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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 195 - 6 de Fevereiro de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1868

Allan Kardec 

(Parte 8)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1868. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Existe mediunidade ao abrigo dos maus Espíritos?

Segundo Kardec, não existe. E inexiste também um processo material capaz de os afastar. O melhor meio, o único preservativo está no indivíduo mesmo, pois é por sua depuração que se pode afastar os maus Espíritos, do mesmo modo que pela limpeza do corpo a pessoa se preserva contra os insetos nocivos. (Revue Spirite de 1868, pág. 249.) 

B. São Francisco Xavier alguma vez se referiu à reencarnação?

Conforme uma história contada pelo Padre Bouhours, sim. Segundo ele, Francisco Xavier, então missionário no Japão, manteve certa vez contato com um bonzo japonês chamado Tucarondono. O bonzo, que recordava com clareza suas existências passadas, perguntou a Francisco se ele o reconhecia. Ele disse que jamais o havia visto. Rindo muito, o bonzo explicou-lhe então que 15 séculos atrás eram ambos negociantes em Frénasona, dando-lhe, em seguida, uma lição sobre as vidas sucessivas. (Obra citada, pp. 249 a 251.)  

C. Que significa a expressão alma da Terra?

Como a Terra não tem, como os homens, uma alma, a expressão alma da Terra não é exata, embora usada por alguns Espíritos. Por alma da Terra, diz Kardec, deve-se entender a coletividade dos Espíritos encarregados da elaboração e da direção de seus elementos constitutivos, ou, melhor ainda, o Espírito ao qual é confiada a alta direção dos destinos morais e do progresso de seus habitantes. Esse Espírito não está nela encarnado; ele é o chefe, preposto à sua direção, como um general é preposto à condução de um exército. (Obra citada, pp. 259 e 260.)  

Texto para leitura 

98. Segundo o Duque de Saint-Simon, na casa do Duque de Orléans a mediunidade de vidência pelo copo d’água já era conhecida em 1706. Um homem – provavelmente o sensitivo – dizia algo baixinho sobre o copo cheio d’água e logo as pessoas ali viam imagens. Para certificar-se da veracidade da vidência, o Duque ordenou a um de seus servidores que fosse imediatamente à casa da Sra. Nancré e ali examinasse quem estava, o que faziam, a posição e o mobiliário da sala e a situação de tudo quanto lá se passava e depois, sem perder um instante, vir dizer-lhe ao ouvido. Em seguida, viu-se no copo a reprodução exata do que o servidor descrevera. (Págs. 244 a 246.)

99. Comentando o assunto, Kardec menciona outro fato, ocorrido 15 anos antes, numa época e numa região da Espanha onde o Espiritismo era desconhecido. Nesse caso, algumas pessoas podiam ver imagens numa garrafa de cristal cheia d’água. Em Palermo (Sicília), a filha de um dos assinantes da Revue que estivera recentemente em Paris, ao ler no número de junho o artigo sobre a vidência pelo copo d’água, quis experimentar ver seu pai. Não o viu, mas pôde ver várias ruas que, pela descrição feita a seu pai, este facilmente reconheceu como sendo as ruas por onde ele andara na capital francesa. Por que ela viu as ruas e não o pai? Os Espíritos disseram a Kardec que as coisas se passaram assim para lhe dar uma prova irrecusável de que em nada a imaginação havia entrado no caso. (Págs. 247 e 248.)

100. Com ou sem água, observa Kardec, tanto o copo quanto a garrafa de cristal evidentemente representam, nesse fenômeno, o papel de agentes hipnóticos. A concentração da visão e do pensamento em um ponto provocam um maior ou menor desprendimento da alma e, por conseguinte, o desenvolvimento da visão psíquica. (Consulte-se a respeito a Revue  de janeiro de 1860, págs. 6 a 11: relações entre o magnetismo e o hipnotismo.) (Págs. 248 e 249.)

101. Concluindo, lembra o Codificador que o copo d’água não é uma garantia contra a imisção dos maus Espíritos, pois a experiência já provou que os Espíritos mal-intencionados se servem desse meio como de outros para induzir as pessoas em erro e abusar de sua credulidade. “Não há – explica Kardec – mediunidade ao abrigo dos maus Espíritos, e não existe nenhum processo material para os afastar. O melhor, o único preservativo está em si próprio; é por sua própria depuração que se pode afastá-los, como pela limpeza do corpo se preserva contra os insetos nocivos.” (Pág. 249.)

102. Na história de São Francisco Xavier, contada pelo Padre Bouhours, existe uma curiosa passagem que reproduz um diálogo travado por Francisco Xavier, então missionário no Japão, e um bonzo japonês chamado Tucarondono. O bonzo, que recordava com clareza suas existências passadas, perguntou a Francisco Xavier se ele o reconhecia. Este disse que jamais o havia visto. Rindo muito, o bonzo explicou-lhe então que 15 séculos atrás eram ambos negociantes em Frénasona, dando-lhe, em seguida, uma lição sobre as vidas sucessivas. Como é improvável que São Francisco Xavier tivesse inventado essa história, o fato mostra que a doutrina da reencarnação era conhecida no Japão naquela época, em condições parecidas às que são hoje ensinadas pelos Espíritos. (Págs. 249 a 251.)

103. O jornal La Mahouna, de Guelma (Argélia), publicou no dia 26 de junho carta enviada pelo Sr. Jules Monico em que este protesta contra crítica aos espíritas veiculada no Indépendant, de Constantina. Na carta, diz o missivista que o Espiritismo sucede aos feiticeiros como a astronomia sucedeu aos astrólogos, ou seja, ele vem destruir os erros dos feiticeiros e revelar uma ciência nova à humanidade. Afirmando que o Espiritismo tem por inimigos apenas os que não o estudaram, o Sr. Monico diz que a opinião espírita na França era representada por cinco revistas ou jornais, assim como na Inglaterra, na Alemanha, na Itália, na Rússia e até nos Estados Unidos da América, por numerosos jornais ou revistas, e os adeptos do Espiritismo ali se contavam por milhões de pessoas. (Págs. 251 a 253.)

104. Nascido a 15 de fevereiro, continuava com sucesso o curso de sua publicação o jornal O Espiritismo em Lyon, que podia agora ser vendido na via pública, graças à autorização que lhe fora concedida pelo Sr. senador prefeito do Ródano. (Págs. 253 e 254.)

105. Tendo Kardec escrito em seu livro A Gênese que o globo terrestre, em sua origem, não continha um átomo a mais nem a menos do que hoje, um correspondente da Revue em Sens suscitou uma dúvida sobre essa assertiva, o que obrigou o Codificador a escrever o artigo intitulado Aumento e diminuição do volume da Terra, que abre o número de setembro da Revue. No artigo, Kardec admite que possam ocorrer modificações no volume da Terra, mas não em sua massa, ou seja, a massa do globo – a soma das moléculas que compõem o conjunto de suas partes sólidas, líquidas e gasosas – é incontestavelmente a mesma desde a sua origem. (Págs. 255 e 256.)

106. O artigo é complementado por uma comunicação assinada pelo Espírito de Galileu, transmitida na Sociedade Espírita de Paris em julho de 1868, na qual o eminente Espírito trata do assunto e afirma que, em sua opinião, a existência dos mundos pode dividir-se em três períodos. No primeiro, verifica-se a condensação da matéria; o volume do globo diminui, mas a massa continua a mesma; é o período da infância. No segundo período, há a contração, a solidificação da crosta, o surgimento dos germes e o desenvolvimento da vida até o aparecimento do tipo mais perfectível. É a idade da virilidade; o globo está em toda a sua plenitude e perde, mas muito pouco, seus elementos constitutivos. À medida que seus habitantes progridem espiritualmente, o planeta passa ao período de diminuição material. Essa perda se dá não apenas por causa do atrito, mas também pela desagregação das moléculas, como uma pedra dura que, consumida pelo tempo, acaba por virar poeira. Em seu duplo movimento de rotação e de translação, o globo deixa no espaço parcelas fluidificadas de sua substância, até o momento em que sua destruição for completa. Dessa forma, nascimento, vida e morte; infância, virilidade e decrepitude, tais são as fases pelas quais passa toda aglomeração de matéria orgânica ou inorgânica. “Só o espírito, que não é matéria, é indestrutível.”(Págs. 257 e 258.)

107. A Terra não tem, como os homens, uma alma, de modo que a expressão alma da Terra não é exata. Esse assunto é comentado por Kardec em um artigo em que o Codificador faz várias observações importantes: I – Admitido que o princípio da vida tenha sua fonte no movimento molecular, não se poderá contestar que seja ainda mais rudimentar no mineral do que na planta. II – O desenvolvimento orgânico está sempre em relação com o desenvolvimento do princípio inteligente. O organismo se completa à medida que se multiplicam as faculdades da alma. III – A escala orgânica segue sempre, em todos os seres, a progressão da inteligência, desde o pólipo até o homem; e não poderia ser diferente, desde que à alma é necessário um instrumento apropriado à importância das funções que deve desempenhar. De que serviria à ostra ter a inteligência do macaco, sem os órgãos necessários à sua manifestação? IV – Por alma da Terra pode entender-se, mais racionalmente, a coletividade dos Espíritos encarregados da elaboração e da direção de seus elementos constitutivos, ou, melhor ainda, o Espírito ao qual é confiada a alta direção dos destinos morais e do progresso de seus habitantes. V – Esse Espírito não está nela encarnado; ele é o chefe, preposto à sua direção, como um general é preposto à condução de um exército. (Págs. 259 e 260.) (Continua no próximo número.)



 


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