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Clássicos do Espiritismo
Ano 5 - N° 249 - 26 de Fevereiro de 2012
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


O Espiritismo perante a Ciência

 Gabriel Delanne

(Parte 42)

Damos continuidade nesta edição ao estudo do livro O Espiritismo perante a Ciência, de Gabriel Delanne, conforme tradução da obra francesa Le Spiritisme devant la science, publicada originalmente em Paris em 1885.

Questões preliminares

A. Em que consistem os fenômenos de transporte?

Dá-se esse nome aos fenômenos pelos quais um objeto qualquer é conduzido pelos Espíritos de um lugar para outro. Para se obterem fenômenos dessa ordem, é preciso contar com médiuns que Erasto chamava de sensitivos, ou seja, dotados no mais alto grau das faculdades medianímicas de expansão e penetrabilidade, porque o sistema nervoso desses médiuns, facilmente excitável, lhes permite, por meio de certas vibrações, projetar em torno, com profusão, fluido animalizado. (O Espiritismo perante a ciência, Quinta Parte, Cap. III – Médiuns videntes e médiuns auditivos.)

B. O fluido vital, que é fornecido pelos médiuns, é essencial à produção do fenômeno de transporte?

Sim. O fluido vital é, segundo Erasto, necessário à produção de todos os fenômenos medianímicos. (Obra citada, Quinta Parte, Cap. III – Médiuns videntes e médiuns auditivos.)

C. Os fatos são realmente úteis para convencer os incrédulos?

São úteis, mas, se não houvesse outros meios de convicção, o Espiritismo não teria hoje a centésima parte dos adeptos que tem. Por causa disso, Erasto propõe-nos: “Falai ao coração; é por aí que fareis as mais sérias conversões. Se acreditais seja útil, para certas pessoas, agir pelos fatos materiais, apresentai-os, ao menos, em circunstâncias tais que não possam dar lugar a falsas interpretações; é preciso, sobretudo, que não vos afasteis das condições normais dos fatos, porque os fatos apresentados em más condições fornecem argumentos aos incrédulos, em vez de convencê-los”. (Obra citada, Quinta Parte, Cap. III – Médiuns videntes e médiuns auditivos.) 

Texto para leitura 

931. Vejamos agora algo sobre os fenômenos de transporte (apport), quando um objeto qualquer é conduzido pelos Espíritos de um lugar para outro. Nessas experiências, convém operar com pessoas absolutamente idôneas e em locais conhecidos pelos experimentadores. Tais recomendações têm por fim acautelar os espíritas contra as fraudes, que nunca faltam, quando se trata de fatos extraordinários.

932. Sobre o assunto tenhamos em mente o conselho do Espírito de Erasto, que assim se manifestou sobre os transportes: “É preciso, necessariamente, para se obterem fenômenos dessa ordem, contar com médiuns, a que chamarei sensitivos, ou seja, dotados no mais alto grau das faculdades medianímicas de expansão e penetrabilidade, porque o sistema nervoso desses médiuns, facilmente excitável, lhes permite, por meio de certas vibrações, projetar em torno, com profusão, fluido animalizado”.

933. Segundo Erasto, as naturezas impressionáveis, as pessoas cujos nervos vibram ao menor sentimento, à mais leve sensação, que qualquer influência moral ou física, interna ou externa, sensibiliza, são indivíduos muito aptos a se tornarem excelentes médiuns para os efeitos físicos de tangibilidade e transporte. Com efeito, seu sistema nervoso, quase inteiramente desprovido do invólucro refratário, que isola esse sistema na maior parte dos encarnados, torna-os próprios ao desenvolvimento desses diversos fenômenos.

934. Em consequência, com um sensitivo dessa natureza e cujas outras faculdades não sejam hostis à entrada no estado mediúnico (ou a mediunização), obter-se-ão mais facilmente os fenômenos de tangibilidade, as pancadas nas paredes e nos móveis, os movimentos inteligentes e mesmo a suspensão no espaço da mais pesada matéria inerte.

935. Ocorre que da produção desses fenômenos à obtenção dos transportes há uma grande distância, porque no fenômeno de transporte não somente o trabalho do Espírito é mais complexo, mais difícil, mas muito mais que isso: o Espírito só pode operar por intermédio de um único aparelho mediúnico, isto é, vários médiuns não podem concorrer simultaneamente para a produção do mesmo fenômeno.

936. Acontece também que, ao contrário, a presença de certas pessoas antipáticas ao Espírito que opera pode entravar radicalmente sua operação. A esses motivos, acrescente-se que os transportes necessitam sempre uma maior concentração e ao mesmo tempo maior difusão de certos fluidos e que, enfim, eles só podem obter-se com os mais bem dotados médiuns, aqueles, numa palavra, cujo aparelho electromediúnico seja mais bem condicionado.

937. Em face do exposto, os transportes são e permanecerão excessivamente raros. Ademais, esses fenômenos se revestem de tal natureza que, nem só todos os médiuns não são próprios a sua produção, como os próprios Espíritos não os podem, todos, produzir.

938. É preciso que entre o Espírito e o médium influenciado haja certa afinidade, certa analogia, em uma palavra, certa semelhança, que permita à parte expansível do fluido perispirítico do encarnado unir-se, combinar-se com a do Espírito que quer fazer um transporte. Essa fusão deve ser tal que a força resultante se torne, por assim dizer, uma – como acontece com as duas porções de uma corrente elétrica, agindo sobre o carvão, que produzem um só foco, uma claridade única.

939. Por que essa união? Por que essa fusão, perguntareis? É que, para a produção desses fenômenos é preciso que as qualidade essenciais do Espírito motor sejam aumentadas com algumas das do mediunizado, já que o fluido vital, necessário à produção de todos os fenômenos medianímicos, é apanágio exclusivo do encarnado e, por consequência, o Espírito operador é obrigado a impregnar-se dele. Só então ele pode, com o auxílio de certas propriedades do meio ambiente, isolar, tornar invisíveis e fazer moverem-se certos objetos materiais e os próprios encarnados.

940. Além das dificuldades inerentes a esse classe de fenômenos, Erasto diz que os Espíritos a eles se prestam muito pouco, pois que motivam da parte deles um trabalho quase material, o que lhes constitui um aborrecimento e uma fadiga. Por outro lado, acontece ainda isto: é que muito frequentemente, apesar de sua energia e de sua vontade, o estado do próprio médium lhes opõe uma barreira intransponível.

941. Se os fatos tangíveis que consistem na produção de pancadas, movimentos e suspensão, são fenômenos simples, que se operam pela concentração e dilatação de certos fluidos, e podem ser obtidos pela vontade e o trabalho dos médiuns que sejam aptos a produzi-los, quando estes são secundados por Espíritos amigos e benévolos, os fenômenos de transporte são múltiplos, complexos, exigem o concurso de circunstâncias especiais, não podem operar-se senão por um único Espírito, um só médium, e necessitam, afora as condições da tangibilidade, uma combinação toda particular para isolar e tornar invisível o objeto ou os objetos que constituem o motivo do transporte.

942. Para resumir: se os fatos de tangibilidade são frequentes, os de transporte são muito raros, porque as condições são muito difíceis; por consequência, nenhum médium pode dizer “a tal hora e em tal momento, obterei um transporte”, porque, muitas vezes, o próprio Espírito se vê impedido de o fazer.

943. Acrescente-se ainda que tais fatos são muito difíceis em público, visto que aí se encontram, quase sempre, elementos energicamente refratários, que paralisam os esforços do Espírito e, com mais forte razão, os do médium.

944. É certo, porém, que esses fenômenos se produzem espontaneamente e, muitas vezes, sem a vontade dos médiuns, sem premeditação, quase sempre em particular, e raramente quando eles estão prevenidos; donde se deve concluir que há motivo legítimo de suspeição, quando um médium se gaba de os obter à vontade, ou de dar ordens aos Espíritos, como a servidores, o que é simplesmente absurdo.

945. Tenhamos, ainda, como regras gerais que os fenômenos espíritas não foram feitos para serem dados em espetáculos e para divertir os curiosos. Se alguns Espíritos a tal se prestam, só o fazem para os fenômenos simples e não para os que, como os de transporte, exigem condições excepcionais.

946. É preciso lembrar-nos também que, se é absurdo repelir, sistematicamente, todos os fenômenos de além-túmulo, não o é menos aceitá-los todos cegamente. Quando um fenômeno de tangibilidade, de aparição, de visibilidade ou de transporte se manifesta espontaneamente ou de maneira instantânea, aceitemo-lo; mas não o aceitemos às cegas; que cada fato sofra um exame minucioso, aprofundado, severo.  O Espiritismo, tão rico em fenômenos sublimes e grandiosos, nada tem a ganhar com essas pequenas manifestações que hábeis prestidigitadores podem imitar.

947. Alguns poderão argumentar que os fenômenos são úteis para convencer os incrédulos; mas, ninguém ignore, se não houvesse outros meios de convicção, o Espiritismo não teria hoje a centésima parte dos adeptos que tem.

948. Fechando suas considerações, Erasto propõe-nos: “Falai ao coração; é por aí que fareis as mais sérias conversões. Se acreditais seja útil, para certas pessoas, agir pelos fatos materiais, apresentai-os, ao menos, em circunstâncias tais que não possam dar lugar a falsas interpretações; é preciso, sobretudo, que não vos afasteis das condições normais dos fatos, porque os fatos apresentados em más condições fornecem argumentos aos incrédulos, em vez de convencê-los”.

949. Deve-se notar com que sabedoria esse Espírito nos premune contra o entusiasmo errôneo dos fanáticos. Essas prescrições são adotadas por todos os espíritas sérios, e nesse número podemos contar o Sr. Vincent, que publicou, sobre os transportes, uma interessante brochura em 1882.

950. Digamos desde logo que se acham excluídas as hipóteses de fraude e embuste, visto que as precauções tomadas por Vincent apagam esses receios. Além disso, sendo notória a honestidade do narrador, podemos, sem hesitação, admitir-lhe o testemunho. Aliás, o que ele conta tem sido obtido muitas vezes, e as revistas espíritas estão cheias de exemplos semelhantes; damos, porém, preferência a esse escritor, não só pela maneira científica por que conduziu suas experiências, como também pela notável coincidência que existe entre as condições por ele observadas e as descritas pelo Espírito Erasto, como sendo indispensáveis. (Continua no próximo número.) 


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita