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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 197 - 20 de Fevereiro de 2011

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA 
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)

 

O demônio e a reencarnação


“Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus. Escutai essa palavra do Mestre, todos vós que repelis a Doutrina Espírita como obra do demônio. Abri os ouvidos, que é chegado o momento de ouvir.”
Simeão – O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. 28, it. 16.


“Outrora, sacrificavam-se vítimas sangrentas para aplacar os deuses infernais, que não eram senão os maus Espíritos. Aos deuses infernais sucederam os demônios, que são a mesma coisa. O Espiritismo demonstra que esses demônios mais não são do que as almas dos homens perversos (...).”
 - O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. 12, item 6.

– O demônio é nosso irmão.

Como? O senhor está zombando?

Dentre as divergências fundamentais que vemos entre a Doutrina Espírita e as Igrejas evangélicas, nas suas variadas denominações, destacam-se duas: não cremos na existência do demônio, como ser maligno e poderoso, destinado ao sofrimento eterno; por outro lado, cremos na reencarnação. Estamos em desacordo na crença e na descrença, nesses dois particulares. Não compreendemos, também, por que tanta divisão entre evangélicos, quando “haverá um rebanho e um pastor”. (João 10:16.) 

Eis, acima, o diálogo que desenvolvíamos com o “irmão”, pois assim chamávamos carinhosamente o pedreiro que nos auxiliava na construção do muro do Centro Espírita, num bairro de Goiânia. Por sua crença, até que era liberal, não dialogando, mas levantando paredes numa casa que, para muitos evangélicos, é do “demônio”.

Explicávamos a ele que a palavra demônio, para os antigos, designava espírito, bom ou mau*.

Não concebemos Deus, que é Amor, a destinar qualquer criatura ao sofrimento eterno. E mais: é pela reencarnação que Ele transforma, ao longo de milênios, Espíritos endurecidos no erro, na crueldade, na ignorância, em puros Espíritos, ou anjos, querubins, serafins, quaisquer que sejam as denominações que se lhes deem. São criaturas que necessitam, como nós, ser evangelizadas, amparadas, para que se regenerem e se transformem. São, pois, nossos irmãos. Não merecem agressões, nem serem “expulsos”. Precisam, isso sim, de ajuda, de esclarecimentos.

Ele, educadamente, ouvia sem contestar, buscando refletir, tentando, quem sabe, compreender o raciocínio, para nós tão simples, tão lógico e conforme à misericórdia do Pai, todo Amor e Bondade.

Antes do almoço, naqueles mutirões tão gratos ao nosso coração, líamos esta ou aquela mensagem, com breves comentários, seguidos da prece feita por um dos presentes, até mesmo peloirmão”, que atendia ao nosso apelo, orando, fervoroso, naquele estilo característico do crente sincero, num revezamento ecumênico e salutar.

Finda a refeição, seguiam-se as conversas, as histórias; breve descanso, e o retorno ao trabalho.

Numa dessas ocasiões, o próprioirmão nos ofereceu argumento para apoiar e comprovar o raciocínio acima descrito, quanto ao demônio e à reencarnação.

Narrou-nos quepoucos dias ouvira comovente testemunho de um irmão, em sua igreja:

Era ele um bandido, assaltante de bancos. Num deles, enquanto outros companheiros de quadrilha entravam na parte interna da agência bancária, ficou ele, com outro comparsa, diante dos caixas e de alguns clientes, de armas em punho, ameaçadoramente.

Do caixa, uma jovem graciosa dirigiu-lhe o olhar e aquela bela frase que nossos irmãos evangélicos apregoam: “Jesus te ama!” Breve e eficiente prece, a doutrinar o encarnado e os desencarnados presentes!

Bem podemos imaginar a sinceridade de sua alma crente, pulcra, naquele momento que para tantos era de pânico, mas que, para ela, era do exercício da , da confiança no Mestre.

O bandido foi “tocado” por aquela expressão e pela mediunidade da irmãzinha – naquele instante instrumento do amor de Deus –, para renovar e redirecionar sua vida aparentemente perdida. Quanto magnetismo, quanta compaixão, em seu olhar, em sua voz, naquele breve instante!

Ao ouvi-la, sentiu que lhe faltavam forças até para segurar a arma. Tremia e suava. Ao final, concluído o assalto, os colegas, após gritar-lhe inutilmente que os acompanhasse, percebendo que algo de anormal lhe ocorrera, puxaram-no pelo braço, conduzindo-o qual enfermo, alheio aos perigos que corria.

A partir daí, mudou de cidade e mudou sua vida: abraçou a . Era agora um irmão em Cristo.

Eis umdemônioque se vai transformando pouco a pouco, evangelizando-se. É nosso irmão. Um dia, após muitas reencarnações, será puro Espírito, será anjo. A verdade o libertará, como a nós outros – dissemos. Porque uma encarnação, por mais longa, é curta para tanto aprendizado e, porque somos endurecidos na ignorância e nas convicções que alimentamos, são necessárias múltiplas vindas aos planos materiais, sob a roupagem de variados corpos. É o mesmo Espírito, “viajando” por muitos corpos. Vivemos uma vez, sim; pois que a vida do Espírito é contínua, quer na condição de encarnado, quer na de Espírito fora da matéria, ou errante. Jesus é o mesmo, antes e após o Calvário. Assim é para qualquer Espírito. A Lei é a mesma para todos. Mais uma vez o “irmão” ouviu sem nos contestar. Também, não havia como fazê-lo!
 

* Demônio: Demônio s.m. Para os antigos, divindade, gênio bom ou mau que presidia os destinos de cada homem, cidade ou Estado. /Para os modernos e os cristãos, anjo caído, diabo, espírito maligno, gênio do mal. (cf. Pequeno Dicionário Enciclopédico Koogan Larousse, Editoria de Antônio Houaiss.)




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita