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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 244 - 22 de Janeiro de 2012

ALTAMIRANDO CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
   
 

Os números na Natureza


Até que ponto os números influem no destino das pessoas, é algo interessante a ser analisado, segundo a Doutrina Espírita. Quanto à Natureza, sabemos que tudo, desde o ser mais infinitamente pequeno ao mais extraordinariamente grande, é regido pelo número. Camille Flammarion, na obra Deus na Natureza, destaca pontos importantes a respeito desse fato.

Vejamos: 1) Cada molécula é um modelo de simetria e representa um tipo geométrico; 2) Todas as combinações obedecem a regras geométricas; 3) Para exilar da Natureza o espírito, particularmente o espírito geométrico, é preciso recusar à evidência o papel representado pelo número e obstinar-se a não ouvir a harmonia profundamente espalhada nas obras criadas.

E se assim é com a Natureza, não poderia ser também com os humanos? É uma pergunta que lançamos aos estudiosos. Recorrendo mais uma vez a Flammarion, destacamos este belo trecho do livro Deus na Natureza:

“A Harmonia não é tão-somente a fraseologia musical escrita em partituras e executada por instrumentos humanos; não consiste apenas nessas obras-primas a justo título admiradas e afloradas nos belos dias de inspiração dos cérebros dos Mozart e dos Beethoven. A harmonia enche o Universo com os seus acordes.

Assim como os sons derivam do número de vibrações sonoras, as cores derivam das vibrações luminosas. O colorido de uma paisagem vale por uma espécie de música. A verdura dos prados é formada pelo número, qual o tema de uma melodia; a rosa que se desbotou é o centro de uma esfera de vibrações luminosas, constituindo o matiz aparente, e o rouxinol, que trina em carícias, projeta no ar as vibrações sonoras características do seu tônus. Todo movimento é número e todo número é harmonia.

Sons e cores estendem-se abaixo e acima dos limites de nossa organização, igualmente subordinados a regras numéricas. Há sons que o ouvido humano não pode captar, assim como há cores que nos escapam à retina. O vento que suspira entre os cedros e pinheiros; o lamento das vagas na praia arenosa; o zumbido do inseto no âmbito dos bosques; todos os indefiníveis sons que animam a Natureza são vibrações sonoras, pertinentes ao reinado do número.

A planta integral encerra mais certos corpos determinados por sua natureza: o trigo contém o glúten azotado; a videira, cal; a batata, potassa; o chá, magnésio; o tabaco, salitre, etc.. A cada planta convêm uns tantos elementos minerais e a própria planta é que os sabe escolher.”

Na Revista Espírita de julho de 1868, Allan Kardec dá o seu parecer a respeito do assunto, no capítulo intitulado “A Ciência da concordância dos números e a fatalidade”. Diz o Codificador que, embora tenha visto alguns casos singulares de concordância entre as datas de certos acontecimentos, isto se deu em pequeno número, para tirar uma conclusão, mesmo aproximada. Acrescenta, porém, que, por não se ver razão para determinada coisa, não é motivo para dizer que ela não exista.

Explica Allan Kardec que há fatos sobre os quais tem uma opinião pessoal, mas que, neste caso, não tem nenhuma. Contudo, se existir uma Lei que regule a concordância dos acontecimentos, um dia ela será conhecida, pois o Espiritismo, que assimila todas as verdades, não irá repelir mais esta. Tendo sido exposta a questão aos Espíritos, estes disseram haver, no conjunto dos fenômenos morais, como nos fenômenos físicos, relações baseadas em números.

Dizem os Espíritos que a Lei da Concordância das datas não é uma quimera. É, porém, uma das coisas que serão reveladas mais tarde e nos darão a chave de muitos fatos que parecem anomalias. Em vista disto, Kardec levanta uma questão: se os acontecimentos que decidem a sorte da Humanidade, de uma nação, de uma tribo, têm vencimentos regulados por uma lei numérica, não é a consagração de uma fatalidade, como fica, então, o livre-arbítrio do homem?

O próprio Kardec responde que isto não entrava, de maneira alguma, o livre-arbítrio humano, pois todas as leis que regem o conjunto dos fenômenos da Natureza têm consequências fatais, inevitáveis, fatalidade esta indispensável à manutenção da harmonia universal. E explica que o homem que sofre estas consequências está submetido à fatalidade, em tudo quanto não depende de sua livre iniciativa.

Assim, por exemplo, diz Allan Kardec: o homem deve morrer fatalmente. Mas se, voluntariamente, apressa a sua morte, pelo suicídio ou pelos excessos, age em virtude de seu livre-arbítrio. Deve-se comer para viver: é a fatalidade; mas, se comer além do necessário, pratica um ato de sua livre vontade; numa cela, o prisioneiro é livre para mover-se à vontade, no espaço que lhe é concedido. Mas as paredes, que ele não pode transpor, restringem-lhe a liberdade; a disciplina é para o soldado uma fatalidade. Mas ele não é livre em suas ações pessoais.

Enfim, conclui Kardec, tendo o homem o livre-arbítrio, em nada entra a fatalidade em suas ações individuais; quanto aos acontecimentos da vida privada, que muitas vezes parecem atingi-lo fatalmente, têm duas fontes bem distintas: uns são a consequência direta de sua conduta na existência presente; ele não pode queixar-se senão de si mesmo e não da fatalidade, ou, como se diz, de sua má estrela. Os outros são inteiramente independentes da vida presente e perecem, por isto mesmo, devidos a uma certa fatalidade.



 


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