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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 242 - 8 de Janeiro de 2012

AMÉRICO DOMINGOS NUNES FILHO
americonunes@terra.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)


O Reino de Deus dentro
de nós

A excelsa Doutrina Espírita ensina que vivemos em um planeta denominado de provas e expiações, correspondente a uma estância importantíssima, destinada ao nosso aprimoramento e aprendizado espiritual, já que nos encontramos em uma fase incipiente na evolução do Espírito, transitando essencialmente pelas trilhas da ignorância, presos ainda às algemas do desamor, cativos da insensibilidade e subjugados à tirania do egoísmo avassalador.

Como prepotentes e orgulhosos, nos julgamos proprietários contumazes do planeta, parecendo desconhecer que a nossa morada se apresenta insignificante diante da grandeza do universo. É importante considerar que a Terra é um ponto minúsculo em nossa galáxia, comparado a um pequeníssimo grão de areia no deserto, sabendo que a Via Láctea contém cerca de 200 bilhões de estrelas. Ao mesmo tempo, a nossa galáxia, igualmente, se revela modesta diante da imensidade cósmica, constituída de 125 bilhões de galáxias.

Em verdade, o universo espelha, em sua complexidade, beleza e harmonia, a existência de uma “inteligência” que não pode ser atribuída ao nada, ao acaso. Na realidade, a presença da Divindade Superior é imanente a todos nós, considerando-A como causa inteligente de todas as coisas.

Um Mestre, já possuindo a plenitude cósmica, disse que somos também deuses (João, 10:34) e que o reino de Deus está dentro de nós (Lucas 17:21). Denomina Deus de “Meu Pai” e afirma que na casa de Seu Pai (universo) há muitas moradas (João 14:2). Portanto, como filhos do Altíssimo e coirmãos de Jesus, somos herdeiros desse grandioso oceano de estrelas, responsável pela vida que pulula nos mundos incalculáveis que circulam no espaço infinito.

Como conquistaremos o universo? Pelas vias físicas é impossível, desde que, se fosse possível viajar de um extremo a outro de nossa galáxia, na velocidade da luz, levaríamos 100.000 anos. Para chegarmos apenas à Andrômeda, a galáxia mais perto da Via Láctea, gastaríamos mais de 2 milhões de anos cruzando o espaço sideral.

Jesus afirmou que o seu reino não é deste mundo (João 18:33). Para compreender e habitar o universo, necessário se torna galgar os degraus da evolução espiritual, através das inúmeras oportunidades que a reencarnação nos proporciona.

O Novo Testamento diz que “Deus é Amor”. Para nos elevar espiritualmente, é preciso praticar sempre o bem, cultivando o amor nas terras áridas do nosso interior. Paulo afirmou com muita propriedade: “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tenha tamanha fé a ponto de transportar montes, se não tiver caridade (amor em ação) nada serei” (1ª Co. 13:2).

O Cristo ressaltou que o óbolo da viúva foi ofertado com seu próprio sacrifício, já que sua dádiva foi retirada do seu sustento e lhe faria falta (Lucas 21:4). O Mestre reafirmou que o bem que façamos a outrem deve ser realizado em segredo, isto é, sem ostentação: “Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita” (Mateus 6:4). Jesus também considerou que, além de amarmos o Pai, deveríamos amar o nosso próximo, assim como a nós mesmos (Mateus 22:38-39).

O passaporte que nos levará ao conhecimento pleno de nós mesmos é o amor, alavanca a nos impulsionar degraus acima da evolução espiritual. Exercitando-nos cada vez mais na prática do amor, teremos a capacidade de vivenciar o amor incondicional do Nosso Pai, descortinando o universo existente em nós. Começamos como um princípio espiritual que, em milênios, evoluiu, alcançando a individualidade, depois de vivificar formas vegetais e animais bem inferiores.

Já na fase hominal, o raciocínio e a intelecção serão as bases seguras para o despertamento da razão, advindo, então, a responsabilidade e todo o contingente de elementos morais. Avançando na evolução, a razão intelectual cede lugar à intuição, expressão mais pura do “Eu Superior” ou “Centelha Divina em nós”. Uma faculdade que suplanta ou transcende o intelecto, já que este busca a verdade mediante a análise, enquanto a intuição a percebe, interiormente, através da síntese.

Por intermédio da intuição, “Deus em nós” se corresponde com “Deus em tudo”, penetrando na essência dos fatos e das realidades, chegando, inclusive, a superar a barreira do tempo, vislumbrando o futuro. A mente individual, integrando-se na mente universal, buscando a verdade imanente na criação, desde que somos partículas vivas de Deus, trazendo em forma potencial e latente, a perfeição.

Mateus cita uma passagem evangélica significativa, na qual Jesus suscita o afloramento da faculdade intuitiva dos discípulos, perguntando-lhes: “Quem diz o povo ser o filho do homem?” E eles responderam: “Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas”. “Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” Respondendo Simão Pedro, disse: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo”. Então Jesus lhe afirmou: “Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus”.

Naquele momento, em Pedro manifestava-se a intuição. O “Eu Interior” ou “Reino de Deus” do discípulo exteriorizava-se, testemunhando a realidade da presença do “Ungido”, o Messias prometido, no seio terreno.

O Mestre confirmou a revelação intuitiva e acrescentou: “Também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” (Mateus 16:18).

Com essas palavras Jesus reafirma que o Cristianismo seria por excelência a religião da fé e da intuição, alicerçada na pedra, símbolo da presença viva do Cristo no íntimo de cada ser. Por sua vez o termo “ecclesia” (convocação) foi traduzido erroneamente como igreja, já que as primeiras comunidades cristãs não tinham semelhanças com as religiões organizadas: não possuíam templos, nem pompa, nem rituais, nem dogmas, nem sacerdócio remunerado.

O Evangelho segundo Lucas, capítulo 2, versículos 25 a 35, cita um episódio, ocorrido no interior do Templo de Jerusalém, no qual um homem, portador de mediunidade - “Um santo Espírito estava com ele” - foi levado por seu guia espiritual - “movido pelo Espírito” - ao encontro com o menino Jesus e seus pais.

Ao tomar o Mestre nos seus braços, Simeão atinge os píncaros da intuição, louvando a Deus, em um cântico, dizendo que já poderia morrer em paz, porquanto seus olhos “contemplaram a salvação de todos os povos, luz para revelação dos gentios e glória de Israel”.

Voltando-se para Maria, diz: “este menino está destinado para a queda e para levantamento de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição”. Acrescenta a seguir que “uma espada de dor transpassará o coração da mãe de Jesus”.

Simeão, em profundo êxtase, expande sua consciência, rompendo as fronteiras do tempo e do espaço, trazendo para o presente um fato que aconteceria muito tempo depois.

Carl Gustav Jung, eminente psicanalista, discípulo de Freud, ao ser entrevistado pela BBC de Londres, já idoso, exibe diante de todos os ouvintes sua marcante faculdade intuitiva. Foi-lhe perguntado se acreditava em Deus e o insigne cientista do psiquismo afirmara: “Eu não acredito em Deus. Eu sei!”.

Sabemos que acreditar é uma coisa, já saber é outra bem diferente. Jung tinha certeza da existência da Divindade porque ele a sentia dentro de si mesmo, de antemão conquistara o “Reino de Deus” que está dentro de nós.

Felizes são as criaturas que, em decorrência da evolução espiritual, através das sucessivas reencarnações, apresentam, com maior felicidade, lampejos do “inconsciente puro” ou zona mais interna do psiquismo.

Paulo de Tarso, o grande apóstolo dos gentios, na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 6, versículo19, arremata: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”.

 

Nota do Autor:

Dedico este artigo ao querido amigo e confrade Luiz Antônio Millecco Filho, já liberto dos liames terrestres, a quem sempre respeitei e admirei.


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita