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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 5 - N° 248 - 19 de Fevereiro de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 2)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Em certa noite, em que supunha não suportar tantas dores e tanta soledade, Artêmis foi visitada por uma pessoa. Quem era ela e que aconteceu?  

Foi sua mãe que, em espírito, veio visitá-la. Artêmis, logo depois de orar, adormeceu e viu-se então, repentinamente, diante da genitora desencarnada, num parque em flor, em estância feliz que ela desconhecia. Sua mãe então lhe disse: "Jesus, minha filha, reuniu-nos, a fim de que eu te pudesse consolar, de modo a saíres do vale da saudade e animar-te a galgares o monte das provações a que te propuseste. Não morri. Não morreremos. Refaço-me, depois da travessia pelo corpo denso para a vida espiritual, mas podemos prosseguir jun­tas. Não te entregues a demasiada aflição. O desespero, mesmo na dor justa, é medida de rebeldia ante os impositivos da evolução que proma­nam do Senhor. Asserena-te e confia". (Tramas do Destino, cap. 1, págs. 27 e 28.)

B. Que atitude devemos tomar ante o cônjuge difícil, ingrato, adúltero, agressivo?  

A lição quanto a esta pergunta foi dada pela mãe de Artêmis: "Vínculos familiares são opções evolutivas e experiências em que transitamos em forma de parentela carnal, para atingir a pureza na fraternidade espiritual que nos espera”. “Por isso, cônjuges difíceis, ingratos, adúlteros, agressivos, obsessos, ao invés do abandono rápido, puro e simples que mereceriam sofrer, devem-nos inspirar, enfermos que são, misericórdia, tratamento e ajuda." (Obra citada, cap. 1, págs. 28 a 30.)

C. Logo que nasceu seu filho, Artêmis passou a contar com a colaboração de uma pessoa. Qual seu nome e quem era ela?  

Hermelinda era seu nome. Cunhada de Artêmis, ela fora convidada pelo irmão para ajudar a esposa nas injunções novas da maternidade. Hermelinda provinha de Círculo Espiritual representativo e participava, desde vidas pregressas, do grupo que agora se religava pelos laços da parentela corporal. (Obra citada, cap. 2, págs. 31 a 33.) 

D. A Lei que nos permite semear o bem e o mal a bel-prazer, estabelece sanções aplicáveis aos nossos atos?  

Sim. É da Lei que todos podemos semear o bem como o mal a bel-prazer, onde, como e quando o desejarmos, mas seremos impelidos a colher onde e como semeamos, pela compulsória da reabilitação impostergável. (Obra citada, cap. 2, págs. 33 a 35.)

Texto para leitura 

8. Um casamento infeliz - O pai concedeu o aval e o necessário apoio inicial à execução dos desejos do filho, que se tornou viajante comer­cial, graças ao espírito aventureiro de que dava mostras, a par de um caráter forte e relativamente inflexível. Embora gentil e palrador, vez por outra irrompiam-lhe as lembranças inconscientes do passado, ocasião em que falava pouco e se fazia rancoroso, com visível dificul­dade para perdoar as ofensas reais ou imaginárias... Quando viu Artêmis a primeira vez, anos antes, não experimentara qualquer sensibili­dade. Depois, porém, o reencontro produziu-lhe funda impressão, tor­nando-se um apaixonado. O namoro rápido converteu-se em matrimônio um ano depois. Nessa época, contudo, a jovem Artêmis sentiu-se as­saltar com frequência por tormentosos presságios, em que experimentava impressões angustiantes que lhe camartelavam o espírito sensível. Mais de uma vez a jovem fora acometida de súbitos e estranhos estados de transitória alucinação que, felizmente, não deixaram sinais que pudes­sem preocupar a família. Artêmis passou então a sofrer de perturbadora neurose íntima a lhe prenunciar sofrimentos, cuja causa não lhe era lícito pressupor sequer, mas que superava através da crença em Deus e da oração. Os noivos se amavam, compreendiam-se e respeitavam-se; pa­reciam velhos conhecidos que se reencontravam, estabelecendo liames que, embora interrompidos, não cessavam de sustentar-se, apesar da distância no espaço e no tempo. Na verdade, não era aquela a sua pri­meira experiência afetiva, na programática redentora a que se propu­nham espiritualmente. Transcorridos, porém, os primeiros meses do ca­samento, Rafael passou a exteriorizar os tormentos íntimos que o domi­navam, transformando-se, pouco a pouco, em vigoroso verdugo da esposa submissa que lhe experimentava as injunções, entre frustrações afeti­vas e profundos martírios morais. Rafael tornava-se rancoroso sem qualquer motivo e desconfiado, a ponto de sucumbir em crises de vio­lência e mudez selvagem a que se entregava, ante a reação passiva da esposa aturdida e inditosa. Passados os conflitos, que se amiudavam, parecia recobrar a lucidez, retornando à gentileza e à ternura com que buscava reabilitação, para logo recair nos mesmos dédalos de crueldade e insânia. (Cap. 1, págs. 25 a 27) 

9. Encontro com a mãe desencarnada - Obsidiado em si mesmo, avassalado pe­las odientas reminiscências do passado e açulado pelo ódio dos anti­gos cômpares de orgias e de agressividade, Rafael padecia a funesta subjugação transitória, cíclica, em que se arruinava emocionalmente, avançando celeremente para um colapso nervoso. Decepcionada com o ma­trimônio inditoso, Artêmis refugiava-se nos deveres domésticos e na oração. A doce mãe de Jesus era-lhe a sublime confidente. Na prece, adquiria paz e força, bem como a claridade mental para prosseguir no dever, aguardando o transcurso do tempo que lhe reservaria experiên­cias importantes e graves, de cujo teor não lhe era lícito suspei­tar. Na Capital, não possuía o consolo de um amigo ou de um parente devotado. As saudades da casa paterna eram, por isso, grandes. Artê­mis, porém, não se queixava, suportando o fardo dos dissabores sob chuvas de doestos, entre as crises de ira e arrependimento a que se entregava o esposo infeliz. Um ano após o matrimônio desencarnou sua mãe. A notícia chegou-lhe através de lacônico telegrama, sem que ela pudesse ter fruído ao menos o consolo de ver a genitora pela última vez. Esse fato produziu-lhe infinita mágoa moral, de que não mais se refaria. O invisível punhal da angústia cravou-se-lhe n'alma, fazendo-a debulhar-se em lágrimas candentes e inestancáveis. Certa noite, em que supunha não suportar tantas dores e tanta soledade, Artêmis, orando, adormeceu. Viu-se então, repentinamente, diante da genitora desencarnada, em radiosa manhã, num parque em flor, em estância feliz, desconhecida. "Jesus, minha filha – falou-lhe a querida mãe –, reu­niu-nos, a fim de que eu te pudesse consolar, de modo a saíres do vale da saudade e animar-te a galgares o monte das provações a que te pro­puseste. Não morri. Não morreremos. Refaço-me, depois da travessia pelo corpo denso para a vida espiritual, mas podemos prosseguir jun­tas. Não te entregues a demasiada aflição. O desespero, mesmo na dor justa, é medida de rebeldia ante os impositivos da evolução que proma­nam do Senhor. Asserena-te e confia". Artêmis reclinou a cabeça no re­gaço materno e desatou a chorar. Ela não suportava a decepção no lar e, agora, a ausência da mãe. (Cap. 1, págs. 27 e 28)

10. Família e progresso - A genitora, induzindo-a a desistir da lamen­tação e da queixa desnecessária, que geram azedume e avinagram os sen­timentos, falou-lhe, suave: "Embora os poucos dias em que me separei das sombras físicas, encontro-me informada de todas as tuas agruras... no entanto, desces, sem que o percebas, ao poço de inditoso suicídio indireto, por negar-te o direito da vida, em face das dores que te en­jaulam no sofrimento forte". E prosseguiu: "Serás mãe em breve, e é indispensável que te prepares para o sacerdócio sublime de co-criadora com Nosso Pai, a fim de ensejares a regularização de severos compro­missos com outros Espíritos aos quais te vinculas". Ante a notícia so­bre a maternidade, Artêmis experimentou estranha alegria, recuperando-se, de momento, das aflições e provanças rudes. A genitora advertiu-a, porém, para não sonhar desnecessariamente. A vida nos reserva feli­cidade futura, mas se estrutura em contínuos testes de humildade e pa­ciência. A harmonia íntima constrói-se de renúncia em renúncia, passo a passo. O amor dos filhinhos seria a luz de suas horas, na lâmpada dos seus sacrifícios, mas Rafael estava enfermo da alma e era preciso ajudá-lo com o seu puro e inocente amor. "Não lhe queiras mal, haja o que houver. Compreenderás o porquê, posteriormente", aduziu a nobre senhora, que comentou, na sequência, a questão das dificuldades do lar: "Sacrifício doméstico é cruz libertadora. Os homens, sedentos de gozos e iludidos em si mesmos, simplificam soluções, separando-se do cônjuge-problema e adiando compromissos-resgates... Transferem reali­zações, tecem complicadas malhas de fugas em que se enredam. Enquanto houver força, deve alguém porfiar no matrimônio sem esperar reciproci­dade". "Vínculos familiares – acrescentou a entidade – são opções evolutivas e experiências em que transitamos em forma de parentela carnal, para atingir a pureza na fraternidade espiritual que nos es­pera. Por isso, cônjuges difíceis, ingratos, adúlteros, agressivos, obsessos, ao invés do abandono rápido, puro e simples que mereceriam sofrer, devem-nos inspirar, enfermos que são, misericórdia, tratamento e ajuda..."  Era precisamente esse o caso de Rafael, um doente con­fiado à vigilância e afetividade da esposa... A genitora continuou ainda por algum tempo orientando e estimulando a filha e, quando esta despertou, apresentava os sinais balsâmicos da esperança... (Cap. 1, págs. 28 a 30) 

11. Nasce o primogênito de Artêmis - O nascimento de Gilberto, pri­meiro filho do casal, trouxe a Rafael desconcertantes emoções. Ao mesmo tempo que sentia entranhado orgulho pela chegada do filho, so­fria diante dele surda animosidade que lhe amargurava o íntimo. Pare­cia conhecê-lo e nutria forte antipatia que lhe assomava à mente, ante o delicado corpo do filhinho, ensejando-lhe, numa que outra oportuni­dade, ganas de trucidá-lo. Desde os primeiros sintomas da gravidez da esposa, Rafael passou da animosidade antiga a mórbido ciúme e asco, menosprezando-lhe a dignidade e os sentimentos nobres. A esposa com­preendia, sofrida, a alucinação que tomava curso no companheiro e ins­tava a que ele buscasse recurso médico ou socorro espiritual. Rafael tornara-se fácil presa das distonias que se agravavam em doloroso pro­cesso de desequilíbrio obsessivo, mas os Benfeitores Espirituais esti­mulavam-no, sugerindo-lhe estreitar o filho recém-nato nos seus braços fortes e protetores, estabelecendo com isso vínculos de afeição que o tempo se encarregaria de condensar e preservar, em clima de elevação. Os dias se sucediam e acentuava-se a instabilidade emocional do chefe da família, cujo retorno, em cada viagem, se convertia em dolorosos instantes de agressividade verbal e moral com que afligia a esposa. No segundo mês de nascimento do menino, Artêmis passou a contar com a co­laboração de Hermelinda, cunhada e amiga, convidada pelo irmão a auxi­liá-la nas injunções novas da maternidade. Hermelinda provinha de Cír­culo Espiritual representativo e participava, desde vidas pregressas, do grupo que agora se religava pelos laços da parentela corporal. Es­pírito nobre, a jovem anelava construir o próprio lar, pressentindo, porém, que não fruiria a ventura de ser mãe da própria carne. Tornou-se, assim, verdadeiro êmulo da cunhada junto ao sobrinho e contribuiu de forma decisiva para a recuperação da saúde materna, então debili­tada e frágil, porquanto a sua presença constituiu, de certo modo, por algum tempo, impedimento à explosão de irascibilidade do irmão, o que logrou mudar sensivelmente a paisagem doméstica. (Cap. 2, págs. 31 a 33) 

12. Nasce Lisandra - Dois anos após o primeiro filho, Artêmis volveu à maternidade, recebendo Lisandra, que, ao contrário do menino, produziu no pai profundos sentimentos de amor. A filhinha inundou-o de júbilos, conseguindo uma quase transformação no comportamento que lhe era habi­tual. Rafael experimentou forte atração pela filha, que se lhe vincu­lava por entranhadas conjunturas, porquanto, simultaneamente, ele se debatia em cruéis dúvidas, como se sentisse magoado e traído por aquele ser dependente. Gilberto, o primogênito, possuía o temperamento do pai, introvertido, soturno, atormentado, raramente jovial, disposto a mutismos demorados, com que amargava a própria rebeldia que o tor­nava revel. Lisandra refletia os traços joviais da mãe, bem como sua alegria no passado, antes dos tormentos trazidos pelo matrimônio. Meiga e afável, era ela o encanto do lar; contudo, vez por outra caía em crises de "ausências", que a distanciavam da realidade objetiva. Nesses momentos, olhar parado, fixo em cenas distantes, pálida, com sudorese abundante e fria, vertia lágrimas longas, inexplicáveis. Tais ocorrências eram, porém, de breve duração e não deixavam marcas pro­fundas. Determinado médico receitou-lhe calmantes, alimentação cuida­dosa, sono reparador, conforme a terapia de então. Na verdade, nessas ocasiões, Lisandra era dominada pela presença de clichês mentais gra­vados no inconsciente atual e ali arquivados pelos atos incorretos que os insculpiram na existência anterior, que deveria rever para superá-los, mediante resgate sacrificial. Naquele corpo pequenino e gentil, risonho e róseo, encontrava-se um Espírito endividado, a quem a Jus­tiça Divina facultava sublimação, porquanto é da Lei que todos podem semear o bem como o mal a bel-prazer, onde, como e quando o desejem, mas serão impelidos a colher onde e como semearam, pela compulsória da reabilitação impostergável. (Cap. 2, págs. 33 a 35) 

13. A doença de Lisandra torna-a triste - A família de Artêmis ajustava-se aos programas afetivos, em prol da própria redenção. Lisandra podia ser comparada a um anjo bom em relação ao pai, que não conseguia dissimular a preferência pela filha, embora o garoto não lhe causasse nenhuma repulsa consciente. A menina demonstrava sentimentos antagôni­cos em relação ao pai; afável e carinhosa em algumas ocasiões, noutras vezes parecia temê-lo. Durante as "ausências", que se amiudavam, dimi­nuíam, com o passar do tempo, as suas resistências, e ela passou toda a infância padecendo as estranhas constrições da enfermidade insanável. Acometida de pesadelos apavorantes, despertava com expressões tí­picas do autismo, alheada, só volvendo à lucidez após ingentes esfor­ços dos genitores aflitos. Por causa disso, a jovem experimentou sen­síveis modificações, tornando-se triste, quando não facilmente irritá­vel, denotando agravamento paulatino do mal que lhe minava a organiza­ção física e mental. O genitor, em suas longas viagens, curtia difí­ceis angústias que lhe afetavam o temperamento, suscetível à irritação constante, a par da agressividade contínua. Embora não fosse um homem culto, conhecia alguma coisa sobre as questões ligadas à libido, em que se sustentam os pilotis das célebres investigações do pai da Psicanálise. Já  ouvira falar acerca dos complexos de Édipo e de Electra, atormentando-se ante a ideia infeliz de que sua preferência pela filha fosse de natureza incestuosa. Apesar de suas debilidades, mantinha-se ele em estritas linhas de conduta moral e honradez sexual; sabia, portanto, que o sentimento pela filha nada tinha a ver com a teoria freudiana. Faltava-lhe o conhecimento da pluralidade das existências, para poder compreender o que se passava em seu próprio lar, tal como acontecera com o próprio Freud, com Adler e Jung. (Cap. 3, págs. 37 e 38) (Continua no próximo número.)
 



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita