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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 227 - 18 de Setembro de 2011

VLADIMIR POLÍZIO
polizio@terra.com.br
Jundiaí, São Paulo (Brasil)


O doente da janela e a importância da palavra


O poder fluídico da palavra é demais importante e todos nós temos condições de transmitir ao nosso próximo vibrações boas ou ruins, independente das verdades que possam conter.

Este é um dos conhecidos casos em que podemos fazer ou trazer, mesmo que momentaneamente, a alegria ou o bem-estar a alguém.

Num quarto de hospital, duas camas acomodavam dois doentes, os quais, com o passar do tempo, fizeram boa amizade.

O doente mais antigo encontrava-se no leito que ficava próximo da janela, enquanto que o outro se achava pouco mais afastado e num ângulo que não lhe dava condição alguma de visualizar, através dela, o mundo exterior.

Ambos compartilhavam o mesmo ambiente, com luz em penumbra permanente, há meses, devido à gravidade do mal que os acometera.

O primeiro e mais antigo ‘hóspede’, sabedor de que seu companheiro também não podia se levantar, e muito menos expiar a vida além do quarto, procurava, a todo momento, passar-lhe os fatos novos, descrevendo-os em seus detalhes, com o fim de abrandar o infortúnio e minorar suas lamentações.

Sentado à cama com naturalidade, informava ao amigo como estava o dia lá fora, e como as pessoas se comportavam, quando era chuvoso ou ensolarado.

Referindo-se à saúde, fazia ver ao amigo como era bom caminhar pelo imenso jardim da praça, em meio às frondosas árvores que faziam gostosas sombras sendo bem aproveitadas pelos transeuntes.

Descrevia os casais que se acomodavam sob suas copas e ali permaneciam horas a fio, em franca harmonia coloquial; também falava das crianças, que corriam de um lado a outro do parque, em torno da fonte, cujas águas brilhavam à luz do Sol, espargindo alegria e frescor.

O amigo ouvinte, a cada informação que chegava, deixava a imaginação trabalhar com sua peculiar fertilidade e também se via em meio àquele paraíso, que lhe era descrito todos os dias.

Certa vez, o doente da janela levantou-se um pouco mais na cama, ajustou-se nos travesseiros e avisou o amigo que um grupo de pessoas uniformizadas, certamente uma banda, estava desfilando ao lado do jardim, sem que pudesse ouvir-lhe o som, enquanto que outros, em ares felizes, acompanhavam-na agitando flâmulas.

Empolgado, o seu amigo encheu-se de alegria. Aprumou os ouvidos e disse que podia escutar suavemente o som dos instrumentos que vibravam em harmonia sonora com a natureza, e que isso estava trazendo mais alegria ao ambiente interno do hospital.

Mas, numa manhã, quando tudo parecia normal por ali, com a enfermeira trazendo os remédios costumeiros, uma triste novidade no quarto: o doente da janela, ao ser chamado, não acordou; já não vivia mais...

A campainha foi tocada e o quarto rapidamente se encheu de funcionários que lamentaram a partida, pois todos já se haviam acostumado com o bondoso senhor que ocupara por longos meses aquele leito de dor e sofrimento.

Retomada a rotina, o outro doente, como não podia levantar-se, pediu que o colocassem na cama próxima da janela, para poder, ao menos, passar melhor o tempo apreciando o mundo lá fora.

Quando a enfermagem o atendeu, qual não foi sua surpresa!

Aquela janela, por primorosa lhe parecesse, dava para uma parede de tijolos, em estreito corredor, sem acabamento, e sem oferecer qualquer chance de uma vista externa.

O doente, intrigado e surpreso, perguntou à enfermeira:

– Como meu amigo via e transmitia tanta beleza, se na verdade nada disso existe?!

E ela, de cabeça baixa e com voz suave, respondeu-lhe:

– Aquele homem bondoso que repartira com você longos meses o sombrio ambiente do quarto transmitindo-lhe sempre alegria e bons pensamentos, era cego, nunca enxergou!
 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita