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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 227 - 18 de Setembro de 2011

MARCELO DAMASCENO DO VALE
marcellus.vale@gmail.com

São Bento do Sul, SC (Brasil)
 

Afinal, o que é panteísmo?


Que se deve pensar da opinião segundo a qual todos os corpos da Natureza, todos os seres, todos os globos do Universo seriam partes da Divindade e constituiriam, em conjunto, a própria Divindade, ou, por outra, que se deve pensar da doutrina panteísta?

“Não podendo fazer-se Deus, o homem quer ao menos ser uma parte de Deus.” (Questão 15 de O Livro dos Espíritos.)


O panteísmo (do grego pan = tudo + théos = Deus) é uma doutrina filosófica que defende que tudo é Deus, considerando a Natureza e o Universo divinos.

Existem várias formas ou sistemas de panteísmo. O panteísmo clássico considerava Deus a única realidade e o universo uma mera manifestação, emanação ou realização de Deus; o estoicismo identificou Deus com o Universo, considerando-O como a força vital e inteligência cósmica que o governa; no neoplatonismo e, mais tarde, com Giordano Bruno, Deus é causa e princípio do universo. O panteísmo materialista ou naturalista vê no universo a própria realidade de Deus. (1) 

O filósofo holandês Baruch Spinoza (1632-1677) considerava que "Só o mundo é real, sendo Deus a soma de tudo quanto existe".  Temos, ainda, o Pananteísmo de Teillard de Chardin, o qual é um panteísmo mais elaborado e complexo, e também o panteísmo científico, que assume a convicção de que o cosmos é divino e a Terra é sagrada. (2 e 3)  

O neo-Panteísmo é outro sistema que se assenta sobre a ideia de um deus impessoal representado pela Natureza, porém de polaridade sexual feminina. Surgiu a partir de uma falsa compreensão do Deus vivo, pois seus adeptos justificam a necessidade de uma crença não Sobrenatural. (4) 

Os filósofos clássicos do Espiritismo complementaram o pensamento dos Espíritos da codificação de forma brilhante, primeiro Léon Denis: 

Deus, tal qual o concebemos, não é, pois, o Deus do panteísmo oriental, que se confunde com o Universo, nem o Deus antropomorfo, monarca do céu, exterior ao mundo, de que nos falam as religiões do Ocidente. Deus é manifestado pelo Universo – do qual é a representação sensível –, mas não se confunde com este. De igual maneira que em nós a unidade consciente, a Alma, o eu, persiste no meio das modificações incessantes da matéria corporal, assim, no meio das transformações do Universo e da incessante renovação de suas partes, subsiste o Ser que é a Alma, a consciência, o eu que o anima e lhe comunica o movimento e a vida. (5) 

E também temos as observações lúcidas de Camille Flammarion: 

O panteísmo, fazendo da alma uma partícula da substância divina, a escraviza e arrasta, inevitavelmente, ao fatalismo absoluto. (6) 

A opinião que proclama a identidade substancial de Deus com o mundo, e que recentemente tem tido uma revivescência favorável, não passa de panteísmo absoluto, na sua forma simples e íntegra.

Quaisquer que sejam as palavras com que o expressem, um espírito judicioso jamais se iludiria. Se Deus e o mundo não são mais que um mesmo e único ser, Deus não existe. (7) 

Mas, ainda bem que o ateísmo absoluto só pode ser uma loucura nominal e o espírito mais negativista não pode, realmente, atribuir à matéria senão o que pertence ao espírito, criando assim um deus-matéria, à sua imagem e semelhança. Assim, temos visto que, desde o panteísmo místico ao mais rigoroso ateísmo, os erros humanos a respeito da personalidade divina não puderam, senão, velar, ou desnaturar a revelação do Universo, sem aniquilá-la. Nosso Deus da Natureza permanece inatacável, no seio mesmo da Natureza, força intrínseca e universal governando cada átomo, formando organismos e mundos, princípio e fim das criações que passam, luz incriada a brilhar no mundo invisível e para a qual, oscilantes, se dirigem as almas, como a agulha imantada, que não mais repousa enquanto não se encontra identificada com o plano do polo magnético. (8) 

Ambos esclareceram a ideia de Deus em oposição ao panteísmo – o qual parece uma doutrina interessante que unifica a Criação com o Criador, mas resulta em um Universo sem direção única, ordenado por uma entidade indefinida, sujeita às modificações da matéria. O panteísmo teria como consequência a desorganização e não a perfeição matemática de toda a criação.

 

Notas:

1 – http://pt.wikipedia.org/wiki/Teilhard_de_Chardin.

2 – http://www.sociedadeteosofica.org.br/bhagavad/site/livro/cap45.htm.

3 – http://www.infopedia.pt/$panteismo.

4 – http://pantheism-site.us/mainpage1.html.

5 – Léon Denis, O Grande Enigma, Cap. I.

6 – Camille Flammarion, Deus na natureza, Cap. 3 - Terceira Parte.

7 – Camille Flammarion, Deus na natureza, Cap. 1 - Quinta Parte.

8 – Camille Flammarion, Deus na natureza, Cap. 1 - Quinta Parte.

 


 


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