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Estudando a série André Luiz
Ano 5 - N° 229 - 2 de Outubro de 2011

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

Ação e Reação

André Luiz

(Parte 29)

Damos continuidade nesta edição ao estudo da obra Ação e Reação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Quem foi Adelino no passado recente?

Quando ainda vigorava a escravidão no Brasil, Adelino nasceu como filho bastardo de um jovem muito rico que o recebeu das mãos da genitora escrava, que desencarnou ao trazê-lo à luz. Gaspar, o moço afazendado que lhe foi o pai solteiro, era homem de coração enri­jecido, muito cedo acostumado ao orgulho tiranizante, em face da incú­ria do lar em que nascera. Abusava das donzelas cativas a seu talante e, em muitas ocasiões, vendeu-as com os próprios filhos recém-natos para não ouvir seus choros e petitórios. Entretanto, para o filho Martim – o mesmo Adelino de agora – sua ternura e dedicação não mostravam limites. Inexplicavelmente para ele mesmo, amava-o com desvelado enternecimento, a ponto de pro­videnciar-lhe educação esmerada na própria fazenda. (Ação e Reação, cap. 16, pp. 217 e 218.) 

B. O amor do pai era correspondido por Martim, seu filho bastardo?

Sim. Pai e filho tornaram-se companheiros inseparáveis nos jogos, nos estudos, no serviço e na caça, e Gaspar tornou-o partícipe de seu nome e de sua herança. Tudo correu bem entre eles até que, aos 43 anos de idade, Gaspar resolveu casar-se com uma jovem de grande me­trópole, de nome Maria Emília, 20 anos de idade na época. Atraído pela jovem madrasta, Martim, que contava então 21 anos, passou a experimentar torturantes conflitos sentimen­tais. Ele, que se julgava o melhor amigo de Gaspar, entrou a detestá-lo, não lhe tolerando a posse sobre a mulher que desejava, sabendo-se por ela ardentemente querido. Maria Emília e ele entregaram-se, então, à pai­xão desvairada e foi assim que, auxiliado por dois capatazes de sua confiança - Antônio e Lucídio -, ad­ministrou uma poção entorpecente no pai, que estava acamado naquele dia, provocando em seguida um incêndio no qual Gaspar veio a falecer. (Obra citada, cap. 16, pp. 217 e 218.)

C. Que atitude tomou Gaspar logo que se viu no plano espiritual?

Gaspar, a inflamar-se em cólera, envolveu o filho em nu­vens de fluidos inflamados, contra os quais o infeliz não possuía de­fesa. Apegando-se ao afeto da mulher, Martim procurou aneste­siar a consciência e esquecer tudo... Confiou a fazenda aos cuidados de seus dois cúmplices e demandou a Europa, em busca de re­pouso e distração. Tudo, porém, debalde... Ao fim de cinco anos de re­sistência, tombou integralmente vencido, sob o jugo do Espírito do pai que o cercava, incessantemente, apesar de invisível. Gaspar aguardou-o no túmulo, arrastando-o para as sombras in­fernais, onde passou a exercer pavorosa vingança... (Obra citada, cap. 16, pp. 219 e 220.) 

Texto para leitura

105. Crime no século passado - Junto à porta da casa, três crianças ocupavam três leitos: Marisa, uma loura menina entre nove e dez anos, filha de Adelino, de quem a mãezinha se afastara havia seis anos, e dois petizes de tez escura - Mário e Raul -, dois enjeitados que ele adotara por filhos do coração. Para possibilitar entendamos melhor o caso Adelino, Silas relatou: "Em meados do século precedente, Adelino era filho bastardo de um jovem muito rico que o recebeu das mãos da genitora escrava, que desencarnou ao trazê-lo à luz. Martim Gaspar, o moço afazendado que lhe foi o pai solteiro, era homem de coração enri­jecido, muito cedo acostumado ao orgulho tiranizante, em face da incú­ria do lar em que nascera. Abusava das donzelas cativas a seu talante e, em muitas ocasiões, vendeu-as com os próprios filhos recém-natos para lhes não ouvir os choros e petitórios. Temido na casa grande da qual se fizera absoluto senhor, por morte do velho pai, que, em vão, buscara tardiamente controlar-lhe os instintos, sabia usar o tronco e o chicote, sem qualquer compaixão. Era execrado pela maioria dos ser­vos e bajulado de quantos lhe obtinham os favores, a troco de lisonja servil. Entretanto, para o filho Martim – o mesmo Adelino de agora – a sua ternura e dedicação não mostravam limites. Inexplicavelmente para ele mesmo, amava-o com desvelado enternecimento, a ponto de pro­videnciar-lhe educação esmerada na própria fazenda". Silas disse então que pai e filho tornaram-se companheiros inseparáveis nos jogos, nos estudos, no serviço e na caça e Gaspar tornou-o partícipe de seu nome e de sua herança. Pai e filho contavam, respectivamente, 43 e 21 anos de idade, quando Gaspar resolveu casar-se com uma jovem de grande me­trópole - Maria Emília -, na época com 20 anos, que desenvolveu sobre o enteado estranha fascinação. Martim, amado pelo pai e atraído pela jovem madrasta, passou a experimentar torturantes conflitos sentimen­tais. Ele, que se julgava o melhor amigo de Gaspar, entrou a detestá-lo, não lhe tolerando a posse sobre a mulher que desejava, sabendo-se por ela ardentemente querido. Maria Emília e ele entregaram-se à pai­xão desvairada e foi assim que Martim, auxiliado por dois capatazes de sua confiança - Antônio e Lucídio -, e com aprovação da madrasta, ad­ministrou uma poção entorpecente no pai, que estava acamado naquele dia, provocando em seguida um incêndio no qual o mísero Gaspar, em hor­ríveis padecimentos, veio a falecer. (Cap. 16, pp. 217 e 218) 

106. Remorso e sofrimento além-túmulo - Morto o pai, Martim apode­rou-se-lhe dos haveres e tentou a felicidade junto com Maria Emí­lia, mas o genitor desencarnado, a inflamar-se em cólera, envolveu-o em nu­vens de fluidos inflamados, contra os quais o infeliz não possuía de­fesa... Apegando-se ao afeto da companheira, Martim procurou aneste­siar a consciência e esquecer... esquecer... Confiou a fazenda aos cuidados de seus dois cúmplices e demandou a Europa, em busca de re­pouso e distração. Tudo, porém, debalde... Ao fim de cinco anos de re­sistência, tombou integralmente vencido, sob o jugo do Espírito do pai que o cercava, incessantemente, apesar de invisível. Abriu-se-lhe a pele em chaga, como se chamas ocultas o requeimassem. Circunscrito ao leito de dor e constantemente empolgado pelo remorso, recapitulava mentalmente a morte do pai, em urros de martírio selvagem... Não sa­bia, desse modo, senão chorar, gritando a esmo o arrependimento de que se via possuído, no que foi interpretado à conta de louco pela própria companheira, que se dava pressa em reconhecer-lhe a suposta alienação mental, de modo a inocentar-se perante os amigos e servidores. Foi al­gemado a semelhante suplício que Martim recebeu escárnio e abandono, dentro do próprio círculo doméstico, vindo a expirar em tremenda fla­gelação. Gaspar aguardou-o no túmulo, arrastando-o para as sombras in­fernais, onde passou a exercer pavorosa vingança... O desditoso filho desencarnado sofreu terríveis humilhações e indescritíveis tormentos, durante onze anos consecutivos, em cárceres de treva, até que, ampa­rado por Mensageiros de Jesus, ingressou na Mansão, em lamentável si­tuação. Tendo entrado em sintonia com o pai, sequioso de vindita, através das brechas mentais do remorso e do arrependimento tardio, fora hipnotizado por gênios perversos que o fizeram sentir-se dominado de chamas torturantes. Fixada a imagem dele em semelhante quadro de angústia, o próprio Martim nutria com o pensamento culposo as labare­das em que se torturava sem consumir-se, até que foi aliviado e socor­rido pelos benfeitores através de recursos magnéticos que lhe sanaram o doloroso desequilíbrio. (Cap. 16, pp. 219 e 220) 

107. Os cúmplices reúnem-se no mesmo lar - Devotado, na Mansão, aos serviços mais duros, Martim conquistou com o tempo apreciáveis lauréis que lhe permitiram voltar à esfera humana, para iniciar o pa­gamento da larga dívida em que se onerou. Atirado a imensas dificulda­des materiais, desde cedo cresceu órfão de pai... Custodiado por ben­feitores da Mansão, foi con­duzido a uma casa espírita, ainda muito jo­vem, onde a leitura dos princípios espíritas constituiu para ele re­cordações naturais dos en­sinamentos assimilados na Mansão. Discipli­nou-se e, apesar dos entra­ves orgânicos, dedicou-se ao serviço de re­presentação comercial, de cujos labores retirava os recursos, que sa­bia repartir com numerosos necessitados, reservando para si tão-so­mente o indispensável. Trilhando o caminho da simplicidade e da renún­cia edificante, modificou as impressões de muitos companheiros de ou­tro tempo, que nas baixas camadas da sombra se lhe haviam transformado em perseguidores e desafetos. Ajudando aos outros, Martim - agora Ade­lino - desbastava, dia a dia, o montante dos seus débitos, uma vez que a Misericórdia do Pai permite que os nossos credores atenuem o rigor da cobrança sempre que nos vejam oferecendo ao próximo necessitado aquilo que lhes devemos... Desse modo, ele resgatava o pretérito, ga­nhava tempo e adquiria novas bênçãos, porquanto atraíra para junto de si, como filha, a antiga madrasta, reencarnada para reeducar-se ao ca­lor de seus exemplos nobres, e os dois antigos cúmplices - Antônio e Lucídio -, recolhidos por ele como filhos adotivos. "Como é fácil de reconhecer – acentuou Silas –, nosso irmão, através da responsabili­dade espírita-cristã, corretamente sentida e vivida, conquistou a fe­licidade de reencontrar os laços do pretérito criminoso para o neces­sário reajuste, ao passo que, se houvesse desertado da luta pela irre­flexão da companheira <que o abandonou> ou se tivesse cerrado a porta do coração a dois meninos infelizes, teria adiado para futuros séculos o nobre trabalho que está fazendo agora..." (Cap. 16, pp. 220 a 222) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita