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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 187 - 5 de Dezembro de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1867

Allan Kardec 

(Parte 14 e final)

Concluímos nesta edição o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1867. O texto condensado do volume citado foi aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Benjamin Franklin acreditava realmente na reencarnação?

Sim. Em carta escrita a Mrs. Jone Mecone em dezembro de 1770, Franklin atesta sua crença na preexistência da alma e na reencarnação, crença que seria por ele imortalizada no famoso epitáfio de sua autoria, que a Revue novamente transcreveu. Publicado inicialmente na Revue de agosto de 1865, o epitáfio de Franklin é uma prova indiscutível de sua convicção acerca da pluralidade das existências. (Revue Spirite de 1867, pág. 367.)

B. Que observações fez Kardec a respeito de Joana d´Arc?

Kardec disse que Joana não foi apenas uma das grandes figuras da França, mas um imenso problema e, ao mesmo tempo, um protesto vivo contra a incredulidade. Ela só não constitui problema nem mistério para os espíritas, que entendem muito bem que ela foi um exemplo eminente de pessoa dotada de quase todas as faculdades mediúnicas, cujos efeitos, como uma porção de outros fenômenos, se explicam pelos princípios da doutrina, sem necessidade de se recorrer ao sobrenatural. (Obra citada, pp. 368 e 369.)

C. Quando e por quem foi canonizada a heroína e médium francesa?

Condenada à morte em 1431, como “mentirosa, perniciosa, enganadora do povo, adivinha, blasfemadora de Deus, descrente na fé de Jesus Cristo, gabola, idólatra, cruel, dissoluta, invocadora dos diabos, sistemática e herética”, Joana d´Arc foi reabilitada em 1456 pelo papa Calixto III, quando, por meio de uma sentença solene, foi declarado que ela morreu mártir para a defesa de sua religião, de sua pátria e de seu rei. A canonização não veio nessa ocasião, embora o papa o quisesse; sua coragem não foi tão longe. Pierre Cauchon, bispo de Beauvais, um dos juízes de Joana, morreu subitamente em 1443, fazendo a barba, e foi excomungado, sendo seu corpo atirado num monturo. (Obra citada, pp. 375 e 376.)

Texto para leitura

180. Parte de uma carta escrita por Benjamin Franklin a Mrs. Jone Mecone em dezembro de 1770 revela que Franklin acreditava realmente na preexistência da alma e na reencarnação, crença que seria por ele imortalizada no famoso epitáfio de sua autoria, que a Revue novamente transcreveu. Publicado inicialmente na Revue de agosto de 1865, o epitáfio de Franklin, composto por ele mesmo, foi assim redigido: "Aqui repousa, entregue aos vermes, o corpo de Benjamin Franklin, impressor, como a cobertura de um velho livro cujas folhas são arrancadas, e o título e a douradura apagados; mas, por isto a obra não estará perdida, porque ele reaparecerá, como o acreditava, numa nova e melhor edição, revista e corrigida pelo autor." (Pág. 367.)

181. De Jean Reynaud, extraído de Pensées genevoises, por François Roget, a Revue transcreve um pequeno artigo em que seu autor afirma que a alma humana reúne e guarda em seu tesouro as impressões, as percepções e os desejos que esquecemos e que pareciam perdidos para sempre; então o resumo de todo o passado, tomando vida de uma vez, reconhecer-se-á realmente. (Pág. 368.)

182. Em um longo artigo sobre Joana d’Arc, em que Kardec arrola o que vários analistas disseram sobre a heroína e mártir francesa, o Codificador diz que Joana não foi apenas uma das grandes figuras da França, mas um imenso problema e, ao mesmo tempo, um protesto vivo contra a incredulidade. (Págs. 368 e 369.)

183. Joana d’Arc só não constitui problema nem mistério para os espíritas, que entendem muito bem que ela foi um exemplo eminente de pessoa dotada de quase todas as faculdades mediúnicas, cujos efeitos, como uma porção de outros fenômenos, se explicam pelos princípios da doutrina, sem necessidade de se recorrer ao sobrenatural. (Pág. 369.)

184. Segundo o artigo reproduzido pela Revue, assinado pelo Sr. N. de Wailly e publicado inicialmente no Propegateur de Lille de 17/8/1867, a mais importante particularidade, a que domina todas as outras no caso Joana d’Arc, são as vozes que ela escutava várias vezes por dia, que a interpelavam ou lhe respondiam, cujas entonações ela distinguia, referindo-as sobretudo a São Miguel, a Santa Catarina e a Santa Margarida. Ao mesmo tempo em que isso ocorria, manifestava-se uma viva luz na qual ela percebia a figura de seus interlocutores. “Eu os vejo com os olhos de meu corpo – disse Joana d’Arc aos seus juízes – tão bem quanto vos vejo.” (Pág. 371.)

185. O correspondente da Revue em Antuérpia, que enviou a Kardec o artigo mencionado, juntou a ele uma nota, fruto de suas pesquisas sobre o processo de Joana d’Arc, que diz o seguinte: “Pierre Cauchon, bispo de Beauvais e um inquisidor chamado Lemaire, assistidos por 60 assessores, foram os juízes de Jeanne. Seu processo foi instruído segundo as formas misteriosas e bárbaras da Inquisição, que havia jurado a sua perda. Ela quis louvar-se no julgamento do Papa e do Concílio de Bâle, mas o bispo se opôs. Um sacerdote, L’Oyseleur, a enganou, abusando da confissão, e lhe deu funestos conselhos. Por força de intrigas de toda sorte, ela foi condenada em 1431 a ser queimada viva, ‘como mentirosa, perniciosa, enganadora do povo, adivinha, blasfemadora de Deus, descrente na fé de Jesus Cristo, gabola, idólatra, cruel, dissoluta, invocadora dos diabos, sistemática e herética’. O Papa Calixto III, em 1456, por uma comissão eclesiástica, fez pronunciar a reabilitação de Jeanne e, por uma sentença solene, foi declarado que Jeanne morreu mártir para a defesa de sua religião, de sua pátria e de seu rei. O Papa quis mesmo canonizá-la, mas sua coragem não foi tão longe. Pierre Cauchon morreu subitamente em 1443, fazendo a barba. Foi excomungado, seu corpo foi desenterrado e atirado num monturo”. (Págs. 375 e 376.)

186. Um dos correspondentes da Revue em Oloron, Basses-Pyrénnées, enviou a Kardec um curioso relato sobre a aparição de um Espírito à jovem Marianne Courbet, uma camponesa de 24 anos. O fato se deu no final de dezembro de 1866. A aparição, em forma de um velho de estatura média, vestido à camponesa, além de conversar com Marianne, deu-lhe um par de óculos e um livro de orações, após o que desapareceu. O teor da conversa com aquele vulto, que lhe falou de sua mãe e de uma irmã falecidas há algum tempo, impressionou vivamente a jovem, que se apressou em relatar o fato ao cura de Monin. Este lhe disse que pensava que houvesse algo extraordinário naquele episódio e aconselhou-a a guardar o livro com cuidado. (Págs. 376 a 378.)

187. Como a notícia logo se espalhou, uma multidão passou a visitar a casa da vidente, a ponto de o cura de Monin, que a princípio achara a coisa muito extraordinária, ter de dissuadir os paroquianos de ir visitar a camponesa. Em Monin e em Oloron – informou o correspondente da Revue – as opiniões estavam divididas. Uns acreditavam em Marianne, outros não. Entre os crentes, acrescentou o informante, a opinião geral era de que o vulto teria sido São José, embora ele não visse ali senão uma manifestação espírita cujo fim era chamar a atenção sobre a filosofia espírita, numa região dominada por influências contrárias. (Pág. 378.)

188. A Revue transcreve artigo publicado pelo jornal L’Exposition populaire illustrée em que a redação deste refuta crítica que lhe fora feita por Kardec por ocasião de seus comentários sobre as curas do Sr. Gassner. A discussão central girou em torno dos vocábulos taumaturgo e milagre, que Kardec não aceita quando aplicados aos médiuns curadores e às suas curas. A resposta de Kardec foi publicada em seguida ao artigo. A questão dos milagres, disse o Codificador, já fora tratada inúmeras vezes em suas obras, bem como no número de maio de 1867 da Revue, do qual transcreveu breve trecho. (Págs. 378 a 384.)

189. Concluindo suas explicações, diz Kardec: “Se o autor se der ao trabalho de estudar o Espiritismo, contra o qual constatamos com prazer que ele não tem uma preconcebida ideia de negação, nele encontrará a resposta às dúvidas que parecem exprimir algumas partes de seu artigo, referentes à maneira de encarar certas coisas, salvo, contudo, no que concerne à ciência das concordâncias numéricas, da qual jamais nos ocupamos, e sobre a qual, por conseguinte, não poderíamos ter opinião formada”. (Pág. 384.)

190. O Espírito daquele que foi conhecido na Terra como o Abade de Saint-Pierre, que faleceu em 1743 e a cujo nome ficará sempre ligada a lembrança do seu projeto de paz perpétua, comunicou-se a 17 de maio na Sociedade Espírita de Paris. De referida comunicação extraímos os pontos que se seguem: I – Em todas as épocas Espíritos têm vindo encarnar-se na Terra, para ajudar o avanço de seus irmãos. II – Tendo sido um desses Espíritos, coube-lhe o dever de procurar persuadir os homens de que virá uma época em que as paixões que engendram a guerra darão lugar à concórdia. III – Não há um só espírita que duvide que aquilo que se chama uma utopia, um sonho do Abade de Saint-Pierre, mais tarde não se tornará uma realidade. IV – Ficai bem persuadidos que esta paz descerá, sim, sobre a Terra, embora antes disso graves acontecimentos devam realizar-se neste mundo. (Págs. 384 a 386.)

191. O número de dezembro de 1867 se encerra com duas comunicações espíritas recebidas em Paris e assinadas, respectivamente, por François Arago e Moki. (Págs. 386 a 390.)

192. Na primeira, intitulada Erros científicos, o Espírito de Arago diz que, do mesmo modo que o corpo tem os seus órgãos de locomoção, de nutrição e de respiração, o Espírito tem faculdades variadas, que se relacionam respectivamente com cada situação particular de seu ser. Se o corpo tem a sua infância, o Espírito possui faculdades que devem, como tudo o que existe, passar da infância à juventude e da juventude à idade madura. Aos que negam o Espírito, como outrora negavam o movimento da Terra, digamos: o que é não pode ficar eternamente oculto; a luz não pode tornar-se sombra; a verdade não pode tornar-se erro; as trevas se desfazem ante a aurora.      (Pág. 386 a 388.)

193. Na derradeira mensagem de 1867, o Espírito de Moki diz que o mundo está em crise, a inquietude faz morada nos corações humanos. Assevera o instrutor espiritual: “O que falta às populações inquietas, às inteligências em apuro, é o senso moral, atacado, macerado, semidestruído pela incredulidade, pelo positivismo, pelo materialismo. Acreditam no nada, mas o temem; sentem-se no pórtico deste nada, mas tremem!...” (Págs. 388 e 389.)

194. Moki, então, propõe: “Os demolidores fizeram a sua obra, o terreno está limpo. Construí, então, com rapidez, para que a geração atual não fique mais tempo sem abrigo!”. “À obra, pois. Construí cada vez mais depressa. Acolhei o viajante que vem a vós, mas ide também procurar e tentai trazer a vós aquele que se afasta sem bater à vossa porta, porque Deus sabe a quantos sofrimentos ele estaria exposto antes de encontrar o menor retiro capaz de o preservar do alcance do flagelo.” (Págs. 389 e 390.)


 


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