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Clássicos do Espiritismo
Ano 5 - N° 237 - 27 de Novembro de 2011
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


O Espiritismo perante a Ciência

 Gabriel Delanne

(Parte 30)

 
Damos continuidade nesta edição ao estudo do livro O Espiritismo perante a Ciência, de Gabriel Delanne, conforme
tradução da obra francesa Le Spiritisme devant la science, publicada originalmente em Paris em 1885.

Questões preliminares

A. Que fato é comum no fenômeno da morte?

A morte é seguida sempre de um instante de perturbação, que pode ser de duração curta ou longa. O Espírito, ao entrar em sua nova vida, leva, pois, algum tempo para reconhecer-se e tudo é estranho e desconhecido para ele. Dissipada essa turvação, as ideias se elucidam pouco a pouco e com elas vem a lembrança do passado, que gradualmente lhe volta à memória. (O Espiritismo perante a Ciência, Quarta Parte, Cap. III – O perispírito durante a desencarnação – Sua composição.)

B. Os Espíritos têm ocupações como nós temos na Terra?

Sim. É grave erro acreditar que a vida dos Espíritos é ociosa; pelo contrário, é essencialmente ativa e todos os Espíritos nos falam de suas ocupações, que diferem, necessariamente, conforme o ser é errante ou encarnado. (Obra citada, Quarta Parte, Cap. III – O perispírito durante a desencarnação – Sua composição.)

C. Podemos dizer que a alma humana é eterna?

Não. Tendo tido um começo, jamais a alma do homem será eterna. Ela é simplesmente imortal. Eterno somente Deus o é. (Obra citada, Quarta Parte, Cap. III – O perispírito durante a desencarnação – Sua composição.) 

Texto para leitura 

688. Os Espíritos não são seres vagos, indefinidos, como aprouve afigurá-los até agora, mas individualidades reais, determinadas, circunscritas, que gozam de nossas faculdades e de muitas outras que nos são desconhecidas, porque inerentes à natureza deles.

689. Eles têm as qualidades da matéria que lhes é própria e formam a população desse universo invisível que nos comprime, nos rodeia, nos acotovela, sem cessar. Suponhamos, um instante, que o véu material que os oculta à nossa vista se levanta; veríamos uma multidão de seres a cercar-nos, a se agitarem em torno de nós, a contemplar-nos, como o faríamos se, por acaso, nos achássemos em uma reunião de cegos. Para os Espíritos, somos tomados de cegueira e eles são os videntes.

690. Dissemos que o Espírito, ao entrar em sua nova vida, leva algum tempo para reconhecer-se, que tudo é estranho e desconhecido para ele. Perguntar-se-á, sem dúvida, como pode ser assim, se ele já teve outras existências corporais?

691. A morte, já o dissemos, é seguida sempre de um instante de perturbação, mas que pode ser de duração curta. Dissipada essa turvação, as ideias se elucidam pouco a pouco e com elas a lembrança do passado, que só gradualmente volta à memória. Só quando o Espírito está inteiramente desmaterializado é que se desenrolam diante de si as suas vidas anteriores, como uma perspectiva, ao sair lentamente do nevoeiro que a envolvia.

692. Somente, então, se lembra ele da última existência; depois, o panorama de suas passagens sobre a Terra e as voltas ao Espaço se lhes desvelam diante dos olhos. Ele vê os progressos que fez e os que lhe faltam fazer, e assim nasce o desejo de reencarnar, a fim de chegar mais depressa aos mundos felizes que entrevê.

693. Concebe-se, pois, segundo isso, que o mundo dos Espíritos deve parecer-lhe novo, até o momento em que a memória inteiramente lhe volta. Mas a esta causa é preciso outra, que não é menos preponderante. O estado do Espírito, como Espírito, varia extraordinariamente, em razão de sua elevação e de sua pureza. À medida que ele sobe intelectualmente e progride moralmente, suas percepções e sensações se tornam menos grosseiras, adquirem mais finura, mais delicadeza; ele vê, sente e compreende as coisas que não podia ver nem sentir, nem compreender em uma condição inferior.

694. Ora, sendo cada existência corpórea para ele motivo de progresso, ela o traz sempre a um meio novo, onde Espíritos de outra ordem têm pensamentos e hábitos diferentes. Ajuntemos a isso que essa depuração permite-lhe penetrar em mundos inacessíveis aos Espíritos inferiores, como, entre nós, os salões da aristocracia são interditos a pessoas mal educadas. Quanto menos esclarecido é ele, mais limitado lhe é o horizonte; à medida que ele se eleva e se depura, este horizonte aumenta e com ele o círculo de suas ideias e de suas percepções.

695. À medida que progridem, as ideias se desenvolvem, a memória se torna mais pronta, familiarizam-se prontamente com a posição nova, e sua volta ao seio dos Espíritos nada mais tem que os admire; encontram-se em seu meio normal e, passado o primeiro momento de perturbação, reconhecem-se quase imediatamente. Tal é a situação geral dos Espíritos no estado que se chama errante; mas nesta situação, que fazem eles? Em que passam o tempo?

696. Esta questão é para nós de interesse capital. Importa-nos, com efeito, fixar-nos sobre este ponto, porque é do nosso futuro espiritual que se trata, não sendo descabidos os mais circunstanciados detalhes. Aliás, são os próprios Espíritos que respondem a estas interrogações, porque em tudo o que expusemos até então nenhuma coisa é devida à imaginação. Extraímos do ensino de Allan Kardec todas as informações necessárias e ele próprio baseou sua teoria nas comunicações recebidas de todas as partes do globo; ela oferece, pois, todos os caracteres da verdade.

697. É grave erro acreditar que a vida dos Espíritos é ociosa; pelo contrário, é essencialmente ativa e todos os Espíritos nos falam de suas ocupações, que diferem, necessariamente, conforme o ser é errante ou encarnado.

698. Entre os seres que atingiram certo grau de elevação, uns velam pelo cumprimento dos desígnios de Deus, nos grandes destinos do Universo; dirigem a marcha dos acontecimentos e concorrem para o progresso dos mundos; outros tomam os indivíduos sob sua proteção e se constituem seus gênios tutelares, guias espirituais, que os acompanham do nascimento à morte, procurando dirigi-los na senda do bem.

699. Alguns se encarnam em mundos inferiores, para aí exercerem missões de progresso; procuram, por seus trabalhos, seus exemplos, seus conselhos, seus ensinos, fazê-los avançar nas ciências, nas artes, ou na moral. Submetem-se, então, voluntariamente, às vicissitudes de uma vida corporal, muitas vezes penosa, com o fim de praticar o bem e isso lhes é contado.

700. Muitos, enfim, não têm atribuições especiais; vão a toda parte onde sua presença pode ser útil, dar conselhos, inspirar boas ideias, sustentar as coragens titubeantes, dar força aos fracos e castigar os presunçosos.

701. Os diversos trabalhos nada têm de penoso, eles o fazem voluntariamente e não por constrangimento, e a felicidade consiste em conseguir o que empreendem. Ninguém pensa na ociosidade eterna, que seria um suplício. Quando as circunstâncias o exigem, eles se reúnem em conselho, deliberam sobre o que devem fazer, dão ordens aos Espíritos subordinados e se dirigem em seguida para onde o dever os chama.

702. Essas assembleias são gerais ou particulares, conforme a importância do assunto; nenhum lugar especial é destinado a essas reuniões; o espaço é o domínio dos Espíritos; entretanto elas se limitam em geral aos globos que constituem o seu objetivo.

703. Os Espíritos encarnados nesses mundos e que têm uma missão a cumprir assistem muitas vezes a essas assembleias. Enquanto seus corpos repousam, vão haurir conselhos entre os outros Espíritos, muitas vezes receber ordens sobre a conduta que devem manter como homens. Ao despertar não têm, é verdade, lembrança precisa do que se passou, mas possuem a intuição que os faz agir, inconscientemente.

704. Descendo na hierarquia, encontramos Espíritos menos elevados, menos esclarecidos, mas que não deixam de ser bons, e que, numa esfera de atividade mais restrita, preenchem funções análogas. A ação deles, em vez de estender-se aos diferentes mundos, exerce-se especialmente sobre determinado globo, em relação com seu grau de adiantamento. Sua influência é mais individual e tem por objeto ações menos importantes.

705. Vem em seguida a multidão dos Espíritos vulgares, mais ou menos bons ou maus, que pululam em torno de nós. Eles se elevam pouco acima da humanidade, da qual representam todos os matizes e são como que o reflexo, porque dela têm todos os vícios e todas as virtudes; em grande número deles, reencontram-se os gostos, as ideias, os pendores que tinham em vida; as faculdades lhes são limitadas, o julgamento falível como o dos homens, muitas vezes errôneo e imbuído de preconceitos.

706. Noutros, o senso moral é mais desenvolvido; sem grande superioridade nem profundeza, julgam mais judiciosamente e condenam o que fizeram, disseram ou pensaram durante a vida. Aliás, há isto de notável, é que mesmo entre os Espíritos mais ordinários, há na maior parte, sentimentos mais puros na erraticidade que na encarnação; a vida espiritual lhes esclarece sobre seus defeitos e, com poucas exceções, arrependem-se amargamente e lamentam o mal que fizeram, pelo qual sofrem mais ou menos cruelmente. O endurecimento absoluto é muito raro e apenas temporário, porque, cedo ou tarde, se lamentam do seu estado. Pode-se dizer que todos aspiram à perfeição, porque percebem que é o único meio de saírem da posição inferior que ocupam.

707. Em resumo, vimos que a alma se desenvolve por meio de uma série de sucessivas existências; que tendo partido do mais rudimentar estado, do qual encontramos o exemplo nos povos selvagens, ela deve elevar-se de degrau em degrau até à soma de qualidades e perfeições que se podem adquirir na Terra. Quando ela atingiu o fim que aqui lhe estava assinalado, sobe para os mundos superiores, onde melhores destinos a esperam.

708. Como Deus cria sem cessar, pode-se supor que há Espíritos que já percorreram todas as fases e que chegaram, enfim, à perfeição absoluta. É, ainda, uma falsa interpretação, porque a perfeição absoluta é Deus, isto é, o infinito e a eternidade. Ora, tendo tido um começo, jamais a alma do homem será eterna, ela é simplesmente imortal. Eterno somente Deus o é.

709. Pretendeu-se algumas vezes que a alma fosse incriada. Segundo o que pensamos, esta maneira de ver é errônea, porque, se nós admitirmos a existência de Deus, ele deve ser o autor de tudo o que existe; sem isto ele não teria razão alguma de ser.  

710. A imensidade e a eternidade são os únicos limites que encontramos para o progresso, o que vale dizer: o progresso não tem limites. Não nos devemos espantar com esta perspectiva, porque sabemos, de experiência, que a cada descoberta nova, a cada aquisição intelectual está ligada uma felicidade, que se acrescenta à que já gozávamos. À medida que nossas faculdades se ampliam, elas se exercem num campo cada vez mais vasto, abraçam horizontes mais extensos, e, como o Universo é ilimitado, podemos imaginar que nos será necessária a eternidade para compreendê-lo e aprofundar-lhe as leis.

711. Até aqui nos limitamos a estudar o perispírito no homem e durante a desencarnação. Como os Espíritos nos ensinassem que ele é formado do fluido universal, aceitamos essa asserção sem indagar do processo pelo qual o perispírito poderia ter adquirido as qualidades de que é dotado. Vamos procurar neste capítulo levantar uma ponta do véu que nos encobre o passado.

712. Para explicar o funcionamento do invólucro do Espírito, fazemos a seguinte hipótese: O perispírito fixa em si, durante a evolução da alma, todas as qualidades que lhe permitem dirigir a vida orgânica; de sorte que o homem possuirá: 1 – a vida vegetativa, devida ao princípio vital; 2 – a vida orgânica, devida ao perispírito; 3 – a vida intelectual, que é a da alma.

713. Tentaremos, portanto, demonstrar que o duplo fluídico do homem é o princípio diretor de sua vida orgânica; para chegar a esta conclusão, admitiremos como absolutamente demonstradas as leis do transformismo, que se adaptam maravilhosamente ao nosso assunto.

714. O Espiritismo científico franqueou os primeiros passos da experiência, guiado por sábios ilustres, mas a explicação de todos os seus fenômenos não pode ainda ser utilmente tentada, porque poucos documentos, atualmente, existem que permitam a boa execução desse trabalho. Apresentamos, portanto, um ensaio, sem a pretensão de verdade absoluta.(Continua no próximo número.)


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita