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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 251 - 11 de Março de 2012

GUARACI DE LIMA SILVEIRA
glimasil@hotmail.com
Juiz de Fora, MG (Brasil)
 

Matando o tempo


Especialistas e interessados no assunto informam que na atualidade o tempo é um estudo especialmente quente na Física. A procura de uma teoria unificada força os físicos a emitir diversas opiniões sobre essa matéria. Existem físicos que afirmam que não existe algo como o tempo. Outros existem, contudo, que defendem a ideia da existência do tempo como fundamento e que não deveria ser rebaixado. O que se sabe é que essas ideias são debatidas desde os pré-socráticos. E o pessoal das ciências formula propostas e mais propostas. Há quem diga que o tempo é uma curvatura do espaço formando cenários de eventos. Bem, de uma forma ou de outra, o fato é que vivemos em tempos macros e micros que passam e se esvaem.

Craig Callender, professor de filosofia da Universidade da Califórnia em San Diego, Estados Unidos, coloca que: “O tempo provê uma ordenação completa de todos os eventos no mundo. A simultaneidade é absoluta – fato independente do observador. Além disso, o tempo deve ser contínuo, de modo que possamos definir a velocidade e a aceleração”.

Certo dia, numa aula de evangelização da mocidade, Cristina Luch perguntou a um palestrante se o tempo de três anos que Jesus utilizou para Suas convivências públicas e Seus ensinamentos e feitos foi previsto anteriormente ou se seguiu a uma ordem natural dos eventos. Todo mundo calou frente a tão profunda pergunta. O palestrante, antigo na arte da retórica, entendeu que teria pouco tempo para responder com justiça e sabedoria àquela adolescente que provavelmente surgiu das brumas de uma colônia espiritual de estudos.

– Sim. Todo o tempo de Jesus foi previsto. Desde o momento em que decidiu encarnar entre os humanos até o instante da Sua ascensão, de volta aos planos que habita.

E o que levou o palestrante à convicção da sua resposta? Exatamente a lógica existente na taxação dos tempos destinados a cada evento. Ora, ao sairmos de casa para uma tarefa, temos o tempo próprio a ela. A hora da consulta, da aula, da viagem. A hora do mercado, da loja, dos eventos sociais. Tudo é definido antes e tudo deve ocorrer dentro daquela previsão de tempo que não sofre solução de continuidade. Se não cumprirmos a proposta previamente estabelecida, o tempo correrá independente. E é aí que necessitamos parar e refletir. Voltando à afirmativa de Craig Callender de que “o tempo provê uma ordenação completa de todos os eventos do mundo”, compete-nos igualmente prover nossas justas adequações ao tempo de que dispomos.

Muitos encarnados esquecem-se disto e deixam a vida correr à solta, iludidos que se acham na esteira do tempo. Quantos são convidados para as tarefas de adaptação espiritual e preferem as tormentas incendiárias das volúpias desalinhadas, deixando para depois o tempo dos ajustes. E o fazem sem ao menos saberem do tempo que lhes resta. Uma encarnação é preparada, pensada, repensada. O encarnado traz consigo não só os deveres sociais da automanutenção e garantias da sobrevivência da espécie. Traz também um projeto de aperfeiçoamento. Provavelmente, todos os encarnados são devedores, em determinadas escalas, junto às leis naturais do universo.

O tempo passa a ser nosso aliado por facultar-nos constantes vivências. Com elas surgem as oportunidades de ajustes e ampliação dos conhecimentos e, dos efeitos dessas ações permanentes, avaliações necessárias para a continuidade dos nossos sãos crescimentos. Será que agimos assim? Ou temos matado o tempo a bel-prazer, como senhores indébitos de um relógio que não está em nossas mãos?

As enciclopédias colocam que as ampulhetas eram frequentemente utilizadas em navios, igrejas e, no início da utilização do telefone, para contar o tempo despendido numa chamada. Esta prática era comum em algumas casas comerciais. Vejamos o símbolo de uma ampulheta colocada sobre uma mesa enquanto alguém conversava ao telefone. Com certeza reduzia palavras, tornando-se mais objetivo para pagar menos pela ligação. A objetividade é, pois, corolária do tempo. Sendo assim, não seria de bom alvitre sermos objetivos no transcurso das nossas encarnações? Todos retornaremos aos planos espirituais. Em lá chegando teremos que avaliar o que fizemos e o que deixamos de fazer. Os espíritas, em especial, terão muito o que dizer das suas administrações, uma vez que muito recebem por aqui. Sabemos que as ampulhetas foram muito utilizadas na arte para simbolizar a transitoriedade da vida. A morte, por exemplo, é muitas vezes representada como um esqueleto com uma foice numa das mãos e uma ampulheta na outra.

O filósofo francês Mauriece Merleau-Ponty argumenta que a tendência que temos de acreditar que o tempo flui é resultado de esquecer de colocarmos a nós mesmos e nossas conexões com o mundo no quadro geral. De acordo com o filósofo, o tempo passa para os outros e não para nós e vamos vivendo nesta ilusão. De repente olhamos no espelho e vemos outra face, outros cabelos, onde rugas e esbranquiçamentos destoam daquela aparência juvenil que acreditamos ainda possuir. E então dizemos, vencidos:

É, o tempo passou!

E lá vamos nós questionar a Deus, achando ser Ele o responsável por aquele absurdo, por aquela ação repentina do tempo, por aquela situação indesejada, culpando-O de ter se esquecido de nós, de não ter nos alertado no tempo certo, ajudando-nos a nos servir melhor do tempo que Ele próprio nos concedeu para aquela encarnação, para aquele evento de magna importância. A espiritualidade coloca sabiamente no livro Pontos e Contos, de Irmão X, na psicografia de Chico Xavier que:

Deus nunca te esqueceu. Foste tu que lhe esqueceste as bênçãos no caminho do mundo. Cuidaste apenas de matar o tempo e o teu tempo agora permanece morto. Trabalha para ressuscitá-lo, meu amigo, perante a bondade do Senhor. As lutas do coração desfazem as trevas que rodeiam a alma. Não esqueças a longa estrada que ainda tens de percorrer...

Assim, para os tempos macros, não existem aposentados, nem aposentadorias e muito menos fixações a elas. Não existem tempos ermos nem tempos para matar. Na esteira geral do tempo do universo estamos todos inseridos, portanto, muito temos que realizar. Nascer, morrer e renascer na Terra é Lei, segundo anotações de Kardec e não basta nascer e renascer somente, pois: “As formas fazem e se desfazem todos os dias”, segundo Áulus, mentor de André Luiz. Aproveitemos enquanto é tempo. Diz o poeta que: “É tempo de saber que o tempo não tem tempo para esperar o seu tempo de dormir e brincar...”. Assim sendo, que venham as auroras e os crepúsculos e que neles estejamos em plenas atividades salvaguardoras das nossas sadias realizações e crescimentos espirituais. Para isto fomos criados por Deus para a imortalidade que nos permeia.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita