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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 198 - 27 de Fevereiro de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1868

Allan Kardec 

(Parte 11)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1868. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Como Kardec via a disseminação do materialismo no Velho Mundo?

Segundo Kardec, o materialismo era uma consequência da época de transição por que o planeta passava. Não era bem um progresso, mas um instrumento de progresso, e desapareceria, provando a sua insuficiência para a manutenção da ordem social e para a satisfação dos espíritos sérios. A humanidade, que necessita crer no futuro, jamais se contentaria com o vazio que o materialismo deixa após si e procuraria algo de melhor para o combater. (Revue Spirite de 1868, pág. 307.) 

B. A transformação da Terra e sua elevação na hierarquia dos mundos fazem parte das leis da Natureza?

Sim. Em face disso, quando se diz que a humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra deve elevar-se na hierarquia dos mundos, não se deve ver nessas palavras nada de místico, mas, ao contrário, a realização de uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais é impotente toda a má vontade humana. A humanidade já se transformou em outras épocas, e cada transformação é marcada por uma crise que é, para o gênero humano, o que são as crises da crescimento para os indivíduos. (Obra citada, pág. 309 a 314.) 

C. Como entender os chamados flagelos naturais?

Diz Kardec que a cada dia entramos no período transitório que deve trazer a transformação orgânica da Terra e a regeneração de seus habitantes. Os flagelos são instrumentos de que se serve o grande cirurgião do Universo, para extirpar do mundo, destinado a marchar para a frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens incompatíveis com o seu novo estado. Cada órgão desse corpo doente, melhor dizendo, cada região do planeta será, passo a passo, batida por flagelos diversos. Aqui, a epidemia; ali, a guerra: acolá, a fome. Algumas regiões já foram provadas, mas seus habitantes estariam em completo erro se se fiassem na era de calma que sucede à tempestade, para recair nos seus antigos erros. (Obra citada, pp. 322 a 325.)

Texto para leitura 

130. A Revue reproduz carta publicada no Fígaro na qual o Sr. A. Regnard faz uma autêntica profissão de fé no materialismo, uma corrente de ideias que crescia e revelava uma intolerância inimaginável típica da Igreja de tempos atrás. Os excessos que eles cometiam tinham, contudo, a sua utilidade e sua razão de ser: amedrontavam a sociedade, e o bem sempre sai do mal. É preciso, diz Kardec, o excesso do mal para se sentir a necessidade de coisa melhor, sem o que o homem não sairia de sua inércia. (Págs. 306 e 307.)

131. A causa primeira do desenvolvimento da incredulidade estava, diz Kardec, na insuficiência das crenças religiosas e na sua imobilidade. Se, em lugar de ficar para trás, as religiões tivessem seguido o movimento progressivo do espírito humano, mantendo-se sempre no nível da ciência, a fé, em vez de se extinguir, teria crescido com a razão, porque é uma necessidade para a humanidade. Não se teria, então, aberto a porta à incredulidade que vinha sapar o que delas restava. As religiões colhiam, desse modo, o que haviam semeado. (Pág. 307.)

132. O materialismo era, segundo Kardec, uma consequência da época de transição por que o planeta passava. Não era bem um progresso, mas um instrumento de progresso, e desapareceria, provando a sua insuficiência para a manutenção da ordem social e para a satisfação dos espíritos sérios. A humanidade, que necessita crer no futuro, jamais se contentaria com o vazio que o materialismo deixa após si e procuraria algo de melhor para o combater. (Pág. 307.)

133. Em carta publicada pela Petite Presse, a 20 de setembro de 1868, o Sr. Ponson du Terrail, que tempos atrás havia criticado o Espiritismo, declarou publicamente sua convicção de ter vivido anteriormente, ao tempo da Liga, sob o governo de Henrique III e Henrique IV. Kardec, comentando o caso, disse que o conhecido escritor talvez não soubesse que a reencarnação é um dos princípios fundamentais da doutrina que outrora ele ridicularizara. (Págs. 308 e 309.)

134. Duas comunicações recebidas na Sociedade Espírita de Paris, assinadas pelos Espíritos de Arago e do doutor Barry, em resposta a uma consulta feita pelo Dr. Ignácio Pereira, médico e fundador do Instituto Homeopático dos Estados Unidos da Colômbia, examinam a questão da influência dos planetas nas perturbações físicas que se verificam em nosso globo. Eis, de forma resumida, os ensinamentos contidos nas referidas mensagens: I – Não há na natureza um único fenômeno que não seja regulado pelas leis universais que regem a criação. Os fenômenos estão, desse modo, sujeitos a uma lei de periodicidade, que provoca o seu retorno em certas épocas, nas mesmas condições, ou seguindo, quanto à intensidade, uma lei de progressão geométrica crescente ou decrescente, porém contínua. II – Nenhum cataclismo pode nascer espontaneamente e, se seus efeitos parecem tal, as causas que o provocam são postas em ação desde um tempo mais ou menos longo. III – Cada corpo celeste, além dos movimentos conhecidos que definem o dia, a noite e as estações, sofre revoluções que demandam milhares de séculos para a sua perfeita realização. IV – Num mesmo sistema planetário, todos os corpos que dele dependem reagem uns sobre os outros; as influências físicas são aí solidárias, e não há um só dos efeitos que não seja a consequência das influências de todo esse sistema. V – Os sistemas planetários reagem também uns sobre os outros, como as nebulosas reagem sobre as nebulosas e os planetas reagem sobre os planetas. VI – A efervescência que por vezes se manifesta numa população, entre os homens de uma mesma raça, não é uma coisa fortuita, nem resultado de um capricho. Ela tem sua causa nas leis da natureza. VII – Assim, quando se diz que a humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra deve elevar-se na hierarquia dos mundos, não se deve ver nessas palavras nada de místico, mas, ao contrário, a realização de uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais é impotente toda a má vontade humana. VIII – A humanidade já se transformou em outras épocas, e cada transformação é marcada por uma crise que é, para o gênero humano, o que são as crises da crescimento para os indivíduos. IX – Uma coisa que parecerá estranho, mas que é rigorosamente verdadeiro, é que o mundo dos Espíritos sofre o contragolpe de todas as comoções que agitam o mundo dos encarnados, ou melhor, ele toma aí uma parte ativa. Quando uma revolução social se realiza na Terra, ela abala igualmente o mundo invisível. X – O período da transformação anunciada se iniciou. É nesse período que se verá florescer o Espiritismo, que dará então os frutos que dele se esperam. É, pois, para o futuro, mais que para o presente, que trabalhamos; mas era preciso que esses trabalhos fossem elaborados previamente, porque preparam as vias da regeneração pela unificação e a racionalidade das crenças. (Págs. 309 a 314.)

135. A Revue reproduz notícia divulgada pelo Écho de Fourvière, a respeito do exemplo de verdadeira caridade praticada por um pobre homem, o Sr. Ginet, que recolheu na própria casa uma mendiga coberta de chagas infectas que, tomada de um enfraquecimento súbito, teria sucumbido na rua, não fosse a ajuda recebida. Se o Sr. Ginet era espírita, não se sabe, mas seu ato, sim, foi um ato genuinamente espírita, visto que a caridade é a suprema lei do Espiritismo, que, segundo palavras textuais de Kardec, “não reivindica em seu proveito a ação desse homem, mas se glorifica de professar os princípios que o levaram a praticá-la”. Encerrando a nota, o Codificador do Espiritismo lamenta que os jornais tenham menos interesse em divulgar as boas ações do que os crimes e os escândalos. Como o exemplo é contagioso, por que não pôr antes aos olhos das massas o exemplo do bem que o do mal? (Págs. 314 a 316.)

136. Ch. Pereyra, de São Petersburgo, relata um curioso fato que se passou com um velho general húngaro, muito conhecido por sua coragem e que, no entanto, tremeu de medo ao verificar que o castelo por ele adquirido era, efetivamente, assombrado por Espíritos, como o seu intendente avisara. Sozinho na biblioteca do castelo, o general ouve um ruído no salão. Em seguida, o ruído redobra e é acompanhado do movimento de uma gaveta de uma cômoda, que se abriu. Convencido de que eram ladrões que estavam na casa, ele chamou o enorme cão que o acompanhava. O cachorro se aproximou, mas pôs-se a tremer, voltando para o canapé onde dormia. O general também começou a tremer e se ocultou na biblioteca. Mais tarde, confessou: “Eu não tive medo senão duas vezes: há dezoito anos, quando, no campo de batalha, uma bomba estourou aos meus pés; a segunda, quando vi o medo apoderar-se de meu cão”. (Págs. 316 e 317.)

137. Na seção de livros, a Revue noticia a publicação da Correspondência de Lavater com a Imperatriz Maria da Rússia, uma iniciativa da Livraria Internacional, tendo em vista o interesse que a divulgação das cartas pela Revue havia despertado na França. (Pág. 318.)

138. O número de novembro da Revue transcreve duas cartas enviadas por confrades residentes na Ilha Maurícia (antiga Ilha de França), onde nos últimos dois anos ocorrera uma epidemia tão séria que devastou a região e vitimou sessenta mil pessoas. A maior parte dos membros do grupo espírita de Port-Louis, que funcionava tão bem, foram atingidos pela moléstia e, por causa disso, as reuniões foram suspensas. (Págs. 319 e 320.)

139. A moléstia que se abateu sobre a população da Ilha tomou múltiplas formas, o que fez com que os médicos jamais chegassem a um acordo. Somente o jovem Dr. Labonté conseguiu de certo modo definir a moléstia, que, depois de tantos estragos, parecia estar chegando ao seu término, quase dois anos depois que os habitantes da Ilha assistiram a uma impressionante chuva de estrelas cadentes caída na noite de 13 para 14 de novembro de 1866. As estrelas cadentes foram tão numerosas que fizeram tremer e impressionaram os que as observaram. O espetáculo ficará para sempre gravado na memória daquele povo, porque foi precisamente depois do fato que a moléstia tomou um caráter aflitivo, tornando-se geral e mortal. (Págs. 320 e 321.)

140. Depois de breves comentários de Kardec, a Revue reproduz duas comunicações recebidas na Sociedade Espírita de Paris, onde as cartas foram lidas. Firmadas pelos Espíritos de Clélie Duplantier e do doutor Demeure, as mensagens esclarecem pontos importantes relacionados com a epidemia que acometeu a Ilha Maurícia e os flagelos em geral. Eis, de forma resumida, o que dizem as mencionadas comunicações: I – As crises e os flagelos que dizimam passo a passo as diferentes regiões do globo não ocorrem por acaso; são eles a consequência das influências dos mundos e dos elementos. Preparadas de longa data, sua causa é, por conseguinte, perfeitamente normal. II – A saúde é o resultado do equilíbrio das forças naturais. Se uma doença epidêmica devasta qualquer parte, não pode ser senão a consequência de uma ruptura desse equilíbrio. III – Os meteoros conhecidos pelo nome de estrelas cadentes são compostos de elementos materiais, como tudo o que cai sob os nossos sentidos; não aparecem senão graças à fosforescência desses elementos em combustão e cuja natureza especial por vezes desenvolve no ar respirável influências deletérias e morbíficas. IV – As estrelas cadentes eram, para a Ilha Maurícia, não o presságio, mas a causa secundária do flagelo. V – Os que sobreviveram, em contacto forçado com os doentes e os agonizantes, foram testemunhas de cenas que a princípio não perceberam, mas cuja lembrança lhes voltará mais tarde. VI – Os casos de aparição, de comunicação com os mortos e as previsões têm sido ali muito comuns. Apaziguado o desastre, a memória desses fatos surgirá e provocará reflexões que, pouco a pouco, levarão muitos a aceitar nossas crenças. VII – Maurícia vai renascer! O ano novo verá extinguir-se o flagelo de que foi vítima, não por efeito dos remédios, mas porque a causa terá produzido o seu efeito, enquanto outras regiões sofrerão, por sua vez, o ataque de um mal da mesma ou de qualquer outra natureza, determinando os mesmos desastres e conduzindo aos mesmos resultados. VIII – Uma epidemia universal teria semeado o espanto da humanidade inteira e detido por muito tempo a marcha do progresso. Uma epidemia restrita, atacando passo a passo e sob múltiplas formas cada centro de civilização, produz os mesmos efeitos salutares e regeneradores. IX – Os que morrem são feridos de impotência, mas os que veem a morte à sua porta buscam novos meios de a combater. Quando todos os meios materiais estiverem esgotados, cada um será constrangido a pedir a salvação aos meios espirituais. X – Esses flagelos, para o materialista, trazem apenas a morte horrível e o nada em consequência; para o espiritualista e, em particular, para o espírita, pouco importa o que pode acontecer, porquanto, se escapar do perigo, a prova o encontrará inabalável, e se morrer, o que conhece da outra vida fá-lo-á encarar a passagem sem medo. XI – É preciso que, sejam quais forem a hora e a natureza do perigo, nos compenetremos desta verdade: a morte não é senão uma palavra vã e não há nenhum sofrimento que as forças humanas não possam dominar. XII – Cada dia entramos no período transitório que deve trazer a transformação orgânica da Terra e a regeneração de seus habitantes. Os flagelos são instrumentos de que se serve o grande cirurgião do Universo, para extirpar do mundo, destinado a marchar para a frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens incompatíveis com o seu novo estado. XIII – Cada órgão desse corpo doente, melhor dizendo, cada região do planeta será, passo a passo, batida por flagelos diversos. Aqui, a epidemia; ali, a guerra: acolá, a fome. Algumas regiões já foram provadas, mas seus habitantes estariam em completo erro se se fiassem na era de calma que sucede à tempestade, para recair nos seus antigos erros. Há um período de mora, que lhes é concedido, para entrarem num caminho melhor. Se não o aproveitarem, novas vicissitudes virão para trazê-los ao arrependimento. (Págs. 322 a 325.) (Continua no próximo número.)
 


 


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