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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 191 - 9 de Janeiro de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1868

Allan Kardec 

(Parte 4)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1868. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Que se deve entender por estas palavras: fim do mundo?

Segundo o Espiritismo, por fim do mundo devemos entender o fim do mundo da superstição, do despotismo, dos abusos; o fim do mundo egoísta e orgulhoso, do pauperismo, de tudo o que é vil e que rebaixa o homem; numa palavra, de todos os sentimentos baixos e cúpidos, que são o triste apanágio de nosso mundo. Entre o velho mundo e o novo não haverá, porém, solução de continuidade. (Revue Spirite de 1868, pp. 114 a 116.)

B. O Espírito modifica no mundo espiritual as ideias que nutria quando encarnado?

Sim. Os fatos espíritas confirmam três grandes princípios revelados pelo Espiritismo:  1o – Que a alma conserva no mundo espiritual, por um tempo mais ou menos longo, as ideias e os preconceitos que tinha na vida terrestre. 2o – Que ela se modifica, progride e adquire novos conhecimentos no mundo dos Espíritos. 3o – Que os encarnados podem contribuir para o progresso dos Espíritos desencarnados. Em face disso, progredindo o Espírito fora da encarnação, disso resulta que, ao voltar à Terra, ele traz o produto do que adquiriu nas existências anteriores e no estado de erraticidade. É assim que se realiza o progresso das gerações. (Obra citada, pp. 141 e 142.)

C. O Espiritismo ensina que é preciso esperar, amar, perdoar. É preciso esperar o quê? Perdoar a quem? Amar a quem?

Numa reunião íntima de família, manifestou-se um médico distinto, morto há pouco e que, em vida, fizera abertamente profissão do mais absoluto materialismo. O médico fez diversas perguntas, que foram respondidas por outro Espírito, que assinou Sainte Victoire. A primeira pergunta do médico foi: “O Espiritismo me ensina que é preciso esperar, amar, perdoar; eu faria tudo isto se soubesse como me haver para começar. É preciso esperar o quê? Perdoar o quê e a quem? Amar a quem?” A resposta foi bem clara: “Há que esperar na misericórdia de Deus, que é infinita; há que perdoar aos que vos ofenderam; há que amar ao próximo como a si mesmo; há que amar a Deus, a fim de que Deus vos ame e vos perdoe; há que orar e lhe render graças por todas as suas bondades, por todas as vossas misérias, porque miséria e bondade, tudo nos vem dele, isto é, tudo nos vem dele conforme o que tenhamos merecido”. (Obra citada, pp. 142 e 143.)

Texto para leitura

43. Tendo sido o assunto comentado na Sociedade Espírita de Paris, o Espírito de Jobard deu espontaneamente a 28 de fevereiro uma comunicação esclarecedora, de que extraímos as observações que se seguem: I – O fim do mundo está, sim, próximo; mas, o fim de que mundo?  II – Será o fim do mundo da superstição, do despotismo, dos abusos; será o fim do mundo egoísta e orgulhoso, do pauperismo, de tudo o que é vil e que rebaixa o homem; numa palavra, de todos os sentimentos baixos e cúpidos, que são o triste apanágio do vosso mundo. III – Se refletirmos em tudo o que se passa em volta de vós, vereis que esses sinais precursores são o sinal de começo de um novo mundo, quero dizer de um outro mundo moral, antes que a destruição do mundo material. IV – Sim, um período de depuração terrestre termina neste momento; um outro vai começar... Tudo concorre para o fim do velho mundo, e os que se esforçam por sustê-lo, trabalham, sem o querer, para a sua destruição. V – Sim, o fim do mundo está próximo para eles que o pressentem e, por isso, se apavoram. Entre o velho mundo e o novo não haverá, porém, solução de continuidade. VI – É assim que se deve entender o fim do mundo, que tantos sinais precursores pressagiam. (Págs. 114 a 116.)

44. Um dos correspondentes da Revue relatou a Kardec o fato seguinte. O padre de certa localidade, tendo sabido que uma de suas paroquianas tinha em seu poder O Livro dos Espíritos, foi à sua casa e, depois de ofendê-la e ameaçá-la, tomou-lhe o livro e levou-o. Dias depois, sem se abalar com os impropérios recebidos, a senhora foi à casa paroquial reclamar o livro, dizendo de si para consigo que, caso ele não o devolvesse, não seria difícil adquirir outro. O cura restituiu-lhe a obra, mas num estado que provava que uma santa cólera se havia descarregado sobre ela. O livro estava rasurado e cheio de anotações em que os Espíritos eram chamados de mentirosos, de demônios e de estúpidos. A fé daquela mulher, longe de ficar abalada, foi mais do que fortificada porque, como reza o ditado, apanham-se mais moscas com mel do que com vinagre. O sacerdote apresentou-lhe vinagre; ela preferiu o mel, e ainda disse: “Perdoai-lhe, Senhor, porque ele não sabe o que fez”. (Pág. 117.)

45. Cenas desta natureza, informa o Codificador, eram muito frequentes há sete ou oito anos, e tinham por vezes um caráter de violência que caía no burlesco. Houve certa vez um missionário que espumava de raiva pregando contra o Espiritismo, e se agitava com tanto furor que os fiéis temiam que ele caísse do púlpito. Outro pregador convidava todos os que possuíssem obras espíritas que as trouxessem, para fazer uma fogueira em praça pública. Um escritor moderno lamentou há pouco que não tivessem queimado Lutero, pensando que dessa forma o protestantismo seria destruído em suas raízes. Ora, se o tivessem feito, o protestantismo talvez estivesse duas vezes mais espalhado. João Huss foi queimado vivo e que ganhou com isto o concílio de Constança? Apenas uma nódoa indelével, enquanto que as ideias do mártir não foram queimadas, constituindo-se num dos fundamentos da Reforma. A posteridade conferiu a glória a João Huss e a vergonha ao concílio. (Págs. 117 a 121.)

46. Desde muito tempo, diz Kardec, sabia-se que Cadiz (Espanha) era a sede de um importante centro espírita. Mas não só isto; os espíritas de Cadiz reivindicam algo mais: a honra de ter sido aquela cidade uma das primeiras, se não a primeira, na Europa, a possuir uma reunião espírita constituída, que recebia comunicações regulares dos Espíritos, pela escrita e pela tiptologia, sobre temas de moral e filosofia. Um livro impresso em Cadiz em 1854 dá inteira razão aos confrades espanhóis. Em seu prefácio se explica como foram descobertas as mesas falantes e a maneira de as utilizar. O livro traz, em seguida, o relato das respostas dadas a perguntas feitas aos Espíritos numa série de sessões realizadas em 1853. O processo consistia no emprego de uma mesinha de três pés e de um alfabeto dividido em três séries, correspondendo cada uma a um dos pés da mesinha. (Págs. 122 a 126.)

47. Kardec reproduz vários trechos contidos no livro, dos quais extraímos as informações seguintes: I – Há um outro modo de nos comunicarmos com os Espíritos? – Sim, pelo pensamento. II – E como poderíamos nos entender com  o pensamento dos Espíritos? – Pela concentração. III – Como se obtém a felicidade? – Amando-vos uns aos outros. IV -  Que forma revestem os Espíritos? – A forma humana. Há dois corpos: um material, outro de luz. V – O corpo de luz é o Espírito? – Não; é uma agregação de éter; fluidos leves formam o corpo de luz. VI – Que é um Espírito? – Um homem em estado de essência. VII – Qual o seu destino? – Organizar o movimento material cósmico; cooperar com Deus para a ordem e nas leis dos mundos no universo. VIII – Existem outros mundos habitados? – Cada globo do sistema solar é habitado por uma humanidade como a vossa. IX – Por que nem sempre os Espíritos vêm ao nosso apelo? – Porque estão muito ocupados. X – Como distinguir os Espíritos levianos dos Espíritos sérios? – Por suas respostas. XI – Podem os Espíritos tornar-se visíveis? – Algumas vezes. XII – Qual a verdadeira religião? – Amar-vos uns aos outros. (Págs. 122 a 124.)

48. A respeito dos trabalhos atuais da Sociedade Espírita de Cadiz, o correspondente da Revue  diz que o grupo se reunia cinco vezes por semana. Em cada noite a sessão era aberta pelo Espírito do Dr. Gardoqui, que fora médico na cidade. Depois de dar conselhos aos presentes, o Dr. Gardoqui visita os doentes relacionados pelo grupo e indica os remédios necessários, quase sempre com sucesso. Em seguida, comunica-se o Espírito familiar do círculo, que traz outros Espíritos, tanto superiores para os instruir, quanto inferiores para serem ajudados com os conselhos e o encorajamento dos encarnados. (Págs. 124 a 126.)

49. Finalizando o artigo, Kardec observa que o pioneirismo de Cadiz no tocante aos estudos espíritas é mais uma prova de que o movimento regenerador recebe seu impulso de mais alto que a Terra e que seu foco está em toda a parte, sendo pois temerário tentar abafá-lo, visto que, em falta de uma saída, há mil outras pelas quais será feita a luz. Para que servem as barreiras contra aquilo que vem do alto? (Pág. 126.)

50. Comunicação mediúnica recebida em Joinville, Haute-Marne, a 10 de março de 1868, diz que soou a hora da libertação da mulher, que deseja ser livre e para isto precisa libertar sua inteligência dos erros e dos preconceitos do passado. Esclarece o instrutor espiritual que é pelo estudo que ela alargará o círculo de seus conhecimentos estreitos e mesquinhos. Conhecendo as leis que regem os mundos, ela compreenderá Deus de modo diferente do que lhe ensinam, e não mais acreditará em um Deus vingador, parcial e cruel, porquanto sua razão lhe dirá que a vingança, a parcialidade e a crueldade não podem conciliar-se com a justiça e a bondade. Finalizando a mensagem, o amigo espiritual disse estas palavras proféticas: “Ela reclama sua parte de atividade intelectual, e a obterá, porque há uma lei mais poderosa do que todas as leis humanas; é a lei do progresso, à qual toda a criação está submetida”. (Págs. 126 e 127.)

51. Na abertura da Revue  de maio lê-se a sexta e última carta enviada por Lavater à Imperatriz Maria. Com a carta, Lavater enviou uma longa mensagem mediúnica datada de 1798 em que o comunicante fala das relações existentes entre os Espíritos e os seres que eles amaram na Terra. Segundo ele, existem relações imperecíveis entre os mundos visível e invisível e uma ação benéfica recíproca de cada um desses mundos sobre o outro. (Págs. 129 a 135.)

52. Seria supérfluo, diz Kardec, ressaltar a importância das cartas de Lavater, que, por toda a parte, excitaram o mais vivo interesse. Elas atestam não só o conhecimento dos princípios fundamentais do Espiritismo, mas uma justa apreciação de suas consequências morais. Apenas sobre alguns pontos as ideias de Lavater diferiam das que o Espiritismo ensina, fato reconhecido pelo próprio Lavater em comunicação dada verbalmente a 13 de março de 1868 na Sociedade Espírita de Paris. (Págs. 135 e 136.)

53. Nessa comunicação, Lavater diz que os estudos realizados pelos Espíritos são mais vastos que os estudos dos homens, mas partem sempre dos conhecimentos adquiridos e do ponto culminante do progresso moral e intelectual do tempo e do meio em que vivem. O Espiritismo, diz Lavater, não foi revelado abruptamente, mas desenvolveu-se lenta, segura e progressivamente. O Espiritismo – que está fadado a fazer muito grandes revoluções – será, um dia, a fé universal, e os povos admirar-se-ão de que não tenha sido sempre assim. (Págs. 136 a 140.)

54. Em Caen, uma senhora e suas três filhas, querendo estudar a doutrina espírita, não podiam ler duas páginas sem sentir um mal-estar, de que não davam conta. Um dia, uma jovem médium, posta em estado sonambúlico, viu na casa um Espírito de um padre da localidade, morto havia dez anos. Era ele que impedia a família de ler. Algum tempo depois, devidamente esclarecido no grupo espírita da cidade, ele se transformou por completo, a ponto de exclamar: “Sim, agora sou espírita, dizei-o a todos os que ensinam. Ah! eu queria que compreendesse Deus como este anjo mo fez conhecer!” O ex-padre referia-se a Cárita, que tinha vindo até ele e diante da qual prostrou-se de joelhos, dizendo dela que não era um Espírito, mas um anjo. (Págs. 140 e 141.)

55. Este caso e um outro pertinente ao Espírito do Dr. X..., que fora um médico céptico e se transformara após a morte com os esclarecimentos recebidos no grupo espírita de Caen, confirmam três grandes princípios revelados pelo Espiritismo:  1o – Que a alma conserva no mundo espiritual, por um tempo mais ou menos longo, as ideias e os preconceitos que tinha na vida terrestre. 2o – Que ela se modifica, progride e adquire novos conhecimentos no mundo dos Espíritos. 3o – Que os encarnados podem contribuir para o progresso dos Espíritos desencarnados. (Págs. 141 e 142.)

56. Progredindo o Espírito fora da encarnação, disso resulta que, ao voltar à Terra, ele traz o produto do que adquiriu nas existências anteriores e no estado de erraticidade. É assim que se realiza o progresso das gerações. Quando o médico e o padre citados acima reencarnarem, trarão ideias e opiniões diversas das que tinham na existência recém-finda. Um não será mais fanático, o outro não será mais materialista, e ambos serão espíritas. Há, pois, utilidade para o futuro da sociedade em nos ocuparmos também com a educação dos Espíritos. (Pág. 142.)

57. Numa reunião íntima de família, em que se faziam exercícios de tiptologia, manifestou-se um médico distinto, morto há pouco e que, em vida, fizera abertamente profissão do mais absoluto materialismo. O médico (designado pelo pseudônimo Philippeau) fez diversas perguntas, que foram respondidas por outro Espírito, que assinou Sainte Victoire. A primeira pergunta do médico foi: “O Espiritismo me ensina que é preciso esperar, amar, perdoar; eu faria tudo isto se soubesse como me haver para começar. É preciso esperar o quê? Perdoar o quê e a quem? Amar a quem?” A resposta foi bem clara: “Há que esperar na misericórdia de Deus, que é infinita; há que perdoar aos que vos ofenderam; há que amar ao próximo como a si mesmo; há que amar a Deus, a fim de que Deus vos ame e vos perdoe; há que orar e lhe render graças por todas as suas bondades, por todas as vossas misérias, porque miséria e bondade, tudo nos vem dele, isto é, tudo nos vem dele conforme o que tenhamos merecido”. (Págs. 142 e 143.) (Continua no próximo número.)




 


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