WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 239 - 11 de Dezembro de 2011

DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Paulo, SP (Brasil)
 

O que se deveria entender
por “gozar a vida”


Os que experimentam o viço da estação da primavera dizem: “o negócio é gozar a vida”, ao se referir à velhice seguida do suposto fim de todas as possibilidades, ou seja, a morte. Muitos entendem que a prática de certos prazeres e más paixões faz parte da juventude, sem cogitarem o inverno, ou derradeiro recurso de tempo para o serviço imprescindível, no qual, por esse motivo, sempre acontecem lamentáveis e profundas tristezas.

Não aprendemos ainda tirar proveito da progressão das horas, dos dias, dos anos, colocando em risco o nosso futuro. Deus nos faculta a grande felicidade, ou bem-aventurança, confirmada pelo maior modelo oferecido ao homem, Jesus Cristo, a maior luz descida à Terra. Aproveita o espaço de tempo terreno quem se vale do ensejo de “buscar” aquilo que não possui aspecto exterior: o “reino de Deus e a sua justiça” (Mateus, 6:33).

Aproveita a existência quem segue as virtudes de Jesus, as quais, a propósito, não consistem numa aparência severa e lúgubre. Existência! Abençoada chance dada à Alma, para que ela, ao aproveitá-la, usufrua no futuro da verdadeira alegria e fulgor santificante. Não falta orientação para torná-la favorável, degrau que se conquista com esforço incomum em prol da reforma imprescindível do conjunto de nossas disposições morais e intelectuais. 

Reforma de caráter — Reforma íntima, ou de caráter, quer dizer reconstrução do íntimo, assumidas atitudes positivas, corretas. Tal mudança tem de ser sólida, contínua, porque não faltam críticas e impedimentos que cerceiam a boa vontade, pois “quem procura o bem, decerto que há de sofrer as arremetidas do mal”, segundo o Espírito André Luiz. Atrai para si o apoio do próximo e, por conseguinte, o prestígio e assistência dos bondosos e esclarecidos Espíritos quem compartilha fraternalmente de suas alegrias ou tristezas.

Quem não gostaria de viver tranquilo? Quem dispensaria a segurança, o conforto? Ninguém. Quaisquer seres vivos organizados de certa sensibilidade e movimento tratam de obter uma maneira de melhor dispor dos recursos oferecidos pela Natureza. Podemos afirmar que até organismos portadores de clorofila, grupos de diferente condição constitutiva como organismos unicelulares, fungos e bactérias, seres rudimentares de outro reino procuram seguir da melhor forma possível consoante limites e peculiaridades. Não há uma criatura desta ou de outras dimensões de existência que não tenda para esse propósito.

Todos os seres viventes do Planeta, Deus os talhou para que se sentissem ditosos, vivessem em segurança, confortáveis. O próprio Jesus, ao Se encontrar em uma localidade junto com os discípulos (Lucas, 11:11), depois de lhes ensinar aquela sublime prece, a Oração Dominical, respondeu uma pergunta de um deles com outra pergunta: “Qual dentre vós é o pai que se o filho lhe pedir um peixe lhe dá um escorpião?”... Logo, como já dissemos, Deus supriu todos nós de modo que não nos sentíssemos desamparados, isolados, tristes. 

Temos procurado ser felizes, ver concretizados os nossos objetivos desde que saímos das mãos do Criador. Nós, os “reis da Natureza”, por conta disso, o que fizemos em prol da consonância com a bondade e a misericórdia divina? Não precisamos responder: é só ligar o televisor e assistir ao telejornal... Passamos pela Idade da Pedra Lascada, pela Idade Antiga, pela idade Média, pela Idade Moderna e prosseguimos a Contemporânea...

À proporção que temos reentrado em lugares diversos do âmbito de cada período histórico, fomos tornando a existência melhor. Desde que passamos a ponderar ideias gerais, estabelecendo relações lógicas de conhecer, compreender e raciocinar, passamos também, com o tempo, a ser muito mais vítimas de nossa própria imprevidência em detrimento da espiritualidade da qual deveríamos concomitantemente nos pôr a serviço. Obtivemos progresso tecnológico-científico, encurtamos distâncias, descobrimos fórmulas...

Não sabemos — Todavia, com toda a inteligência e racionalidade humana, ainda assim, não sabemos valer-nos da existência. Muitos não conseguem se pôr a salvo das teias enfermiças da intelectualidade viciada ou do peso do ouro, presos aos grilhões da ambição excessiva, do egoísmo. Em geral, preferem supor que “gozar a vida” é satisfazer apetites grosseiros, ir em busca de repouso e deleites diuturnos, afeiçoados ao culto dos abusos.

Demoramos na incapacidade de um olhar mais adiante, dando-nos por satisfeitos ao nutrir idílios caprichosos. Passa o tempo, os costumes mudam, as gerações se sucedem, e não consideramos a cultura da alma que não se aprende em escolas de concreto armado, e sim pelos ensinamentos dos Instrutores Espirituais que permanecem no educandário humano em socorro de todos. Ainda é muito forte entre nós, encarnados, a ideia de que a finalidade do viver consistiria tão-somente na busca incessante de um turbilhão de prazeres.

A generosa ciência pedagógica de Jesus continua a propor que se busque fundamentalmente o reino de Deus.1 Entendamos aqui por “reino de Deus” a espiritualidade que devemos possuir, cientes de que ninguém a obterá à custa de sacerdotes com ou sem veste litúrgica, de batismo, de penitências ou de quaisquer outros processos que não impliquem a mobilização de nossas próprias forças intelecto-morais. É inútil escrever sobre as virtudes de Jesus, dizer que O ama, ser exímio professor, orador do Evangelho, sem lograr o reino de Deus, ou espiritualidade, também significando pureza de coração, força moral.

Aproveitemos, sim, os prazeres salutares, sejamos sociáveis, alegres, mas com “a alegria de uma boa consciência e a ventura do herdeiro do céu que conta os dias que o aproxima de sua herança”.2 Vida? É somente uma, e eterna. Existência?... Existências! Em geral, são muitas, diferentes, transitórias, o que, para nós, é o grande corolário da justiça e misericórdia divinas. Feliz, ainda que neste mundo, daquele que combate as suas más tendências, daí André Luiz ter dito: “Se você aproveitar o tempo a fim de melhorar-se, o tempo aproveitará você para realizar maravilhas”. Outra frase de André que reforça sobremodo a anterior: “É perigoso guardar uma cabeça cheia de sonhos, com as mãos desocupadas”.3

 

1 KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução Herculano Pires. 62. ed. São Paulo: Lake Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Cap. 25, questão 0000, item 6 a 8, p. 291.

2. Ibidem, capítulo 17, item 10, p. 230.

3 XAVIER, Francisco C. Sinal verde (Espírito Emmanuel). 20. ed. Uberaba: Comunhão Espírita Cristã, 1987. Tema 21, p. 52.

Visite Pensamento&Espiritualidadehttp://pensesp.blogspot.com.

 

 



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita