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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 5 - N° 236 - 20 de Novembro de 2011

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Grilhões Partidos

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 11)

Continuamos a apresentar o estudo do livro Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada inicialmente no ano de 1974.

Questões preliminares

A. Como se deu a visita dos pais de Ester, em espírito, à filha enferma?  

Durante o sono, afrouxam-se os laços que prendem a alma ao corpo, e não precisando este então da sua presença, ela se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos. Foi num momento assim, de desprendimento espiritual, que os pais de Este mantiveram um encontro com o Dr. Bezerra de Menezes e, com a ajuda dele, foram ao encontro com Ester. Desperta do sono provocado, Ester-espírito deu-se conta da presença de seus pais, atirando-se ao regaço maternal, que a acolheu carinhosamente. Ambas choraram, e o Coronel envolveu mãe e filha num só abraço de ternura e saudade. Elas então conversaram e D. Margarida pôde dizer-lhe que, quando todos se encontravam à borda de iminente desgraça, Jesus os convocou a uma vida nova, onde o  orgulho que os cegava e o egoísmo que os consumia cederam lugar à humildade que liberta, à esperança que anima e à alegria que canta bênçãos em suas almas. (Grilhões Partidos, cap.15, pp. 129 a 134.) 

B. Que resultados apresentou a visita feita a Ester?   

Ester-espírito, impregnada pelas palavras carinhosas e pelos fluidos renovadores que a mãe lhe transmitia, após recebê-los do Benfeitor Espiritual, teve sono e adormeceu. Era a primeira vez nos últimos meses que o corpo da filha repousava, sem constrição tormentosa do inimigo desencarnado. Estavam lançadas as linhas mestras da recuperação de ambos. No dia seguinte, o Coronel Constâncio informou à esposa que sonhara com Ester, sem conseguir, porém, recordar com precisão detalhes que dessem encadeamento ao acontecido. Uma tranquilidade inusitada o dominava então. Tinha a impressão de haver passado a noite num recinto algo sombrio, onde a filha se encontrava. Nesse ponto, contudo, ao recordar-se da jovem, seus olhos encheram-se de lágrimas... D. Margarida confirmou a impressão de Constâncio: tinha ela certeza de haver visitado a filha. (Obra citada, cap. 15 e 16, pp. 134 a 138.) 

C. O conhecimento espírita ajudou de algum modo os pais de Ester no enfrentamento da doença da filha?  

Sim. Em qualquer processo obsessivo, é de efeito superior a renovação e a conscientização dos envolvidos, do que resultam os primeiros benefícios imediatos, a saber: o despertamento para as responsabilidades do espírito, o amor desinteressado, o perdão indistinto e o desejo honesto da inadiável reparação dos danos causados... Encetando o esforço da melhoria de dentro para fora, mais fácil a libertação dos compromissos infelizes que engendram amargura e dor. Por essa razão, nunca se devem desconsiderar as contribuições do estudo doutrinário, na terapêutica desobsessiva, não apenas por parte dos litigantes diretos, como também do grupo familiar, fortemente vinculado ao problema espiritual. (Obra citada, cap. 16, pp. 139 e 140.) 

D. A primeira sessão mediúnica com a presença do obsessor de Ester produziu algum resultado?  

Sim. Na sessão, além de palavras amorosas que o fariam pensar seriamente sobre a vida, pôde aquele Espírito receber energias vigorosas que lhe foram aplicadas por orientação superior. Aquele mergulho nas vibrações, no magnetismo da mediunidade com Jesus, balsamizante, confortadora, era necessário. Em verdade, a sessão mediúnica constituía o passo inicial para o tratamento desobsessivo, que não pode jamais ignorar que obsidiado e obsessor são criaturas igualmente enfermas e necessitadas. (Obra citada, cap. 16, pp. 141 a 144.) 

Texto para leitura 

70. O desabafo do Coronel Santamaria  -  O Cel. Epaminondas lembrou, após traçar os malefícios do egoísmo no mundo, que ao clarão do Cristo modificar-se-ão as contingências e situações, dando surgimento à antemanhã do Mundo Melhor que todos anelamos. É preciso, para isso, combater com todas as forças esse verdugo da paz e da felicidade, que é o  feroz  egoísmo. Entendamos, propôs Epaminondas, que se alguém nos fere a Lei nos faz justiça; se nos perseguem, ou prejudicam, se há dor ou necessidade, não nos consideremos infelizes ou supliciados...  “Talvez soframos em um setor ou atividade em que não possuímos débitos, devendo, porém, na contabilidade divina, onerosos estipêndios  morais que nos chegam em abençoadas ensanchas para resgatar”, considerou o palestrante. Destacou então a importância da humildade, da paciência e da resignação, que constituem eficientes antídotos ao egoísmo.  Findos os comentários do Cel. Sobreira, os demais participantes do Culto fizeram apontamentos valiosos, verificando-se então emocionante desabafo do Coronel Santamaria, que reconhecia ter sido até aquele momento cultor do egoísmo e do orgulho, que agora era compelido a examinar para o necessário processo de expurgo. “Agora começo a ver melhor... Injunções pretéritas nos amarram uns aos outros, abrigando-nos a arrebentar as algemas do egoísmo...”. E acrescentou: “Esperava, em razão dos esclarecimentos do Sobreira, a provável cura ou melhora de Ester, sem maiores comprometimentos de minha parte. Era o método simplista e astucioso do cômodo egoísmo...” O genitor de Ester parecia realmente consciente de que ele era mais doente do que a filha e a verdadeira causa dos padecimentos que se abateram sobre ela.  Constâncio tinha os olhos úmidos quando terminou de falar. Sua esposa levantou-se e abraçou-o, beijando-lhe a testa, e esse gesto produziu imenso bem-estar no consorte sofrido... (Cap. 14,  pp. 126 a 128) 

71. Preparativos da visita  a  Ester - A questão no 401 d’ O Livro dos Espíritos explica-nos que a alma não repousa como o corpo durante o sono e que o Espírito jamais está inativo. “Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo, e não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos”. Foi num momento assim, de desprendimento espiritual, que os pais de Este mantiveram um encontro com o Dr. Bezerra de Menezes. Algo muito importante acontecera em seu lar, após inaugurado o culto evangélico. Estabelecida a ambiência psíquica favorável, produziu-se conveniente assepsia mental no recinto, o que impôs aos hóspedes invisíveis e perniciosos compreensível mal-estar que os obrigou a trasladar-se. O encontro com o Benfeitor Espiritual aconteceu naquela mesma noite. Este explicou-lhes que as matrizes da perturbação de Ester se encontravam radicadas no perispírito, em razão de experiências infelizes do passado, de que os pais foram participes e, assim,  de certo modo, culpados pelo drama  que a martirizava. “Em toda conjuntura dolorosa há, impostergável, a presença de dívidas”, acentuou Bezerra, que explicou que na visita que fariam à jovem enferma seria imprescindível manter-se o equilíbrio emocional, considerando também a necessidade de consideração pelo algoz sequioso de proteção e socorro e do amor de todos,  tanto quanto a própria Ester. (Cap. 15, pp. 129 e130) 

72. Os  pais vão ao Sanatório - Bezerra de Menezes aproveitou o ensejo para destacar a função da dor no reequilíbrio da criatura humana e advertiu que Ester, devido à perturbação de longo curso em que se via envolvida, não perceberia a presença de seus pais de imediato. “Com os centros da lucidez psíquica demoradamente excitados pelos fluidos degeneradores, requisitará tempo para a imprescindível recomposição das faculdades pensantes”, esclareceu o amorável Benfeitor. Dentre as providências para a viagem  até ao Sanatório, foram aplicadas energias especiais aos pais de Ester, que somente recobraram a visão e a consciência quando já se encontravam todos no quarto da filha. Dois Espíritos haviam sido, antes, designados por Bezerra para afastar da cela os Espíritos frívolos não vinculados ao quadro da enferma. Apesar disso, o local transudava miasma, e uma substância pastosa e perniciosa ali se demorava, como resultante do vampirismo reinante. Bezerra de Menezes fez então comovida prece que a todos permeou de vibrações renovadoras. O ambiente sombrio pouco a pouco se foi clarificando com diáfana luz, que parecia possuir desconhecidas potencialidades de desagregação das moléculas pestilenciais que impregnavam a atmosfera interna. Depois, o Benfeitor, aplicando em Ester vigorosos passes de dispersão fluídica, desprendeu o algoz desencarnado. Este, vendo-se contido e impossibilitado de reagir, blasfemava, hórrido e atormentado, proferindo ameaças, com que pretendia exterminar a enferma desforçando-se do seu pai. (Cap.15, pp. 131 e 132) 

73. Ester vê sua mãe e chora  - Com a ajuda do Benfeitor espiritual, que atuava nos centros cerebral e coronários de Ester  – donde emanavam fluidos dissolventes ali condensados e vitalizados desde o inicio do processo obsessivo – , o Espírito de Ester deslocou-se do corpo somático, notando-se no corpo perispiritual as mesmas debilidades do corpo físico: aparência maltratada, vestes andrajosas, desgaste... O perispírito retratava os condicionamentos da organização física a que se imantava... Desperta do sono provocado, Ester-espírito  deu-se conta da presença de seus pais, atirando-se ao regaço maternal, que a acolheu carinhosamente. Ambas choravam, e o Coronel envolveu mãe e filha num só abraço de ternura e saudade...  “É um sonho,  mamãe!  – exclamou a jovem. – É um sonho celeste, papai! Meu Deus, meu Deus, não me permita acordar jamais!...” D. Margarida, dotada de maior sensibilidade do que o esposo, passou a perceber o influxo mental de Bezerra de Menezes, que num abençoado processo telepático vigoroso a induziu aos esclarecimentos de que a filha tinha necessidade. Elas então conversaram e D. Margarida pôde dizer-lhe que, quando todos se encontravam à borda de iminente desgraça, Jesus os convocou a uma vida  nova, onde o  orgulho que os cegava e o egoísmo que os consumia cederam lugar à humildade que liberta, à esperança que anima e à alegria que canta bênçãos em suas almas... O sofrimento estava chegando ao fim. (Cap. 15, pp. 132 a 134) 

74. Ester adormece nos braços da mãe  -  A filha, após ouvir D. Margarida falar sobre Jesus e as bênçãos já recebidas, perguntou-lhe: “Por que sofro tanto, mamãe, sem consolo, desvairada? Que fiz para ter sido arrancada do lar, qual criminosa desalmada, atirada sem piedade nesta masmorra odienta?” E aduziu: “Não suporto mais!” Havia uma dor quase selvagem na pergunta de Ester. Seu corpo banhava-se com a transpiração pegajosa, fria, e grossas lágrimas lhe escorriam dos olhos pela face imunda, desvitalizada. Simultaneamente, porém, qual criança aninhada no seio materno, ela tremia e chorava, pálida, angustiada, ansiosa. D. Margarida, compreendendo a extensão do sofrimento da filha, sentiu-se enfraquecer. Foi quando Bezerra de Menezes a envolveu com energias revigorantes e vitalizou-a com pensamentos e emoções superiores. A mãe de Ester, recomposta mentalmente, explicou-lhe então que tudo que nos acontece procede de nós mesmos. “Somos os agentes próximos ou remotos dos sucessos felizes ou desditosos que nos surpreendem. Porque não saibamos a razão da ocorrência infeliz, isto não implica a sua inexistência”, disse-lhe D. Margarida, esclarecendo que tudo em breve se esclareceria. Não importava agora saber os porquês, mas sim como proceder para libertar-se da conjuntura aflitiva reabilitando-se todos perante a Consciência Divina. Era essencial, no momento, confiar em Deus. Ester-Espírito, impregnada pelas palavras carinhosas e pelos fluidos renovadores que a mãe lhe transmitia, após recebê-los do Benfeitor Espiritual,  teve sono e adormeceu. Era a primeira vez nos últimos meses que o corpo da filha repousava, sem constrição tormentosa do inimigo desencarnado. Estavam lançadas as linhas mestras da recuperação de ambos. (Cap.15, pp.134 e 136) 

75. Fragmentos de um sonho - A lição contida no cap. XIX, item 10 d’ O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos diz que há médiuns por toda a parte, em todos os países, em todas as classes sociais, entre ricos e pobres, entre grandes e pequenos, “a fim de que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demonstrado aos homens que todos são chamados”. No dia seguinte à visita à filha, o Coronel Constâncio informou à esposa que sonhara com Ester, sem conseguir,  porém, recordar com precisão detalhes que dessem encadeamento ao acontecido. Uma tranquilidade inusitada o dominava então. Tinha a impressão de haver passado a noite num recinto algo sombrio, onde a filha se encontrava. Nesse ponto, contudo, ao recordar-se da jovem, seus olhos encheram-se de lágrimas... D. Margarida confirmou a impressão de Constâncio: ela tinha certeza de haver visitado a filha. “Creio, sim, que estivemos com Ester, ajudados pelos Espíritos Superiores, que representam Jesus atendendo a nossas preces e dores”, afirmou com convicção. O lar de Ester modificara-se por completo. O casal preenchia o tempo com leitura salutar, aprofundando a meditação e o estudo nas páginas incomparáveis d’ O Livro dos Espíritos, com que o amigo Sobreira brindara o colega de armas. A leitura era uma luz que se abria agora em suas vidas, e Constâncio apenas lamentava tanto tempo passado na ignorância da Doutrina Espírita, confessando a falência do orgulho, do materialismo e seus sequazes no confronto com o Espiritismo. (Cap.16,  pp.137 e 138) 

76. Benefícios dos estudos doutrinários  - Nos dias aprazados, os pais de Ester realizavam o culto Evangélico no Lar, com que hauriam ânimo robustecido e iluminação anterior. Passaram também a participar das sessões de estudo doutrinário, duas vezes por semana, na Sociedade Espírita “Francisco de Assis”, onde obtinham respostas para mil indagações e dúvidas que se lhes multiplicavam, como costuma acontecer com todos os que travam relações com o Consolador. A compreensão dos tristes acontecimentos se fazia agora em toda a plenitude. Naquela instituição, o casal Santamaria encontrara um mundo novo e estranho: o da fraternidade, onde a esperança emoldura as almas de resignação e a caridade agiganta os seus felizes servidores. Parecia que o grupo formava uma única família... Em qualquer processo obsessivo, é de efeito superior a renovação e a conscientização dos envolvidos, do que resultam os primeiros benefícios imediatos, a saber: o despertamento para as responsabilidades do espírito, o amor desinteressado, o perdão indistinto e o desejo honesto da inadiável reparação dos danos causados... Encetando o esforço da melhoria de dentro para fora, mais fácil a libertação dos compromissos infelizes que engendram amargura e dor. Por essa razão, nunca se devem desconsiderar as contribuições do estudo doutrinário, na terapêutica desobsessiva, não apenas por parte dos litigantes diretos, como também do grupo familiar, fortemente vinculado ao problema espiritual. (Cap. 16,  pp. 139 e 140) 

77. A comunicação da entidade perseguidora  - Sob a orientação de Bezerra de Menezes, foram programadas algumas sessões especiais de desobsessão  para o caso Ester, com a presença do casal Santamaria. Eis como foi a primeira sessão, dirigida pelo Cel. Sobreira: Trazidos por abnegados auxiliares do diretor espiritual, o obsessor de Ester manifestou-se pela psicofonia inconsciente de Joel. A Entidade fora removida desde a véspera, sem que se desarticulassem os liames que a atavam à vitima. Simultaneamente, procedeu-se à imantação psíquica do desencarnado com Joel. Incorporada, a entidade convulsionava o médium, que, de imediato, se transfigurou, congestionando a face e modificando a postura... Dava a impressão de ser Joel outra pessoa... Disciplinado, porém, quanto evangelizado, o médium continuava semidesdobrado, ao lado, entre os operosos Instrutores Desencarnados, pronto para qualquer interferência necessária. Agressivo, vulgar e furioso, o Espírito blasonou: “Sou invencível! Ninguém me alcançará nem me deterá. Cobrarei lágrima por lágrima, desdita por desdita, e não saciarei minha sede de vingança. Tenho vertido sangue de lava sem qualquer refrigeração e me encontro destroçado...” Na sequência, a entidade falava da traição de que fora vitima, e da vingança que apenas começava... E gemia, chorava, despejando a vasa de ódio cultivado em imprecações violentas e chocantes... Energia vigorosas eram-lhe aplicadas por orientação superior. Era necessário aquele mergulho nas vibrações, no magnetismo da mediunidade com Jesus, balsamizante, confortadora. Foi então que o doutrinador, com voz doce,  mas enérgica, dirigiu-se ao tresloucado Espírito: “Falas que és infeliz, no entanto infelicitas...” A entidade, surpresa, indagou: “Quem me interrompe? Que tipo de cilada é esta?” O esclarecedor respondeu-lhe: “A cilada do  amor. Aqui estás para que percebas a fraqueza das tuas forças e a força da Misericórdia  e  Justiça Divinas”. (Cap.  16,  pp. 141 e 142) 

78. O diálogo  com  o  obsessor - O Espírito não sabia onde se encontrava.  Ao receber o esclarecimento pertinente, disse não ter nem senhor nem chefe: “Sou livre para odiar e desforçar-me. Ninguém me controla nem me dirige... Chega de conversa, homem”. A paciência do Cel. Sobreira era infinita: “Ninguém é livre, realmente, enquanto não se libera das paixões, que são os inimigos mais escravizadores que existem”.  e informou-o  de que ninguém ali estava brincando, porque com vidas não se brinca... Ao ser chamado de “irmão”, o obsessor de Ester respondeu com ironia: “Irmão?!.. Devo ter sido colhido por  um grupo de loucos mortos e trapaceiros, metidos a religiosos a fim de enganar-me. Nada feito: eu sou morto também, lutando contra vivos e vingando-me dos a quem eu irei matar...” O Cel. Sobreira não deixou passar semelhante oportunidade: “Enganaste, novamente, meu irmão. Mortos estamos quando no corpo, e vivos, se nos encontramos sem ele... Estás, sim, desencarnado, liberado para a vida, graças à desencarnação, também chamada morte. Não somos loucos, porquanto enfermo estás tu, vitimado pela cegueira do ódio e os venenos da revolta, transformado em ladrão da paz alheia, acovardado na agressividade, porquanto quem agride é fugitivo da coragem que ama e perdoa...” E acrescentou: “Somos religiosos, sim, seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Chefe e Guia...” Nesse ínterim, atendendo às instruções de Bezerra de Menezes, Philomeno aproximou-se do Espírito em desvario e aplicou-lhe passes cuidadosos, anestesiantes. A entidade, que fora acometida de grande surpresa ao ouvir enunciado o nome de Jesus, recebeu a vibração mental que o acompanhava e lembrou-se, momentaneamente, do Crucificado. Por sua mente aturdida repassaram algumas impressões das gravuras a óleo que conhecera na Terra e estremeceu, receoso... Em seguida, adormeceu e foi retirado, inconsciente. (Cap. 16, pp. 142 a 144) (Continua no próximo número.)

 


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