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Internacional
Ano 6 - N° 258 - 29 de Abril de 2012
MÁRIO CORREIA
mariocorreia10@hotmail.com

Atouguia da Baleia (Portugal)

 


Viva Além da Crise foi o tema das Jornadas de Cultura Espírita

Promovida pela ADEP – Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal, a edição deste ano realizou-se nos dias 21 e 22
de abril na bela Vila de Óbidos
 

Estava a Europa posta em relativo sossego, e eis que a famosa crise econômica invade os lares com assustadoras perspectivas para o futuro. Na televisão pontificam os economistas, falando uma nova língua feita de subprimes, bubbles, spreads e outros palavrões que para o comum cidadão se traduzem em desemprego, falta de dinheiro e dificuldades crescentes. A crise econômica será apenas um acidente de percurso na engenharia financeira, um capricho inexplicável desse deus dos dias atuais que é o “mercado”? Ou será a ponta de um iceberg que faz adivinhar uma crise mais profunda – a dos valores?

Foi à volta destas apreensões e destas interrogações que a ADE Portugal resolveu escolher o tema “Viva Além da Crise” para esta edição das suas Jornadas de Cultura Espírita. No fim-de-semana de 21 e 22 de Abril de 2012, todos os caminhos foram dar ao Auditório da Casa da Música, na histórica e encantadora Vila de Óbidos. A transmissão via Internet não foi possível, por motivos técnicos alheios à Organização, mas os vídeos estarão em breve disponíveis no site da ADE Portugal.

Tratando-se de um evento espírita, ninguém ia na expectativa de encontrar receitas milagrosas para obter fortuna material, como acontece em certas correntes new-age e em setores religiosos que prometem fazer chover dinheiro. Em vez disso, a audiência foi brindada com reflexões muito sérias, mas agradáveis de seguir, sobre as crises nos contextos histórico, antropológico, psicológico, geológico, biológico, econômico, social, familiar e espiritual.  

Temos que viver com os pés na Terra, mas com os
olhos no Céu
 

Se tivéssemos que resumir estas Jornadas numa frase, escolheríamos um trecho do inesquecível O Ponto de Vista, de O Evangelho segundo o Espiritismo: A ideia clara e precisa que se faz da vida futura dá uma fé inabalável no porvir, e essa fé tem consequências enormes sobre a moralização dos homens, porque muda completamente o ponto de vista pelo qual eles encaram a vida terrena. Para aquele que se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é infinita, a vida corporal não é mais do que rápida passagem, uma breve permanência num país ingrato.(…) Estas palavras, tão significativas da Doutrina Espírita, não podem ser letra morta, e é nos momentos difíceis que ganham maior significado. Há que viver com os pés na Terra mas com os olhos no Céu.


Paulo Mourinha
(foto), médico e psicólogo de profissão, analisou o stress e a depressão, apontando o caráter cíclico e necessário das crises, conducentes a novos (e melhores) paradigmas. Neste caso, o paradigma que desponta parece apontar para um reequilíbrio entre “ter” e “ser”, após um período de materialismo exacerbado.
 

Francisco Curado (foto), cientista e professor universitário, assinalou que o Universo não evolui de forma linear, da micro à macro escala, e que há momentos de aceleração.  Apresentou análises de diversos pesquisadores sobre o movimento cíclico evolutivo e citou exemplos históricos, como o da civilização Maia ou da que viveu na Ilha de Páscoa. Lembrou que alguns pesquisadores compararam a Terra à Ilha de Páscoa, o que é um poderoso alerta para a

forma como usamos os nossos recursos. 

Os problemas são muitos, mas os desafios são também entusiasmantes 

O jornalista e naturalista Jorge Gomes estabeleceu um interessante paralelo entre as crises humanas, e a Geologia e a Biologia. Da Natureza colhemos a lição de que a vida pressupõe níveis de instabilidade. E o Espiritismo lembra-nos que já enfrentamos muitas crises, em anteriores existências carnais. O exemplo do lobo de menor estatuto da matilha, que chega a ser expulso e sozinho faz das fraquezas forças, foi sugestivo.

Andreia Nunes (foto), jovem psicóloga clínica com respeitável currículo acadêmico e profissional, embora não sendo espírita, acedeu amavelmente a palestrar neste evento, e encantou a audiência com uma dissertação sobre as dificuldades conjugais que se agravam nestes tempos difíceis. Os problemas são muitos, mas são entusiasmantes os desafios que se apresentam aos pares que o amor uniu. Foi especialmente tocante sua sugestão de que ambos a

cada dia procurem completar a frase “Hoje fui feliz porque…”. Mesmo que só

tenham jantado um prato de sopa – acrescentou.

A Amélia Reis, professora aposentada, coube abordar um dos problemas dos nossos dias: o impacto da separação dos pais na vida dos filhos. Uma abordagem lúcida, responsabilizadora e enaltecedora das responsabilidades de mães e pais. 

Em Espiritualidade, quanto mais capital se divide, mais capital se multiplica 

Uma apresentação invulgar, com uma dinâmica de sketch, foi trazida por José Lucas (militar) e Noémia Margarido (técnica de contas), que se atreveram a tratar os temas do suicídio, homicídio, pena de morte e aborto, com o otimismo inquebrantável que a Doutrina Espírita possui.

Na última mesa-redonda do dia a psiquiatra

Gláucia Lima, presença habitual nas Jornadas, juntou-se ao painel e respondeu a questões do auditório, relacionando Psiquiatria e Espiritismo.
 

O segundo dia iniciou-se com a eterna jovialidade de Lígia Pinto, médica especialista em Geriatria e investigadora, que abordou outro tema quente, a eutanásia. Aliando conhecimento científico e solidez doutrinária, destacou o papel do livre-arbítrio, da emancipação moral que o Espiritismo aponta a uma Humanidade que se liberta dos

ditames religiosos dogmáticos e vai entrando na maioridade espiritual.

Especialista em Informática, professor e webmaster da ADE Portugal, Vasco Marques destacou o papel das redes sociais na atividade humana em geral e na divulgação do Espiritismo.

Isaías Sousa (foto), economista, surpreendeu o auditório com um tema invulgar – “A Economia do Espírito” – demonstrando que em Espiritualidade, quanto mais capital se divide, mais capital se multiplica. O “mercado da virtude” ou as dívidas que Deus transforma em oportunidades foram algumas das imagens usadas, numa comunicação

cativante, que conseguiu o feito inédito de comover corações com Economia, gráficos e números. 

Em nosso orbe, cada um de nós tem a sua parcela
de virtudes e fraquezas
 

A última comunicação coube ao professor Reinaldo Barros, que sintetizou tudo o que fora dito, na sua palestra “Reaprender a Viver”. Com efeito, em tempos em que a Economia está na ordem do dia, a ideia que fica é de que a Humanidade terrena está sentada sobre uma mina de ouro que ainda não descobriu. Urge não cometer os mesmos erros que os habitantes da Ilha de Páscoa outrora cometeram, esgotando-se em lutas estéreis e consumindo totalmente os seus recursos materiais. A Espiritualidade – neste caso interpretada pelo modelo espírita – é o precioso recurso que ainda não exploramos eficientemente. É inesgotável, e se usado caritativamente, poderá enformar a nova Sociologia, a nova Economia, a nova era de paz e harmonia que a Humanidade busca.

Citando Paulo Mourinha, "O Espiritismo é o movimento social mais revolucionário que a Humanidade já conheceu".

Na intervenção de encerramento, João Xavier de Almeida (foto), aposentado, ex-presidente da Federação Espírita Portuguesa, membro honorário e presidente da Assembleia Geral da ADEP, lembrou, com desarmante singeleza, que Deus está com todos nós. “Está aqui neste momento e basta que pensemos nele uns segundos para sentirmos a Sua

paz.” Rejeitando a busca obstinada de culpados exclusivos das crises, lembrou que cada um de nós tem a sua parcela de virtudes e fraquezas. A progressiva sintonia com Deus trará a progressiva perfeição das instituições e sociedades humanas. O decano dos espíritas portugueses não precisou falar bastante para dizer muito.
 

Uma palavra para os belos momentos musicais oferecidos pelo jovem pianista Rafael Araújo (foto), pelo grupo juvenil do Centro de Cultura Espírita, e pelos adultos Reinaldo Barros, Inês Guinote, João Paulo & Filomena, que viriam a interpretar em conjunto uma memorável versão de “Essa Luz ao Fim da Tarde”, já quase no final do evento.

Lamentou-se, mais uma vez, a ausência da imprensa não-espírita, que ainda não se interessa pela candeia que a ADEP teimosamente insiste em colocar sobre o alqueire.

 

 

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