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Clássicos do Espiritismo
Ano 6 - N° 258 - 29 de Abril de 2012
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)



A Morte e os seus Mistérios

 Ernesto Bozzano

(Parte 7)

Damos sequência nesta edição ao estudo do livro A Morte e os seus Mistérios, de Ernesto Bozzano, conforme tradução de Francisco Klörs Werneck.

Questões preliminares

A. O fenômeno de “transfiguração” é sempre rápido ou pode prolongar-se por vários minutos?  

Pode prolongar-se, sim, como relata o Sr. Leonard Farqhuar, que o observou por vários minutos, até que viu a médium, Sra. Barkel, mover-se durante um instante na cadeira, para depois levantar-se e olhar em torno com expressão de estupor. Ela voltara a si, com transformação instantânea, e os seus cabelos de ouro brilhavam novamente à luz. (A Morte e os seus Mistérios, Caso 15.)

B. Como explicar o fenômeno da “transfiguração” se excluirmos nele a hipótese espírita? 

É muito difícil explicar esse fenômeno, se não se recorrer à intervenção de uma entidade de defunto que se tivesse apoderado do organismo do "sensitivo" em condições de sono. No Caso 5, por exemplo, o filho, que velava o pai adormecido, viu transformar-se o rosto deste no da própria mãe, enquanto a camareira notara o mesmo fato em um caso semelhante. (A Morte e os seus Mistérios, Caso 15.)

C. Os relatos pertinentes à “transfiguração” não podem ser atribuídos à alucinação?  

A hipótese de alucinação poderia, sim, ser cogitada se o fenômeno não tivesse sido notado por dois, cinco ou mais observadores, como Bozzano deixou bem claro ao relatar os casos 5, 7, 8, 11 e 14, fato que serve para eliminar de vez a hipótese alucinatória. (A Morte e os seus Mistérios, Caso 15.) 

Texto para leitura 

95. O Caso 15 reporta um fato que se realizou espontaneamente com a médium Sra. Barkel, que possui faculdades de "clarividência" e é uma "oradora por inspiração", como há tantas em países anglo-saxões. Aquele a quem foi dado observar nela o fenômeno da transfiguração do rosto foi o Sr. Leonard Farqhuar, um céptico, que se dirigira à reunião com a intenção de formar uma opinião pessoal a respeito de semelhantes experiências.

96. Escreveu Leonard Farqhuar: "Declaro que não sou espírita, mas sei manter-me prudentemente neutro quando se trata de assuntos que não conheço e os meus conhecimentos a respeito remontam a uma semana antes da sessão de que me proponho a falar. Eu sou positivista materialista e, em consequência, não se poderia dizer que tivesse tendência para ter visões por autossugestão. Na minha qualidade de neófito, propus-me a vigiar, atentamente, a médium no momento em que caísse em ‘transe’. Assim procedendo não me pareceu notar indícios de sua passagem a condições anormais quando se pôs de pé para começar o sermão, o qual me deixou profundamente decepcionado. Nada encontrara que fosse de molde a sugerir uma origem supranormal... e foi para mim verdadeiro alívio quando vi a Sra. Barkel tornar a sentar-se. Sentia-me mais decepcionado, irritado e quase hostil.”

97. Continua o relato: “A ‘presidente’ pôs-se a falar por sua vez, mas eu não a escutava e fixava o olhar perscrutador sobre a médium, com o escopo de assegurar-me se realmente se manifestariam indícios da sua emergência em um estado anormal. Pois bem: desta vez houve indícios, e de um gênero inspirado. A Sra. Barkel estava sentada tranquilamente, com a cabeça levemente reclinada. Pouco depois observei um movimento dos seus ombros, que se puseram em linha horizontal, enquanto a cabeça caía bruscamente para frente, indo apoiar-se com o queixo sobre o peito, mas o queixo se mostrava particularmente indistinto. Depois, a médium permaneceu imóvel como uma estátua. Eu continuava a observá-la com impassível insistência, enquanto a ‘presidente’ prosseguia no seu discurso. De repente, com imenso estupor meu, notei que a cabeça e o rosto da Sra. Barkel estavam totalmente mudados, ou melhor, tinham sido substituídos pela cabeça e o rosto de um homem. Entretanto, eu não notara mesmo o mais insignificante movimento! Isto não impedia que, no lugar do rosto da Sra. Barkel, reclinado sobre o peito, se achasse o másculo rosto de um homem, que se sobrepusera ao primeiro, mas sem o menor movimento perceptível e apesar de redobrada atenção. Depois esfreguei os olhos e lancei rápido olhar à assembleia, para assegurar-me se alguém se apercebera do fenômeno, mas todos escutavam atentamente o discurso da ‘presidente’ e ninguém prestava atenção à médium. Voltei a contemplar o espetáculo com o mais vivo interesse. Se se tratasse de uma visão fugaz, teria acabado por dar de ombros, pensando nas estranhas ilusões que os ‘jogos de sombra’ chegam a criar, mas aquele rosto de homem permaneceu diante de mim vários minutos, não apenas um instante fugacíssimo.”

98. Segundo Leonard Farqhuar, a Sra. Barkel envergava um comprido vestido preto, ornado de um colar branco, o que fazia grotesco contraste gerado pelo fato de ela achar-se sentada imóvel, como morta, e com uma cabeça que não era a sua, mas a de um homem! Do canto de onde Leonard olhava, não era possível distinguir o rosto do homem. O mesmo ocorria com seus cabelos. A parte do queixo, que se lhe apresentava, era imberbe e amarelada como pergaminho, mas no conjunto o rosto parecia acinzentado e na base das faces se distinguiam rugas, que pareciam produzidas pela pressão do queixo sobre o peito. Na região das orelhas observavam-se "costeletas", que se prolongavam até o queixo, e o resto do rosto era barbeado.

99. Ele ficou a contemplar o fenômeno por vários minutos (não simplesmente "segundos", é bom notar), até que viu a Sra. Barkel mover-se durante um instante na cadeira, para depois levantar-se e olhar em torno com expressão de estupor. Ela voltara a si, com transformação instantânea, e os seus cabelos de ouro brilhavam novamente à luz!

100. No que se refere à classificação das manifestações, tudo concorre para demonstrar que Leonard Farqhuar presenciou um fenômeno de transfiguração verdadeiro, porquanto se notaram nela alguns sinais de adição ectoplásmica sobre o rosto do médium, tais como as "costeletas" que, partindo das orelhas, se prolongavam até o queixo do rosto másculo que se veio sobre por ao outro, feminino. Acrescente-se que o fato do percipiente insistir sobre a aparência indistinta dos traços daquele rosto tende a reforçar a mesma tese, porquanto se deveria presumir que os traços indistintos derivassem de uma produção imperfeita da materialização, o que equivale a admitir a existência de um processo de exteriorização ectoplásmica.

101. Observa-se ainda que o percipiente teve a impressão de que o fenômeno consistisse em uma máscara de ectoplasma concretizada, não se sabe como, sobre o rosto do médium e tal observação adquire valor teórico pelo fato de que quem assim se exprimiu é um leigo, absolutamente ignorante da técnica dos fenômenos a que assistiu, o que leva a reconhecer que a semelhança de sua expressão com as de vários outros que assistiram a idêntico fenômeno tende a fazer presumir que, para a classe das manifestações em apreço, deva realizar-se algo de semelhante.

102. É assaz difícil explicar tais formas de transfiguração espontânea, se não se recorrer à intervenção de uma entidade de defunto que se tivesse apoderado do organismo do "sensitivo" em condições de sono. Assim, por exemplo, no Caso 5, em que o filho vela o pai adormecido e vê transformar-se o seu rosto no da própria mãe, enquanto a camareira notara o mesmo fato em um caso semelhante, o único modo de explicar o fenômeno é o de presumir que a mãe defunta, que por várias vezes aparecera ao marido enfermo e prestes a morrer, tenha querido manifestar-se ao filho pela única forma por que podia atingir o seu objetivo.

103. Por outro lado, caso se quisesse explicar o fenômeno com uma hipótese naturalista, dever-se-ia admitir que a transfiguração do rosto do enfermo fosse devida à circunstância de o enfermo ter sonhado encontrar-se com a mulher defunta, o que parece ser uma hipótese literalmente gratuita e insustentável, tanto mais se se considerar que, para provocar a transformação do rosto do adormecido no da pessoa sonhada, não basta que ele a veja diante de si.

104. Suponho que não se conheçam exemplos de pessoas que hajam sonhado terem mudado de sexo, sem contar que um sonho semelhante não poderia determinar um fenômeno de transfiguração em um adormecido que não seja médium. Além disso, recordo que a mesma hipótese tornar-se-ia mais do que nunca insustentável nos casos do gênero em transfiguração do rosto do adormecido assume o caráter geração ectoplásmica, e isto por força das considerações desenvolvidas nos comentários aos Casos 10 e 11.

105. Bozzano enumerou, em seguida, o pouco do experimentalmente adequado que se contém nos casos relatados, notando, antes de tudo, que entre eles se notaram seis casos observados coletivamente por dois, por cinco, ou por numerosos observadores (casos 5, 7, 8, 11 e 14), o que serve para eliminar a hipótese alucinatória. Para excluir a outra hipótese, ou melhor, a outra objeção da insuficiência dos dados para prova de que nas transfigurações intervenham elementos de integração ectoplásmica, podem aduzir-se os casos 4, 8, 10, 11, 13, 14 e 15, em que foram observadas materializações de supercílios inexistentes sobre o rosto do médium, de bigodes e de barba aparecidos em rostos femininos, de cabelos branquíssimos em rostos juvenis de médiuns, de narizes que mudaram radicalmente de forma, e de alongamentos supranormais do corpo do médium no caso de Home. O autor recorda, enfim, que três dos casos em apreço são acompanhados de documentação permanente, em uma das quais ela consiste em desenhos da realidade, tomados simultaneamente com a produção dos fenômenos, e nos outros consiste em uma copiosa coleção de fotografias. Esta última circunstância assinala já a introdução dos métodos de indagação científicos nas experiências em apreço, conquanto o que por ora se obtém seja ainda de ordem particular e em consequência dificilmente utilizável em serviço da ciência. (Continua na próxima edição.)

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita