WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 5 - N° 240 - 18 de Dezembro de 2011

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Grilhões Partidos

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 15)

Continuamos a apresentar o estudo do livro Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada inicialmente no ano de 1974.

Questões preliminares

A. Que sucedeu aos familiares de Matias em decorrência de sua morte na guerra? E como ele fez para agir sobre Ester?

Sua mãe e a irmã Josefa viviam miseravelmente. Vendo-as, Matias sentiu-se desfalecer, mas aos poucos conseguiu ordenar as lembranças. Recordou-se, então, do capitão. Teria morrido? Se sua família enfrentava tal penúria, certamente ele morrera, sem poder fazer nada. Seu pensamento se cravou nele. Onde andaria? Como saber? Atormentado por essa dúvida, se o capitão estava morto ou vivo, o ódio o foi dominando, porquanto, se ele estivesse vivo, havia-o traído. Eis a narrativa de Matias: "Num momento de ódio vigoroso, senti-me desvairar... Aos gritos e imprecações, desejando encontrá-lo, senti o mesmo ímã desconhecido arrastar-me e encontrei-me na sala rica onde ele, mais velho, forte, feliz, sorridente, exibia a filha..." Ao agarrar os braços de Ester, percebeu que eles ficaram nos seus braços. Foi assim que, sem saber como, ela agia do modo como ele queria. “Entonteci-me e ela cambaleou... Pensei e ela atendeu... Levantei-a e caminhamos... Esbofeteei-o e enlouqueci de ódio, de vingança, de alegria, descobrindo-a louca comigo, misturados.” (Grilhões Partidos, cap. 19, pp. 170 a 173.)

B. Que explicação deu o Coronel para o não cumprimento de sua promessa?

Ele próprio, dirigindo-se ao Espírito, disse que jamais desejou trair, desconsi­derar, mas explicou que o fim da Guerra, o retorno à pátria, a readaptação e tantas coisas que aconteceram fizeram-no esquecer o compromisso. Fora traído pela memória... Jamais se lembrara da promessa feita, a não ser agora quando os fatos foram relatados pelo antigo companheiro de armas. E emocionado, falou-lhe: "Perdoa-me, tu, que tens tanto sofrido! Perdoa-me! Não agi por mal. Dá-me a oportunidade de reparar, antes da minha partida, tantos danos". (Obra citada, cap. 19, pp. 173 a 175.)

C. Além de pedir perdão a Matias, que lhe propôs o Coronel Santamaria?

O Coronel disse-lhe que ele tinha toda a razão em castigá-lo, mas não a Ester, e pediu-lhe a oportunidade, então, de ajudar Josefa e socorrer sua mãe. Ele dispunha de recursos que poderiam ampará-las. Matias vacilou, não acreditou na intenção do Coronel. Mas este lhe pediu o endereço de seus familiares, prometendo tudo fazer para reparar o mal involuntariamente cometido. Depois de momentos de indecisão, o Espírito concordou, por fim, em dar o endereço de sua casa. "Deus te pague! e perdoa-me, se possível..." – pediu-lhe o Coronel Santamaria de voz embargada. (Obra citada, cap. 19, pp. 175 a 177.)

Texto para leitura

93. O encontro com a mãe e a irmã - A entidade continuou relatando seu drama: "Um dia, – quando? – não sei quando, ouvi um choro e o meu nome sendo chamado... Tudo em mim  eram dores e eu era frangalhos... Alguém me chamava com tanto desespero que me despertou, me arrastou. Subitamente, vi de joelhos minha mãe gritando por mim. Ninguém pode avaliar o que foi isso". Matias disse ter corrido para ela, cambale­ante, dizendo-lhe estar vivo, doente, mas não morto... Ela, porém, não o ouvia. "Eu a sacudi, então, gritei mais, desesperei-me... e nada. Ataquei os transeuntes para que lhe dissessem que eu estava vivo... Tudo inútil. Fiquei pior... Ela falava em pranto: Oh! Senhor, se meu Matias fosse vivo nós não estaríamos nesta miséria: nem eu nem Jo­sefa..."  Foi aí que se lembrou da irmã. Onde ela andava? Sentiu-se então arrastar por desconhecida força e levado a uma casa de cômo­dos, próxima ao cais do porto. Mulheres andrajosas, descabeladas, fe­rozes, ali brigavam e xingavam... Era uma casa de prostituição... Ele subiu as escadas impelido por uma desesperada busca e parou num quarto, que mais parecia um chiqueiro. Ali estava Josefa, sua irmã. Ela crescera e mudara tanto! A irmã chorava e parecia pensar nele, pois ele sentia pelo coração que ela o chamava com saudade e com má­goa... Matias aproximou-se e tocou-a... Ela estremeceu e ficou com um olhar estranho de louca enquanto ele a chamava. Parecia tê-lo visto, porque deu um grito e saiu a correr, e o alvoroço tomou conta daquele lupanar infe­liz... O Espírito chorava copiosas lágrimas. Todos estavam comovidos, porque a dor inspira compreensão fraternal e piedade. O doutrinador e o grupo escutavam-no com simpatia, envolvendo-o em eflú­vios de cordial e sincera compaixão que o reconfortavam. (Cap. 19, pp. 170 e 171) 

94. Como ocorreu a subjugação de Ester - Matias relatou que desmaiara quando Josefa saiu a correr. Mais tarde, quando desper­tou, sem saber onde estava, vagas recordações o fizeram refletir... O que ele sofria no corpo e na alma, não sabia agora explicar... Perce­beu então que uma chusma de desordeiros da mais baixa classe zombava dele, com doestos e gargalhadas ensurdecedoras. Foi a duras penas, através deles, que des­cobriu haver morrido: "Aquilo que eu sofria e ainda sofro era a morte... Que horror tomou conta de mim!" Foi, assim, ajustando-se à ideia da morte e compreendendo por que sua mãe não o vira. Mas, e a fome, a sede que sofria? A morte não acaba com tudo isso? Vagarosa­mente, então, ele conseguiu ordenar as lembranças. Re­cordou-se do capitão. Teria morrido? Se sua família enfrentava tal pe­núria, certa­mente ele morrera, sem poder fazer nada... Seu pensamento se cravou nele. Onde andaria? Como saber? Atormentado por essa dúvida, se ele estava morto ou vivo, o ódio o foi dominando, porquanto, se ele esti­vesse vivo, havia-o traído... Matias prosseguiu narrando os acon­tecimentos: "Num momento de ódio vigoroso, senti-me desvairar... Aos gritos e imprecações, desejando encontrá-lo, senti o mesmo ímã desco­nhecido arrastar-me e encontrei-me na sala rica onde ele, mais velho, forte, feliz, sorridente, exibia a filha..." E o Espírito descreveu o momento culminante da festa de quinze anos de Ester: "Agredi-o diver­sas vezes, sem que ele o percebesse... Havia, ali, outros mortos como eu e piores do que eu, misturados aos convidados... Quando a filha co­meçou a tocar... Da idade de Josefa e tão diferente!... Aproximei-me e senti que ela me sentiu... Segurei-a e ela tremeu... Agarrei-lhe os braços e percebi que os seus ficaram nos meus braços... Entonteci-me e ela cambaleou... Pensei e ela atendeu... Levantei-a e caminhamos... Esbofeteei-o e enlouqueci de ódio, de vingança, de alegria, desco­brindo-a louca comigo, misturados... Assim estamos, e assim seguire­mos..."  Dito isto, Matias, triunfante, pediu ao dirigente: "Agora, pergunte-lhe se sabe quem sou eu?" (Cap. 19, pp. 171 a 173) 

95. Constâncio pede perdão a Matias e promete reparar seu erro - O doutrinador lhe respondeu dizendo que seu drama não era um caso iso­lado... A tragédia do Gólgota possuía um inocente, que perdoou... O desespero do seu próximo acalmava a sua agonia? A pobre Ester enlou­quecida recuperava Josefa? A angústia de D. Margarida diminuía a po­breza de sua mãe? "Não estás vingando-te, estás mais destruindo e des­troçando os teus. Tu não amas a família, nunca a amaste..." – asseve­rou o dirigente. O Espírito retrucou dizendo que amava e sempre amou os seus. O doutrinador foi incisivo: "Quem ama auxilia na dor, não foge para cometer crimes e negar assistência. Será amor dei­xar a irmãzinha num prostíbulo, a fim de levar outra jovem ao Hospí­cio? Que di­ferença há entre aquele que corrompeu Josefa e tu que infe­licitas Es­ter?" Matias respondeu: "Eu faço justiça!" Sobreira repli­cou: "Não confundas justiça com indignidade e covardia moral, atacando nas som­bras. Se amasses, verdadeiramente, aos teus, procurarias socor­rê-los, deixando que Deus cuidasse dos demais, porquanto Ele é o Pai Único de todos..." Matias começou a chorar um pranto diferente. So­breira, ins­pirado por Bezerra, perguntou, nesse instante, se o Coronel Santamaria desejaria falar ao Espírito. "Sim, – respondeu, com hesitação na voz, o Coronel – eu gostaria de poder dizer quanto estou também sofrendo. Sou réu, não de um crime conscientemente praticado... Recordo-me do irmão... Matias, que serviu comigo... Jamais desejei trair, desconsi­derar... Prometi-lhe fazer alguma coisa, caso ele não voltasse..." O pai de Ester disse então que o fim da Guerra, o retorno à pátria, a readaptação e tantas coisas que aconteceram fize­ram-no esquecer o com­promisso. Fora traído pela memória... Jamais se lembrara, só agora quando os fatos foram relatados pelo antigo compa­nheiro de armas. E, emocionado, falou-lhe: "Perdoa-me, tu, que tens tanto sofrido! Perdoa-me! Não agi por mal. Dá-me a oportuni­dade de reparar, antes da minha partida, tantos danos". A atitude do genitor de Ester infundia res­peito. Todos estavam emocionados, mas Ma­tias respondeu: "Não o perdoa­rei!". (Cap. 19, pp. 173 a 175) 

96. Matias recua e fornece o endereço da mãe - O Coronel disse-lhe que ele tinha toda a razão em castigá-lo, mas não a Ester, e pediu-lhe a oportuni­dade, então, de ajudar Josefa e socorrer sua mãe. Ele dispunha de re­cursos que poderiam ampará-las. Matias vacilou, não acreditou na intenção do Coronel. Mas este lhe pediu o endereço de seus familiares, prometendo tudo fazer para reparar o mal involuntariamente cometido. Depois de momentos de indecisão, o Espírito concordou, por fim, em dar o endereço de sua casa. "Deus te pague! e perdoa-me, se possível..." – pediu-lhe o Coronel Santamaria de voz embargada. Matias não assumiu, po­rém, qualquer compromisso. Sentia-se muito cansado... Philomeno acor­reu a cooperar na indução hipnótica do comunicante, desligando-o com especial carinho dos liames que o prendiam ao médium Joel, em pro­fundo transe inconsciente. Em seguida, Matias adormeceu. Na sequência, Bezer­ra de Menezes procedeu às instruções finais, através da psicofo­nia de Rosângela: "Como se faz necessário punçar o abscesso para drená-lo, restabelecendo a vitalização das células e evitando que apo­dreçam, indispensável que, em momentos próprios, se deixem que extra­vasem das infecções morais a purulência e a vasa pestilencial deposi­tadas no espírito lúrido, vencido...",    acentuou o Benfeitor Espiri­tual. Após sua mensagem, Sobreira orou, encerrando o edificante come­timento espiritual. Radiosa luz adentrou-se pelo recinto durante a prece. Flocos delicados ali caíam suavemente, desfazendo-se ao contato com os corpos. As harmonias do ambiente repetiam as células do Cris­tianismo primitivo, nas noites inesquecíveis do intercâmbio espiritual que as sustentavam, quando visitadas pelos Embaixadores do Senhor, nos dias do testemunho... (Cap. 19, pp. 175 a 177) (Continua no próximo número.)


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita