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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 207 - 1° de Maio de 2011

NUBOR ORLANDO FACURE 
lfacure@uol.com.br 
Campinas, São Paulo (Brasil)
 

  Espiritualidade e Ciência


Queiram ou não os materialistas, a “espiritualidade” é um atributo do ser humano, manifestando-se no seu caráter, tanto quanto outros atributos da sua personalidade. Ela pode ser detectada numa manifestação subjetiva que nos faz crer em sua transcendência, bem como numa dimensão situada além dos limites que nossos sentidos sugerem.

Uma avaliação científica destes dois domínios ainda esbarra em crenças espúrias e preconceitos religiosos. O pior destes obstáculos ainda são as contaminações místicas que não sabem separar os fenômenos autênticos e estimulam a crenças em propostas pseudocientíficas.

Partindo, porém, de pressupostos que estabelecem um paradigma espiritualista, devemos considerar que o ser humano é uma entidade espiritual, sua Alma é imortal e atua dirigindo toda fisiologia do corpo físico. Esta atuação se exerce através de um corpo intermediário, denominado corpo espiritual, o qual estabelece sintonia vibratória com o corpo físico. A Alma pode transitar pelas dimensões do mundo espiritual mantendo uma ligação mais ou menos parcial com o corpo físico e a morte significa a rotura definitiva desta ligação. A Alma desencarnada passa a conviver no mundo espiritual com outros Espíritos que a precederam na desencarnação. Por sua vez, os Espíritos desencarnados participam e atuam constantemente em nossas vidas, conhecendo e interferindo inclusive em nossos pensamentos.

A partir destas afirmações, que consideramos fundamentais, podemos enumerar diversos campos de pesquisa que, usando metodologia científica, podemos investigar:

1 - A psicometria da espiritualidade

2 - As doenças espirituais

3 - As crises psíquicas

4 - Os desdobramentos patológicos

5 - A noção de uma presença.  

A Espiritualidade 

A dimensão espiritual que está implícita na natureza humana é aceita por uns, mas não por outros. Aquilo que permite alguém ter acesso a esta dimensão poderá não ter nenhum significado para aquele que não admite a sua existência. Cada indivíduo pode ser caracterizado por sua religiosidade, suas crenças particulares e práticas relativas a sua religião, sem, no entanto, manterem um vínculo elevado com a espiritualidade.

A vivência espiritual comumente é uma experiência subjetiva, individual, particular, que algumas vezes pode ser compartilhada com os outros. Algumas pessoas experienciam sua espiritualidade como um assunto altamente pessoal e privado, focalizando elementos intangíveis que as suprem de vitalidade e grande significado em suas vidas. Espiritualidade não envolve religião necessariamente.

Cada pessoa define sua espiritualidade particularmente. Ela deve ser vista como um atributo do indivíduo dentro de um conceito complexo e multidimensional. Possivelmente tem alguma coisa a ver com caráter, com personalidade e com cultura.

Para uns, a espiritualidade se manifesta ou é vivenciada em um momento de ganhos materiais prazerosos tão simples como pisar na relva descalço ou caminhar pela noite solitário; para outros, será um momento de contemplação, de meditação, uma reflexão profunda sobre o sentido da vida, uma sensação de íntima conexão com o que pensa amar ou um contacto psíquico com seres espirituais. 

Psicometria da Espiritualidade 

Podemos perceber que a espiritualidade se manifesta em três domínios pelos quais poderemos sistematizar sua avaliação com critérios científicos: os domínios da “prática”, das “crenças” e o da própria “experiência espiritual”.

Na “prática”, quando se exercita a contemplação, a meditação, a prece ou uma atividade de culto religioso. Esta participação prática pode ser individual ou em grupo. Pode ser espontânea e informal como a que cada um pode realizar na intimidade do seu lar, ou pode seguir os rituais ou a liturgia das casas de oração que as diversas igrejas construíram para o encontro com seus fiéis.

O domínio das “crenças” espirituais varia com a cultura dos povos e inclui a crença na existência de Deus, da Alma, da vida após a morte e da realidade da dimensão espiritual para além do nosso conhecimento sensorial e intelectual. Está ligada à fé de cada um e nenhum outro pode aquilatar a sua extensão.

Por fim, no domínio da “experiência espiritual” há uma série enorme de situações que parecem sugerir “contacto direto” com a espiritualidade. Incluem-se aqui, por exemplo, aquelas vivências rotineiras, representadas pelo encontro íntimo e pessoal que cada um faz com o transcendente e o sagrado. É o diálogo interior que cada um faz com o seu Deus ou com quem o representa.  Outras “experiências” incluem aqueles quadros frequentemente mais dramáticos, quase sempre súbitos, acompanhados de forte transformação pessoal que se seguem a um acontecimento psíquico marcante na vida. São casos de envolvimento dramático com acidentes ou situações de alto risco como uma cirurgia cardíaca nas quais o paciente sentiu a ameaça de morte iminente. De maior expressividade ainda, incluem-se, entre outros, os relatos de “experiências de quase morte” (near death experience) e as “projeções fora do corpo físico” (out of body experience), nas quais o indivíduo transita com sua consciência por outras dimensões, vivenciando a plenitude da vida espiritual.  

A mediunidade 

Podemos afirmar que, em termos de “experiência espiritual”, nada supera a mediunidade. Entre nós, parece que a espiritualidade convive dentro de casa dirigindo cada passo de nossas vidas. Pelos nossos médiuns, os recados do outro lado têm sido tão frequentes que as portas da morte não isolam mais nosso contacto com os que mais amamos. Estamos diante de um “campo de experimentação” extraordinário onde é corriqueira a comprovação da intercomunicação entre nós e o “outro lado da vida”.  

Doenças Espirituais 

Assim como a saúde tem a ver com espiritualidade, a doença também tem ligação estreita com ela. Pode-se dizer, na verdade, que toda doença tem uma razão ou uma motivação espiritual. Dentro de um critério que leva em conta a fisiopatogenia das doenças, estamos propondo os seguintes grupos de doenças que se expressam como decorrentes de processos espirituais:

1- Doenças espirituais autoinduzidas

a - Desequilíbrio vibratório

b - Auto-obsessão

2 - Doenças espirituais compartilhadas

a - Vampirismo

b – Obsessão.

As doenças espirituais autoinduzidas são decorrentes de dois mecanismos fisiopatogênicos: a perturbação na sintonia entre o corpo físico e o corpo espiritual, produzindo sintomas decorrentes deste desequilíbrio vibratório, e a criação de ideias-formas, elaboradas pelo psiquismo doentio, que perturbam o indivíduo à custa do domínio que estas ideias fixas provocam.

Nas doenças compartilhadas ocorre a parceria ou a interferência de outra entidade espiritual. No vampirismo, esta outra entidade espiritual usufrui, junto de sua vítima, dos prazeres que atitudes viciadas facilitam, como no uso de drogas, do fumo, do álcool, dos excessos alimentares e dos abusos sexuais.

Na obsessão ocorre uma interferência ou um domínio de uma entidade espiritual sobre suas vítimas, devedores ou comparsas. 

Crises psíquicas 

Em função de alterações, principalmente nas regiões temporais do cérebro, certos pacientes podem manifestar as chamadas crises psíquicas, nas quais eles descrevem vivências subjetivas que têm estreitas ligações com o conteúdo das descrições que os místicos fazem da espiritualidade. Assim é que eles descrevem crises nas quais estão alterados, para eles, o tempo, os objetos, a realidade, o pensamento e as sensações. Estas descrições são com frequência superponíveis ao que informam os místicos quando falam sobre suas percepções sobre o tempo, a essência dos objetos e a noção de realidade quando transitam pelas dimensões espirituais. 

Desdobramentos patológicos 

A narcolepsia é uma condição patológica do sono conhecida há mais de um século pelos neurologistas. Estes pacientes fazem relatos de situações vividas durante o surto de sonolência, com descrições ricas dos ambientes que transitam durante estas perturbações. A neurologia clássica costuma rotular estes estados de “alucinações hipnagógicas” sem se deter em examinar mais cuidadosamente a possível “realidade” dos episódios vivenciados durante o sono destes pacientes. Na nossa avaliação eles têm muito a nos ensinar sobre as dimensões que compõem a espiritualidade que nos envolve. 

A noção de uma presença 

Pode-se dizer que é uma constatação corriqueira a possibilidade de se perceber uma outra “presença” perto de nós. Esta sensação é frequentemente vaga, de curta duração e na maioria das vezes não se deixa confirmar.

Situações acidentais ou de doenças têm revelado esta sensação de outra presença com mais intensidade. Assim é que pessoas que se perderam no deserto, em alto mar ou em florestas, têm relatado que num determinado momento se viram como que ajudadas por “uma presença” que lhes indicava o melhor caminho a seguir. Na epilepsia, em portadores de foco nos lobos temporais, também são frequentes os relatos de uma presença que se aproxima às vezes com a ideia de dar uma proteção, momentos antes de ocorrer a perda da consciência que configura a crise epiléptica.       


 


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