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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 235 - 13 de Novembro de 2011

CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

Elenin ou Nibiru


Resisti redigir sobre este tema até cinco minutos atrás. São fotos e matérias demais, blogs, sites, fóruns, especulação demais, considerei, para que eu também queira dar o meu pitaco. Até porque meu enfoque se prende à perspectiva espírita, e a razão é evidente: a inevitável comparação do famoso cometa, ou seja lá o que for, com o planeta Nibiru, anunciado por profecias e aguardado com ansiedade para estes tempos turbulentos em que vivemos. Efetivamente, consta em obras espíritas como Exilados da Capela, de Edgar Armond, e A Caminho da Luz, do Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, menções a acontecimentos semelhantes em outros quadrantes cósmicos, de exílio em massa de Espíritos de um para outro orbe primitivo em épocas críticas, bem como noutros volumes, a previsão da proximidade, para os tempos atuais, de um corpo celeste de padrão vibratório denso, que haveria de magnetizar para o seu bojo, gradativamente, no decorrer das desencarnações sucessivas ao longo dos anos, aqueles dentre nós que, ainda involuídos no âmbito espiritual e da moralidade cósmica, se sintonizassem espontaneamente com o habitat ainda primitivo deste corpo celeste.

Ontem acessei dois vídeos dos palestrantes Alexander Retrov e Krystal. Como seria natural, diante do enfoque utilizado ante uma plateia restrita de algumas pessoas em estado de pasmo na Austrália, espantei-me até onde pude no primeiro momento, porque dividiram o tema em duas partes. A primeira abordando o aspecto estritamente material do caso (vide links no final do artigo): as catástrofes crescentes para daqui até novembro, afirmando sem cerimônia ser o astro nada menos do que Nibiru! Na segunda parte, Krystal nos convida às considerações mais amenas (e, a meu ver, mais válidas) sobre como isolar nosso medo, agindo em função de quem de fato somos, no nosso Eu mais elevado, o Amor incondicional.

Acontece que, após o susto, e ter que admitir, após algumas pesquisas no Google, que em cada data mencionada de alinhamento do astro com o sol ou a Terra houve mesmo um terremoto ou cataclismo (vide o do Japão, exatamente em 16 de agosto último). Nas horas seguintes fui considerando sobre se era coisa produtiva, assim, em cima da hora, dois palestrantes abordarem deste modo impactante um tema tão controverso, aconselhando enfim as pessoas a fazerem buracos no chão e estocarem água e alimento (já que afirmam que o sistema financeiro mundial, de setembro em diante, literalmente irá rachar!), diante de gente visivelmente vulnerável, leiga sobre o assunto, e sabe-se lá até que ponto preparada emocional e psicologicamente para filtrar com a devida racionalidade a informação e reagir de acordo.

Lembremo-nos, amigos, que devido a um contexto parecido anos atrás houve um episódio catastrófico de suicídio coletivo por pessoas que acreditaram piamente na velha e recorrente ameaça do "fim do mundo"!

Há, indubitavelmente, e principalmente na posição de formadores de opinião, que se ter cautela com o perfil espiritual de cada ser que nos procura em busca de informação, porque o simples afã de se "contar a verdade que não está sendo dita" – e nem ao menos se pode afirmar com segurança que esta é, de fato, a verdade final! – não justifica que se moleste indiscriminadamente o universo emocional das pessoas, para o que talvez não se vejam preparadas para enfrentar com serenidade. E isto, considerando-se a veracidade integral das notícias anunciadas, que se dirá, então, de fatos a respeito dos quais, arrisco mesmo a afirmar, nenhum dos expositores e debatedores ao  redor do mundo tem a resposta final, para assegurar a quem quer que seja o que, de fato, é Elenin, ou o que ocorrerá realmente durante o período de sua influência magnética no nosso sistema solar!

Que Elenin existe, existe. Que coincidem seus alinhamentos planetários com as datas dos eventos catastróficos desde o ano passado, isto é fato, e pode ser pesquisado e comprovado por qualquer um de nós, mais interessado. Que, também, há coincidências inegáveis entre a história deste cometa e o contado pelo interessante filme Impacto Profundo, exibido nos idos de 1998, basta conferir para se atestar a evidência. Mas daí, meus queridos, a se noticiar, a partir destes fatos isolados e ainda isentos da liga definitiva, que a partir da segunda-feira próxima o planeta Terra, nosso lindo mundo azul, vai rachar ao meio, e de resto em meio a uma disputadíssima guerra entre reptilianos e os da quinta dimensão que tentam nos salvar..., é forte! Bem como, também a partir disso, se assegurar que toda canalização feita com Ashtar Sheran e outros seres das dimensões superiores não passa de um comunicado do próprio eu superior de cada canalizador, e que tudo isto é ilusão, é arriscar demais num território de domínio para além das realidades restritas de nossas percepções neste mundo!

Há, sim, na longa palestra, a única menção que considero de todo sensata: à atuação soberana da lei de causa e efeito, o que vem depor contra toda a ideia malformada das realidades do Karma e de punição e castigo divinos. Devemos, sim, compreender que nos situaremos mais à frente, com ou sem fim do mundo, segundo nossas mínimas escolhas de cada minuto!

De fato, se o mundo está a bagunça generalizada que observamos na atualidade, apresenta-se não mais não menos que com o panorama resultante de nossas próprias diretrizes. Ruas sujas por causa da pouca educação de uma população. Países em guerra pela razão aparentemente simplista de não conhecerem ainda, os dirigentes dos povos, soluções mais sábias e menos agressivas para a resolução de todos os problemas. Ar poluído, mentes adoecidas em violência e horror, por ter-se viciado uma humanidade inteira a banalizar o valor da vida existente em toda a manifestação do Criador no planeta!

E obviamente, por sintonia, isto traz consequências de impacto crescente. Portanto, a meu ver, não nos importa mais aqui, nesta hora crítica, ser ou não ser o visitante celeste, que tanta celeuma vem causando na ebulição virtual do nosso cotidiano diminuto ante as grandiosidades cósmicas, Nibiru, uma anã marrom, um asteroide ou uma nave tripulada sucedida de tantas outras a caminho de algum impacto de ordem material ou social insuspeitados pelos nossos povos. Interessa, sobretudo – e isto mais de perto, tanto a leigos quanto aos entendidos dos temas Nibiru/Elenin –, conhecer melhor a respeito de nosso atual estado íntimo. Nós mesmos!

O que andamos construindo paulatinamente para nós? Eis o que nos situará no bom ou mau capítulo seguinte, com ou sem "final dos tempos"!
 

Observação:

Eis os links citados neste artigo:

http://www.youtube.com/watch?v=4hKnUKUGYkg&feature=player_embedded

http://www.youtube.com/watch?v=fBcBWLe166A&feature=related. 


 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita