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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 203 - 3 de Abril de 2011

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
 

A influência moralizadora
do Espiritismo
 

Devidamente assimilado, o Espiritismo torna-se alavanca propulsora do progresso espiritual


O Mestre Lionês publicou
[1] em sua “Revue”, uma carta recebida de um presidiário, datada de 27 de dezembro de 1863, [transcrita a seguir], na qual se pode observar o insofismável poder moralizador da Doutrina Espírita:

"Senhor Allan Kardec,

"Há poucos dias, quando se me falou pela primeira vez do Espiritismo e da revelação de além-túmulo, eu ri, e disse que isso não era possível; falava como um ignorante que sou...

Alguns dias depois, teve-se a bondade de me confiar, na terrível posição onde me encontro agora, vosso bom e excelente O Livro dos Espíritos. De início li algumas páginas com incredulidade, não querendo, ou antes, não crendo nessa ciência; enfim, pouco a pouco e sem disso me aperceber, tomei gosto por ele; depois tomei a coisa a sério; depois reli pela segunda vez vosso livro, mas então com um outro espírito, quer dizer, com calma, e com toda a pouca inteligência que Deus me deu. Senti, então, desper­tar essa velha fé que minha mãe havia me posto no coração e que dormia há muito tempo; senti o desejo de me esclarecer sobre o Espiritismo. A partir desse momento, tive um pensamento muito firme, o de me dar conta, de aprender, de ver, e depois de julgar. Coloquei-me à obra com toda a crença que se pode ter e que é preciso crer em Deus e Seu poder; desejava ver a ver­dade, pedia com fervor, e recomecei as experiências; as primei­ras foram nulas, sem nenhum resultado.

Mas não me desencorajei: perseverei em minhas experiências e em minha fé, redobrei minhas preces, que talvez não fossem bas­tante fervorosas, e me entreguei ao trabalho com toda a convic­ção de uma alma crente e que espera. Ao cabo de algumas noi­tes, porque não posso fazer minhas experiências senão à noite, senti, em torno de dez minutos, estremecimento na ponta dos de­dos e uma pequena sensação sobre o braço como se tivesse sentido correr um pequeno riacho de água tépida, que parava no punho. Estava então todo recolhido, todo atenção, e cheio de fé. Meu lápis traçou algumas linhas perfeitamente legíveis, mas não bastante corretas para não crer que estavam sob o peso de uma alucinação. Esperei, pois, com paciência a noite seguinte para recomeçar minhas experiências, e esta vez agradeci a Deus de to­do o coração, tinha obtido mais do que não ousava esperar.

Todas as noites me entretenho com os Espíritos que são bastante bons para responderem ao meu chamado, e, em menos de dez minutos, me respondem sempre com carida­de; escrevo meias-páginas, páginas inteiras que minha inteligên­cia não poderia fazer sozinha, porque, frequentemente, são tra­tados filosófico-religiosos, que jamais sonhei e com mais forte ra­zão coloquei em prática; porque eu me dizia, nos primeiros resultados: Não serias o joguete de uma alucinação ou de tua vontade? E a reflexão e o exame me provavam que estava muito longe dessa inteligência que havia traçado essas linhas. Abaixei a cabeça, acreditei, não podia ir contra a evidência, a menos se estivesse inteiramente louco.

(...) Se isto vos pode ser agradável, enviarei as comunicações de Verger, que feriu o arcebispo de Paris.  Pa­ra bem me assegurar se era ele que se manifestava, evo­quei o Espírito São Luís, que me respondeu afirmativamente, assim como um outro Espírito em quem tenho muita confiança...”

Kardec aduz o seguinte comentário:

“As consequências morais deste fato se deduzem por si mes­mas; eis um homem que havia abjurado toda crença, que, atingi­do pela lei, se encontra confundido como refugo da sociedade, e es­se homem, no meio dessa lama moral, retornou à fé; vê o abismo em que caiu, se arrepende, pede e, dizemo-lo, ai! ele pede com mais fervor do que muitas pessoas que ostentam a devo­ção. Bastou para isso a leitura de um livro onde encontrou os elementos de fé que sua razão pôde admitir, que reanimou as suas esperanças, e fê-lo compreender o futuro. O que há, além disso, a anotar, é que primeiro leu com prevenção, e que a sua incre­dulidade não foi vencida senão pelo ascendente da lógica. Se tais resultados foram produzidos por uma simples leitura feita, por assim dizer, às escondidas, que seria se se pudesse juntar a isso a influência das exortações verbais! É bem certo que, na disposição de espírito em que se encontra hoje este homem, não só não dará, durante sua detenção, nenhum motivo de lamento, mas que reentrará no mundo com a resolução de nele viver honesta­mente.

Uma vez que esse prisioneiro foi levado ao bem pela fé que hauriu no Espiritismo, é evidente que, se tives­se tido preliminarmente essa fé, não teria cometido o mal. A sociedade, pois, deveria estar muitíssimo interessada na propagação de uma dou­trina com tão grande força moralizadora. É o que se começa a compreender.

Uma outra consequência a tirar do fato que acabamos de narrar é que os Espíritos não estão presos pelos ferrolhos e que vão até o fundo dos calabouços levar suas consolações. Não está, pois, no poder de ninguém, impedi-los de se manifestarem de uma ou de outra maneira; se não for pela escrita, será pela au­dição; eles desafiam todas as proibições, se riem de todas as interdições, ultrapassam todos os cordões sanitários. Que bar­reiras, pois, podem lhes opor os inimigos do Espiritismo?”

 

[1] KARDEC, Allan. Revue Spirite. Fevereiro de 1864. Araras: IDE, 1993, p.p. 44-46.




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita