WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 208 - 8 de Maio de 2011

ELY EDISON MATOS
ely.matos@ufjf.edu.br
 
Juiz de Fora, MG (Brasil)
 

 Por quê?



Por quê? Esta talvez seja a pergunta mais ouvida nos últimos dias, em referência à tragédia ocorrida na escola em Realengo. Durante estes dias ouvimos na mídia as opiniões de especialistas em segurança, policiais, educadores, cientistas políticos, psiquiatras forenses, políticos, religiosos, bem como de pessoas nas ruas e nos ônibus. Diante de tamanha violência, todos nos sentimos acuados e precisamos de explicações.

Ninguém, no entanto, apresenta uma resposta que explique alguma coisa, um mínimo que seja. Alega-se a necessidade de melhorar o atendimento nos serviços públicos de psiquiatria, de desarmar a população, de aumentar a segurança nas escolas, de dar mais atenção à questão da violência doméstica, de proibir a veiculação de filmes e vídeos violentos nos meios de comunicação. Mas quanto ao fato em si, continuamos perguntando: Por quê? 

A pergunta tem um cunho filosófico. Embora para muitos a filosofia esteja fora da realidade cotidiana, o cruel assassinato de crianças nos obriga a pensar. Podemos minimizar, considerar que seja um fato isolado, do tipo “infelizmente isso acontece”, ou podemos maximizar, perguntando sobre o próprio sentido de nossa vida. O certo é que este crime não deveria ser visto com indiferença por nenhum de nós. 

Acreditamos em Deus. Mas por que Deus permitiu que isso acontecesse? Ouvimos várias vezes a pergunta. É contraditório que Deus, sendo Justiça e Bondade, permita acontecimentos deste tipo. Ou Deus não é como acreditamos, ou precisamos mudar a forma como cremos em Deus. Queremos acreditar, mas tudo ao redor tem-nos ajudado a reforçar a descrença. 

A Doutrina Espírita, reafirmando o que Jesus já havia ensinado, nos apresenta Deus  justo e bom. Suas leis regem o mundo. Precisamos aprender essas leis se quisermos continuar acreditando. Precisamos compreender o sentido mais amplo da vida, acima da matéria e do acaso. Precisamos compreender a responsabilidade inerente a cada pensamento, palavra ou atitude. As Leis  Divinas, estudadas por Allan Kardec na terceira parte de O Livro dos Espíritos, precisam ser mais bem conhecidas e divulgadas. Todas as explicações que ouvimos para a tragédia na escola demonstravam ignorância quase completa destas leis. 

Deus é soberanamente justo e bom. São dois de seus atributos mais importantes. Nossa visão limitada, principalmente quando estamos reencarnados, não permite compreender essa soberana justiça e bondade. Achamos que Deus é bom quando tudo corre bem. Mas Ele assume, para a maioria, um papel vingativo, punitivo, diante dos eventos dolorosos. O Deus que pune é o Deus anterior a Jesus. Mesmo entre os espíritas, encontramos aqueles que ainda não compreenderam nem a noção de Pai, ensinada por Jesus. Quanto mais a noção espírita de Inteligência Suprema e Causa Primária. 

Não menosprezamos a dor dos pais e familiares, mesmo porque, em circunstâncias semelhantes, muitos de nós já a sentimos também. Conhecemos o sofrimento inerente à desencarnação de um ente querido, principalmente quando jovem e de forma violenta. O papel consolador da Doutrina Espírita entra neste ponto. Não podemos reverter a situação. Mas, compreender que há uma causa, um porquê, um motivo justo para que isso ocorra, nos permite manter nossa amizade com Deus ao invés de nos revoltarmos contra Ele. Compreender que a dor pode libertar e que cada uma daquelas crianças está viva, sendo amparada e atendida amorosamente, nos permite estar mais atentos à misericórdia que precede à justiça. Compreender que a separação é dolorosa, mas é breve, nos adverte à valorização de cada instante que passamos ao lado dos nossos queridos. 

Estes são tempos difíceis. A transição planetária está em pleno curso, e muitos Espíritos bárbaros estão voltando ao mundo físico. Violentos, indiferentes ao progresso e ao amor, estarão colocando em prova os sentimentos mais nobres que aprendemos nos últimos séculos.

Se os primeiros cristãos dispunham basicamente da fé para enfrentar suas provas, agora dispomos da fé e do conhecimento, ampliados pela Doutrina Espírita. Diante de ocorrências como a de Realengo, procuremos aprender, esclarecer e consolar. É certo que isso não nos livrará da surpresa e da tristeza diante das tragédias. Mas diminuirá nossa dúvida, medo e revolta,  e teremos uma compreensão melhorada do amor de Deus.




 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita