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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 253 - 25 de Março de 2012

GUARACI DE LIMA SILVEIRA
glimasil@hotmail.com
Juiz de Fora, MG (Brasil)

 

A outra face da moeda


Quando foi que surgiu o capitalismo? No final do feudalismo ou no período de industrialização no Ocidente? E o que é o capitalismo? Uma propriedade privada e com fins lucrativos ou um sistema onde apenas a maioria dos meios de produção está em mãos privadas? Assim os pensamentos se divergem. O fato é que o sistema capitalista invadiu o Ocidente e grandes países do Oriente sentem-se compelidos a adotarem-no em seus regimes econômicos a fim de fazer escoar suas produções. O BRIC existe hoje em função desta possibilidade capitalista. Brasil, Rússia, Índia e China, países emergentes, se unem para fazerem-se representar no mundo das finanças, atraindo compradores e aumentado o PIB, fomentando seus crescimentos socioeconômicos. Acontece que, a par de tudo isto, as bolsas de valores dão sustos e mais sustos nos investidores financeiros. Bancos vão à deriva e nações anunciam impossibilidades de solvências, quebrando antigos paradigmas e hegemonias. Isto também não poderia ser considerado como o fim do mundo? Num processo em que nações se levantam contra nações e que sinais de desespero pipocam no planeta, desestabilizando-o? O que será de nós sem a “segurança” capitalista que prega crescimentos, vantagens, enriquecimentos e prazeres? Junto às catástrofes geofísicas anunciadas, o processo socioeconômico do planeta não anuncia também outra catástrofe? Coisa para estudiosos. Coisa para sensatos. Coisa para se recolher e meditar.

Dizem que a primeira moeda cunhada foi um pedaço de couro de boi. Cada pedaço, com a marca do proprietário, significa uma cabeça de boi, facilitando assim transações mercadológicas quando o bovino era envolvido. Quanto tempo tem isto? Hoje trocamos mercadorias por moedas tanto cunhadas quanto impressas e elas trazem o símbolo da nação que a emite, tendo como garantia as riquezas do tesouro nacional. Isto condiz com a realidade? Será mesmo que se juntássemos todas as moedas e cédulas brasileiras teríamos o seu quantum representado em algum cofre nacional? O capitalismo é mesmo uma travessia perigosa em terreno pantanoso sobre um fio de aço. É um jogo que se ganha e se perde. Que se enriquece ou empobrece, mas que permitiu avanços científicos e tecnológicos do planeta, bem como o ornamentou com as produções cada vez mais sofisticadas proporcionadas pela lei de mercado. Coisas que interessam a todos os viventes. Mas e a dívida trilionária da grande potência chamada Estados Unidos da América? E a Europa com suas agruras financeiras? Imaginem um colapso mundial do capitalismo. O que seria dos países e seus cidadãos?

Immanuel Wallerstein, nova-iorquino, é hoje um dos mais influentes sociólogos dos Estados Unidos. Acaba de lançar seu livro: “O Declínio do Império Americano”. Nota-se que aquele estudioso usa da sensatez para analisar o tempo atual, mostrando que estamos num momento histórico de bifurcação. Ou avançamos para “O Espírito de Davos” ou para o “Espírito de Porto Alegre”. Nada a ver com nossa capital situada no sul do Brasil. Apenas uma denominação dada pelo sociólogo. Por “Espírito de Davos” ele coloca um capitalismo hierarquizado, explorador e polarizado. Por “Espírito de Porto Alegre” ele coloca um capitalismo onde todos queiram um mundo relativamente democrático e relativamente igualitário. Diz ele: “... esta é a bifurcação atual que o mundo está percorrendo, assim será até que um dia ele irá mudar e um caminho ou outro será tomado e estaremos em um novo sistema. Não sei o nome. Não importa o nome...”.

Aqui podemos refletir sobre o tal do fim do mundo. Notamos que as estruturas sociais estão em profunda transformação, mudando ciclo, adequando as sociedades para novas maneiras de pensar e agir. Quando algo se transforma, transforma para continuar e não para acabar. O eminente sociólogo diz que: “A história não está do lado de ninguém apesar de muitas pessoas acharem que a história está do lado delas. A história é o resultado do que fazemos nos momentos de crise estrutural como este”. Interessante a colocação. Vem ao encontro do axioma da lei de causa e efeito. Estamos cunhando em nós e no social o que desejamos viver aqui e alhures. Contudo, é sempre bom lembrar que o mundo tem uma direção espiritual. Esta direção segue os ciclos planetários. Se até aqui nos foram possíveis certos experimentos dentro das nossas possibilidades de livre arbitrar, pode ser que esta crise seja um chamamento de nossas atenções para posturas outras que interajam com as propostas da espiritualidade para o mundo em que vivemos. Mais uma vez colocamos que não é o fim do mundo. É um fim de ciclo.

Segundo ele, o fim da hegemonia estadunidense anuncia a desintegração do sistema capitalista, citando exemplos que ocorrem em toda a parte, inclusive a implosão do Sistema Europeu, hoje em pleno declínio. Afirma que: “O período que estamos entrando de caos total dará lugar a um novo sistema que não se sabe se melhor ou pior que o atual”. Há uma parte em suas considerações que nos coloca a todos como partícipes ativos do processo. Ele diz: “Vivemos numa época privilegiada na qual pequenas ações individuais podem ter consequências históricas”.

A história nos mostra que nos séculos passados, principalmente o XIX e o XX, o estado era a unidade onde as coisas aconteciam. Atualmente os cidadãos começam a interagir mais contribuindo positiva ou negativamente no processo. Ou seja: é o momento de opinar, de fazer, de transformar. É o início da maturidade individual. O início da seleção. De escolhermos qual o caminho desejamos seguir.

O homem torna-se ser em pleno processo de individuação propagado por Carl Gustav Jung. O homem torna-se senhor de ações e não mais simples executor de ordens. Contudo, para se eleger assim é necessário amadurecimento pessoal. Hoje, com o processo da intercomunicação global, pode-se participar de grandes fóruns de debates. Estudar em Universidades seculares e conhecidas como Oxford, Cambridge, Sorbonne, Harvard, Princeton, entre outras. Pode-se comunicar com pesquisadores de todas as latitudes. As propostas educativas daqueles estabelecimentos privilegiam debates entre os estudantes e não apenas matérias e ideias passadas a partir de um mestre, incutindo nos alunos suas propostas diretivas.

Novos Espíritos para novos tempos. Altamente preparados na espiritualidade renascem aos montes para mudarem a face do planeta. Aplausos para todos os que contribuíram até aqui para o crescimento da ideologia planetária. Porém o progresso exige transformações. E eles, os construtores do novo tempo, estão reencarnando em massa. A princípio dedicam-se às mudanças estruturais dos sistemas vigentes no mundo. Após, virão aqueles com propostas de mudanças no âmbito dos comportamentos individuais e coletivos. Assim é que Deus nos educa, para nossas solturas cósmicas. Após a globalização virá a intercomunicação no sistema como um todo, onde residem civilizações mais adiantadas que contribuirão sobremodo para os ajustes necessários aos habitantes da Terra.

O cético pode rir de tudo isto. A espiritualidade já nos informou que assim seria. Basta, contudo, pensarmos nos avanços alcançados por esta humanidade a partir do homem das cavernas até nossa atualidade. Tudo seguiu a uma sequência lógica dentro dos acontecimentos. E a vida não pode parar. A evolução é proposta divina. O progresso é para todos.

Gradativamente a cartografia do Universo vai penetrando nossas vidas diárias. Programas e aplicativos vêm sendo comercializados a custos pequenos, o que nos induz a situar-nos dentro do complexo cósmico. Assunto que até pouco tempo era restrito a áreas acadêmicas hoje penetra com facilidade os lares, interessando públicos dos mais variados níveis. É o terráqueo preparando-se para a nova era. É a Terra iniciando seu processo de regeneração a partir dos seus habitantes em franco processo regenerativo. É a proposta. É o final dos tempos passados. Às vezes pensamos em como seria uma desmontagem do atual sistema econômico para um mais igualitário e democrático, como propõe o Dr. Immanuel Wallerstein. Ele mesmo nos diz que existe hoje cerca de oito a nove potências mundiais, sendo o Brasil a potência da América do Sul. Ora, essas potências começam a interagir entre elas, agendando-se e participando do topo da pirâmide. Assim os lucros vão se distribuindo e a pirâmide vai sendo desmontada aos poucos, com certeza até um nível onde será possível igualar os povos e as nações. É um caminho? É uma proposta? Pode ser. Compete-nos sempre pensar que somos guiados por mentes superiores, ministros de Jesus, sábios e eficientes que, ao longo do tempo, nos têm intuído sobre os melhores caminhos, deixando-nos sempre as possibilidades dos experimentos. Aquele sociólogo nos dá bem uma prova disto: “O sistema capitalista não faz mais dinheiro. Os capitalistas só conseguem hoje especular. A especulação tem limite e estamos chegando nele neste momento, em toda a parte”.

É mesmo o processo de desmontagem de um sistema e a adequação a outro que virá, que construiremos, que necessitaremos. Onde estão as riquezas do mundo? Estão na natureza que as prodigalizam a todos. Quem sabe no novo sistema não transformemos riquezas, repassando-as dentro de um sistema democrático e igualitário? Hoje se pensa em ganhar dinheiro, guardar dinheiro para um suposto futuro. Ora, o futuro é espiritual, mesmo estando encarnado. Então as riquezas materiais perderão o valor hoje a elas atribuído, premiando as riquezas do conhecimento, da ética e da moral. Este o grande passo. O grande avanço social. Todos vivendo bem. Todos interagindo por sistemas cada vez mais sofisticados e, respeitando esses sistemas, sem inoculá-los com propostas doentias ou travessas, mentirosas e ruidosas.

“Devemos criar processos econômicos que não transformem tudo em mercadoria”. O Dr. Immanuel Wallerstein dá aqui um recado de absoluta importância. O hábito mercadológico necessita revisão. Bens e serviços na medida adequada desfavorecem o consumismo. Consumismo nada mais é que aflição do ego inferior na tentativa de interpor-se pela sofreguidão da sua inferioridade. Hoje se adquire quinquilharias a altos custos. Marcas e grifes que apenas servem para enaltecer socialmente personas em desalinho. Mas o projeto divino é superior a tudo isto. “Queremos que o crescimento seja um objetivo em si para um bom padrão de vida. Deve-se pensar sobre isto e deve haver uma tentativa de criá-lo”. Diz ainda o sociólogo citado.

A Terra será dos mansos e pacíficos nas palavras de Jesus. A mansuetude e a paz reinarão nalgum tempo, com certeza. Que os pregoeiros do caos físicos e sociais diminuam seus falares, pensem um pouco e se tornem elementos positivos na construção de um tempo melhor. O apocalipse é individual. Cada qual o sofrerá ou não. Cabe a cada um escolher, pois que, com absoluta certeza, a Terra sobreviverá por mais alguns bilhões de anos e continuará abrigando povos e nações, mais felizes, mais equânimes, superiores e progressistas.



 


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