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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 200 - 13 de Março de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1868

Allan Kardec 

(Parte 13 e final)

Concluímos nesta edição o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1868. O texto condensado do volume citado foi aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL. Na próxima edição iniciaremos o estudo da Revue Spirite de 1869.

Questões preliminares

A. Ante a pergunta “É o Espiritismo uma religião?”, qual foi a resposta de Kardec?

“Ora, sim, sem dúvida, senhores”, disse Kardec. “No sentido filosófico, o Espiritismo é um religião, e nós nos glorificamos por isso, porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as mesmas leis da natureza.” Essas palavras integram o discurso proferido pelo Codificador na Sociedade Espírita de Paris em 1o de novembro de 1868, por ocasião da sessão anual comemorativa dos mortos. O discurso é reproduzido pela Revue na abertura do número de dezembro e contém diversos ensinamentos. (Revue Spirite de 1868, págs. 351 a 357.) 

B. Por que, ao longo de sua obra, Kardec disse que o Espiritismo não era religião?

É que, explicou Kardec, a palavra religião é inseparável da de culto e desperta uma ideia de forma, que o Espiritismo não tem. As reuniões espíritas podem, pois, ser feitas religiosamente. Pode-se mesmo aí fazer preces, ditas em comum. O laço que deve existir entre os espíritas é todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para todos, ou seja, o amor do próximo, que compreende os vivos e os mortos. (Obra citada, págs. 357 a 360.) 

C. Podemos dizer que a caridade é a alma do Espiritismo?

Sim. Foi Kardec quem o disse: “A caridade é a alma do Espiritismo”. Segundo ele, a caridade resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com os seus semelhantes, mas seu campo é muito vasto. Compreende duas grandes divisões que ele chamou de caridade beneficente e caridade benevolente. A primeira é naturalmente proporcional aos recursos materiais disponíveis, do mais pobre ao mais rico. Para praticar a caridade benevolente é preciso amar ao próximo como a si mesmo. No amor ao semelhante está a verdadeira caridade benevolente, a caridade prática, sem a qual a caridade é uma palavra vã. (Obra citada, págs. 357 a 360.)  

Texto para leitura 

152. Três notas fecham a edição de novembro de 1868: I – Notícia sobre o lançamento do livro O Espiritismo na Bíblia, de Henri Stecki, que fez da Bíblia um estudo aprofundado das passagens que têm relação com os princípios espiritas. II – Registro relativo ao sucesso que vinha sendo alcançado pelo jornal Le Spiritisme à Lyon, cujo primeiro número aparecera a 15 de fevereiro último. III – Referência à reedição da obra Des Destinées de L’Âme, escrita pelo sr. A. D’Orient. Embora tenha sido lançada em 1845, antes do aparecimento da doutrina espírita, a obra se apoia na pluralidade das existências, no progresso indefinido da alma, na não-eternidade absoluta das penas e noutros princípios que seriam, anos mais tarde, confirmados e desenvolvidos pelo Espiritismo. (Págs. 347 a 349.)

153. É o Espiritismo uma religião? “Ora, sim, sem dúvida, senhores”, afirma Kardec. “No sentido filosófico, o Espiritismo é um religião, e nós nos glorificamos por isso, porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as mesmas leis da natureza.” Essas palavras integram o discurso proferido pelo Codificador na Sociedade Espírita de Paris em 1o de novembro de 1868, por ocasião da sessão anual comemorativa dos mortos. O discurso é reproduzido pela Revue  na abertura do número de dezembro e contém diversos ensinamentos, adiante sintetizados: I – Comunhão de pensamentos significa pensamento comum, unidade de intenção, de vontade, de desejo, de aspiração. II – Ninguém pode ignorar que o pensamento seja uma força. Ele é o atributo característico do ser espiritual; é o pensamento que distingue o espírito da matéria; sem o pensamento o espírito não seria espírito. III – O pensamento age sobre os fluidos ambientes, como o som age sobre o ar. Uma assembleia é um foco onde irradiam pensamentos diversos; como existem pensamentos harmônicos e pensamentos discordantes, se o conjunto for harmônico, a impressão será agradável; se discordante, a impressão será penosa.  IV – A comunhão de pensamentos produz, assim, uma espécie de efeito físico, que reage sobre o moral. V – Todas as reuniões religiosas são fundadas na comunhão de pensamentos. Há, no entanto, criaturas que negam a utilidade das assembleias religiosas e, por conseguinte, dos edifícios consagrados a elas. Ora, o isolamento religioso, como o isolamento social, conduz ao egoísmo.  VI – O verdadeiro objetivo das assembleias religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião é um laço que religa os homens numa comunidade de sentimentos, princípios e crenças. Esse laço é, porém, um laço essencialmente moral, que liga os corações, e seu objetivo é estabelecer, entre as pessoas que ele une, a fraternidade e a solidariedade, a indulgência e a benevolência mútuas(Págs. 351 a 357.)

154. Na sequência do discurso, Kardec explica por que havia declarado, ao longo de sua obra, que o Espiritismo não era religião. É que, observa ele, a palavra religião é inseparável da de culto e desperta uma ideia de forma, que o Espiritismo não tem. As reuniões espíritas podem, pois, ser feitas religiosamente. Pode-se mesmo aí fazer preces, ditas em comum. O laço que deve existir entre os espíritas é todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para todos, ou seja, o amor do próximo, que compreende os vivos e os mortos. “A caridade, assevera Kardec, é a alma do Espiritismo: ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com os seus semelhantes.” Seu campo é, porém, muito vasto: compreende duas grandes divisões que podemos chamar de caridade beneficente e caridade benevolente. A primeira é naturalmente proporcional aos recursos materiais disponíveis, do mais pobre ao mais rico. Para praticar a caridade benevolente é preciso amar ao próximo como a si mesmo. No amor ao semelhante está a verdadeira caridade benevolente, a caridade prática, sem a qual a caridade é uma palavra vã. Eis aí a caridade do verdadeiro espírita, como do verdadeiro cristão, aquela sem a qual aquele que diz: Fora da caridade não há salvação pronuncia sua própria condenação, tanto neste quanto no outro mundo. (Págs. 357 a 360.)

155. Depois do discurso feito por Kardec, foi lida uma comunicação espontânea ditada pelo Espírito de H. Dozon a 1o de novembro de 1865, sobre a solenidade de Todos-os-Santos, que é comemorada anualmente pela Sociedade Espírita de Paris. Na mensagem, após afirmar que Deus não é adorado apenas nos templos, mas por toda a parte, Dozon lembra que aquele que pode dispor de seu tempo o emprega no alívio de seus irmãos que sofrem. No fim da mensagem, o amigo espiritual aconselha aos espiritistas: “Redobrai de zelo; consolai os que sofrem, porque há seres que foram de tal modo afligidos durante a sua vida, que necessitam ser amparados e ajudados na luta. Sabeis quanto a caridade é agradável a Deus: praticai-a, pois, sob todas as formas; praticai-a em nome dos Espíritos cuja memória festejais nesse dia, e eles vos bendirão!” (Págs. 360 e 361.)

156. Em seguida, feitas as preces de costume, 32 comunicações foram obtidas pelos 18 médiuns presentes na reunião. A Revue publicou parte dessas comunicações, das quais extraímos, de forma resumida, os trechos que se seguem: I – Não devemos tremer diante da vida nem diante da morte, como ensinou La Rochefoucauld, mas sim por haver realizado um trabalho estéril, por ter tido uma existência perturbada e completamente falha. Espíritos brilhantes, engenhosos, instruídos muitas vezes, faltam ao objetivo profundo da vida. Milhares de Espíritos gostam da lembrança e da peregrinação que seus amigos e parentes fazem pelos cemitérios. É uma baliza esse respeito aos mortos, mas esses mortos estão todos vivos e, em vez de urnas funerárias e epitáfios mais ou menos verdadeiros, eles pedem uma troca de ideias, de conselhos, um suave comércio de espírito, essa comunidade de ideias que gera a coragem, a perseverança, a vontade, os atos de dedicação. (Guillaumin.) II – O isolamento em matéria religiosa e social não gera senão o egoísmo. O homem foi criado para a sociabilidade. Uni-vos, pois, nos esforços e por pensamentos; sobretudo, amai, sede bons, suaves, humanos; pregai pelo exemplo dos vossos atos os salutares efeitos da vossa crença. Sede espíritas de fato e não somente de nome. O Espiritismo, compreendido e sobretudo praticado, reformará tudo, para vantagem dos homens. (J. J. Rousseau.) III – O perfume que se exala de todos os bons sentimentos é uma prece constante que se eleva para Deus. (Sra Victor Hugo.) IV – A dedicação pelo reconhecimento é um impulso do coração; o devotamento pelo amor é um impulso da alma. (Sra Dauban.) V – O egoísmo é a paralisação de todos os bons sentimentos. O egoísmo é a negação da sublime sentença do Cristo que nos manda fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam. (Plácido.) VI – Qual é a ambição que não impede a alma de se elevar aos esplendores do infinito? É a que vos leva a fazer o bem. Todas as outras vos levam ao orgulho e ao egoísmo. (Bonnefon.) (Págs. 361 a 367.)

157. Kardec publica, na sequência, um extenso trabalho por ele intitulado: Constituição Transitória do Espiritismo, dividido em nove seções: I – Considerações preliminares. II – Extrato do relatório de caixa do Espiritismo feito à Sociedade de Paris a 5 de maio de 1865. III – Dos cismas. IV – O chefe do Espiritismo. V – Comitê central. VI – Obras fundamentais da doutrina. VII – Atribuições do Comitê. VIII – Vias e meios. IX – Conclusão. (Págs. 367 a 391.)

158. O objetivo do Codificador do Espiritismo, com a proposta referida, foi viabilizar uma forma de dar continuidade ao seu trabalho, com vistas aos tempos futuros. Em síntese, o que ele propõe, no tocante à direção do Espiritismo, é o estabelecimento de um comitê central ou conselho superior permanente, composto de doze membros titulares e um número igual de conselheiros, ao qual caberia a coordenação do movimento. O comitê central ou conselho superior seria, pois, o verdadeiro chefe do Espiritismo, chefe coletivo, que nada poderia sem o consentimento da maioria e, em certos casos, sem o assentimento de um congresso ou assembleia geral. Os congressos seriam constituídos por delegados das sociedades particulares, regularmente constituídas e postas sob o patrocínio do comitê central por adesão e pela conformidade de seus princípios. (Págs. 379 a 381.)

159. Ao comitê central estariam afetos, ainda, os seguintes serviços: I – Uma biblioteca, onde estariam reunidas todas as obras de interesse do Espiritismo. II – Um museu. III – Um dispensário destinado a consultas médicas gratuitas e ao tratamento de certas afecções, sob a direção de um médico patenteado. IV – Uma caixa de socorro e previdência. V – Uma casa de retiro. VI – Uma sociedade de adeptos com sessões regulares. (Págs. 382 e 383.)

160. Para viabilizar os recursos financeiros necessários ao projeto, Kardec propõe a constituição de um fundo financeiro inalienável cujos rendimentos assegurariam a continuidade dos serviços. “Regulando suas despesas pelo rendimento, a existência da administração não pode ser comprometida em caso algum, pois sempre terá meios para funcionar”, asseverou o Codificador do Espiritismo. (Págs. 386 e 387.)

161. Duas notas encerram a edição do ano de 1868. A primeira diz respeito à revista quinzenal El Criterio Espiritista, de Madri, a qual readquiriu o direito de usar esse título, que havia sido interditado pelo governo espanhol, por influência direta da autoridade eclesiástica espanhola. A Revue reproduz os documentos relativos à interdição da revista, ocorrida em 6 de agosto de 1867. Com a revolução ocorrida na Espanha, que depôs o governo anterior, a revista podia agora circular, verificando-se a mesma coisa com a Sociedade Espírita Espanhola, fundada em 1865, que havia suspendido suas sessões pelos mesmos motivos. (Págs. 392 a 394.)

162. A nota derradeira, que trata da renovação da assinatura por parte dos assinantes da Revue, anuncia para breve a publicação de um índice geral alfabético de todos os assuntos tratados na Revue Spirite, assim como um catálogo das obras que possam interessar aos estudiosos da doutrina espírita. (Pág. 394.)

Fim

 


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