segundo a sua
origem. Essas
formas
naturalmente
vivem e
proliferam e,
considerando-se
a inferioridade
dos desejos e
aspirações das
criaturas
humanas,
semelhantes
criações
temporárias não
se destinam
senão a serviços
destruidores,
através de
atritos
formidáveis, se
bem que
invisíveis.
Toda conversação
prepara
acontecimentos
de conformidade
com a sua
natureza. Dentro
das leis
vibratórias que
nos circundam
por todos os
lados, é uma
força indireta
de estranho e
vigoroso poder,
induzindo sempre
aos objetivos
velados de quem
lhe assume a
direção
intencional...
Jesus nos
alertou muito
sobre a palavra.
Referia que não
era aquilo que
entrava pela
boca do homem
que o matava,
mas sim o que
saía dela, pois
a palavra
revelava o que
estava em seu
coração.
Façamos o
esforço de
eliminar o
hábito infeliz
de “falar mal”,
de “fazer
fofoca”, de
comentar o mal.
Que esse esforço
seja dobrado no
que se refere à
política.
Evitemos
bombardear
nossos
governantes com
dardos
energéticos
negativos. A
desesperança
está grande.
Sejamos aquele
que ora, que age
no bem, fazendo
a nossa parte
para a
edificação de um
mundo melhor
Lembramos como
era agradável a
presença de
Jerônimo
Mendonça, com
seu verbo
edificante.
Nessa hora
difícil que
vemos, vamos
manter a
esperança, e que
seja a nossa
palavra
revestida pelo
conhecimento
espírita,
enaltecendo a fé
num futuro
melhor, a
certeza de que
os males irão
passar.
Mantenhamo-nos
firmes no bem.
Não esmoreçamos.
Tenhamos
fortaleza e
ânimo elevado.
Sejamos os
trabalhadores
anônimos, mas
constantes do
Cristo, que
tanto nos ama e
continua
aguardando o
despertar do
nosso amor.