WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 196 - 13 de Fevereiro de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1868

Allan Kardec 

(Parte 9)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1868. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Que sugeriu Kardec a propósito dos chamados padrinhos espirituais?

Diz Kardec que, ao nascer uma criança, os pais deveriam escolher, entre os Espíritos, beatificados ou não, antigos ou modernos, parentes ou estranhos, um que tenha dado provas irrecusáveis de sua superioridade, por sua vida exemplar, pelos atos meritórios praticados, pelas virtudes exemplificadas. Eles então invocá-lo-iam solenemente e com fervor, pedindo-lhe que se unisse ao anjo da guarda da criança para a proteger na vida terrena e guiá-la com seus bons conselhos e suas boas inspirações. Depois, à medida que a criança crescesse, ensinar-lhe-iam a história do seu protetor, contar-lhe-iam suas boas ações, e a criança saberia, então, por que tem o seu nome, nome que lhe lembraria um belo modelo a seguir. Então, na festa de aniversário o protetor invisível não deixaria de associar-se ao júbilo geral, porque teria seu lugar no coração dos assistentes. (Revue Spirite de 1868, pp. 262 a 264.)

B. Os Espíritos de nossos avós costumam visitar-nos?

Sim. Em face disso, afirmou Kardec que a ideia da presença, em torno de nós, de nossos avós ou de pessoas veneradas será para todos, sobretudo para as crianças, um freio mais poderoso que o medo do diabo. (Obra citada, pág. 264.)

C. Onde Pitágoras tomou conhecimento da ideia da reencarnação?

Conforme exposto no livro Conferências sobre a alma, do Sr. Alexandre Chaseray, em que o princípio da pluralidade das existências é tratado de maneira completa, tudo indica que, tendo vivido muito tempo no Egito, foi dali que Pitágoras trouxe para a Grécia essa crença. (Obra citada, pp. 276 a 282.)  

Texto para leitura 

108. Diversas comunicações, dadas em vários lugares, confirmaram as ideias de Kardec sobre o tema alma da Terra. A Revue reproduziu uma dessas comunicações, recebida em Bordeaux em abril de 1862, na qual o instrutor espiritual diz claramente que a Terra não tem alma, porque não é um ser organizado. Os Espíritos encarregados em cada mundo da execução das leis de Deus são agentes de sua vontade, mas agem sob a direção de um delegado superior. “É a coletividade de todas essas inteligências, encarnadas e desencarnadas, inclusive o delegado superior, que constitui, a bem dizer, a alma da Terra, da qual cada um de vós faz parte”, acrescentou o comunicante. (Págs. 261 e 262.)

109. Os santos sob cuja invocação nos colocam ao nascermos tornam-se nossos protetores? Respondendo a essa questão, Kardec diz que os espíritas sabem, perfeitamente, que pensamento atrai pensamento e que a simpatia dos Espíritos, beatificados ou não pela Igreja, depende dos nossos sentimentos a seu respeito. Ora, existem santos que ninguém a rigor conhece, a não ser o nome. Os espíritas deveriam, em casos assim, agir de forma diferente. Ao nascer uma criança, os pais escolheriam, entre os Espíritos, beatificados ou não, antigos ou modernos, parentes ou estranhos, um que tenha dado provas irrecusáveis de sua superioridade, por sua vida exemplar, pelos atos meritórios praticados, pelas virtudes exemplificadas. Eles então invocá-lo-iam solenemente e com fervor, pedindo-lhe que se unisse ao anjo da guarda da criança para a proteger na vida terrena e guiá-la com seus bons conselhos e suas boas inspirações. Depois, à medida que a criança crescesse, ensinar-lhe-iam a história do seu protetor, contar-lhe-iam suas boas ações, e a criança saberia, então, por que tem o seu nome, nome que lhe lembraria um belo modelo a seguir. Então, na festa de aniversário o protetor invisível não deixaria de associar-se ao júbilo geral, porque teria seu lugar no coração dos assistentes. (Págs. 262 a 264.)

110. Em casa de um escritor-poeta de grande renome havia o costume de manter sempre, à mesa da família, uma cadeira vazia. Fechada por um cadeado, ninguém nela podia sentar-se: era o lugar reservado aos antepassados, aos avós e aos amigos que desencarnaram. Kardec diz que a cadeira aparentemente vazia era toda uma profissão de fé e um ensinamento, tanto para os grandes, quanto para os pequenos. A ideia da presença, em torno de nós, de nossos avós ou de pessoas veneradas será para todos, sobretudo para as crianças, um freio mais poderoso que o medo do diabo. (Pág. 264.)

111. A Revue noticia o surgimento de mais uma sociedade espírita: o Círculo da Moral Espírita, de Toulouse. A palavra círculo, observa Kardec, indicava que ele não se limitaria a sessões ordinárias, mas que seria, além disso, um local de reuniões, onde os membros poderiam vir entreter-se com o objetivo especial de seus estudos. (Pág. 265.)

112. Os traços do Espiritismo, que se encontram por toda a parte, são como as inscrições e as medalhas antigas, que atestam através dos séculos o movimento do espírito humano. Essa observação foi feita por Kardec a propósito da obra As Memórias de um Marido, editada em 1849 por Eugène Sue, que relata a vida do Sr. Fernand Duplessis. Algumas passagens da obra são transcritas pela Revue e mostram que tanto a Sra. Raymond como seu filho Jean tinham profundas convicções imortalistas. A morte, diz o livro, “não é senão a hora de um renascimento completo, que uma outra vida espera com suas novidades misteriosas”. No texto da obra há referência ao dogma druídico segundo o qual a alma se aperfeiçoa numa série de existências até atingir a perfeição. (Págs. 265 a 268.)

113. Na seção de livros, o destaque do número de setembro é o livro O Regimento Fantástico, de Victor Dazur, publicado em Lyon. A Revue reproduz uma resenha da obra publicada a 22 de junho de 1868 pelo jornal Le Siècle. O livro relata um sonho que conduz o cabo François Pamphile a Marte, aliás Soraï-Kanor, nome que os marcianos lhe deram. Lá, o cabo mantém contato com um suboficial que na Terra foi rei e se chamou Francisco I. Este pertencia naquele planeta ao regimento fantástico, um regimento composto da maioria dos soberanos que haviam reinado na Terra, cujo coronel é Alexandre, o Grande, assessorado pelo tenente-coronel Júlio César e pelo major Péricles. O regimento conta com três batalhões e cada batalhão possui oito companhias. Sesostris, Carlos Magno e Aníbal são os comandantes dos batalhões. Cada companhia é composta de soberanos de uma mesma nação. A companhia francesa é a primeira do segundo batalhão e tem como capitão Luís XIV. As cantineiras do regimento são Semíramis, Cleópatra, Elisabeth e Catarina II. Assim como os oficiais e soldados do regimento são antigos soberanos ou homens que exerceram a soberania na Terra, as cantineiras e as servas da cantina são antigas soberanas. (Págs. 268 a 271.)

114. Depois de informar que há soberanos que jamais figuraram no regimento fantástico, o suboficial explicou que o regimento nunca muda de guarnição e jamais faz guerra. Trata-se, na verdade, de uma espécie de regimento penitenciário no qual as pessoas expiam as maldades cometidas em seus reinados. O suplício habitual dos militares e das cantineiras é o suplício de Tântalo, porque o poder divino interditou a guerra em Marte. Os voluptuosos sofrem um suplício semelhante: conservam a beleza de que gozaram na Terra, mas são submetidos a uma causa fisiológica que os condena a uma castidade absoluta. Outro castigo, que os desola ainda mais, é o suplício das lembranças. A cada instante são eles condenados à sala de lembranças onde recordam os crimes que cometeram e veem os sofrimentos e os morticínios que ordenaram. Quando Luís XI está na sala de lembranças, é posto numa gaiola de ferro, em uso no seu reinado, bem em frente ao cadafalso de Nemours, do qual o sangue goteja sobre a cabeça de seus filhos. (Págs. 271 e 272.)

115. Comentando o livro, Kardec afirma que seu autor se inspirou largamente nas obras espíritas para escrevê-lo. Sua teoria a respeito das penas futuras, da pluralidade das existências e do estado dos Espíritos desprendidos dos corpos foi evidentemente colhida na doutrina espírita, da qual reproduz a ideia e até mesmo a forma. (Pág. 273.)

116. As passagens da obra reproduzidas pela Revue não deixam, com efeito, dúvidas sobre este ponto, sobretudo no tocante à necessidade de reparação, focalizada pelo autor, a que o Codificador juntou uma nota explicativa dizendo que a necessidade de reparação será individual quando o efeito do mal praticado se detém na pessoa lesada. Se, ao contrário, esse mal prejudica a centenas de indivíduos, a dívida será centuplicada, porque serão centenas de reparações a realizar. Essa é a situação dos monarcas fracassados que não cumpriram corretamente os seus deveres. (Págs. 275 e 276.)

117. Kardec elogia o livro Conferências sobre a alma, do Sr. Alexandre Chaseray, em que o princípio da pluralidade das existências é tratado de maneira completa. Nela, seu autor procura demonstrar que a ideia da reencarnação cresce e se impõe cada dia mais aos Espíritos esclarecidos. Eis alguns trechos extraídos da obra: I – A transmigração das almas é uma ideia filosófica ao mesmo tempo das mais antigas e das mais modernas. II – A metempsicose constitui o fundo da religião dos indianos, que é muito anterior ao judaísmo. III – Segundo Heródoto, os sacerdotes egípcios foram os primeiros a anunciar que a alma é imortal e passa sucessivamente por todas as espécies animais antes de entrar num corpo humano. É provável que, tendo vivido muito tempo no Egito, foi dali que Pitágoras trouxe para a Grécia essa crença. IV – Os gregos jamais abandonaram completamente a ideia da metempsicose. Os que dentre eles não admitiam por inteiro a doutrina de Pitágoras acreditavam vagamente com Platão que a alma tinha existido algures, antes de se manifestar sob a forma humana. V – Pierre Leroux, embora não creia que o homem haja passado pelos tipos inferiores da criação, não deixa de ser um ardoroso defensor da ideia de que a vida atual se liga a uma série de existências que a precederam. (Págs. 276 a 282.)

118. Diz o Codificador que as numerosas citações feitas pelo Sr. Alexandre Chaseray, embora longe de serem completas, provam quanto é geral a ideia da pluralidade das existências, que em pouco tempo será, sem dúvida, admitida como verdade incontestável. “Salvo alguns pontos muito controvertidos, observa Kardec, a obra contém vistas muito profundas e muito justas, às quais o Espiritismo não deixa de associar-se.” (Pág. 283.) (Continua no próximo número.)



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita