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Estudando as obras de Kardec
Ano 5 - N° 206 - 24 de Abril de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1869

Allan Kardec 

(Parte 6)

Damos prosseguimento nesta edição ao estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1869. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Que diferença havia, segundo Kardec, entre o Espiritismo europeu e o americano?

Segundo ele, as diferenças que existiam entre o Espiritismo europeu e o americano resumiam-se a questões de palavras, verificando-se concordância sobre os pontos fundamentais. A única divergência real entre as duas escolas limitava-se à questão da pluralidade das existências, admitida também pelos americanos, porém em mundos cada vez mais adiantados, enquanto o Espiritismo europeu admitia a pluralidade de existências na Terra, até que o Espírito tenha aqui atingido o grau de adiantamento que comporta este globo. O princípio da reencarnação na Terra não era, contudo, peculiar ao Espiritismo europeu. Constituía um ponto fundamental da doutrina druídica e foi proclamado antes do Espiritismo por filósofos ilustres, como Dupont de Nemours, Charles Fourier, Jean Reynaud, Benjamin Franklin e tantos outros. As causas que se opuseram à introdução dessa lei no Espiritismo americano já foram explicadas anteriormente. (Revue Spirite de 1869, pp. 99 a 105.) 

B. A propósito da causa dos fenômenos espíritas, quais foram as hipóteses emitidas ao longo dos anos em todo o mundo?

Entre os que admitem a realidade dos fenômenos quatro hipóteses foram emitidas ao longo dos anos a respeito de sua causa: 1a. A ação exclusiva do fluido nervoso, magnético, elétrico ou qualquer outro. 2a. O reflexo do pensamento dos médiuns e dos assistentes. 3a. A intervenção dos demônios. 4a. A intervenção dos Espíritos humanos, desprendidos do corpo físico, sobre o mundo corporal. O sistema defendido pelo Espiritismo foi, porém, segundo Kardec, o que encontrou maior número de simpatizantes e o único admitido pela imensa maioria dos observadores em todos os países do mundo. (Obra citada, pp. 105 a 108.)

C. Que fato se deu com padre que andou fazendo curas na região dos Hautes-Alpes?

Um dos assinantes da Revue residente no departamento dos Hautes-Alpes disse que as curas feitas pelo padre tiveram grande repercussão naquela região, mas, por punição, o pároco fora enviado para La Chalpe, comuna vizinha de Abriès, na fronteira do Piemonte. (Obra citada, pp. 111 e 112.)  

Texto para leitura 

52. A música e as harmonias celestes são o tema de duas comunicações transmitidas por Rossini em reuniões realizadas em janeiro de 1869 em Paris, das quais extraímos resumidamente os conceitos que se seguem: I – Para ser músico não basta alinhar notas sobre um pentagrama; assim só se consegue produzir ruídos agradáveis. Para dar alma à música, para fazê-la chorar, rir, uivar, é preciso que ele próprio tenha experimentado esses diferentes sentimentos, dores, alegria, cólera. II – A harmonia é difícil de definir e muitas vezes a confundem com a música, com os sons resultantes de um arranjo de notas e das vibrações dos instrumentos. Mas a harmonia não é isto, como a chama não é a luz. III – A chama resulta da combinação de dois gases e é tangível. A luz que ela projeta é um efeito dessa combinação e é intangível, mas o efeito é superior à causa. IV – Dá-se o mesmo com a harmonia, que resulta de um arranjo musical e é um feito igualmente superior à causa. V – Pode-se conceber a luz sem a chama e a harmonia sem a música. A harmonia é um sentido íntimo da alma e é percebida em razão do desenvolvimento desse sentido. VI – Fora do mundo material, a luz e a harmonia são de essência divina. A harmonia do espaço é tão complexa e tem tantos graus, que muitos me são ocultos. VII – O Espírito produz efeitos musicais agindo sobre o éter e obtém os sons que deseja. VIII – A harmonia, a ciência e a virtude são as três grandes concepções do Espírito. A primeira o deslumbra, a segunda o esclarece, a terceira o eleva. IX – A harmonia é, contudo, tão indefinível quanto a felicidade, o medo, a cólera: é um sentimento, que não se compreende senão quando se possui, e não se possui senão quando se adquiriu. X – A música, que é a causa secundária da harmonia percebida, penetra e transporta alguns, enquanto deixa outros frios e indiferentes. XI – Evidentemente, o homem que goza as delícias da harmonia é mais elevado, mais depurado que aquele que ela não consegue penetrar. Sua alma está mais apta para sentir, desprende-se mais facilmente da matéria e a harmonia a ajuda a desprender-se, de onde se conclui que a música é essencialmente moralizadora, desde que leva a harmonia às almas e a harmonia as eleva e engrandece. XII – A influência da música sobre a alma e sobre o seu progresso é reconhecida por todo o mundo. A razão dessa influência é que é ignorada: a harmonia coloca a alma sob o poder um sentimento que a desmaterializa. XIII – Se a música exerce uma influência benéfica sobre a alma, a alma que a concebe exerce igualmente influência sobre a música. É assim que a alma virtuosa, imbuída do sentimento do bem, do belo, do grande, e que adquiriu harmonia, produzirá obras-primas capazes de penetrar as almas mais encouraçadas e comovê-las. XIV – Se o compositor estiver terra-a-terra, como expressará a virtude que desdenha, o belo que ignora e a grandeza que não compreende? Suas composições serão o reflexo de seus gostos sensuais, de sua leviandade, de sua despreocupação. XV – Moralizando as criaturas, o Espiritismo exercerá então uma grande influência sobre a música, produzindo mais compositores virtuosos que comunicarão suas virtudes às suas composições e aos que as ouvirem. XVI – O Espiritismo terá, ninguém duvide, grande influência sobre a música futura. Seu advento mudará a arte, depurando-a. Como sua fonte é divina, tornar-se-á o ideal e o objetivo dos artistas, que lhe pedirão suas inspirações. (Págs. 84 a 90)

53. Mensagem assinada pelo Espírito de Halévy e dada em Paris no dia 16-2-1869 encerra o número de março. Examinando o tema: A mediunidade e a inspiração, diz o comunicante: I – A mediunidade abarca a humanidade inteira, como um feixe ao qual ninguém pode escapar. II – Não há um só homem que possa dizer: Não fui, não sou ou não serei médium. III – Sob a forma intuitiva, cada um está em relação com várias influências espirituais, que podem ser boas ou más. IV – Quando o homem faz mais do que ocupar-se de pequenos detalhes de sua existência e quando se trata de trabalhos que veio realizar mais especialmente, de provas decisivas que deva suportar, ou de obras destinadas à instrução e elevação gerais, a intuição – também chamada de voz da consciência – não se limita aos conselhos, mas atrai o Espírito para certos assuntos, provoca certos estudos e colabora na obra, fazendo ressoar certos compartimentos cerebrais pela inspiração. V – A obra será, pois, coletiva, embora só um deva assiná-la. Mas que importa isso? A obra jamais é uma criação; é sempre uma descoberta. Por muito tempo o músico ouviu a cotovia e o rouxinol antes de inventar a música. VI – Sob este ponto de vista, é-se médium de todos, é-se médium da natureza, médium da verdade, e por vezes médium muito imperfeito, porque ela aparece de tal modo desfigurada pela tradução, que se torna irreconhecível. (Págs. 91 e 92)

54. Um aviso muito importante abre o número de abril de 1869: a partir de 1o de abril o escritório da Revue Spirite seria o mesmo da Livraria Espírita, na rua de Lille, no 7, onde seriam realizadas também as sessões da Sociedade Espírita de Paris O domicílio pessoal de Kardec ficaria, a partir da mesma data, na Avenue et Villa Ségur, no 39, atrás dos Inválidos. (N.R.: Como já vimos, o número de abril foi escrito antes da desencarnação de Kardec, ocorrida a 31-3-1869.) (Pág. 95)

55. A criação da Livraria Espírita é noticiada em seguida. Diz Kardec que o interesse cada vez maior que as ideias espíritas tinham despertado indicou a necessidade de uma casa especial para a concentração dos documentos concernentes ao Espiritismo. Fora das obras fundamentais da doutrina espírita havia um grande número de livros, antigos e modernos, úteis ao complemento desses estudos e que eram ignorados do grande público. Foi visando preencher essa lacuna que se fundou a Livraria Espírita, uma empresa de caráter não comercial, criada por uma sociedade de espíritas que renunciavam, pelo contrato que os liga, a toda especulação pessoal. Os lucros auferidos pela Livraria pertenceriam à Caixa Geral do Espiritismo. (Págs. 95 e 96)

56. A Revue reproduz do jornal Salut, de Nova Orléans, Estados Unidos, a declaração de princípios aprovada na 5a Convenção Nacional ou Assembleia dos delegados dos espíritas da diversas cidades dos Estados Unidos. A declaração é composta de 19 itens, dos quais destacamos, de forma resumida, os seguintes: I – O homem tem uma natureza espiritual e uma natureza corporal; ele é, na verdade, um Espírito revestido de uma forma orgânica. II – O Espírito é imortal. III – Há um mundo ou estado espiritual, com suas realidades objetivas e subjetivas. IV – A morte não transforma a constituição mental ou o caráter moral de nenhuma pessoa. V – A felicidade, tanto no estado espiritual quanto neste, depende do caráter, das aspirações e do grau de harmonia do indivíduo com a lei divina. VI – O crescimento, o desenvolvimento e a progressão são o destino infinito do espírito humano. VII – O mundo espiritual não está afastado de nós, mas nos rodeia; por conseguinte estamos constantemente sob a vigilância dos seres espirituais. VIII – Há no estado espiritual todos os graus de caracteres, desde o mais baixo ao mais elevado de desenvolvimento intelectual e moral. IX – Cada indivíduo gravita em seu próprio lugar, por uma lei natural de afinidade; o céu e o inferno, a felicidade e a infelicidade dependem antes dos sentimentos íntimos que das circunstâncias exteriores. X – As comunicações recebidas dos Espíritos não são necessariamente verdades infalíveis. XI – Todos os seres angélicos ou demoníacos que se manifestaram nos negócios dos homens, no passado, eram simples Espíritos humanos desencarnados, em diversos graus de progressão. XII – Os chamados milagres dos tempos passados, a cura das moléstias pela imposição das mãos, a ressurreição dos que estavam aparentemente mortos etc. foram produzidos em harmonia com as leis universais e podem repetir-se em todos os tempos. (Págs. 96 a 99)

57. Kardec, para tornar mais fácil a análise dos princípios que compõem a declaração aprovada pelos espíritas americanos, repassou, um a um, ditos princípios comparando-os com os ensinamentos contidos em O Livro dos Espíritos e no cap. II de O que é o Espiritismo. Em seguida, observou que as diferenças havidas entre o Espiritismo europeu e o americano resumiam-se a questões de palavras, verificando-se concordância sobre os pontos fundamentais. (Págs. 99 a 103)

58. A única diferença entre as duas escolas limitava-se à questão da pluralidade das existências, admitida também pelos americanos, porém em mundos cada vez mais adiantados, enquanto o Espiritismo europeu admite a pluralidade de existências na Terra, até que o Espírito tenha aqui atingido o grau de adiantamento que comporta este globo, após o que o deixa por outros mundos. O princípio da reencarnação na Terra não era, contudo, peculiar ao Espiritismo europeu. Constituía um ponto fundamental da doutrina druídica e foi proclamado antes do Espiritismo por filósofos ilustres, como Dupont de Nemours, Charles Fourier, Jean Reynaud, Benjamin Franklin e tantos outros. As causas que se opuseram à introdução dessa lei no Espiritismo americano já foram explicadas anteriormente. Faltou aos Estados Unidos um centro de ação para coordenar os princípios. É por isso que não existe ali, a bem dizer, um corpo metódico de doutrina, ao contrário do que se verificou no movimento espírita europeu, sobretudo na França. (Págs. 103 a 105)

59. As conferências proferidas pelo sr. Chevillard sobre o Espiritismo foram objeto de um artigo do sr. Pagès de Noyez, publicado no jornal Paris de 7-3-1869. Comentando o fato, Kardec diz que já havia dado sua apreciação sobre o assunto no número de março e que seria supérfluo refutar uma teoria que nada tinha de novo. Entre os que admitem a realidade dos fenômenos – que é o caso do sr. Chevillard – quatro hipóteses foram emitidas ao longo dos anos a respeito de sua causa: 1a. A ação exclusiva do fluido nervoso, magnético, elétrico ou qualquer outro. 2a. O reflexo do pensamento dos médiuns e dos assistentes. 3a. A intervenção dos demônios. 4a. A intervenção dos Espíritos humanos, desprendidos do corpo físico, sobre o mundo corporal. Todas essas hipóteses já haviam sido amplamente discutidas. Os que não aceitam a 4a. hipótese, que é a hipótese pregada pelo Espiritismo, têm todo o direito de manifestar-se, cientes de que, desses diversos sistemas, o defendido pelo Espiritismo é o que encontrou maior número de simpatizantes e é o único admitido pela imensa maioria dos observadores em todos os países do mundo. (Págs. 105 a 108)

60. Um taumaturgo que passara sua última existência a brincar de pessoa santa, em meio aos prodígios que realizava, quis nascer, como menino, em condições excepcionais para atrair o respeito e a veneração das pessoas. Essa é a explicação dada na Sociedade de Paris pelo dr. Morel Lavallée (Espírito) a respeito da “criança elétrica”, o bebê nascido na aldeia de Saint-Urbain, nos limites do Loire e do Ardèche, que apresentava desde o primeiro dia fenômenos muito curiosos e inusitados. Por vezes seu berço parecia encher-se de uma claridade esbranquiçada; não se podia tocá-lo sem sentir uma viva reação; de suas extremidades se escapavam, por momentos, eflúvios brilhantes que o tornavam luminoso; quando, em certos dias, se aproximava dele algum objeto, este era tomado de um frêmito e de uma vibração sutil, que nada podia explicar. Dr. Morel disse, no entanto, que o fenômeno em si mesmo teria pouca duração e quem quisesse estudá-lo deveria apressar-se. (Págs. 109 a 111)

61. Um dos assinantes da Revue residente no departamento dos Hautes-Alpes enviou a Kardec interessante relato sobre as curas que um padre andava fazendo naquela região. O fato tivera grande repercussão, mas, por punição, o pároco fora enviado para La Chalpe, comuna vizinha de Abriès, na fronteira do Piemonte, onde, contudo, continuava a curar, sem nada receber por seu trabalho.  (Págs. 111 e 112)  (Continua no próximo número.) 



 


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