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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 236 - 20 de Novembro de 2011

CLÁUDIO BUENO DA SILVA
klardec@yahoo.com.br
Osasco, SP (Brasil)
 

O repórter e o médico


O repórter pergunta ao médico nutrólogo: – “Como deve ser preparado um bom churrasco, preservando as qualidades nutricionais e organolépticas?”. O médico responde: – “Autoridades em nutrição do mundo todo recomendam a ingestão moderada de produtos de origem animal, carne, leite, ovos. Deve-se remover a gordura visível do produto animal. Deve-se evitar a queima excessiva da carne, isto é, ela não deve ser muito queimada. Isto porque quando a carne fica ‘estorricada’ formam-se substâncias cancerígenas”.

O repórter faz nova pergunta: – “O que há de mito e de verdade com relação ao consumo de carne bovina? Carne aumenta o mau colesterol?”. O médico explicita: – “O excesso de proteína e de gordura animal contribui para o aumento dos níveis de colesterol. Isto é válido para todo produto animal”.

O entrevistador se mostra objetivo: – “Carne causa câncer no estômago?”. O nutrólogo não recua ante o dever de informar, diz: – “Há uma recomendação para que se modere a ingestão de produtos animais, como se disse acima. Há dados indicando que o excesso de produto animal pode promover a produção de amônia e nitrosaminas (substâncias cancerígenas) pela microbiota intestinal”.

Pois bem: o repórter estava fazendo matéria para a Revista dos Criadores de Zebu, da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu. Deveria ter sido uma entrevista bem tendenciosa, onde toda a brasa fosse puxada para a sardinha, digo carninha, da Associação. Mas não foi o que aconteceu. O médico nutrólogo que concedeu a entrevista é o Dr. Ênio Cardillo Vieira, da Academia Mineira de Medicina, PhD em Bioquímica, professor emérito e titular de Química Fisiológica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Antes de o bife virar bife

Vamos ler um interessante depoimento, também voltado para a questão do consumo de carne: “Fisiologicamente, conhecemos o que é termos um pedaço de carne no estômago para digerir: o processo é lento, nos sentimos lerdos, o intestino se torna preguiçoso. Acredito muito na energia dos alimentos e a influência que podemos sofrer com ela. Antes do bife virar bife, infelizmente temos um processo muito cruel, doloroso, triste. Os animais, já no pasto, têm uma vida difícil. Não é um tratamento suave. Ao serem transportados, em caminhões, sofrem (tomam choque para não se sentarem, pois a carne pode escurecer); antes de serem mortos, ainda na fila, percebem o que ‘está se passando’! No momento de serem abatidos, escorrem lágrimas e de longe se escutam os mugidos... Nessa hora o animal libera hormônios de dor e medo. E isso vai para o prato”.

O realista depoimento, que lembra bastante o que escreveu André Luiz sobre o assunto, pelo Chico Xavier, é de Caroline Bergerot, escritora, nutricionista, especializada em Nutrição Clínica.

Demonstrando moderação e bom senso, ela conclui: “... cada um de nós faz suas escolhas, segue seus processos. Evidentemente não critico a opção de ninguém, pois cada um de nós tem necessidades e condutas de pensamento pessoais, mas é importante termos consciência do que estamos ingerindo e dos benefícios ou malefícios que determinados alimentos podem nos trazer”.

O pensamento espírita não é diferente.

Escala das prioridades

Muitas pessoas não se dispõem a assumir o sacrifício das mudanças, ainda mais quando se trata de mexer com hábitos arraigados. No caso da ingestão de carne, alegam que há outras prioridades em que pensar. É certo, mas, dependendo do ângulo que se observe, a questão pode ser refletida com muito proveito e estimular uma modificação em nossa vida.

O que se sabe, com certeza, é que todo exagero traz consequências.

Há muita coisa envolvida nesse hábito humano que só agora, com as graves polêmicas ambientais, as pandemias globais periódicas, e, por outro lado, o avanço das pesquisas na área da alimentação, está sendo discutido de forma transparente por médicos, pesquisadores e ambientalistas sérios, compromissados com a melhora das condições gerais da saúde e com o desenvolvimento dos níveis de conduta humana minimamente aceitáveis para o equilíbrio da vida planetária.

                                   Escolha segundo a consciência

É grande o número de filósofos, pensadores, escritores, cientistas, médicos, artistas, santos, em todos os tempos e lugares, que se preocuparam com a questão dos animais e da carne como alimento humano. Fosse um problema irrelevante, e não teriam deixado tantas reflexões e depoimentos. Todos eles se sentiram motivados, em algum momento de suas vidas, a pensar no assunto e tomar atitude coerente com suas reflexões.

A filosofia espírita, nesse como em todo assunto, nada proíbe, por entender que o indivíduo é livre para escolher segundo sua consciência. O Espírito Lamennais, filósofo e escritor político francês (1782-1854), assinou um texto sobre a alimentação do homem, incluído por Allan Kardec na Revista Espírita de 1863, onde adverte que o corpo deve ser nutrido com a matéria, “mas a natureza da matéria influi sobre a espessura do corpo e, em consequência, sobre as manifestações do Espírito”. Admite que “o esquecimento da carne leva mais facilmente à meditação e à prece”, mas que “pode-se ser bom cristão e bom Espírita e comer a seu gosto, desde que seja razoável”.  

A matéria é ainda controvertida, como tantos outros temas. Mas o tempo e o progresso do pensamento irão solucionando as questões. Por ora, não custa nada pensarmos no assunto.
 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita