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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 192 - 16 de Janeiro de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1868

Allan Kardec 

(Parte 5)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1868. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Os médiuns videntes podem à vontade ver os desencarnados?

Não. Os médiuns videntes, seja qual for o processo, não veem à vontade os Espíritos; eles só veem o que os Espíritos querem fazer ver ou lhes permitem ver. (Revue Spirite de 1868, pp. 165 e 166.) 

B. Como definir os fluidos espirituais?

Os fluidos espirituais são a atmosfera dos seres espirituais e o elemento onde os Espíritos colhem os materiais com que operam. São eles o veículo do pensamento e os Espíritos agem sobre eles, não os manipulando como o homem manipula os gases, mas com o auxílio do pensamento e da vontade. Pelo pensamento, eles imprimem a esses fluidos essa ou aquela direção e podem combiná-los, aglomerá-los e dispersá-los. Por vezes essas transformações resultam de um ato intencional; muitas vezes são o produto de um pensamento inconsciente, bastando ao Espírito pensar em uma coisa para que essa coisa se produza. O pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos de que tinha o hábito de se servir. É assim que o fumante aparece com seu cachimbo e o militar, com suas armas. Os objetos fluídicos são tão reais para o Espírito, quanto eram materiais para os encarnados; sua existência, no entanto, é fugaz como o pensamento. (Obra citada, pp. 166 a 169.)  

C. Deixando o corpo que morreu, os Espíritos podem enfrentar privações?

Sim. Os Espíritos são seres como nós: têm um corpo, fluídico é verdade, mas que não deixa de ser matéria. Deixando o invólucro carnal, certos Espíritos continuam enfrentando as mesmas vicissitudes, durante um tempo mais ou menos longo. Tal é a situação dos Espíritos que viveram mais a vida material que a vida espiritual. (Obra citada, pp. 172 a 174.)  

Texto para leitura

58. Philippeau disse que iria tentar fazer o que lhe foi aconselhado, embora temesse não consegui-lo. Em seguida, referiu-se às impressões que tivera ao adentrar a vida espiritual, quando, apesar de morto, materialmente falando, sentia-se vivo. “Assim se passaram três dias; eu estava desaparecido do mundo, e me sentia mais vivo que nunca”, informou o médico. Depois, ao tomar conhecimento dos ensinamentos espíritas, percebeu que não mais era um homem, mas um Espírito, e que agora tinha que recomeçar, visto que, dominado pela ambição, fizera na Terra tudo ao contrário do que devia: “Aprendi, cursei a ciência, não por amor à ciência, mas por ambição, para ser mais que os outros, para que falassem de mim”. “Tratei do próximo, não para o aliviar, mas para me enriquecer. Numa palavra, fui todo para a matéria, quando se deve ser todo para o Espírito. Quais são hoje as minhas obras? A riqueza, a ciência; nada! nada! Tudo está para refazer.” (Págs. 143 e 144.)

59. A literatura da época, diz Kardec, impregnava-se diariamente das ideias espíritas, de que são exemplos os folhetins A Condessa de Monte-Cristo, publicado pela Petite Presse, e O Calabouço da Torre dos Pinheiros, publicado pela Liberté, bem como o artigo publicado pelo Progrès de Lyon, sob a forma de uma carta supostamente escrita de outro mundo pelo convencional Clootz, sobre os quais a Revue tece ligeiras considerações. (Págs. 145 a 150.)

60. Outra prova de que as ideias espíritas estavam no ar é o discurso proferido pelo Sr. Jules Adenis, em nome da Sociedade dos Autores Dramáticos, no enterro do Sr. Marc Michel. Segundo o jornal Temps, de 27 de março de 1868, o orador lembrou na ocasião outro escritor recentemente falecido, Ferdinand Langlé, cuja alma – disse ele – provavelmente viera receber Marc Michel no “limiar da eternidade”, um pensamento tipicamente espírita que não era e não é aceito pela doutrina oficial da Igreja e das religiões protestantes. (Págs. 150 e 151.)

61. Um interessante caso de premonição obtida em um sonho foi relatado pelo Figaro de 12 de abril de 1868 e reproduzido pela Revue. Dez anos depois, quando o exército francês desembarcou na Crimeia, o sonho se realizou integralmente, sem faltar nenhuma de suas minúcias. (Págs. 151 e 152.)

62. Notícia sobre fenômenos de pancadas numa casa da Rússia, extraída do Courrier Russe, de São Petersburgo, é transcrita pela Revue. Todas as noites, diz o jornal russo, pelas dez horas, começavam os exercícios, com transporte de objetos e batidas. Tendo o morador recorrido à polícia, um soldado passou várias noites na casa, mas a desordem não cessou. (Págs. 153 e 154.)

63. Mais um flagelo desabava em 1868 sobre as populações árabes da Argélia, então colônia da França. Terminados os rigores do inverno, os árabes agora morriam de fome. Em carta dirigida a Kardec, o Sr. Bourgès, capitão da guarnição de Laghouat, diz que desde alguns anos os flagelos se sucediam na colônia: tremores de terra, invasão de gafanhotos, cólera, tifo, seca e fome. Comentando esse fato, Kardec lembra que os Espíritos não se enganaram quando anunciaram que flagelos de toda a sorte devastariam a Terra. A Argélia não era o único país em prova. Mas não se pode acusar a Providência por essas misérias, que resultam unicamente da ignorância, da incúria, do egoísmo, do orgulho e das paixões humanas. As gerações de agora colhem o que semearam, porque são compostas das mesmas individualidades espirituais que renascem em diferentes épocas e aproveitam os melhoramentos que elas próprias prepararam e a experiência adquirida no passado. (Págs. 154 a 157.)

64. Em mensagem dada em Lyon a 2 de fevereiro de 1868, por meio do Sr. Dubois, um instrutor espiritual, que se designou O Espírito da Fé, voltou ao tema da regeneração da Terra e disse que o Messias que deve presidir a esse movimento já havia nascido. Era ele o próprio Cristo? O comunicante não diz que sim nem que não, mas afirma que cabe ao Espiritismo remover as pedras que possam dificultar a sua passagem. Esse homem será poderoso e forte, e numerosos Espíritos estão na Terra para aplainar o caminho e fazer cumprir o que foi predito. “A aurora do século marcado por Deus para a realização dos fatos que devem mudar a face deste mundo começa a surgir no horizonte”, conclui a mensagem. (Págs. 157 a 159.)

65. A mediunidade no copo d’ água é o tema inicial do número de junho. O novo gênero de mediunidade vidente permite ver imagens em um copo de água magnetizada, como se uma fotografia aparecesse no líquido. As informações constantes do artigo foram fornecidas por um dos correspondentes da Revue  em Genebra. (Págs. 161 a 166.)

66. Eis como o fenômeno se realiza: I – Primeiramente é preciso um copo liso e bem igual no fundo, no qual a água deve ser colocada até à metade, magnetizando-a em seguida pelos processos comuns, isto é, pela imposição das mãos. A duração da magnetização é de cerca de dez minutos na primeira vez; depois bastam cinco minutos, podendo ser magnetizados vários copos ao mesmo tempo. II – O médium vidente ou aquele que quer experimentar não deve magnetizar o seu próprio copo, pois gastará fluidos que lhe são necessários para a vidência. Para a magnetização é necessário um médium especial. III – Feito isto, cada experimentador coloca o copo à sua frente e o olha durante 20 ou 30 minutos no máximo, por vezes menos, conforme a aptidão. Esse tempo só é necessário nas primeiras tentativas; depois, bastarão alguns minutos. Durante esse tempo, uma pessoa fará uma prece para pedir o concurso dos bons Espíritos. IV – Os que são aptos a ver distinguem a princípio, no fundo do copo, uma espécie de nuvem; é um indício certo de que verão. Pouco a pouco essa nuvem toma uma forma mais acentuada e a imagem se desenha à vista do médium. V – Entre si os médiuns podem ver nos copos uns dos outros. Algumas vezes parte do assunto aparece num copo e a outra parte em outro; por exemplo, em caso de doenças, um verá o mal e o outro, o remédio. VI – O médium só verá com os olhos abertos. Pelo menos é o que tem sido observado, o que denota uma variedade na mediunidade de vidência. VII – A imagem das pessoas vivas se apresenta no copo tão facilmente quanto a das pessoas mortas. VIII – Ocorre nesta mediunidade o que se dá nas outras: o médium atrai a si os Espíritos que lhe são simpáticos, e o meio de atrair os bons Espíritos é estar animado de bons sentimentos, não perguntar senão coisas justas e razoáveis, não se servir desta faculdade senão para o bem, e não para coisas fúteis. (Págs. 161 a 165.)

67. Comentando o assunto, Kardec adverte que, como princípio, esta mediunidade não é nova, mas sim uma das variedades da mediunidade de vidência. Os médiuns videntes, por este processo ou por qualquer outro, não veem à vontade; eles só veem o que os Espíritos querem fazer ver ou lhes permitem ver. (Págs. 165 e 166.)

68. Escrevendo sobre a fotografia do pensamento, Kardec diz que tal fenômeno se liga ao fenômeno das criações fluídicas descrito em A Gênese, e reproduz na Revue trechos daquela obra em que o assunto é tratado. (Págs. 166 a 169.)

69. Eis, de forma resumida, os pontos principais contidos no artigo: I – Os fluidos espirituais são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais e o elemento onde os Espíritos colhem os materiais com que operam. II – Os fluidos são também o veículo do pensamento e os Espíritos agem sobre eles, não os manipulando como o homem manipula os gases, mas com o auxílio do pensamento e da vontade. III – Pelo pensamento, eles imprimem a esses fluidos essa ou aquela direção e podem combiná-los, aglomerá-los e dispersá-los. IV – Por vezes essas transformações resultam de um ato intencional; muitas vezes são o produto de um pensamento inconsciente, bastando ao Espírito pensar em uma coisa para que essa coisa se produza. V – O pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos de que tinha o hábito de se servir. É assim que o fumante aparece com seu cachimbo e o militar, com suas armas. VI – Os objetos fluídicos são tão reais para o Espírito, quanto eram materiais para os encarnados; sua existência, no entanto, é fugaz como o pensamento. VII – Ao criar imagens fluídicas, o pensamento se reflete no perispírito como num espelho, e de certo modo aí se fotografa. É assim que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório perispiritual, permitindo a outrem, encarnado ou desencarnado, ler na alma como num livro e ver o que não é perceptível pelos olhos do corpo. VIII – Na teoria das criações fluídicas pode ser encontrada a explicação da mediunidade pelo copo d’água. Ora, já que o objeto que se vê não pode estar no copo, a água deve fazer aí o papel de um espelho, que reflete a imagem criada pelo Espírito. Essa imagem pode ser a reprodução de uma coisa real, como a de uma criação de fantasia. (Págs. 166 a 169.)

70. A Revue registra o falecimento do Sr. Bizet, cura de Sétif, morto aos 43 anos de idade. Os atos de caridade e de tolerância que notabilizaram o pároco foram destacados na reportagem, à qual se segue a transcrição de uma comunicação dada pelo Espírito do Sr. Bizet na Sociedade Espírita de Paris, a 14 de maio de 1868, 29 dias depois do seu falecimento. Em sua mensagem, o padre informa haver encontrado no mundo espiritual muitos amigos cujo acolhimento simpático o ajudou a reconhecer-se em seu novo estado. Bizet descreve, também, algo que seria inimaginável noutros tempos: o triste espetáculo da fome entre os desencarnados – criaturas infelizes, mortas nas torturas da fome e que ainda procuravam satisfazer, em vão, uma necessidade imaginária. No final da comunicação, Bizet confessa que os princípios da doutrina espírita lhe pareciam agora mais justos, porque, depois de haver conhecido a sua teoria, via no mundo espiritual a sua mais larga aplicação prática. (Págs. 169 a 172.)

71. O relato pertinente aos horrores da fome entre os desencarnados mereceu de Kardec uma nota explicativa. Os Espíritos, adverte ele, são seres como nós: têm um corpo, fluídico é verdade, mas que não deixa de ser matéria. Deixando o invólucro carnal, certos Espíritos continuam enfrentando as mesmas vicissitudes, durante um tempo mais ou menos longo. Tal é a situação dos Espíritos que viveram mais a vida material que a vida espiritual. As evocações nos mostram uma porção de Espíritos que ainda se julgam encarnados: suicidas, supliciados, avarentos, náufragos etc. O quadro apresentado pelo Sr. Bizet nada tem, pois, de estranho; ao contrário, vem confirmar, por meio de um depoimento insuspeito, o que já se sabia. (Págs. 172 a 174.)

72. Sob o título de Boletim do movimento filosófico e religioso, o número de maio do jornal Solidarité, de Paris, publicou interessante artigo em que o autor analisa A Gênese, última obra publicada por Kardec. As passagens principais do artigo são reproduzidas pela Revue. (Págs. 174 a 177.) (Continua no próximo número.)




 


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