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Estudando a série André Luiz
Ano 4 - N° 192 - 16 de Janeiro de 2011

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

 

Nos Domínios da Mediunidade

André Luiz

(Parte 31)

Damos continuidade ao estudo da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. No momento da morte, D. Elisa reviu cenas do seu passado na Terra?

Sim. Foi como se um relâmpago lhe rasgasse a noite mental, um desses raros minutos que valem séculos para a alma, que ela reviu apressadamente o passado, quando todas as cenas da infância, da moci­dade e da madu­reza lhe reapareceram no templo da memória, como que a convidá-la a escrupuloso exame de consciência. Em seguida, Dona Elisa projetou-se na vida post-mor­tem, mantendo-se, ainda, ligada ao corpo denso por um laço de substância prateada. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 21, pp. 203 e 204.) 

B. No momento da morte é possível ao moribundo, desprendendo-se da matéria, avisar os entes queridos acerca do seu falecimento?

Sim, todas as pessoas, desde que o desejem, podem efetuar semelhan­tes despedidas quando partem da Terra. A respeito desse fato, Aulus esclareceu: "Temos aqui um dos tipos habituais de comunicação nas ocorrências de morte. Pela persistência com que se repetem, os cientistas do mundo são constrangidos a examiná-los. Alguns atribuem esses fatos a transmissões de ondas telepáticas, ao passo que outros neles encontraram os chamados fenômenos de monição. (1) Isso tudo, porém, reduz-se na Doutrina do Espiri­tismo à verdade simples e pura da comunhão direta entre as almas imortais". (Obra citada, cap. 21, pp. 205 a 207.)

C. Animismo é o mesmo que mistificação inconsciente?

Em resposta a esta per­gunta, Aulus explicou: "Muitos companheiros matriculados no serviço de implantação da Nova Era, sob a égide do Espi­ritismo, vêm convertendo a teoria animista num travão in­justificável a lhes congelarem preciosas oportunidades de realização do bem; por­tanto, não nos cabe adotar como justas as palavras mistifi­cação in­consciente ou subconsciente para batizar o fenômeno”. Depois, referindo-se à manifestação anímica que ensejou a pergunta mencionada, Aulus acrescentou: “Na reali­dade, a manifestação decorre dos próprios sentimentos de nossa amiga, arroja­dos ao pretérito, de onde recolhe as impressões deprimentes de que se vê possuída, externando-as no meio em que se encontra". (Obra citada, cap. 22, pp. 211 e 212.)

Texto para leitura 

93. Elisa desencarna - Ante a surpresa de Hilário, que não compreendia como uma velhinha enferma podia ser submetida a provação daquela or­dem, Aulus observou: "Concordo em que é lamentável o quadro sob nosso exame, entretanto, ninguém trai as leis que nos regem a vida. Elisa, com a presença do filho, recebeu aquilo que procurou ardentemente. Certo, apresenta-se na configuração passageira de uma anciã penetrando a an­tecâmara da morte, todavia, na realidade, é um Espírito imperecí­vel e responsável, manejando os valores mentais que se expressam e se conju­gam, segundo princípios claros e definidos". Feita ligeira pausa, o instrutor acentuou: "Muita vez, pedimos o que não conhecemos, reco­lhendo o que não desejamos. No fim, porém, há sempre lucro, porque o Senhor nos permite retirar, de cada situação e de cada problema, os preciosos valores da experiência". Em seguida, após conferenciar com Teonília, desligou o rapaz de sua genitora, usando para isso avançados potenciais mag­néticos. Verificou-se então curioso fenômeno. Tão logo se afastou Olímpio, Dona Elisa – que antes falava bastante animada – entrou em absoluta prostração, qual se houvera sido manietada. O As­sistente ex­plicou: "A atuação do filho desencarnado alimentava-lhe a excitação mental a incidir sobre o campo nervoso. Agora, está confi­nada às ener­gias que lhe são próprias". Dona Elisa não mais logrou ar­ticular uma única frase, embora visse e ouvisse, e não conseguiu tam­bém mover os braços, ante a dor aguda que passou a registrar no peito. Dava-se nela a contração final das coronárias; o processo anginoso chegara ao fim; o organismo da enferma não mais reagia ao influxo mag­nético do Assis­tente. Dona Elisa entendia então que lhe cabia fazer a viagem do tú­mulo e, como se um relâmpago lhe rasgasse a noite mental, num desses raros minutos que valem séculos para a alma, ela reviu apressadamente o passado, quando todas as cenas da infância, da moci­dade e da madu­reza lhe reapareceram no templo da memória, como que a convidá-la a escrupuloso exame de consciência. Anésia orava em pranto silencioso, e a agonizante entendeu-a, mas apenas derramou lágrimas como resposta. Em seguida, fitando a filha, Dona Elisa projetou-se na vida post-mor­tem, mantendo-se, ainda, ligada ao corpo denso por um laço de substância prateada. (Cap. 21, págs. 203 e 204) 

94. Dona Elisa visita a irmã no instante da morte - Enquanto se intei­riçavam os membros da falecida, um só pensamento lhe predominava no Espírito: dizer adeus à última irmã consanguínea que lhe restava na Terra. Envolvida assim na onda de forças que nascia de sua própria obstinação, ela afastou-se, ligeira, volitando automaticamente no rumo da cidade em que se lhe situava a parenta. Dezenas de quilômetros fo­ram vencidos instantaneamente, e Dona Elisa, acompanhada do grupo so­corrista, chegou a um aposento mal iluminado, em que venerável anciã dormia tranquila. Era sua irmã Matilde. Consciente de que não dispunha senão de rápidos instantes, Elisa vibrou algumas pancadas no leito da irmã, que acordou de chofre, entrando, de imediato, em sua esfera de influência. Elisa passou a falar-lhe, atormentada. Matilde, contudo, não lhe escutava as palavras pelos condutos auditivos do vaso carnal e sim pelo cérebro, através de ondas mentais, em forma de pensamentos a lhe remoinharem ao redor da cabeça. Ela ergueu-se, pois, inquieta e falou de si para consigo: "Elisa morreu". Aulus explicou: "Temos aqui um dos tipos habituais de comunicação nas ocorrências de morte. Pela persistência com que se repetem, os cientistas do mundo são constran­gidos a examiná-los. Alguns atribuem esses fatos a transmissões de on­das telepáticas, ao passo que outros neles encontraram os chamados fenômenos de monição. (1) Isso tudo, porém, reduz-se na Doutrina do Espiri­tismo à verdade simples e pura da comunhão direta entre as almas imor­tais". Todas as pessoas, desde que o desejem, podem efetuar semelhan­tes despedidas quando partem da Terra? A essa indagação de Hilário, o Assistente respondeu: "Sim, Hilário, você diz bem quando afirma `desde que o desejem', porque semelhantes comunicações, no instante da morte, somente se realizam por aqueles que concentram a própria força mental num propósito dessa espécie". Após falar à irmã, Elisa voltou a casa, menos aflita, embora fatigada. Desejando reaver o veículo físico, não o conseguiu: flu­tuou apenas sobre o leito, ligada aos despojos carnais pelo tênue fio prateado. De alma opressa, Elisa não sabia definir se estava viva den­tro da morte ou se estava morta dentro da vida. Nesse momento outros amigos espirituais, a quem competiria ajudar na liber­tação final da falecida, deram entrada na câmara. (Cap. 21, págs. 205 a 207) 

95. Prisioneira do pretérito - Aulus e seus pupilos voltaram a parti­cipar de nova reunião do grupo presidido por Raul Silva, em que cinco pessoas obsidiadas seriam atendidas. Em dado momento, uma das senhoras enfermas caiu em pranto convulsivo, exclamando: "Quem me socorre? quem me socorre?!..." E, comprimindo o peito com as mãos, acrescentou: "Covarde! por que apunhalar, assim, uma indefesa mulher? serei total­mente culpada? meu sangue condenará seu nome infeliz..." Raul Silva, com a serenidade habitual, consolou-a, propondo-lhe o perdão como re­médio que recompõe a alma doente... "Guardar ofensas é conservar a sombra", disse-lhe o dirigente. "Esqueçamos o mal para que a luz do bem nos felicite o caminho..." A pobre mulher replicou: "Olvidar? nunca... O senhor sabe o que vem a ser uma lâmina enterrada em sua carne? sabe o que seja a calamidade de um homem que nos suga a exis­tência para arremessar-nos à miséria, comprazendo-se, depois disso, em derramar-nos o próprio sangue?" O doutrinador não a contrariou quanto ao direito à justiça, mas ponderou se não seria mais aconselhável aguar­dar o pronunciamento da Bondade Divina. "Quem de nós estará sem má­cula?", perguntou Raul. Dizendo que há muito não fazia outra coisa, senão esperar, a interlocutora contou que, por mais que quisesse es­quecer o passado, vivia a carregar a sombra de suas recordações, como quem trazia no próprio peito o sepulcro dos sonhos mortos... "Tudo por causa dele... Tudo pelo malvado que me arruinou o destino...", afir­mou, prorrompendo em soluços, enquanto um homem desencarnado, não longe, fitava-a, desa­lentado. (Cap. 22, págs. 209 e 210) 

96. Um caso de animismo - Hilário, aludindo a essa manifestação, in­formou não ter visto nenhum Espírito ao lado da sofrida mulher. André confirmou-o, dizendo ter observado perto um triste companheiro desen­carnado, sem vislumbrar, contudo, qualquer laço magnético entre ele e a mulher. O Assistente, afagando a fronte da doente em lágrimas, ex­plicou: "Estamos diante do passado de nossa companheira. A mágoa e o azedume, tanto quanto a personalidade supostamente exótica de que dá testemunho, tudo procede dela mesma... Ante a aproximação de antigo desafeto, que ainda a persegue de nosso plano, revive a experiência dolorosa que lhe ocorreu, em cidade do Velho Mundo, no século passado, e entra em seguida a padecer insopitável melancolia". A simples pre­sença do antigo verdugo, que a ela se enleava, através de vigorosos la­ços de amor e ódio, perturbava-lhe a vida mental. A mulher havia imobili­zado grande coeficiente de forças do seu mundo emotivo, em torno da experiência do pretérito, a ponto de semelhante cristalização mental haver superado o choque biológico do renascimento no corpo fí­sico, prosseguindo quase que intacta. Fixando-se nessas lembranças, quando instada de mais perto pelo antigo algoz, ela se comportava como se estivesse ainda no passado, dando-se a conhecer como personalidade di­ferente. Assaltada por recordações penosas, centralizava todos os seus recursos mnemônicos apenas no ponto nevrálgico em que viciara o pensa­mento. Mediunicamente falando, tratava-se de um processo de au­têntico animismo. "Nossa amiga supõe encarnar uma personalidade dife­rente, quando apenas exterioriza o mundo de si mesma", disse André Luiz. Tal fato equivaleria a uma mistificação incons­ciente? Essa per­gunta mereceu de Aulus a seguinte resposta: "Muitos companheiros ma­triculados no serviço de implantação da Nova Era, sob a égide do Espi­ritismo, vêm convertendo a teoria animista num travão in­justificável a lhes congelarem preciosas oportunidades de realização do bem; por­tanto, não nos cabe adotar como justas as palavras mistifi­cação in­consciente ou subconsciente para batizar o fenômeno. Na reali­dade, a manifestação decorre dos próprios sentimentos de nossa amiga, arroja­dos ao pretérito, de onde recolhe as impressões deprimentes de que se vê possuída, externando-as no meio em que se encontra". (Cap. 22, págs. 211 e 212)(Continua no próximo número.)
 

(1) Monição, do lat. monitionem, significa: revelação, às vezes pelo sono, de acontecimentos presentes ou passados.


 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita