WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 199 - 6 de Março de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1868

Allan Kardec 

(Parte 12)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1868. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Os princípios do Judaísmo admitem o dogma católico do pecado original?

Não. No jornal israelita La Famille de Jacob, publicado em Avignon, sob a direção do rabino Benjamin Massé, em seu número de julho de 1868, essa questão foi focalizada e, segundo o periódico, ela está longe de se achar entre os princípios do Judaísmo, que a repele inteiramente. Segundo o Judaísmo, se Adão pecou, só a ele pertence a responsabilidade de seu erro; só a ele a proscrição, a expiação e a redenção por meio de esforços pessoais. (Revue Spirite de 1868, págs. 330 a 332.)

B. Que é preciso para praticarmos o Espiritismo com eficácia?

Segundo mensagem transmitida na Sociedade de Paris em 23 de outubro de 1868, é preciso, para isso, estar bem compenetrado da filosofia espírita e de sua parte moral, que é fácil de conhecer, mas é a mais difícil de praticar, porque só o exemplo pode fazer bem compreendê-lo. “Fareis compreender melhor a virtude dando exemplo do que a definição”, acrescentou o comunicante, afirmando que a parte filosófica apresenta mais dificuldades para ser compreendida e, por isso, requer mais esforços. “Os adeptos que buscam ser militantes – acrescenta o Espírito – devem pôr-se à obra para bem a conhecer, pois é a arma com a qual combaterão com mais sucesso.” (Obra citada, págs. 344 a 346.)

C. O recolhimento é necessário às sessões mediúnicas?

Sim. Mas, em mensagem transmitida em 16 de outubro de 1868, De Courson (Espírito) faz algumas oportunas reflexões sobre o recolhimento necessário às sessões mediúnicas. Segundo ele, o recolhimento dos encarnados, que ele qualifica de silêncio, está muito longe de aproximar-se do recolhimento dos desencarnados presentes. É que o corpo observa o silêncio, mas a alma não respeita e mesmo perturba, com pensamentos diversos, o recolhimento dos que a rodeiam. (Obra citada, págs. 346 e 347.)

Texto para leitura

141. Um do correspondentes da Revue  na Antuérpia enviou a Kardec extrato de uma obra inglesa cuja tradução, feita da 5a. edição, foi publicada em Amsterdã em 1753, mais de cem anos antes d’O Livro dos Espíritos. Intitulada A Amizade após a morte, contendo as cartas dos mortos aos vivos, pela Senhora Rowe, a obra contém diversas comunicações mediúnicas cujo conteúdo apresenta uma identidade notável com os ensinos trazidos pelo Espiritismo. Kardec transcreve várias passagens do livro e, no final, explica por que uma obra tão singular produzira tão pouca sensação e caíra no ostracismo, enquanto que a doutrina espírita adquirira tantos seguidores em tão pouco tempo. O fato era, segundo ele, a confirmação do princípio de que as melhores ideias abortam quando vêm antes do tempo. Se o Espiritismo tivesse vindo um século mais cedo, não teria tido nenhum sucesso. (Págs. 325 a 329.)

142. A Revue reproduz trechos do livro A Cabana do Pai Tomás, escrito pela Sra. Beecher Stowe, em que a ideia da reencarnação é claramente posta, embora a obra tenha sido escrita em 1850 em um país onde o princípio da pluralidade das existências fora há muito repelido. (Págs. 329 e 330.)

143. O jornal israelita La Famille de Jacob, publicado em Avignon, sob a direção do rabino Benjamin Massé, em seu número de julho de 1868, focaliza a questão do pecado original, um dos dogmas da Igreja Católica que, segundo o periódico, está longe de se achar entre os princípios do Judaísmo. De acordo com semelhante doutrina, que o Judaísmo repele inteiramente, a queda e a condenação de nossos primeiros pais constituem uma queda e uma condenação para toda a posteridade. Daí os males inumeráveis sofridos pelo gênero humano, os quais teriam sido sem fim, sem a mediação de um Redentor, tão incompreensível quanto o crime e a condenação de Adão. Assim como o pecado de um só foi cometido por todos, a expiação de um só será a expiação de todos. Perdida por um só, a humanidade será salva por um só. A redenção é a consequência inevitável do pecado original. Ora, se Adão pecou, só a ele pertence a responsabilidade de seu erro; só a ele a proscrição, a expiação e a redenção por meio de esforços pessoais. Nós, que vimos após ele, nascemos com a nossa pureza e a nossa inocência, de que somos os únicos donos, os únicos depositários, e cuja perda ou conservação não dependem absolutamente senão de nossa vontade e das determinações do nosso livre arbítrio. (Págs. 330 a 332.)

144. Uma carta enviada à Revue por um de seus correspondentes, capitão do exército na África, diz que o Espiritismo se espalhava no norte da África e ganharia o centro, se os franceses para ali se dirigissem.. (Págs. 332 a 334.)

145. Relatório publicado pelo Quatterly Journal of Psychological Medicine revela que uma menina que contava então menos de cinco anos de idade havia substituído a língua falada em sua casa por um idioma diferente por ela mesma criado. Até a idade de três anos a menina não sabia falar, exceto as palavras “papa” e “mamã”. Ao se aproximar dos quatro anos, sua língua se desatou de repente, mas de tudo quanto diz só as duas palavras que aprendeu a princípio foram tiradas da língua inglesa. Desolados com isso, seus pais tentaram ensinar-lhe o inglês, mas ela a isso se recusa terminantemente. (Págs. 334 e 335.)

146. Tendo sido o fato discutido na Sociedade Espírita de Paris, um Espírito disse que aquela menina, em sua última existência na Terra, tivera a ideia de criar uma língua universal, a fim de permitir aos homens de todas as nações entender-se e facilitar desse modo as relações humanas. A língua inglesa lhe era desconhecida e, ao ouvir ingleses falar, achara sua língua desagradável e a detestara. Uma vez na erraticidade, sua ideia persistiu e foi assim que compôs um vocabulário todo particular. Ao encarnar-se entre os ingleses, tomou a decisão de não falar a língua inglesa, decisão que se mantinha em vida porque ela era ajudada por seu guia espiritual, que velava para que o fenômeno se verificasse, a fim de chamar a atenção dos homens. Desse modo, ao mesmo tempo que demonstrava seu desprezo pela língua inglesa, cumpria a missão de provocar as pesquisas psicológicas. (Págs. 335 a 337.)

147. Um curioso fenômeno em que uma música tocada por um ser invisível se fazia ouvir no ambiente de uma sala de aula é relatado em carta por um jovem de Mulhouse. A música parecia provir de uma harpa tocada com delicadeza e sentimento e todos a ouviam. Ela parecia vir de um ponto determinado, mas que mudava constantemente na sala. Quando se apontava com o dedo o lugar de onde o som provinha, ele se fixava noutro ponto ou se fazia ouvir em lugares diferentes. Comentando o caso, Kardec adverte que devemos, antes de atribuir um fato à intervenção dos Espíritos, estudar cuidadosamente todas as circunstâncias. Aquele tinha, porém, todos os caracteres de uma manifestação e provavelmente fora produzido por um Espírito simpático ao jovem, com o fito de o trazer às ideias espíritas e de chamar a atenção de outras pessoas para estas espécies de fenômenos. (Págs. 337 a 339.)

148. Comentando obra do Sr. Chassang a respeito do efeito do espiritualismo na arte e na poesia, Octave Sachot, do jornal Patrie, diz que sua tese é toda estética. O que ele entende provar, diz o crítico, é que a literatura e a arte não estão menos interessadas que a vida moral na vitória das doutrinas espiritualistas. Ao contrário do materialismo, que despoetiza a vida e desencanta o homem, tirando-lhe toda a esperança, as doutrinas espiritualistas abrem em todos os sentidos a vida às nobres aspirações e entretêm o homem com o futuro e a imortalidade. (Págs. 339 a 342.)

149. Kardec recebeu da Síria uma carta muito interessante sobre o estado moral dos povos do Oriente e os meios de cooperar em sua regeneração. O missivista vê no Espiritismo uma poderosa alavanca para combater os preconceitos que se opõem à emancipação moral e intelectual de seus compatriotas. Visando concorrer para essa obra, ele concebeu um projeto que, valendo-se do Codificador, submeteu à apreciação dos bons Espíritos. Levado o assunto à Sociedade de Paris, o Espírito de Clélie Duplantier deu importante comunicação, cujos principais pontos resumimos: I – Ter a razão e a verdade, trabalhar visando o bem geral e sacrificar o bem-estar particular ao interesse de todos é bom, mas não é suficiente. II – Não se podem dar de um golpe todas as liberdades a um escravo modelado pelos séculos a um jugo severo. Só gradualmente e medindo a extensão das margens aos progressos inteligentes e sobretudo morais da humanidade é que a regeneração poderá realizar-se. III – Todos quantos desejam utilmente concorrer ao trabalho regenerador devem, pois, antes de tudo, preocupar-se com a natureza dos elementos sobre os quais é possível agir e combinar suas ações em razão do caráter, dos costumes e das crenças daqueles a quem querem transformar. IV – No Oriente, para atingir o objetivo que os Espíritos de escol almejam na Europa, é necessário seguir uma marcha idêntica quanto ao conjunto, mas diferente nos detalhes, isto é, semeando a instrução, desenvolvendo a moralidade, combatendo os abusos consagrados pelo tempo, chegar-se-á a um mesmo resultado, seja onde for, mas a escolha dos meios deverá ser determinada pelo gênio particular daqueles a quem se dirigirem. V – Não se instrui o homem batendo de frente os seus preconceitos, mas contornando-os, modificando o mobiliário de seu espírito de maneira graduada, para que ele chegue por si mesmo a renunciar aos erros pelos quais antes teria sacrificado a vida. VI – Não se impõem ideias novas a um povo. Para que ele as aceite sem perturbação lamentável, é preciso habituá-lo pouco a pouco, fazendo-o reconhecer suas vantagens. Há muito a fazer no Oriente, mas a ação do homem sozinha seria impotente para operar uma transformação radical. É-lhe necessário o concurso dos Espíritos. (Págs. 342 a 344.)

150. Em mensagem transmitida na Sociedade de Paris em 23 de outubro de 1868, um Espírito analisa a questão da prática do Espiritismo e diz que, para a exercer com eficácia, é preciso estar bem penetrado da filosofia espírita e também de sua parte moral, que é fácil de conhecer, mas é a mais difícil de praticar, porque só o exemplo pode fazer bem compreendê-lo. “Fareis compreender melhor a virtude dando exemplo do que a definição”, acrescentou o comunicante, afirmando que a parte filosófica apresenta mais dificuldades para ser compreendida e, por isso, requer mais esforços. “Os adeptos que buscam ser militantes – acrescenta o Espírito – devem pôr-se à obra para bem a conhecer, pois é a arma com a qual combaterão com mais sucesso.” (Págs. 344 a 346.)

151. Mensagem transmitida em 16 de outubro de 1868 por De Courson (Espírito) traz oportunas reflexões sobre o recolhimento necessário às sessões mediúnicas. Segundo ele, o recolhimento dos encarnados, que qualifica de silêncio, está muito longe de aproximar-se do recolhimento dos desencarnados presentes. É que o corpo observa o silêncio, mas a alma não respeita e mesmo perturba, com pensamentos diversos, o recolhimento dos que a rodeiam. (Págs. 346 e 347.) (Continua no próximo número.)


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita