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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 5 - N° 254 - 1º de Abril de 2012

 

O sonho de Raul

 

Em certa região muito pobre e seca, havia um sítio onde morava um lavrador com a esposa e o filho. No sítio, só havia o casebre e pequena horta, de onde ele tirava o sustento da família. O restante das verduras e legumes colhidos era vendido na vila ou trocado por aquilo que lhes era mais necessário.

Acomodado, José estava satisfeito. Nada lhes faltava. Porém, o pequeno Raul, crescendo, foi estudar na escola do vilarejo. Vendo a diferença entre as outras propriedades vizinhas e o sítio em que viviam, certo dia ele disse:

— Pai, por que nós não plantamos algumas árvores? Tudo aqui no sítio é deserto. Pelo menos teríamos a sombra das árvores para nos refrescar do calor do sol!

— Bobagem, meu filho! Pra quê? Árvore leva muito tempo para crescer e dar sombra. Eu não tenho tempo para isso — respondeu o pai.

— Mas, se não plantarmos, elas nunca crescerão, meu pai. Além disso, podemos plantar árvores frutíferas e, quando elas começarem a produzir, podemos vender os frutos! — insistiu o menino.

José rodou o chapéu na mão, pensativo, e retrucou:

— Não vale a pena, filho. Levará muito tempo!... 

O garoto, no entanto, ficou com a ideia na cabeça. No dia seguinte, na volta para casa após as aulas, ele viu à beira da estrada uma mudinha de árvore. Com delicadeza, usou as mãos para retirar a terra em torno da planta, protegendo-lhe as raízes frágeis. Depois, com cuidado, levou a muda até o sítio e, escolhendo um lugar mais afastado da casa, de modo que o pai não visse, ali plantou sua mudinha.

Raul sentia muito carinho por ela. Era sua primeira árvore!
 

Após esse dia, ele regava a muda todas as manhãs. Vê-la crescer era uma alegria. E Raul continuou a plantar as mudas de árvores que encontrava à beira do caminho.

Os amigos dele, ao saberem que ele estava procurando mudas de árvores frutíferas, no dia seguinte começaram a trazê-las.

Um deles disse:

— Raul, encontrei em casa esta muda de laranjeira e trouxe para você!

— Olhe que linda muda de mangueira! Ao vê-la, lembrei-me de você! — afirmou outro.

— Veja, Raul! Minha mãe mandou-lhe de presente esta macieira! — mostrou outro. 

Todo satisfeito, ele agradeceu aos amigos:

— Muito obrigado! Com essas mudas que vocês me trouxeram vou começar meu pomar!

E assim, aos poucos, Raul foi vendo suas árvores aumentando em número e tamanho. Logo, ele tinha um pequeno bosque e, um pouco afastado, em local especial, o pomar.

José havia percebido a movimentação do filho, mas não deu atenção, pensando: É coisa de criança. Logo

passa!  

No entanto, à medida que Raul crescia, suas árvores cresciam também. Após algum tempo, estavam fortes e altas, buscando o céu. Mas o pai, teimoso, nunca se interessou. 

Um dia, após o serviço, José resolveu ir ver de perto o trabalho do filho e ficou surpreso.

Ao chegar próximo ao bosque já sentiu um ar diferente, mais leve e mais fresco. Lentamente ele andou sob as árvores, umas maiores, outras menores, cujas ramagens quase não permitiam a entrada do sol. O solo, antes seco e nu, agora se mostrava coberto pela vegetação, deixando apenas uma pequena trilha, por onde ele passava. 
 

Admirado, via o colorido das flores, sentia-lhes o perfume e ouvia o canto dos pássaros, alegrando à tarde. De súbito, ouviu alguém que chegava. Não precisava vê-lo para saber que era Raul. José estava com os olhos úmidos de emoção:

— Você trabalhou bastante, meu filho, mas seu bosque é lindo!

Raul, agora um rapazinho de treze anos, alto e magro, sorriu.

— Isso não é nada, meu pai. Venha ver nosso pomar!

E levou o pai até onde estavam as árvores frutíferas. Surpreso, José viu laranjeiras, macieiras, mangueiras, jabuticabeiras, limoeiros e muito mais. Todas elas grandes e na época de dar frutos; algumas até já estavam carregadinhas!

Com os olhos brilhantes de entusiasmo, José olhava tudo aquilo. Depois, virou-se para Raul e reconheceu:

— Você tinha toda razão, filho! Eu é que, cego e ignorante, não conseguia admitir que estivesse errado. Mas, como conseguiu tudo isso? Aqui há espécies que eu nem conheço!...

O filho sorriu satisfeito, afirmando:

— Pai, esse trabalho tem a colaboração de muita gente! Meus amigos ajudaram e suas mães também, as professoras e até pessoas desconhecidas que, ao saberem o que eu estava fazendo, colaboraram com mudas diferentes. Além de minha mãe, que ajudou plantando e cuidando das flores. E eu sou agradecido a todas essas pessoas!

O pai mostrou-se surpreso ao saber que a esposa tinha ajudado sem que ele soubesse. Depois, ficando pensativo por alguns segundos, acabou por reconhecer:

— Mas tem uma coisa que todas essas pessoas não poderiam lhe dar, meu filho.

— O quê, pai?

— Perseverança. Se não fosse sua vontade de trabalhar, persistindo no seu propósito de realização, nada disso existiria.

Emocionados, eles trocaram um abraço carinhoso. Enxugando as lágrimas, Raul disse:

— Pai, eu tinha o sonho de melhorar nosso sítio, tornando-o um lugar mais agradável para se viver. Queria que o senhor acreditasse que, com nosso esforço, poderíamos viver melhor e nos sentir mais felizes. Mas, o que eu mais desejava era que o senhor se orgulhasse de mim. Agora, temos que pensar em como vender as frutas que começaremos a produzir. Também podemos aumentar a horta e...

Assim conversando, caminharam abraçados de volta para casa. A mãe, aos vê-los chegar, foi ao encontro deles. José, mais maleável, já tinha planos na cabeça: encher a casa de flores, fazer um jardim e plantar algumas árvores. Tudo ficaria mais bonito e agradável!

Mãe e filho trocaram um sorriso, intimamente agradecendo a Deus pelas mudanças que colocara em suas vidas, através do sonho de uma criança.   


                                                                  MEIMEI
 


(Recebida por Célia X. de Camargo, em Rolândia-PR, em 12/3/2012.)


 


 


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