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Internacional
Ano 5 - N° 237 - 27 de Novembro de 2011
GIOVANA CAMPOS
giovana@ccbeunet.br
Santos, SP (Brasil)

 

Um público numeroso participa das VI Jornadas Portuguesas de Medicina e Espiritualidade

Mais de 700 pessoas acompanharam as palestras que tiveram por local a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa


O evento – cujo tema central foram os 150 anos de O Livro dos Médiuns – realizou-se em Lisboa, capital de Portugal, nos dias 12 e 13 de novembro, quando mais de 700 pessoas ocuparam o auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa para acompanhar as palestras proferidas sobre 17 diferentes temas ministrados, por 10 oradores, sendo oito brasileiros e dois  portugueses (fotos).
 

As palavras de boas-vindas foram proferidas pela Rosário Caeiro, uma das organizadoras do evento, a que se seguiu a prece inicial feita pelo dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza, vice-presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil).

A abertura ficou por conta da dra. Marlene Nobre, presidente da AME-Brasil e da AME-Internacional, que falou sobre a contribuição de Kardec à Ciência e, em sua fala, citou revelação feita a Andrew Jackson Davis, datada de 31 de março de 1848. Surgiam naquela época novos princípios para a educação e verificou-se o advento de uma religião sem dogmas. A Terceira Revelação eclodiu em uma época de madureza intelectual, sem representar um papel passivo. Outro ponto citado pela conferencista foi um trecho do livro O Que é Espiritismo, em que Kardec diz que “... As ciências vulgares repousam sobre as propriedades da matéria, que se pode, à vontade, manipular; os fenômenos que ela produz têm por agentes forças materiais. Os do Espiritismo têm, como agentes, inteligências que têm independência, livre-arbítrio e não estão sujeitas aos nossos caprichos; por isso eles escapam aos nossos processos de laboratório e aos nossos cálculos, e, desde então, ficam fora dos domínios da ciência propriamente dita”. 

A glândula pineal e suas funções 

Na sequência, dr. Décio Iandoli apresentou os mais recentes estudos sobre a glândula pineal, citando as mais recentes pesquisas acadêmicas que estudam o funcionamento da pineal, hoje em número superior a 14 mil, de acordo com as principais bibliotecas virtuais de temas científicos. No início de sua fala, dr. Décio conceituou a pineal conforme os mais renomados livros de anatomia e fisiologia de estudos médicos, para depois expor sobre fatos como a produção de melatonina pela glândula e as funções por ela exercidas. Não foram esquecidas as  pesquisas de neuroimagem e as ações endócrinas da melatonina, para finalizar expondo o conteúdo apresentado no livro Missionários da Luz, escrito por André Luiz através da psicografia de Chico Xavier.

O psiquiatra Sérgio Lopes abordou em sua palestra o tema Transtornos Mentais e Mediunidade, mencionando as teorias da dissociação mental e do automatismo psicológico, remontando a relatos já escritos em 1889.

A Jornada atraiu mais de 700 participantes

Roberto Lúcio de Souza, Flávio Braun, Hassane Farhat, Francisco Ganhão e Marlene Nobre 

A presidente das AMEs Brasil e Internacional
Dra. Marlene Nobre

Dr. Alberto Almeida

Dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza

Dr. Sérgio Lopes

A dificuldade de aceitar o Espírito por dogmas científicos e pontos peculiares à natureza humana, passando pela repressão que Freud expôs ao tratar sobre a sexualidade tida como inconveniente no início do século passado, foram aspectos enfatizados em sua palestra. Utilizando como base a citação do livro O Que é Espiritismo, ele apontou em sua fala o seguinte trecho: “A loucura é, pois, um efeito consecutivo, cuja causa primária é uma predisposição orgânica, que torna o cérebro mais ou menos acessível a certas impressões; e isto é tão real que encontrareis pessoas que pensam excessivamente e não ficam loucas, ao passo que outras enlouquecem sob o influxo da menor excitação”.  

Mediunidade e animismo 

Sérgilo Lopes terminou a exposição citando o trecho do Código Internacional de Doenças (CID-10), no qual o item F44.3 fala sobre os transtornos de transe e possessão e afirmou que, ao contrário do que muitos acreditam, a Psiquiatria já aceita que experiências de transe e mediunidade não são sintomas de psicose ou esquizofrenia, o que não quer dizer que a Ciência ou a Psiquiatria admitam a existência de Espíritos.

Focalizando o tema Histeria, Mediunidade e Animismo, o dr. Roberto Lucio de Souza falou sobre a história da histeria, reportando a 4.000 anos e mencionando textos contidos em papiros egípcios de Kahum que relacionam fatos vinculados ao útero (histero) e, portanto, às mulheres. Hoje, vista como neurose, a histeria tem sintomas variados. O palestrante também diferenciou mediunidade de mediunismo e explicou à plateia presente o que é animismo, termo criado em 1871 por Edward Tylor. Entre as situações que levam ao animismo podem-se relacionar: fanatismo, transtornos dissociativos, obsessão, hipnose e desequilíbrios em geral.

