WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 256 - 15 de Abril de 2012

FRANCISCO REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, RJ (Brasil)
 

A preguiça

Tida como doença da alma, a preguiça tem,
como sócio majoritário, o desânimo


O dicionário, da língua portuguesa, define o termo preguiça como sendo: aversão ao trabalho; morosidade; negligência; pachorra; moleza; indolência; vadiagem. Portanto, preguiçoso é todo o indivíduo portador de qualquer desses “predicados”; e a doutrina espírita nos assevera que a preguiça causa sérias implicações na vida do indivíduo preguiçoso, alertando para o fato de que é ela um dos maiores empecilhos ao progresso moral e espiritual do indivíduo, e, por conseguinte, um grande entrave ao desenvolvimento geral da sociedade, em todos os campos da atividade humana. 

A preguiça é uma doença da alma, e tem, como sócio majoritário, o desânimo, por conseguinte, provoca, com sua ação maléfica ao espírito que se deixa impregnar por seus efeitos paralisantes, sérios transtornos para o desenvolvimento de uma vida digna e saudável, acarretando em seu portador sérios e pesados desequilíbrios que o arremessarão de encontro a prejuízos de incalculável monta. 

Os efeitos provocados pela preguiça no indivíduo iniciam-se de forma bem sutil e quase imperceptível, na forma de um pequeno desânimo, que, se não for logo detectado e combatido, se estabelecerá com grande rapidez nas engrenagens psíquicas do indivíduo, justamente quando ele, mantendo as mãos desocupadas e a cabeça despreocupada de pensamentos positivos que a responsabilidade do trabalho exige, para a sua consecução, entrega-se à ociosidade que fatalmente o levará de encontro à invigilância e o colocará na faixa vibratória dos inimigos da Luz, que logo estarão lhe fazendo companhia, sugerindo pensamentos de baixo teor de moralidade e dignidade, arrastando-o ao encontro de idealizações inferiores e enfermiças sem proveito algum para a sua necessidade de crescimento espiritual, trazendo à tona as sombras da cegueira espiritual de que é portador, envolvendo-o, sem que se dê conta, em desequilíbrio, mergulhando num mar de enfermidades, moléstias e tormentos.

Desse infeliz consórcio, dentro em pouco estará o indivíduo envolto em sérios problemas obsessivos, em que os representantes das trevas lhe causarão muitos dissabores e sofrimentos de difícil solução; pois, a ociosidade é tóxico poderoso que polui a vida moral-espiritual do incauto que lhe concede abrigo. 

Na literatura espírita, encontramos sábios e importantes alertas dos benfeitores espirituais para que nos mantenhamos em guarda, “vigiando e orando”, como nos ensinou o Mestre de Nazaré, para não cairmos em tentação, conforme segue: 

Dissertação moral ditada por São Luís à senhorita Ermance Dufaux (5 de maio de 1858)l

Um homem saiu de madrugada e foi para a praça pública para ajustar trabalhadores. Ora, ele viu dois homens do povo que estavam sentados de braços cruzados. Foi a um deles e o abordou dizendo: "Que fazes tu aqui?" e este, tendo respondido: "Não tenho trabalho", aquele que procurava trabalhadores lhe disse: "Tome tua enxada, e vá para o meu campo, sobre a vertente da colina, onde sopra o vento sul; cortarás a urze e revolverás o solo até que a noite chegue; a tarefa é rude, mas terás um bom salário". E o homem do povo carregou a enxada sobre os ombros, agradecendo-lhe em seu coração.

O outro trabalhador, tendo ouvido isso, se ergueu do seu lugar e se aproximou dizendo: "Senhor, deixai-me também ir trabalhar em vosso campo", e o senhor, tendo dito a ambos para segui-lo, caminhou adiante para lhes mostrar o caminho. Depois, quando chegaram à beira da colina, dividiu a obra em duas partes e se foi dali.

Depois que partiu, o último dos trabalhadores que havia contratado, primeiramente pôs fogo nas urzes do lote que lhe coube em partilha, e trabalhou a terra com o ferro de sua enxada. O suor jorrou do seu rosto sob o ardor do sol. O outro o imitou, primeiro murmurando, mas se cansou cedo do seu trabalho, e, cravando sua enxada sob o sol, sentou-se perto, olhando seu companheiro trabalhar.

Ora, o senhor do campo veio perto da noite e examinou a obra realizada, e tendo chamado a ele o obreiro diligente, cumprimentou-o dizendo: "Trabalhaste bem; eis teu salário", e lhe deu uma peça de prata, despedindo-o. O outro trabalhador se aproximou também e reclamou o preço de sua jornada; mas o senhor lhe disse: "Mau trabalhador, meu pão não acalmará tua fome, porque deixaste inculta a parte de meu campo que te havia confiado", não é justo que aquele que nada fez seja recompensado como aquele que trabalhou bem; e o mandou embora sem nada lhe dar.

II

Eu vos digo: a força não foi dada ao homem, e a inteligência ao seu espírito, para que consuma seus dias na ociosidade, mas para que seja útil aos seus semelhantes. Ora, aquele cujas mãos sejam desocupadas e o espírito ocioso será punido, e deverá recomeçar sua tarefa.  

Eu vos digo, em verdade: sua vida será lançada de lado como uma coisa que não foi boa em nada, quando seu tempo se tiver cumprido; compreendei isto por uma comparação. Qual dentre vós, se há em vosso pomar uma árvore que não produz bons frutos, não dirá ao seu Servidor: Cortai essa árvore e lançai-a ao fogo, porque seus ramos são estéreis. Ora, do mesmo modo que essa árvore será cortada por sua esterilidade, a vida do preguiçoso será posta de lado porque terá sido estéril em boas obras. ¹ 

Os Espíritos Superiores nos afirmam que o trabalho é uma Lei Natural, a que todos estamos submetidos, consoante os esclarecimentos contidos nas respostas esclarecedoras que prestaram às questões formuladas pelo codificador da doutrina espírita, nas questões seguintes: 

Necessidade do trabalho 

647. A necessidade do trabalho é lei da Natureza?

“O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.” 

675. Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais?

“Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.” 

676. Por que o trabalho se impõe ao homem?

“Por ser uma consequência da sua natureza corpórea. É expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Ao extremamente fraco de corpo, outorgou Deus a inteligência, em compensação. Mas é sempre um trabalho.” 

678. Em os mundos mais aperfeiçoados, os homens se acham submetidos à mesma necessidade de trabalhar?

“A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas não deduzais daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício.” 

679. Achar-se-á isento da lei do trabalho o homem que possua bens suficientes para lhe assegurarem a existência?

“Do trabalho material, talvez; não, porém, da obrigação de tornar-se útil, conforme aos meios de que disponha, nem de aperfeiçoar a sua inteligência ou a dos outros, o que também é trabalho. Aquele a quem Deus facultou a posse de bens suficientes a lhe garantirem a existência não está, é certo, constrangido a alimentar-se com o suor do seu rosto, mas tanto maior lhe é a obrigação de ser útil aos seus semelhantes, quanto mais ocasiões de praticar o bem lhe proporciona o adiantamento que lhe foi feito.” 

680. Não há homens que se encontram impossibilitados de trabalhar no que quer que seja e cuja existência é, portanto, inútil?

“Deus é justo e, pois, só condena aquele que voluntariamente tornou inútil a sua existência, porquanto esse vive a expensas do trabalho dos outros. Ele quer que cada um seja útil, de acordo com as suas faculdades.” (643)² 

Diante dos cristalinos ensinamentos, contidos nas obras da esclarecedora doutrina espírita, precisamos de toda atenção para que não nos tornemos, por nossa vez, vítimas desse dragão devastador que é a preguiça, causadora de muitos tormentos e decepções a um número incalculável de criaturas que lhes caíram nas malhas. 

Só através do trabalho constante e disciplinado, na busca do nosso crescimento como Seres em processo de autoburilamento, enfrentando corajosamente os obstáculos que a vida nos impõe, utilizando da bênção do trabalho, é que conseguiremos atravessar com eficiência esse atual estágio evolutivo em que nos achamos, na construção de um futuro brilhante e proveitoso na busca da felicidade relativa que tanto almejamos e que só depende de nós consegui-la. 

O trabalho é por isso mesmo o único meio pelo qual poderemos conquistar nossos objetivos de elevação como Seres imortais que somos, em direção ao encontro com o Pai criador que nos aguarda com os necessários benefícios que serão ofertados a tantos quantos fizerem o inevitável esforço por merecer. 

Portanto, reage com vigor e determinação às tentativas de alojamento da preguiça nos tecidos sutis de teu equipamento psíquico, e assume nova postura diante da vida, que te oferece diariamente inúmeras oportunidades de crescimento e desenvolvimento a teu próprio benefício, e procura entender que ninguém está no mundo por acaso, e sim com finalidades e objetivos adredemente estabelecidos, que deve atender, para seu aperfeiçoamento, e espelha-te no exemplo que te dá o Sol, que todos os dias aquece e ilumina teus caminhos, e prossegue trabalhando na construção do teu destino final que é a perfeição e a felicidade.  

 

Fontes:

1- Revista Espírita, junho de 1858.              

2- O Livro dos Espíritos – FEB, 76º edição.

Grifos nossos.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita