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Raul Teixeira responde
Ano 4 - N° 190 - 2 de Janeiro de 2011

  
 

– O que o Espiritismo nos indica quando a pessoa não se acostuma com a perda de um ente querido?


Raul Teixeira: 
Quando nós pensamos como gente grande, nós sabemos que a morte física não é privilégio de ninguém; é uma lei da natureza pela qual todos nós passamos. Morrem os minerais, morrem os vegetais, morrem os animais e morremos nós, os seres humanos, e morrer para nós significa sair do corpo orgânico e não sair da vida. E se é uma lei divina, se é uma lei da natureza, por que razão nós imaginamos que somente os parentes dos outros é que vão morrer e não os nossos? Por que a gente vai imaginar que os outros possam morrer e nós não? E se é uma lei, por que é que a gente entra nesse quadro de desespero? Quando no mundo civil as autoridades criam uma legislação, elas não querem saber se os cidadãos são bem ou mal informados sobre essa lei; a lei existe e passa a vigorar, e se a gente cometer alguma atitude que se opõe a essa lei, essa lei vem e nos enquadra. Sejamos nós advogados, ou sejamos pessoas simples do campo do interior, se cometermos aquele delito, a lei vai e nos apanha. 

Daí então a desencarnação, a morte, como quisermos chamar, é uma lei divina, à qual todos nós estamos submetidos. Então, o que dizer das pessoas que se rebelam, que se angustiam diante da questão da morte? Que elas estão perdendo um grande tempo. Ao invés de vibrar em favor do ente querido que se foi para o mundo verdadeiro, para a casa verdadeira, para o mundo espiritual, elas estão se batendo contra uma lei que elas não vão conseguir modificar, porque no mundo onde nós estamos morre o miserável da rua, o mendigo, e morre o rei, o príncipe, a rainha... Ninguém escapa da morte, então por que é que eu vou entrar nesse pânico? 

É obvio que todos nós, quando nos despedimos de um amigo, de um ser querido que vai viajar, seja na rodoviária, seja no aeroporto, nós nos emocionamos, nós choramos, mas saímos dali, o outro foi embora e a gente engrena a vida. Ninguém passa 6 meses chorando porque os filhos foram para os Estados Unidos. Então, quando nós vemos nossos seres queridos viajando para a imortalidade também nós choramos, também nos sentimos tristes, nós nos abatemos, mas, passada essa fase inicial da separação, temos o dever moral de retornar à nossa vida comum, porque senão estaremos dando demonstrações de rebeldia às leis criadas pelo nosso Criador, e, afinal de contas, quem somos nós para dizer a Deus como é que ele tem que fazer a nossa vida, pois isso reflete apego e rebeldia e essas são características da criança, que diz: ”o boneco é meu!” e ela não o larga, não  o deixa pra ninguém... O dia que esse boneco se acaba nós ficamos enlouquecidos porque somos crianças, mas depois que nós crescemos nós temos a obrigação de entender que boneco é feito de pano, ou de plástico, ou de tecido e daqui a pouco ele vai se romper, ele vai ruir...

Obviamente que nossos corpos também são de tecido, eles também vão ruir, vão se acabar, nós vamos envelhecendo, vamos murchando e daqui a pouco o Espírito não tem mais como usar esse corpo, ou as doenças vão consumindo nossa vitalidade a tal ponto que daqui a pouco o ser espiritual não tem mais como viver nesse corpo orgânico e teremos que sair. Daí o Espiritismo vem nos ensinar que nos casos naturais a morte é o esgotamento dos órgãos. Quando nós ouvimos dizer que houve uma falência múltipla dos órgãos, o sujeito morreu, porque é assim que a vida funciona, esse fluido vital, essa vitalidade vai se consumindo pelo tempo, pelos nossos trabalhos, pelo que realizamos. Nós vamos perdendo essa vitalidade, basta olhar o corpo de uma criança, de um jovem, de um maduro e de um idoso, a desvitalizarão aparente que a gente vai percebendo. Ora, vai chegar o dia em que o ser eterno, o ser espiritual, não tem mais como viver nesse corpo, e aí nós dizemos: “é a morte”; para o Espiritismo, simplesmente desencarnação. Nós desencarnamos, saímos da carne, mas, repito, não saímos da vida. Para aqueles que viram os seus entes queridos viajando para o mais além, o Espiritismo traz essa certeza de que eles não estão mortos, eles estão somente desencarnados, morto ficou o corpo, como boneco velho, que já não pode ser usado pela criança, de maneira que vale a pena nós termos essa visão madura diante das leis de Deus. Nós sofremos, sentimos saudades, choramos, nenhuma criatura tem no lugar do coração uma pedra, mas o bom senso, a lucidez, a disciplina moral, nos farão entender que, como é uma lei, nenhum de nós escapa, não há exceções na lei divina, de maneira que desencarnar é o reverso da medalha do viver. Vida e morte são verso e reverso de uma mesma moeda, de uma mesma medalha. 

 

Extraído de entrevista concedida à Rádio Transamérica, de São Miguel do Oeste, SC, publicada no site - http://www.garanhunsespirita.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=714
 


 
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita