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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 5 - N° 252 - 18 de Março de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 6)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Que é que o enfermeiro Cândido quis dizer com a expressão “enxugador de lágrimas”?

Cândido referia-se assim ao livro de Kardec O Evangelho segundo o Espiritismo, que ele consultava sempre que a dor lhe batia à porta. E foi o que fez para conforto de Rafael. Este, a pedido do enfermeiro, abriu o livro ao chamado acaso e Cândido leu, com ênfase e unção, a página de luz que respigava bálsamo e conforto moral sobre o ouvinte sucumbido. (Tramas do Destino, cap. 10, págs. 85 e 86.)

B. O que a prece produz naquele que ora?

A prece refrigera, acalma e encoraja. Ela nem sempre modifica as coisas, todavia, sempre nos modifica, ajudando-nos a ver e entender os acontecimentos pelo ângulo correto, através do qual deve ser examinado. E isto é o que importa, porque não é válido que Deus nos afaste os obstáculos, quanto é sábio que nos dê meios para os afastar. (Obra citada, cap. 10, págs. 87 a 89.)

C. Em que momento e de que modo o homem se libera dos erros?

Quando o homem se resolve mudar interiormente, deixando que lhe caiam dos olhos as escamas da cegueira moral, tem início a sua libertação. Não foi por outra razão que Jesus, quando socorria os enfermos que o buscavam, os incitava à mudança de comportamento, fixando cada qual no amor, para poupar-lhes ocorrências piores do que aquelas de que se vinham libertar. Mas o homem somente se libera dos erros quando os resgata, na redenção pela dor ou na ascensão pelo amor, mediante o bem que faça. (Obra citada, cap. 10, págs. 87 a 89.)

Texto para leitura

34. O médico fala energicamente a Rafael - O tratamento de Lisandra cor­reu como previsto, e o Dr. Armando, que a assistia em casa, surpreendeu-se com a sua boa disposição orgânica, em contraste com o problema psí­quico. O quadro parecia marchar para a loucura irremediável. Sem nada informar à esposa, ele resolveu manter uma entrevista com Rafael, a fim de prepará-lo para o que espe­rava ser, em futuro próximo, um desfecho fatídico. Nada falaria, porém, acerca da hanseníase de Lisandra. Na pri­meira oportunidade, o médico mandou chamar Rafael e, sem maior delonga, foi direto ao assunto: "Não estou autorizado pela família – informou, conciso – para o que lhe vou narrar. Faço-o com a minha responsabili­dade e consciência médica. Possi­velmente, os seus aguardam que se modi­fiquem os estados atuais, pou­pando-o de dissabores... Talvez não se deem conta da gravidade da ques­tão..." Rafael perguntou de que ele falava e o médico esclareceu que fa­lava de Lisandra: "Está enferma mentalmente, a caminho de séria aliena­ção. Desejo, porém, esclarecer-lhe que qualquer atitude violenta, irres­ponsável, de sua parte, poderá  acarretar seu desenlace, em lamentável estado, num Manicômio. Procure refletir de forma edificante e benéfica, e contribua sem o egoísmo que o carcome". Dr. Ar­mando disse, então, com toda a franqueza, a Rafael sobre a maneira com que ele próprio agia com a filha e seus familiares em face de sua enfer­midade: "Tem-lhe escrito? Que lhe fala? Quais as esperanças que lhe transmite e as consolações que a ela e aos demais lhes dá?" O médico lhe disse, nesse ensejo, verdades irretorquíveis que ele, até então, se re­cusara aceitar, esquecido de que o isolamento não é somente de quem se recolhe ao tratamento no Hospital, e que sua família, não somente ele, também sofria em face de seu drama pessoal. (Cap. 10, págs. 83 e 84) 

35. O "enxugador de lágrimas" - "Ninguém nunca me falou assim", revidou Rafael, colérico. Dr. Armando, sem qualquer receio, respondeu: "Pois é tempo de que alguém o faça. Aliás, isto é coisa que eu deveria ter feito antes, como responsável por esta Instituição e pelo bem-estar de todos, e não apenas do senhor..." A imagem da filha num Manicômio fez Rafael estremecer. Deu-se, então, conta da leviandade e da falta de amor real para com os seus. Viu, mentalmente, a esposa debilitada pela sucessão dos infortú­nios, a irmã, o filho, e chorou muito, sem poder estancar as lágrimas, pois se recordou de que suas cartas eram sempre portadoras de fel e veneno, jamais de consolo. Mais humilde ante a dor, inquiriu se a situação de Lisandra era grave. O médico respondeu afirmativamente. Rafael fez-lhe um resumo das distonias de que a filha fora vítima ante­riormente à sua internação no Hospital, ante o olhar atento do Dr. Ar­mando. A narração, repassada de sentimento, funcionou como proveitosa catarse, como um dreno psí­quico. Aquele homem de caráter difícil jamais expusera seus problemas a quem quer que fosse, e, por isso, emparedava-se nas opiniões infelizes, decorrentes das autoanálises tormentosas a que se impunha, sem uma vi­são clara. O médico, finda a narrativa, convo­cou-o a uma salutar mudança de atitude e prometeu-lhe ajuda e amizade. O pai de Lisandra saiu dali cambaleante, com a alma em frangalhos, quando alguém o chamou, de longe, com insistência. Era Cândido, o enfermeiro espírita, que notou a palidez de Rafael. Logo o amigo inteirou-se dos motivos da tristeza do interno. Lisandra estava enferma da mente! "Ora, meu amigo, onde está  sua con­fiança em Deus? Já  orou, rogando ajuda?", indagou-lhe Cândido, que em seguida convidou-o a ir com ele até à enfer­maria, na sala de curativos. Fechada a porta, ele retirou de uma gaveta um exemplar d' O Evangelho segundo o Espiritismo, de Kardec. "Eis aqui o meu enxugador de lágri­mas", informou o enfermeiro, com grave acento na voz. Rafael abriu o livro ao chamado acaso e Cândido leu, com ênfase e unção, a página de luz que respigava bálsamo e conforto moral sobre o ouvinte sucumbido. (Cap. 10, págs. 85 e 86) 

36. Como o plano espiritual nos ajuda - Cessada a leitura edificante, que carreou para o am­biente forças sutis do Mundo Invisível, Cândido orou, pedindo a Rafael que o acompanhasse em silêncio. A prece, partida das nascentes do cora­ção a fluir na direção do Pai, caldeava as energias puras das Divinas Concessões e retornava como poderoso agente restaura­dor. Ato contínuo, impelido pelo desejo de ajudar, aplicou-lhe passes refazentes, após o que, gentil, interrogou: "Então, como se sente?" Ra­fael declarou-lhe que se sentia melhor, como jamais havia ocorrido an­tes. "Algo inexplicável infunde-me paz e fé, conforto, quase alegria, pela primeira vez, nestes tristes, demorados anos de minha existência", acrescentou o hanseniano. Era o efeito da prece, que refrigera, acalma e encoraja, disse-lhe Cân­dido. "A prece nem sempre modifica as coisas, to­davia, sempre nos modi­fica, ajudando-nos a ver e entender os aconteci­mentos pelo ângulo cor­reto, através do qual deve ser examinado. E isto é o que importa. Não é válido que Deus nos afaste os obstáculos, quanto é sábio que nos dê meios para os afastar..." Depois de ligeiro momento de silêncio, Rafael pediu a Cândido lhe emprestasse aquele livro. "Talvez ele seja a solução para o que se passa comigo e com os meus", acrescen­tou. Cândido foi pe­remptório: "Será  a solução, sim. Recorde-se, entre­tanto, de que tudo continuará  como antes, ou, talvez, piore... Você, po­rém, verá  tudo me­lhor, saberá  os porquês das coisas, conhecerá  as fórmu­las da resignação e da coragem, que solucionarão as dificuldades que o maceram e lhe aumen­tam o fardo das atuais provações". Rafael tornou a dizer: "Espero poder recomeçar a vida, diminuir as consequências dos meus erros, modificar-me, ajudar. Nesse momento experimento o desanuviar da minha mente. Pa­rece-me que estou emergindo das sombras, atraído por poderosa e bela claridade..."  Era D. Adelaide, mercê de Deus, a real autora daqueles acontecimentos oportunos. Fora ela quem inspirara o Dr. Armando e o con­duzira no diálogo com o genro, e foi também ela quem in­duzira Cândido a acercar-se do local, no momento certo, guiando a mão do enfermo ao abrir o livro e ajudando o enfermeiro na aplicação do passe. Foi preciso que a dor voltasse a fustigar-lhe o espírito, em dimensão imprevisível, para que Rafael sacudisse dos ombros a carga revel que o dominava no reino das paixões inferiores. Não se operou nele uma trans­formação miraculosa, nem seria justo que isso acontecesse. Havia, isto sim, uma disposição nova, e quando o homem se resolve mudar interior­mente, deixando que lhe caiam dos olhos as escamas da cegueira moral, tem início a sua liberta­ção. Não foi por outra razão que Jesus, quando socorria os enfermos que o buscavam, os incitava à mudança de comporta­mento, fixando cada qual no amor, para poupar-lhes ocorrências piores do que aquelas de que se vin­ham libertar. O homem somente se libera dos erros quando os resgate, na redenção pela dor ou na ascensão pelo amor, mediante o bem que faça. (Cap. 10, págs. 87 a 89) 

37. A influência obsessiva - O abalo moral que a notícia da alienação de Lisandra pro­duziu em Rafael levou-o ao leito. O sistema nervoso, desgo­vernado por muito tempo, não suportou a carga do desespero, causando-lhe transtornos psíquicos e físicos. A hanseníase, cujos fatores predispo­nentes se con­centram nos recônditos do espírito culpado, ao desconcerto da emotivi­dade que depauperou o organismo, fez-se mais danosa, aumen­tando o pro­cesso degenerativo das células, com resultados dolorosos. Sem forças para a recomposição interior, ele deixou-se sucumbir pelo desa­lento. A irascibilidade, por muitos anos não disciplinada, cedia lugar ao pessi­mismo, fruto da revolta incontida. Ele jamais, na Colônia, saíra de si mesmo, para distender a solidariedade da afeição junto aos compa­nheiros de infortúnio. Fechara-se na concha de aço do egoísmo, como se fosse um inocente inditoso, colhido pela artimanha das leis da impie­dade. O egoísmo, sem dúvida, é a sórdida masmorra dos orgulhosos, que a preferem até quando a alucinação os vence. Num reduto de sofrimentos co­letivos há sempre alguém mais vencido que necessita de auxílio frater­nal, em cujo cometimento o benfeitor se transforma numa fímbria de luz, esparzindo esperança. E enquanto conforta, consola-se; ao iluminar, cla­rifica-se. Cândido instou com o enfermo no sentido da autorrenovação. Passados, po­rém, os primeiros momentos da cariciosa aragem espiritual, experimentada após a prece e o passe, Rafael não mais se animara a vol­tar a ler o "Livro da Vida". Ele tombara nas ganas de ardilosa vingança que lhe im­punham vítimas do passado, especialmente uma delas, ora em hospedagem psíquica de caráter obsessivo. A entidade perniciosa comprazia-se em inspirar-lhe ódio contra si mesmo, produzindo-lhe evocações mentais perturbantes e interferindo em seu psiquismo. (Cap. 11, págs. 91 e 92) (Continua no próximo número.)
 



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita