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Estudando as obras de Kardec
Ano 5 - N° 208 - 8 de Maio de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1869

Allan Kardec 

(Parte 8 e final)

Concluímos nesta data o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1869. O texto condensado do volume citado foi aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Com a desencarnação de Kardec, quem assumiu a presidência da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas?

Foram nomeados pela Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas como membros de sua diretoria para o período 1869–1870 os srs. Levent, Malet, Canaguier, Ravan, Desliens, Delanne e Tailleur, incumbindo a presidência ao Sr. Malet, que era, segundo o Sr. Levent, o candidato de preferência de Kardec. A posse do novo presidente, cujo discurso foi transcrito no número de maio, ocorreu no dia 9-4-1869. (Revue Spirite de 1869, pp. 146 a 152.) 

B. Que frase se destaca no dólmen erguido no túmulo de Kardec?

O dólmen, por alusão aos antigos druidas, compõe-se de duas pedras de granito bruto, erectas, encimadas por uma terceira posta sobre as duas primeiras. Na face inferior da pedra superior foi gravado o nome Allan Kardec, com esta epígrafe: “Todo efeito tem uma causa; todo efeito inteligente tem uma causa inteligente; a potência da causa inteligente está na razão da grandeza do efeito”. Mas foi posta ali uma frase bem conhecida: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei”, cuja autoria é atribuída por alguns aos espíritas do interior da França. (Obra citada, pp. 173 e 174.)

C. Os desencarnados conservam no Espaço suas simpatias e seus hábitos terrenos?

Sim. Os Espíritos os conservam, de modo que os Espíritos dos americanos mortos são ainda americanos, como os desencarnados que viveram na França são ainda franceses do Espaço. Daí as diferenças dos ensinos obtidos em alguns centros conforme o país em que se situam. (Obra citada, pág. 195.) 

Texto para leitura 

72. Em face da desencarnação de Kardec, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas nomeou como membros de sua diretoria para o período 1869–1870 os srs. Levent, Malet, Canaguier, Ravan, Desliens, Delanne e Tailleur, incumbindo a presidência ao sr. Malet, que era, segundo o sr. Levent, o candidato de preferência de Kardec. Se não houvesse ocorrido o seu falecimento, Kardec aceitaria tão-somente a presidência honorária da Sociedade – pelo menos é isto que foi dito aos confrades pelo sr. Levent.  A posse do novo presidente, cujo discurso foi transcrito no número de maio, ocorreu no dia 9-4-1869. (Págs. 146 a 152)

73. Desejando contribuir para a realização dos planos elaborados por seu marido, a sra. Allan Kardec, única proprietária legal das obras e da Revue , decidiu: I – Doar anualmente à Caixa Geral do Espiritismo o excedente dos lucros provenientes da venda dos livros espíritas e das assinaturas da Revue Spirite, isto é, das operações da Livraria Espírita. II – Colocar a Revue à disposição da publicação dos artigos que a Comissão Central julgar úteis à causa espírita, com a condição expressa de serem eles previamente sancionados pela proprietária e a Comissão de Redação. A Sociedade Espírita de Paris, em sua sessão de 16 de abril, aplaudiu por unanimidade as decisões da viúva. (Págs. 152 e 153)

74. A Revue reproduz carta que o sr. Guilbert, presidente da Sociedade Espírita de Rouen, enviou no dia 14-4-1869 à Sociedade Espírita de Paris. Na missiva, os confrades de Rouen deram uma mostra do seu apreço pelo trabalho realizado em Paris, contribuindo com mil francos para a Caixa Geral do Espiritismo, que, segundo eles, necessitaria do concurso moral e material de todos os espíritas. (Págs. 153 e 154)

75. O número de maio de 1869 se encerra com a transcrição de uma comunicação recebida do Espírito de Allan Kardec em abril de 1869 na Sociedade Espírita de Paris e três avisos. O primeiro diz respeito à Livraria Espírita, cujo catálogo das obras ali expostas seria enviado a todas as pessoas que o pedissem. O segundo comunica que foram inúmeros os testemunhos de simpatia recebidos pela sra. Allan Kardec das várias partes da França e do estrangeiro, em razão do passamento do Codificador do Espiritismo. A sra. Amélie Boudet aproveitou a oportunidade para agradecer e expressar a todos seus sentimentos de reconhecimento. O derradeiro aviso reitera a informação já divulgada na edição de abril de que o escritório de assinaturas e expedição da Revue Spirite fora transferido para a sede da Livraria Espírita, na rua de Lille, no 7, onde funcionava também a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. (Págs. 154 a 157)

76. Na edição de junho de 1869, além do artigo intitulado “O caminho da vida”, escrito por Kardec, mais tarde incluído no livro Obras Póstumas (11a. edição da editora da FEB, págs. 170 a 175), a Revue transcreve outra comunicação recebida do Espírito de Allan Kardec e duas notas relacionadas com o Codificador. (Págs. 159 a 176)

77. A primeira trata do dólmen que vários integrantes da Sociedade Espírita de Paris e outros confrades decidiram erguer no túmulo de Kardec, para que ficasse consagrado por um monumento imperecível o lugar onde repousariam os seus restos mortais. O monumento, por alusão aos antigos druidas, se comporia de duas pedras de granito bruto, erectas, encimadas por uma terceira posta sobre as duas primeiras. Na face inferior da pedra superior seria gravado o nome Allan Kardec, com esta epígrafe: “Todo efeito tem uma causa; todo efeito inteligente tem uma causa inteligente; a potência da causa inteligente está na razão da grandeza do efeito”. (N.R.: O dólmen foi afinal erguido e tem sido visitado por muita gente no cemitério Père-Lachaise, em Paris; contudo, além da frase citada, posta na parte central do monumento, figura na pedra superior uma frase bem conhecida: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei”, cuja autoria é atribuída por alguns aos espíritas do interior da França.) (Págs. 173 e 174)

78. A segunda nota evoca a ideia de Kardec a respeito de um museu onde fossem reunidos as primeiras obras de arte espírita, os trabalhos mediúnicos mais notáveis e os retratos dos adeptos mais devotados, para informar ao público que seis dos quadros citados pelo Codificador poderiam – até que fosse adquirido um local apropriado – ser apreciados na residência da sra. Allan Kardec, todas as quartas-feiras, das 14 às 16 horas. Seu autor, o sr. Monvoisin, tinha ainda em suas mãos os dois outros quadros referidos por Kardec e que ele havia generosamente doado para integrar o acervo do citado Museu. (Págs. 174 a 176)

79. Embora nada tenha a ver com os trabalhos da lavra de Kardec, é digna de registro a nota publicada pela Revue em outubro de 1869 sobre o surgimento do primeiro jornal espírita do Brasil, “O Echo d’Além Túmulo”, fundado e dirigido por Luiz Olympio Telles de Menezes, em Salvador-BA. Na edição de dezembro do mesmo ano, a Revue enaltece a iniciativa e a coragem dos responsáveis pelo periódico, como se pode ver no trecho seguinte: “O Echo d’Além Túmulo aparece seis vezes por ano, em cadernos de 56 páginas in-4o., sob a direção do Sr. Luiz Olympio Telles de Menezes, ao qual nos apressamos imediatamente a endereçar vivas felicitações, pela iniciativa corajosa de que nos dá prova. É necessário, com efeito, uma grande coragem, a coragem da opinião, para lançar num país refratário como o Brasil um órgão destinado a popularizar os nossos ensinamentos". O autor dessa nota jamais imaginou que o Brasil, tão refratário ao Espiritismo em 1869, se tornaria no século seguinte o maior país espírita do mundo. (Págs. 199 e 200)

80. São sete as comunicações transmitidas por Allan Kardec (Espírito) que figuram na Revue Spirite de 1869. A 1a. comunicação ocorreu em abril de 1869 (págs. 154 a 156). A 2a. mensagem, psicografada a 30-4-1869, diz que o exemplo é o mais poderoso agente de propagação (págs. 179 e 180). A 3a. foi transmitida em 20-6-1869 e tem por título “A regeneração” (págs. 191 e 192). A 4a., datada de 14-9-1869, intitula-se “O Espiritismo e a literatura contemporânea” (págs. 192 a 194). A 5a., intitulada “O Espiritismo e o espiritualismo”, foi recebida também em 14-9-1869,  na casa de Anne Blackwell (págs. 194 e 195). A 6a. comunicação, dada a 21-9-1869, tem por título “Os aniversários” (págs. 195 a 197). A 7a. e última, recebida em novembro de 1869, trata do tema “Os desertores”, mesmo assunto que Kardec desenvolveu quando encarnado em um artigo que integra o livro “Obras Póstumas” (págs. 197 a 199).

81. Das sete mensagens atribuídas ao Espírito de Allan Kardec extraímos, de forma resumida, os conceitos e observações que se seguem: I – Não basta querer hoje, amanhã, depois de amanhã: para ser digno da Doutrina é preciso querer sempre. A vontade que age por impulsos não é mais vontade: é capricho no bem; mas quando a vontade se exerce com a calma que nada perturba, com a perseverança que nada detém, eis aí a verdadeira vontade, inquebrantável em sua ação, frutuosa em seus resultados (pág. 155). II – Sede confiantes em vossas forças: elas produzirão grandes efeitos se as empregardes com prudência; sede confiantes na força da ideia que vos une, pois ela é indestrutível. Pode-se ativar ou retardar o seu desenvolvimento, mas é impossível detê-la (pág. 155). III – Nossos trabalhos como Espíritos são muito mais extensos do que podeis supor e os instrumentos de nossos pensamentos nem sempre estão disponíveis (pág. 179). IV – O que vos aconselho antes de mais nada é a tolerância, a afeição, a simpatia de uns para com os outros e também para os incrédulos (pág. 180). V – As brochuras, os jornais, os livros, as publicações de toda a espécie são meios poderosos de introduzir a luz por toda a parte, mas o mais seguro, o mais íntimo e o mais acessível a todos é o exemplo da caridade, a doçura e o amor (pág. 180). VI – As Humanidades são todas chamadas a se unirem e a se identificarem na perfeição, pois todas partem da ignorância e da inconsciência de si mesmas e avançam indefinidamente para um mesmo objetivo: Deus, para atingirem a felicidade suprema pelo conhecimento do amor (pág. 191). VII – Tal como a terra, que se modifica pela cultura e pelos tratos que recebe, e ainda pelos cataclismos periódicos que sobre ela se abatem, as Humanidades se transformam e progridem pelo estudo perseverante e pela permuta de pensamentos; mas os cataclismos morais que regenerem o pensamento são necessários para determinar a aceitação de certas verdades (pág. 191). VIII – É necessária uma conjugação imensa de esforços para que novos princípios sejam aceitos. Assim também, para avançar, o homem tem de quebrar as cadeias que o prendem ao pelourinho do passado através do hábito, da rotina e dos preconceitos (págs. 191 e 192). IX – Na Terra, o passado e o futuro são os dois braços de uma alavanca que tem no presente o seu ponto de apoio. Enquanto a rotina e os preconceitos dominam, o passado está no apogeu. Quando a luz se faz, a alavanca se move e o passado que já escurecia desaparece, para dar lugar ao futuro que alvorece (pág. 192). X – O Espiritismo é, de sua própria natureza, modesto e pouco rumoroso. Existe pelo poder da verdade e não pelo barulho feito em seu redor por adversários e partidários (págs. 192 e 193). XI – Utopia ou sonho de uma imaginação desordenada, após um breve sucesso ele teria desaparecido sob a conspiração do silêncio, ou do ridículo, que, segundo se pretende, tudo aniquila em França. Mas o silêncio só destrói as obras sem consistência e o ridículo só mata o que é mortal (pág. 193). XII – Alguém é materialista, católico ou livre-pensador por sua vontade ou sua convicção, mas basta existir para ser espírita ou estar sujeito ao Espiritismo. Pensar, refletir, viver são realmente atos espíritas, e isto prontamente se justifica após alguns minutos de exame por aqueles que admitem uma alma, um corpo e um intermediário entre essa alma e esse corpo (pág. 193). XIII – Admitir esses três princípios constitutivos do ser humano é admitir uma das bases fundamentais da Doutrina, é ser espírita ou pelo menos ter um ponto de contato com o Espiritismo, uma crença comum com os espíritas (pág. 193). XIV – Os Espíritos conservam no Espaço suas simpatias e seus hábitos terrenos. Os Espíritos dos americanos mortos são ainda americanos, como os desencarnados que viveram na França são ainda franceses do Espaço. Daí as diferenças dos ensinos em alguns centros (pág. 195). XV(Dirigindo-se a Anne Blackwell) Traduzi as minhas obras! Só se conhecem na América os argumentos contra a reencarnação. Quando as demonstrações em favor desse princípio ali se tornarem populares, o Espiritismo e o Espiritualismo não tardarão a se confundir e se tornarão, por sua fusão, na Filosofia natural adotada por todos (pág. 195). XVI – A glória dos conquistadores se extingue com a fumaça do sangue que eles derramaram, com o esquecimento das lágrimas que fizeram correr. A dos regeneradores aumenta sem cessar, porque o espírito humano, engrandecendo-se, recolhe as folhas esparsas em que estão inscritos os atos gloriosos desses homens de bem (pág. 197). XVII – Se é justo censurar os que tentaram explorar o Espiritismo ou desnaturá-lo, quanto mais culpáveis são os que, não contentes de abandoná-lo, se puserem a combatê-lo! É sobretudo para os desertores dessa categoria que precisamos apelar à misericórdia divina (pág. 198).  

- Fim -

 


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