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Ano 5 - N° 213 - 12 de Junho de 2011

JÁDER SAMPAIO
jadersampaio@uai.com.br
Belo Horizonte, Minas Gerais (Brasil)

 


A história da redescoberta da alma
 

Obra em análise: Evidências da Sobrevivência

Autor: Carlos Antônio Fragoso Guimarães

Editor: USE/MADRAS Espírita

1ª edição: 2004.

Eu nunca uso a palavra “acreditar”. O motivo é que se alguém
chega ao ponto de acreditar trata-se de um estado emocional.
Nós dizemos que chegamos a evidências.
(J. B. Rhine)


Qual foi a trajetória dos estudos da imortalidade e propriedades da alma? Esta é a pergunta que dirigiu o lápis de Carlos Fragoso Guimarães, psicólogo e mestre em Psicologia, paraibano, estudioso de fenômenos religiosos, pensamento junguiano, filosofia, mitologia e fenômeno PSI.

Justamente premiado no Concurso Literário “José Herculano Pires”, o trabalho do jovem Carlos é uma das gratas surpresas entre os livros publicados nos últimos dez anos.

Escrito de forma clara e compreensível, ele introduz seus leitores em uma linha do tempo, desde o nascimento das obras espíritas até os experimentos de laboratório e de campo feitos pelos parapsicólogos contemporâneos.

É um livro informativo, introdutório para todos os que desejam conhecer o universo da pesquisa espírita, metapsíquica e parapsicológica.

Guimarães tem no seu texto um lado “sombra” (1), mas não sombrio, que aparece ao longo do livro. Trata-se do Padre Oscar Quevedo, com suas teorias antiespíritas (talvez mais antiespíritas que parapsicológicas, como nos mostra o autor). Às vezes Guimarães o trata com ironia, outras vezes com contundência. A principal arma de Quevedo contra os fenômenos considerados espirituais é um inconsciente desenvolvido por ele mesmo, capaz de produzir fenômenos dignos de seres sencientes que o Prof. Carlos critica primeiro com lógica e depois com ironia: inconsciente “maravilha” e inconsciente “superpoderoso” são algumas das alcunhas ao conceito psicologicamente indevido empregado abundantemente pelo Padre Jesuíta.

Quevedo à parte, Carlos Guimarães inicia seu trabalho com uma posição óbvia: sem a pesquisa espírita, criticada em seu tempo, não teríamos Metapsíquica nem Parapsicologia. 

Complexidade é a palavra que caracteriza o desenvolvimento do pensamento do autor 

Ele apresenta os principais pesquisadores e médiuns da London Dialectical Society e explica a fundação e trabalhos da Society for Psychical Research de Londres. Atravessando o canal da mancha, o autor apresenta Charles Richet, e seguindo seus famosos períodos da pesquisa psíquica, trata de Mesmer, dos fenômenos de dissociação explicados pela sugestão e pela inibição cortical, cita a lucidez e a dupla-vista.

Guimarães passa pelas explicações de Myers para a mediunidade, adentra o período espírita construindo um painel comparativo entre o pensamento kardequiano e as teorias de autores muito posteriores a ele.

Na página 46 encontro um lapso, o autor atribui a Descartes a crença da conexão entre o corpo e a alma através da hipófise ou glândula pituitária. No livro “As Paixões da Alma”, pág. 88 e 89 da minha edição, o filósofo francês trata o assunto com ambiguidade, mas o organizador retrata uma correspondência na qual fica claro que Descartes se refere à glândula Pineal e não à Pituitária, devido à propriedade da mobilidade relativa, que a segunda não tem devido à sua posição anatômica.

O período científico de Richet é repleto de pesquisas, resultados e autores notáveis. Guimarães os cita, mas não resiste fazer um paralelo entre as teorias quevedianas e alguns dos experimentos dos autores citados (Crookes, Barret, Lodge, Geley, Wallace, Myers, Hodgson, Bozzano, etc.)

O capítulo II é uma coletânea de pesquisas psíquicas. Ectoplasmia, materializações parciais e completas são apresentadas, acompanhadas das fotografias que se tornaram célebres. Guimarães apresenta também alguns fenômenos que são explicáveis pelas forças anímicas, sem ater-se às teses espiríticas com exclusividade. Complexidade é uma palavra que caracteriza o desenvolvimento de seu pensamento no livro. 

A relação ambivalente que o pai da psicanálise tinha com
os fenômenos psi
 

Uma seção é dedicada às pesquisas de William Crookes, e toda a polêmica em torno deste célebre cientista inglês é apresentada, documentada e discutida.

O capítulo III é dedicado aos pontos de contato entre a pesquisa psíquica e a psicanálise. Carlos descreve a relação ambivalente que o pai da psicanálise tinha com fenômenos psi, refere-se aos trabalhos sobre telepatia, censurados pelos colegas psicanalistas e dedica-se às inúmeras incursões que Jung fez e vivenciou com relação aos fenômenos psíquicos. O leitor encontra uma descrição interessante da construção do texto intitulado “Sete Sermões aos Mortos”. A seção se conclui com outro pesquisador do IMI, Gustave Geley, e seus experimentos com Eva Carrière e Frank Kluski. Novamente são descritos os fenômenos de efeitos físicos, as materializações de mãos na parafina e até mesmo as previsões da morte de Geley em acidente pela via mediúnica, o que veio a ocorrer. Aparecem as fotos de Geley postmortem, no British College of Psychic Sciences, datadas de 1924.

O capítulo IV apresenta o corte epistemológico nas pesquisas psíquicas que gerou a Parapsicologia. Guimarães mostra a origem e as ideias do casal Rhine, os trabalhos de Duke e o emprego dos resultados de Rhine pelo programa Stargate, de espionagem e contraespionagem Norte Americano, no clímax da guerra fria. Ele cita o caso do fuzileiro Joseph Mc Moneagle que conseguiu resultados curiosos com sua faculdade de desdobramento, rebatizada de Experiências Fora do Corpo pelos parapsicólogos.

O capítulo V retoma a questão da imortalidade dentro da pesquisa PSI. Carlos discute a curiosa faculdade de escotografia, a capacidade de Ted Serious criar imagens com a mente em chapas fotográficas. Naturalmente ele apresenta as limitações da escotografia e mostra fenômenos contemporâneos de fotografias de aparições (como o caso da Dama Marrom e do Fenômeno de El-Zeitun) que são vistas por um número grande de testemunhas antes de serem fotografadas, frustrando a tentativa Quevediana de reduzir este tipo de fenômeno à escotografia e às capacidades anímicas.  

Hernani Guimarães Andrade e as memórias espontâneas
de vidas passadas
 

O capítulo VI apresenta outros fenômenos contemporâneos que sugerem ação espiritual. As faces de Bélmez de la Moraleda (Teleplastia Espontânea), por exemplo, impressionam bastante pela sua recorrência e pela associação com outros fenômenos espirituais, como a gravação de vozes paranormais por gravadores. Ainda neste capítulo ele estuda os fenômenos de Poltergeist, com exemplos dos anos 70/80.

O capítulo VII dedica-se aos trabalhos com pacientes terminais e suas evidências da sobrevivência da alma. Karlis Osis, da Letônia, Kübler-Ross, da Suíça e Moody Jr. dos Estados Unidos são alguns dos autores rapidamente apresentados, posto que seu trabalho é enorme. Carlos Guimarães cita rapidamente os resultados positivos de Experiências Fora do Corpo obtidos por Charles Tart, e recorda-nos a capacidade que têm estas pessoas de lerem números de cinco dígitos escritos em cartões e colocados em lugares inacessíveis à visão enquanto estão dormindo. Não satisfeito, Guimarães recorda as pesquisas de Ian Stevenson sobre memórias espontâneas de vidas passadas, recorda-nos a contribuição dada por Hernani Guimarães Andrade a estas pesquisas e relata um exemplo verificado de “marcas de nascença” (a pessoa nasce com cicatrizes associadas a eventos violentos ocorridos na vida passada). O capítulo se encerra com uma notícia breve da “terapia de vidas passadas”.

O último capítulo da obra trata da Psicologia Transpessoal, seus objetos de estudo e desenvolvimento. Jung, Maslow, Rogers e outros psicólogos notáveis ganham a cena. Os estritos limites autoimpostos pelos psicólogos são ampliados e as experiências culminantes e outros fenômenos da consciência, antes ocultos debaixo do tapete do preconceito psicológico, são estudados e discutidos.

Em um par de dias concluí a prazerosa leitura do livro, satisfeito de encontrar um autor de fôlego capaz de instruir os interessados em Espiritismo e Parapsicologia nos desdobramentos recentes da pesquisa psíquica sem esquecer os nexos de conexão com o trabalho dos pioneiros deste campo. 

 

(1) Humbert define sombra como uma “figura do outro” presente nos sonhos e fantasias e que tem “traços de caráter e maneiras de agir que são a contrapartida da personalidade consciente”. Emprego o termo com uma licença literária. 

                            

                                                


 

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