WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 250 - 4 de Março de 2012

FERNANDA LEITE BIÃO
fernandabiao9@hotmail.com
Belo Horizonte, Minas Gerais (Brasil)
 

O adoecimento das (nas) relações interpessoais


Em meio à vasta rede de relações que os sujeitos experimentam, em que vivenciam suas histórias de vida, a socialização é o caminho para a construção da convivência interpessoal.

Marca imperativa, dentre os primeiros lampejos de vida, ainda mesmo quando crianças, a socialização com os primeiros pares (pais e cuidadores) é de grande importância para o desenvolvimento físico e psíquico. Primeiros passos para o conhecimento do outro e de si mesmo. Primeiros passos para as primeiras manifestações das escolhas e, quem sabe, o ensaio para o respeito das diferenças e dos diferentes.

Assim, é no seio familiar em que as primeiras experiências significativas e primárias de socialização são vivenciadas e, com tais experiências, a possibilidade dos primeiros contornos de personalidade e de reconhecimento do Eu se tornarem possíveis. Sentimentos e emoções, autoconhecimento e os primeiros nós existenciais também podem ser encontrados nesse momento.

Aos nós existenciais chamo aquelas situações traumáticas e/ou repetitivas em que os sujeitos são inseridos e que, embora sirvam de ensejo para se desenvolver algum tipo de aprendizado no campo do sentimento, atuam também como um fenômeno paralisante em relação ao Outro, uma dificuldade para o estabelecimento de relações atuais e vindouras, o que impossibilita o ser vivente de enfrentar os desafios e as oportunidades de crescimentos de novas relações interpessoais.

Em outras palavras, o medo e a desconfiança se tornam companhia constante, em detrimento da possibilidade de crescimento que mudanças em relações aos Outros pode trazer. É o velho que esbarra no novo a todo o momento. E quanto incômodo pode ser sentido e traduzido por meio de um corpo falante, de uma mente pensante e sentimentos transformados em armaduras protetoras de si mesmo e do outro. Daí nascem os questionamentos, dentre os quais se destaca esta indagação: como vai sua vida de relações?

Ando por vários lugares a escutar murmúrios e o queixume da dor nascida dos conflitos. Dor que corta para além de lugares palpáveis. Corações que choram sem cessar. Sentimentos sem nomes, emoções silenciosas e barulhentas. A necessidade de compreender a dor que lateja. A que veio a dor? O que ela quer me contar?

Vejo o quanto se relacionar é um padecimento e a enfermidade atual é gostar. Padecem almas que não escutam a si mesmas, em meio a uma sinfonia interior, lastreada pelo grito que teima em sair. Quem as ouve? Quem se ouve? Quem ouve quem?

Deseja-se o sonho do amor impossível, aquele que calou a alma e a modelou, docilizando os sentimentos alheios, a responder a uma necessidade que talvez seja somente uma fantasia, uma crença sobre a forma mais bonita de ser amado e de ser correspondido nas próprias necessidades.

As necessidades sempre existirão, motivo por que se deve perguntar se a própria necessidade não violenta a possibilidade de receber o Outro, ou seja, de estar aberto para o que o mundo circundante tem a lhe oferecer. Se eu não quero, tenho de aprender a dizer a palavra mágica – “não” –, ser livre e sustentar a escolha de não querer. E, por falar em liberdade, parafraseando Sartre, estamos condenados a ser livres. Concordo com esse brilhante filósofo e reitero suas palavras, afirmando que estamos também condenados a nos relacionarmos. Que tal começar a pensar nisso?

 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita