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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 5 - N° 214 - 19 de Junho de 2011

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Nos Bastidores da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 6)

Damos prosseguimento ao estudo do livro Nos Bastidores da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no ano de 1970 pela Editora da FEB.

Questões preliminares

A. Por que Guilherme perseguia Mariana Soares?

O motivo era vingança. Mariana, segundo ele contou, fora a razão de seus sofrimentos no passado e por causa dela suicidara-se. Devido a disso, dizia nutrir ódio invencível pela jovem. (Nos Bastidores da Obsessão, cap. 1, págs. 53 a 57.)

B. Quais as raízes do ódio que Guilherme nutria pela jovem?

Guilherme e ela foram casados, cem anos antes, no Haarlen, Holanda. Entre os anos de 1837 e 1840 ele viajou a trabalho e deixou-a sozinha em casa. Ali, inexperiente e bem mais jovem que o esposo, ela não resistiu às investidas que lhe fizera Jacob Van der Coppel, servidor do casal, um jovem como ela que fora contratado por Guilherme. Atraídos por uma paixão avassaladora, os amantes fugiram para Amsterdã. Seis meses depois, Jacob a abandonou, deixando-a em miserável condição de desprezo entre mulheres infelizes do porto. Ela, depois de vagar na mais estúpida miséria, voltou à cidade onde vivera com Guilherme, imaginando obter deste o perdão. Apenas cinco anos haviam-se passado, mas ao chegar à sua antiga propriedade soube da tragédia que causara: Guilherme se suicidara, em momento de terrível desespero e dor. A jovem enlouqueceu e, desvairada pelas ruas do Haarlen, foi lançada ao hospício, onde por longos anos sofreu, até que a morte a libertou, para dores muito maiores. (Obra citada, cap. 2, págs. 70 a 74; cap. 3, págs. 77 a 82.)

C. Quem foi na Terra o dr. Teofrastus?

O dr. Teofrastus, que então residia na França, fora um mago grego que a Inquisição levou à fogueira por volta do ano de 1470, em Ruão, após perseguição impiedosa e nefanda. Profundo conhecedor de algumas leis do mundo espiritual, Teofrastus deixou-se consumir pelo ódio aos seus algozes. Ligado a entidades que se dedicavam às práticas de necromancia e às reuniões de sabat, logo se destacou  pela impiedade e sede tormentosa de vingança, passando à condição de Chefe. Ele residia agora em estranho sítio, nas regiões inferiores do planeta, onde comandava com outros sicários, havia mais de três séculos, hordas de entidades ferozes, responsáveis muitas delas por processos obsessivos e calamitosos de longo curso.  (Obra citada, cap. 3, págs. 82 a 85.)

Texto para leitura

24. Mariana - Apesar dos dezesseis anos de idade ainda incompletos, Mariana, após lamentável atrito com o pai, se evadira do lar, rebelde, entre azedas ameaças, desfigurada pelo ódio e pela insensatez. A jovem não tencionava mais ficar em casa e, para isso, marcara um encontro à noite com Adalberto, seu namorado. Orando e tendo entregue as dores ao Senhor, sua mãe ficara no lar, enquanto Amália acorrera, preocupada, ao serviço da caridade, sufocando as próprias lágrimas. (Cap. 1, pág. 53)

25. A comunicação do perseguidor - Através de Morais, dedicado médium de psicofonia inconsciente, Guilherme – o perseguidor implacável de Mariana – comunicou-se na reunião mediúnica. Prometia fazer justiça com as próprias mãos e dizia nutrir ódio invencível pela jovem. José Petitinga conversou com o Espírito, mostrando-lhe ser necessário o perdão para ser feliz. Nada comovia, porém, a entidade. Mariana fora a razão de seus sofrimentos no passado. Por causa dela, suicidara-se... O Benfeitor Saturnino, semi-incorporado em Petitinga, ergueu-o e, dirigindo-se à entidade, em oração, começou a aplicar-lhe passes, de modo a diminuir-lhe as torturas. Branda claridade envolveu o comunicante, enquanto as mãos de Saturnino, justapostas às de Petitinga, emitiam radiosa energia, que também se exteriorizava do plexo cardíaco do passista, penetrando lentamente os centros de força do desencarnado, como a anestesiar-lhe o perispírito em desalinho. Depois, Petitinga, com voz compassiva, exortou o Espírito a dormir, que, vencido por estranho torpor, foi desligado do médium por devotados assessores desencarnados que cooperavam no serviço. (Cap. 1, págs. 54 a 57)

26. O retorno de Mariana - Amália chegou alegre ao seu lar e ficou sabendo da volta de Mariana, trazida por Dona Aurelina, ex-servidora doméstica, que era afeiçoada da família. A participação espiritual na volta da filha fora fundamental. Antes mesmo de iniciada a sessão mediúnica, Saturnino enviara Ambrósio, eficiente cooperador dos trabalhos de desobsessão, para que este encaminhasse Mariana de volta ao lar. Informado, na própria casa, por entidades ali residentes, quanto ao paradeiro da jovem, não lhe foi difícil achá-la numa praça, no centro da cidade. Viu, no entanto, que a moça se encontrava visivelmente perturbada por entidades levianas, encarregadas de darem prosseguimento ao clima da obsessão, embora a ausência do verdugo responsável pela enfermidade em curso. A jovem esperava Adalberto, seu namorado, naquele local. O encontro seria às 20 horas. Ambrósio, inicialmente, providenciou para que Adalberto não fosse ao encontro, propiciando-lhe um mal-estar súbito, através de aplicação de fluidos no centro cardíaco, o que lhe provocou repentina indigestão. Depois, demandou o lar de Dona Aurelina, que tinha laços de afeição a Mariana e aos seus. Envolvendo-a em seus fluidos, procurou falar-lhe com imensa ternura e forte vibração. Dona Aurelina não escutou Ambrósio através dos ouvidos materiais, mas, em forma de intuição, sentiu imperiosa necessidade de sair à rua, qual estivesse teleguiada, indo até à praça, onde encontrou Mariana. Dona Aurelina, vendo a jovem tão desfigurada, acercou-se, assustada, e cingindo-a num abraço de espontânea afetividade, envolveu-a nos fluidos de Ambrósio, inconscientemente, estabelecendo sensível permuta de energias, de modo a arrancá-la dos liames dos Espíritos ociosos que a cercavam... Após breve diálogo, Aurelina a levou para sua própria casa, onde lhe preparou uma refeição refazente, prometendo avisar Adalberto sobre a mudança do local do encontro. Ao mesmo tempo, Ambrósio censurou com energia o comportamento dos Espíritos viciosos ali presentes, libertando a jovem de suas forças deletérias e deprimentes. Inspirada por Ambrósio, Dona Aurelina falou a Mariana das preocupações maternas e suas aflições, do perigo que uma jovem poderia experimentar nas mãos de um moço apaixonado e sem o devido critério moral, bem como das consequências que poderiam advir de um gesto impensado, e, como se falasse à própria filha, com lágrimas, conseguiu convencê-la a retornar a casa. (Cap. 2, págs. 59 a 63)

27. Encontro na hora do sono - A noite ia avançada quando Saturnino trouxe ao recinto das sessões, em parcial desdobramento, José Petitinga, Dona Rosa, Amália, Mariana e Manoel P. de Miranda. Ambrósio e os demais cooperadores desencarnados ali também estavam. Pouco depois, Guilherme, que se comunicara na reunião mediúnica horas antes, dava entrada no recinto, em sono hipnótico, trazido por dois enfermeiros espirituais. Seu ressonar era agitado. Deitado em leito próximo, o visitante refletia a angústia em que se debatia, deixando ver as marcas profundas em ulcerações na região da glote, que se apresentava purulenta, assinalando os danos cruéis do suicídio. Quando Mariana o viu, começou a experimentar significativa inquietude, que se foi transformando em desespero e pavor. Foram-lhe aplicadas energias anestesiantes, de modo a deixá-la tranquila. Saturnino, em seguida, aproximou-se de Guilherme e, aplicando-lhe passes de dispersão fluídica, despertou-o. O reencontro de Guilherme e Mariana foi terrível. A entidade desencarnada chamava-a, agora, pelo nome de Aldegundes. O diálogo que se seguiu foi uma troca de insultos, de acusações mútuas, de manifestações de ódio recíproco. (Cap. 2, págs. 63 a 69)

28. As causas do ódio - Guilherme e Aldegundes foram casados, cem anos antes, no Haarlen, Holanda. Apesar das imensas plantações de tulipas que possuía, e fascinado pelas perspectivas de adquirir largas faixas de terra para pastagens de gado, com a dessecagem do lago que existia entre Haarlen, Amsterdã e Leida, Guilherme deixou sua jovem esposa quase abandonada por longos meses, enquanto durou referido trabalho, entre os anos de 1837 e 1840. Só, inexperiente e bem mais jovem que o esposo, Aldegundes não resistiu às investidas que lhe fizera Jacob Van der Coppel, moço como ela, servidor do casal, que fora contratado por Guilherme. Atraídos por uma paixão avassaladora, os amantes fugiram para Amsterdã. Seis meses depois, Jacob a abandonou, deixando-a em miserável condição de desprezo entre mulheres infelizes do porto. Ele fugira para a Bélgica, sem jamais retornar. Aldegundes, depois de vagar na mais estúpida miséria, voltou à cidade onde vivera com Guilherme, imaginando obter deste o perdão. Apenas cinco anos haviam-se passado. Ao chegar à sua antiga propriedade, soube da tragédia que causara: Guilherme se suicidara, em momento de terrível desespero e dor. Aldegundes enlouqueceu e, desvairada pelas ruas do Haarlen, foi lançada ao hospício, onde por longos anos sofreu, até que a morte a libertou, para dores muito maiores. Jacob, o motivo de todas as tragédias, era agora Mateus Soares, o pai de Mariana, a amante abandonada. (Cap. 2, págs. 70 a 74; cap. 3, págs. 77 a 82)

29. Dr. Teofrastus - Guilherme estivera mais de 15 anos ligado a Mateus, o antigo verdugo por quem nutria profunda aversão, dispondo-se a segui-lo. Transferiu-se, por fim, para o lar da família Soares, participando do grupo de entidades irresponsáveis que ali faziam morada. Foi ele quem lentamente conseguiu infiltrar em Mateus reminiscências amargas que o faziam fugir do lar para render-se cada vez mais à jogatina. Quando Mariana nasceu, Guilherme não sabia que ela era Aldegundes, mas a menina lhe despertou incoercível antipatia. O mesmo acontecera em relação a Mateus, pois ignorava então o processo da reencarnação. Foi através de uma entidade obsessora ligada a Marta, a filha mais velha de Mateus, que ele conheceu o dr. Teofrastus, que fora um mago grego, residente na França, queimado pela Inquisição por volta do ano de 1470, em Ruão, após perseguição impiedosa e nefanda. Profundo conhecedor, mesmo encarnado, de algumas leis do mundo espiritual, Teofrastus deixou-se consumir pelo ódio aos seus algozes. Ligado a entidades que se dedicavam às práticas de necromancia e às reuniões de sabat, logo se destacou  pela impiedade e sede tormentosa de vingança, passando à condição de Chefe. Agora, Teofrastus residia em estranho sítio, nas regiões inferiores do planeta, onde comandava com outros sicários, havia mais de três séculos, hordas de entidades ferozes, responsáveis muitas delas por processos obsessivos e calamitosos de longo curso. (Cap. 3, págs. 82 a 84)

30. Técnicas de obsessão - Muitos dos que se rebelam periodicamente contra suas ordens, têm experimentado punições severas sob as tenazes mentais de Teofrastus, que produzem neles transformações perispirituais soezes, em apavorantes processos de zoantropia, por hipnose anestesiante nos centros profundos da alma, tais como hipantropia, licantropia etc. Verdadeiro demônio, se acredita senhor de vasta região trevosa, onde impera como autocrata acerbo. Foi ele quem explicou a Guilherme a melhor maneira de se vingar de Jacob e Aldegundes, pelo processo lento da obsessão em ambos, induzindo-os ao suicídio para aumentar-lhes a aflição, no momento propício. Os atritos entre Mariana e Mateus eram estimulados por Guilherme, também sob a orientação do ex-mago grego. (Cap. 3, págs. 84 e 85)

Frases e apontamentos importantes

LV. Pensamento e vontade – eis as duas alavancas de propulsão ao infinito e, ao mesmo tempo, os dois elos de escravidão nos redutos infelizes e pestilenciais do "inferno" das paixões. Pensar e agir, identificando-se com os fatores da atenção, constituem a fórmula mágica do comportamento individual a princípio, e coletivo logo depois, em que, ora por instinto gregário, ora por afinidade psíquica, se reúnem os comensais desta ou daquela ideia. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, pág. 95)

LVI. Céu ou inferno, portanto, são dependências que construímos em nosso íntimo, vitalizadas pelas aspirações e mantidas a longo esforço pelas atitudes que imprimimos ao dia-a-dia da existência. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, pág. 95)

LVII. Por tais processos, províncias de angústia e regiões de suplício, oásis de ventura e ilhas de esperança nascem no recôndito de cada mente e se multiplicam ao império de incontáveis vontades que se reúnem, em todos os departamentos do planeta. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, pág. 95)

LVIII. Inicialmente, o homem se converte no anjo ou no demônio, que ele próprio elabora por força da ideia superior ou viciada em que se compraz, sintonizando, por um processo natural de afinidades, com outras mentes encarnadas ou não, que vibram nas mesmas faixas-pensamento, produzindo processos de hipnose profunda que se despersonalizam e se nutrem, sustentados, reciprocamente, por forças vitais de fácil manipulação inconsciente, que gravitam em toda a parte. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, pág. 95)

LIX. Em todo processo hipnológico, pois, convém examinar a questão da sintonia e da sugestão, com razões poderosas, senão imprescindíveis para a consecução dos objetivos: a fixação da ideia invasora. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, págs. 95 e 96)

LX. Em bom vernáculo, sugestão é "o ato ou efeito de sugerir. Inspiração, estímulo, instigação. Ideia provocada em uma pessoa em estado de hipnose ou por simples telepatia". A sugestão é, portanto, a inspiração incidente, constante, que atua sobre a mente, provocando a aceitação e a automática obediência. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, págs. 96 e 97)

LXI. Ocorre (...) que todos os seres têm uma tendência ancestral, natural, para a obediência, o que se transforma num condicionamento inconsciente para aceitar toda ordem exterior, quando não se tem uma lucidez equilibrada e firme capaz de neutralizar as ideias externas que são sugeridas. No fenômeno hipnológico há outro fator de grande valia que é a perseverança, a constância da ideia que se sugere naquele que a recebe. Lentamente a princípio tem início a penetração da vontade que, se continuada, termina por dominar a que se lhe submete. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, pág. 97)

LXII. Em todo processo de imantação mental, do qual decorrem os sucedâneos da obsessão simples, da fascinação e da subjugação (...), há sempre fatores predisponentes e preponderantes que se perdem no intrincado das reencarnações. Toda vítima de hoje é algoz de ontem, tomando o lugar que lhe cabe no concerto cósmico. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, pág. 98)

LXIII. Assim considerando, em quase todos os processos de loucura – exceção feita não somente aos casos orgânicos de ataque microbiano à massa encefálica ou traumatismo por choques de objetos contundentes – defrontamos com rigorosas obsessões em que o amor desequilibrado e o ódio devastador são agentes de poderosa atuação. Quando há um processo de obsessão desta ou daquela natureza, o paciente possui os condicionamentos psíquicos  – lembranças inconscientes do débito através das quais se vincula ao perseguidor –, que facultam a sintonia e a aceitação das ideias sugeridas e constringentes que chegam do plano espiritual. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, págs. 98 e 99) 

LXIV. Se o paciente é experimentado nas disciplinas morais, embora os compromissos negativos de que padece, consegue, pela conquista de outros méritos, senão contrabalançar as antigas dívidas pelo menos granjear recursos para resgatá-las por outros processos que não os da obsessão. As Leis Divinas são de justiça, indubitavelmente; no entanto, são também de amor e de misericórdia. O Senhor não deseja a punição do infrator, antes quer o seu reajuste à ordem, ao dever, para a sua própria felicidade. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, pág. 99)

LXV. Desse modo, quando a entidade perseguidora, consciente ou não, se vincula ao ser perseguido, obedece a impulso automático de sintonia espiritual por meio da qual estabelece os primeiros contactos psíquicos, no centro da ideia, na região cortical inicialmente e depois nos recônditos do polígono cerebral, donde comanda as diretrizes da vida psíquica e orgânica, produzindo ali lesões desta ou daquela natureza, cujos reflexos aparecem na distrofia e desarticulação dos órgãos ligados à sede atacada pela força-pensamento invasora. (Benfeitor Espiritual, cap. 4, pág. 99) (Continua no próximo número.)



 

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita