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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 215 - 26 de Junho de 2011

DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Paulo, SP (Brasil)
 

Um grande médium,
grande espírita!


Faz quarenta e cinco anos que um grande médium de efeitos físicos, de belíssimas materializações opacas e luminosas, deixou este mundo. Falamos do médium Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho. Nascido em 1º. de fevereiro de 1905, natural de Pacatuba, Ceará, é considerado um dos maiores médiuns do mundo por sua grande capacidade de liberação ectoplasmática e por também ter sido competente médium receitista.

 Para se ter uma ideia da faculdade de receituário médico de Peixotinho, os de sua família, esposa e filhos, jamais se valeram de medicamentos alopáticos, tratados apenas à base da homeopatia, medicamentos receitados pelos Espíritos através dele. Pela peculiar aptidão de intérprete dos Espíritos, pelo meio psicográfico, em 1936, Peixotinho prescreveu diversas indicações terapêuticas.

Tendo a mediunidade de efeitos físicos já desenvolvida de 1938 a 1941, ele atuava no Grupo Pedro, em Macaé, Estado do Rio de Janeiro (RJ). Em 1944, militar do Exército Brasileiro, foi transferido para Imbatuba, em Santa Catarina, e nem por isso interrompeu o atendimento aos enfermos através dos receituários. Transferido de novo, em julho de 1945, voltou para o Rio a fim de prestar serviços na Fortaleza São João. Nesse período, em sua residência na área habitacional dos militares, aconteceram os primeiros fenômenos tangíveis, e em 1946, o médium fez parte do Grupo Espírita André Luiz.

Finalmente, em 1949, a numerosa família Peixoto fixou residência em Campos dos Goitacazes (RJ), continuou Peixotinho na sua missão de curar os enfermos e de produzir lindas e admiráveis materializações. No final da década de 1950, grande quantidade de enfermos buscava-lhe auxílio na residência da Rua Dr. Miguel Herédia, 146, da referida cidade, e dona Baby, Benedita Vieira Peixoto, sua esposa, muito lhe ajudava.

Alívio do corpo e da alma

Ali, a caridosa dupla acolhia quem fosse em busca de uma cura ou de um alívio para os seus males físicos ou morais. Antes do atendimento, ministravam-se as luzes consoladoras de O Evangelho segundo o Espiritismo. Peixotinho teve que fundar um grupo espírita, devido ao aumento de enfermos, passando a atendê-los no mesmo endereço, só que nos fundos do quintal da residência. Foi aí que, em 25 de dezembro de 1954, ele inaugurou o Grupo Espírita Aracy; as materializações tornaram-se cada vez mais intensas.

Muitos puderam testemunhar materializações de Entidades desencarnadas, além de formas luminosas, de objetos trazidos de regiões distantes, de flores e outros fenômenos. Os Espíritos materializados apresentavam-se como magníficos luzeiros entre as pessoas, conversavam com elas, faziam cirurgias, discursavam sobre temas evangélicos, escreviam, declamavam poemas, versos, pintavam, desenhavam, compunham canções.

Voltemos um pouco atrás. Antes, as reuniões de efeitos físicos eram feitas em sala de uma residência de algum confrade amigo, tendo sempre como cabine um quarto, de preferência, bem próximo da sala, em geral cabendo 15 pessoas no máximo. Conta o escritor e pesquisador Rafael Américo Ranieri que os Espíritos emitiam luz própria, iluminando o recinto às escuras (a claridade da luz elétrica prejudica o delicado processo ectoplasmático). Segundo Ranieri, dava a impressão de se estar diante de globos de luz fluorescente em forma humana. Nessa oportunidade, Ranieri, fruía de bom conceito pelos relevantes serviços que prestava como policial civil do Estado de São Paulo.

Por causa do desenlace da filha, o delegado Ranieri, descrente de tudo, de Deus, vendo os fenômenos espíritas com desconfiança, sofria demais. Revoltado e não se conformando com a morte da filhinha, fizeram-no chegar até o médium Peixotinho; Ranieri abraçou o Espiritismo; tornou-se espírita convicto e confesso pelo motivo de que, mais adiante, vamos saber.

Não se deixava enganar

Conta o policial, escritor e pesquisador dos fenômenos produzidos por Peixotinho, que nunca se deixaria enganar, referindo-se a uma possível impostura. Acostumado com astutos criminosos de toda a sorte, ele, autoridade pública importante daquele tempo, não teve nenhum receio de escrever um livro, Materializações Luminosas (1), com objetivo de dar o testemunho de tudo o que atentamente observara com o seu olho clínico de policial.

Aqui transcrevemos um trecho de um dos relatos que consta da sua obra, acerca de uma ocorrência, provavelmente, a mais importante de toda a sua vida. Aconteceu numa  primeira reunião com o médium Peixotinho, em 1948, na residência do Dr. Rômulo Joviano, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, inclusive com a presença do inesquecível médium Francisco Cândido Xavier, por sinal, muitíssimo amigo de Peixotinho e sua família:

... Sucederam-se as aparições que vinham conversar com os presentes no recinto. A chegada dos Espíritos na cabine era assinalada por clarões que lembram relâmpagos de cor verde-roxo-azulada.

O médium Peixotinho tornara-se meu conhecido em Belo Horizonte dois ou três dias antes da reunião; não conhecia minha família nem sabia se eu possuía ou não filhos. Não viu nenhum retrato de filhos meus. Finalmente, não tratamos desse assunto.

No entanto, entre os Espíritos que se materializaram, em forma luminosa, apresentou-se o Espírito de minha filha Heleninha, que com dois anos de idade “morrera” no ano de 1945.

Na mesma estatura, em voz semelhante, dirigiu-se a mim dizendo algumas palavras de saudação. Deixou-me uma flor como lembrança, ainda fresca e cheia de orvalho.

Embora pareça inconcebível, não me emocionei com a presença dela e pude dirigir-lhe calmamente a palavra.

Era realmente ela sem deixar dúvida alguma.

Virtuoso por excelência

Peixotinho, dono de extraordinária capacidade medianímica, era um virtuoso por excelência. Pessoa alegre, desprendida e modesta, enfim, um verdadeiro homem de bem, fazia a caridade genuinamente cristã sem fazer alarde. Por seu intermédio, materializou-se a sua amada filha, Aracy, desencarnada com um ano e oito meses de vida; André Luiz, Clarêncio (o ministro da colônia espiritual Nosso Lar), Scheilla, José Grosso, Nina Arueira e outros Espíritos também foram por ele materializados.

Em sua residência, nas mais das vezes parecendo improvisado hospital, mendigos, conhecidos, desconhecidos, enfermos, eram recebidos com todo o carinho, por ele e D. Baby. (2) Quando esse abençoado casal reunia-se com os nove filhos à mesa, para o culto do Evangelho no Lar, de repente, do teto, caía sobre eles uma chuva de pétalas de rosas, provindas do Mundo Espiritual...

Escreveu assim em seu Dossiê Peixotinho (3) o saudoso Lamartine Palhano Jr., o qual tive o prazer de conhecer pessoalmente quando de uma palestra na antiga Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói (RJ), no ano de 1985:

... O seu trabalho mediúnico em Campos durou doze anos, até o dia de sua desencarnação em 16 de junho de 1966. Viveu de seu soldo militar. Sempre fiel à família, teve em sua esposa Baby a mais dedicada amiga, companheira vigilante e conselheira. A simplicidade do casal manteve a serenidade do lar que contou com um filho e oito filhas. 

 

Notas:

(1) RANIERI, R.A. Materializações Luminosas. 1. Ed. São Paulo: Edições Feesp — Federação Espírita do Estado de São Paulo, s/d.

(2) Segundo informação recebida do confrade Humberto Vasconcelos, genro de Peixotinho, Dona Baby desencarnou em 1970. Recentemente, no dia 17 de março de 2011, foi celebrado o centenário de nascimento com a edição de pequeno livro biográfico, composto de depoimentos de pessoas que com ela conviveram e dela receberam orientação e amparo.  

(3) PALHANO JR., LAMARTINE. Dossiê Peixotinho. 1. Ed. Niterói, RJ: Lachâtre Editora Ltda. 1997.

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