O neuropsicólogo João Ascenso expôs as linhas de pesquisa em mediunidade e Espiritismo, tais como as experiências de quase morte, casos sugestivos de reencarnação, situações de espiritualidade e saúde, estudos científicos sobre a cura, a neurociência cognitiva, entre outros. Também ressaltou uma frase de Emmanuel que disse que é preciso aprender a espiritualizar-nos.  

A obsessão e seus vários tipos 

O médico português Francisco Ganhão deu uma aula pormenorizada sobre a obsessão, citando trechos que aparecem no Livro dos Espíritos como no Livro dos Médiuns. Apresentou ao público os diferentes tipos de obsessão, os modos de ação e ressaltou que somente há obsidiados e obsessões porque há endividados espirituais, necessitados com urgência da reparação das dívidas. Todo problema, pois, de obsessão, redunda em problema de moralidade, em cuja realização o Espírito se permitiu enredar, por desrespeito ético, legal e também espiritual.

O vice-presidente da AME-Brasil, dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza, diretor clínico do Hospital Espírita André Luiz, voltou à tribuna para tratar, dessa vez, do tema Fobias Sociais, definindo o que são as fobias do ponto de vista psiquiátrico, como identificá-las e diferenciá-las dos medos comuns. Em sua fala, ele apresentou um estudo de caso, analisado por profissionais de saúde de Belo Horizonte, em que a terapia regressiva ajudou a paciente a compreender e resolver sua situação.

O psiquiatra Flávio Braun apresentou o tema Ansiedade, colocando a definição clínica e diferenciando quando a ansiedade é benéfica e quando ela é maléfica e causa prejuízos à saúde. Citou também os quadros clínicos que podem desencadear a ansiedade e mencionou diversos trechos ditados pelo Espírito André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier, sobre os danos que a ansiedade pode causar ao corpo físico, mental e espiritual.

Ao término do primeiro dia, o médico homeopata Alberto Almeida citou a necessidade de se viver a sexualidade de forma sadia, sem exageros que possam causar problemas de ordem moral e consequentemente física.  

O poder autêntico da cura 

Durante todo o evento, a livraria estava aberta com diversos títulos de autores brasileiros, portugueses e estrangeiros, além de incentivar a assinatura e aquisição das revistas Saúde da Alma, publicação da AME-Brasil, e da Verdade e Luz, publicação local da editora de mesmo nome.

No domingo, as palestras iniciadas no período da manhã tiveram o primeiro tema apresentado pelo dr. João Jacintho, presidente da AME-Portugal com o interessante tópico sobre Doenças e a Lei de Causa e Efeito. Para tal, o orador apresentou a constituição do ser humano, falando sobre o Corpo Físico e detalhando a importância do Corpo Mental e do Perispírito na formação e/ou aquisição de enfermidades, citando suas causas físicas e espirituais. Finalizou sua explanação citando que o poder autêntico da cura provém do amor e que, se não houver amor, a cura real não acontece.

Continuando o ciclo de palestras, a dra. Marlene Nobre falou sobre Infertilidade, Aborto espontâneo e Inseminação Artificial. Primeiramente, definiu o que é a infertilidade e citou as causas femininas e masculinas, bem como a prevalência de cada uma. Dentre as causas, citou uma revelação espiritual que pode ser encontrada no capítulo 13 do livro Missionários da Luz, sobre a reencarnação de Segismundo, em que o pensamento de ódio do futuro pai matava os espermatozoides no nascedouro. Citou também as causas do aborto espontâneo e os diversos tipos de técnicas de fertilização existentes na atualidade e deu um recado às pessoas que se encontram nesta situação, para que evitem a culpabilidade e trabalhem no amor. O coração que ama está cheio de poder renovador. É importante distribuir os melhores gestos de amor para neutralizar os erros e culpas do passado.  

Transplantes e doação de órgãos 

Com o tema bioético bem importante sobre Transplantes, Doação de Órgão e Rejeição, o dr. Carlos Roberto de Souza citou a origem da doação e a importância da avaliação do receptor e do doador. As origens podem ser de animais (quase não mais realizadas), entre vivos, após a morte e transgênicos. A proposta mais abordada foi a questão da doação de pessoas já falecidas e citou os desafios, as barreiras e os dilemas éticos concernentes à questão de transplantes. Citou também que na visão espírita Chico Xavier, em Lições de Sabedoria, esclarece que “Sempre que a pessoa cultiva desinteresse absoluto por tudo aquilo que ela cede para alguém, (...) sem desejar qualquer remuneração, (...) sem aguardar gratidão alguma, onde a noção da posse não mais a preocupa, esta criatura está em condições de doar”, o que demonstra um elevado exemplo de amor ao próximo. O conceito de morte cerebral é incompleto e o termo morte encefálica é mais apropriado, sendo usado para definir um estado clínico onde ocorre ausência de função do tronco encefálico, em consequência de processo irreversível e de causa conhecida, comprometendo todo o encéfalo e não apenas os lobos cerebrais. O palestrante comentou depois uma mensagem de Roberto Igor Porto da Silva sobre a doação do seu coração para transplante e outra de Wladimir César Ranieri referente à doação de suas córneas, ambas psicografadas por Chico Xavier e publicadas no jornal Folha Espírita de fevereiro de 1998, nas quais eles relatam que, apesar da doação ter sido involuntária, foram beneficiados com o ato e fariam tudo novamente. No caso de Roberto Igor, logo que se confessou agradecido e satisfeito com o esclarecimento da doação, notou que seu coração, no corpo espiritual, pulsava forte e robusto. No caso de Wladimir, que desencarnou por suicídio com um tiro no peito, as preces de uma pessoa que se beneficiara com as córneas doadas ao banco de olhos, se haviam transformado, para ele, num pequeno tampão que, colocado sobre o seu peito, no local que o projétil atingira, fez cessar o fluxo de sangue imediatamente.  

A inveja e seus efeitos 

Na sequência, um painel sobre como vencer a dificuldade nos relacionamentos trouxe o psiquiatra Flávio Braun, da AME-Santos, que citou a definição de inveja e como a mesma pode perturbar o cidadão de forma a causar-lhe transtornos que podem afetar sua vida pessoal e profissional. Também citou vários trechos do livro Libertação, em que os Instrutores Espirituais apontam os malefícios que a inveja pode causar aos menos avisados. Também apontou qual a melhor postura para aqueles que se sentem invejados, apontou a problemática da inveja na casa espírita, exposta na Revista Espírita de abril de 1861, que diz: “No médium a inveja é tão temível quanto o orgulho; prova a mesma necessidade de humildade. Direi mesmo que denota falta de senso comum. Não é mostrando inveja dos dons do vosso vizinho que recebereis dons semelhantes, porquanto, se Deus dá muito a uns e pouco a outros, ficai certos de que, assim agindo, tem um motivo bem fundado. A inveja exaspera o coração; abafa mesmo os melhores sentimentos” e terminou com outro trecho proveniente da Revista Espírita, de setembro de 1862:  “Não vos esqueçais de que a tática de vossos inimigos encarnados e desencarnados é dividir-vos. Provai-lhes que perderão o tempo se tentarem suscitar entre os grupos sentimentos de inveja e rivalidade, que seriam uma apostasia da verdadeira doutrina espírita cristã”.

Após essa explanação, foi a vez do psiquiatra Sérgio Lopes, da AME-Pelotas, abordar a questão da raiva e mostrar como este sentimento pode abalar a constituição harmônica do indivíduo, causando de forma até descontrolada o  avanço de sintonias negativas entre as pessoas. Ao final, demonstrou quanto o amor pode aplacar esses sentimentos baixos, e também promover a união e assim vencer os relacionamentos de uma maneira mais agradável e eficaz.

Hábitos mentais e patologias

No período da tarde, o neuropsicólogo João Ascenso, da AME-Carioca, falou sobre as Metodologias Práticas de aquisição de hábitos mentais e emocionais saudáveis, ressaltando que quanto melhor a eficácia mental, menor as patologias encontradas, e que a criação de novos hábitos positivos levam à maior quantidade de virtudes a serem desenvolvidas. Também ressaltou que escrever seus projetos pode levar o individuo a ter um amento de 50% na evolução dos bons hábitos no dia-a-dia.

Depois, o dr. Alberto Almeida, da AME-Pará, falou sobre os Encontros e Desencontros em família, apontando as diferenças entre gerações e a atual falta de conversa nos lares como fator de afastamento dos membros de uma família. Citou a importância do carinho, em gestos e atitudes, como fator acolhedor e incentivador ao surgimento do amor no lar e quanto as palavras podem ter ação benéfica na consolidação do carinho.

Para finalizar as palestras do dia, o dr. Décio Iandoli Jr. apontou a missão do médico, que não é curar, mas sim aliviar o sofrimento do paciente. Apontou também que o médico espírita é aquele que se sente compromissado com a doutrina não só na sua vida pessoal, mas também na sua vida profissional. É o médico que se vê espírita também nas lides de seu trabalho e sente a necessidade de integrar sua vida, como um todo, ao redor da doutrina. Nem todos os irmãos de doutrina, que também são médicos, sentem esse compromisso no coração, percebem-se com outras metas e preocupações que são tão valorosas quanto as dos médicos espíritas ou de qualquer outra pessoa envolvida com a promoção do bem, pois os compromissos são individuais, e devemos responder com responsabilidade à nossa consciência e não ao outros.

Ao final do evento, todos os palestrantes responderam aos questionamentos do público e foram lidas as mensagens mediúnicas recebidas durante as jornadas. No final, houve uma significativa distribuição de rosas ao público participante. O evento foi gravado e as palestras estarão disponíveis em breve no site www.verdadeluz.com



 

 

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita