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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 186 - 28 de Novembro de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1867

Allan Kardec 

(Parte 13)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1867. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 16 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Como se explicam os pressentimentos?

Os pressentimentos se explicam pelo desprendimento da alma. Segundo Kardec, é preciso que “algo se desprenda de nós, veja e entenda o que não podemos perceber pelos olhos e pelos ouvidos”. “É, sobretudo, nos momentos em que o corpo repousa, durante o sono, que o Espírito, aproveitando o descanso que lhe deixa o cuidado de seu invólucro, em parte recobra a liberdade e vai colher no espaço, entre outros Espíritos, encarnados como ele, ou desencarnados, e no que vê, ideias cuja intuição traz ao despertar.” Essa emancipação da alma dá-se, por vezes, no estado de vigília, nos momentos de absorção, de meditação ou devaneio, e ocorre, sobretudo, de maneira mais efetiva e mais ostensiva nas pessoas dotadas de dupla vista ou visão espiritual. (Revue Spirite de 1867, pp. 342 e 343.) 

B. Nas curas espirituais, como as que o zuavo Jacob realizava, a confiança do enfermo é fator importante?

Sim. Existem circunstâncias que podem favorecer ou paralisar a ação fluídica e o zuavo Jacob certamente sabia disso. Quando rodeado de enfermos que o buscavam voluntariamente, a confiança deles os predispunha à cura. Não existindo essa confiança, o meio não favoreceria o tratamento. É um erro crer que fenômenos dessa espécie possam ser manobrados à vontade. As curas desse gênero são espontâneas, imprevistas e não podem ser premeditadas nem postas em concurso. (Obra citada, pp. 348 e 349.)  

C. Qual é o objetivo essencial do Espiritismo?

Suas consequências filosóficas, morais e religiosas, eis o que constitui o objetivo essencial do Espiritismo e dele faz uma obra humanitária. Estas palavras foram escritas por Kardec em seus comentários acerca do livro A Razão do Espiritismo, escrito por Miguel Bonnamy, a primeira publicação em que a filosofia espírita foi encarada em todas as suas partes e em toda a sua altura. (Obra citada, pp. 349 a 354.)  

Texto para leitura 

165. Analisando os fatos contidos na reportagem, Kardec observa que neles se viam duas coisas bem distintas: os pressentimentos e os fenômenos considerados como prognósticos de acontecimentos futuros. (Pág. 342.)

166. Não se podem negar os pressentimentos, dos quais – diz Kardec – há poucas pessoas que não tenham tido exemplos. Os pressentimentos se explicam pelo desprendimento da alma: é preciso que “algo se desprenda de nós, veja e entenda o que não podemos perceber pelos olhos e pelos ouvidos”. “É sobretudo nos momentos em que o corpo repousa, durante o sono, que o Espírito, aproveitando o descanso que lhe deixa o cuidado de seu invólucro, em parte recobra a liberdade e vai colher no espaço, entre outros Espíritos, encarnados como ele, ou desencarnados, e no que vê, ideias cuja intuição traz ao despertar.” (Págs. 342 e 343.)

167. Essa emancipação da alma dá-se, por vezes, no estado de vigília, nos momentos de absorção, de meditação ou devaneio. Ocorre, sobretudo, de maneira mais efetiva e mais ostensiva nas pessoas dotadas de dupla vista ou visão espiritual. Os pressentimentos têm, pois, a sua razão de ser e encontram a sua explicação natural na vida espiritual, que não cessamos um instante de viver, porque é a vida normal. (Pág. 343.)

168. Já não se dá o mesmo com os fenômenos físicos, tidos como prognósticos de acontecimentos felizes ou infelizes, porque, em geral, esses fenômenos não têm nenhuma ligação com as coisas que parecem pressagiar. É, pois, um absurdo crer em prognósticos fundamentados em fenômenos dessa ordem. (Págs. 343 e 344.)

169. Em novo artigo sobre o zuavo Jacob e suas curas, Kardec faz uma série de considerações que adiante resumimos: I – Acusar o Sr. Jacob de charlatão era uma bobagem, porque seu desinteresse material era um fato notório: Jacob nada pedia e nada aceitava, nem mesmo agradecimentos, das pessoas que atendia. II – O Sr. Jacob não curava todas as doenças; além disso, de dois indivíduos feridos pelo mesmo mal, muitas vezes curava um e nada conseguia fazer pelo outro. III – As curas obtidas pelo zuavo não representavam uma volta à era dos milagres, porque nelas nada havia de sobrenatural nem de miraculoso. Jacob era, tão-somente, dotado de um poder fluídico que, independentemente de sua vontade, podia curar certas doenças, sem que ele mesmo soubesse por quê. IV – A cura era obtida sem emprego de remédios; resultava, pois, de uma influência oculta, porque o Sr. Jacob não dava passes nem tocava os doentes.  (Págs. 344 a 346.)

170. A crítica, informa o Codificador do Espiritismo, não poupou o zuavo Jacob. Como lhe faltassem boas razões, ela prodigalizou-lhe troças e injúrias grosseiras, mas nada disso o atingiu. Desprezando umas e outras, o Sr. Jacob demonstrou a todos a sua moderação. (Pág. 347.)

171. Alguns chegaram a solicitar a sua prisão, como impostor que abusava da credulidade pública. Ora, impostor é o que promete e não cumpre. Jacob nunca prometeu nada. Que lhe podiam imputar? Que artigos da lei ele infligia? Como o zuavo não exercia a medicina, nem mesmo de forma ostensiva o magnetismo, existia alguma lei que proibisse curar as pessoas olhando-as? (Pág. 347.)

172. Um fato interessante ocorrido com o Sr. Jacob é também examinado por Kardec. O zuavo recusou ir curar pessoas internas num hospital, sob as vistas de pessoas capacitadas a apreciar a realidade de suas curas. Duas razões – adverte Kardec – devem ter motivado sua recusa. Primeiro: a oferta que lhe fizeram não foi ditada pela simpatia; era mais um desafio que lhe propunham. Segundo: existem circunstâncias que podem favorecer ou paralisar a ação fluídica. Jacob deveria saber disso. Quando rodeado de enfermos que o buscavam voluntariamente, a confiança deles os predispunha à cura. Não existindo essa confiança, o meio não favoreceria o tratamento. (Pág. 348.)

173. O erro dos senhores que lhe propuseram esse desafio foi crer que fenômenos dessa espécie possam ser manobrados à vontade. Mas as curas desse gênero são espontâneas, imprevistas e não podem ser premeditadas nem postas em concurso. Jacob estava, pois, certo em não atender o pedido. (Pág. 349.)

174. Na seção de livros novos, a Revue focaliza o livro A Razão do Espiritismo, escrito por Miguel Bonnamy, sobre o qual o Codificador faz as seguintes considerações: I – Esta é a primeira publicação em que a filosofia espírita é encarada em todas as suas partes e em toda a sua altura. II – Seu autor não se limita a emitir sua opinião: ele a motiva e dá a razão de ser de cada coisa. III – O ponto de vista em que ele se colocou é principalmente o das consequências filosóficas, morais e religiosas, que constituem o objetivo essencial do Espiritismo e dele faz uma obra humanitária. (Págs. 349 a 354.)

175. Depois de transcrever alguns trechos da obra, Kardec acrescentou: “O Sr. Bonnamy já é conhecido de nossos leitores, que puderam apreciar a firmeza, a sua independência de caráter e a elevação de seus sentimentos, pela notável carta que publicamos na Revue de março de 1866, no artigo intitulado: O Espiritismo e a Magistratura. Ele vem hoje, por um trabalho de alto alcance, prestar resolutamente o apoio e a autoridade de seu nome a uma causa que, na sua consciência, considera como a da Humanidade (Pág. 357.)

176. Disto isto, Kardec lembra que, entre os adeptos numerosos que o Espiritismo contava na magistratura, o Sr. Bonnamy, juiz de instrução em Villeneuve-sur-Lot, e o Sr. Jaubert, vice-presidente do tribunal de Carcassone, foram os primeiros que abertamente arvoraram a bandeira espírita. “Os espíritas atuais e os do futuro saberão apreciá-lo e não o esquecerão”, concluiu o Codificador. (Pág. 357.)

177. Duas notas encerram o número de novembro de 1867: I – A notícia do lançamento do último livro de Kardec, “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, previsto para dezembro. II – O aviso de que a Revue não tomaria em consideração as cartas recebidas sem assinatura, sem endereço certo ou com remetente desconhecido. Tais cartas, diz o aviso, “são postas na cesta”. (N.R.: O livro “A Gênese” acabou circulando apenas em janeiro do ano seguinte, e não em dezembro de 1867.) (Pág. 358.)

178. Com o título O homem antes da História, a Revue de dezembro transcreve artigo assinado pelo Sr. Camille Flammarion, em que ele trata da ancianidade da raça humana. Eis algumas informações interessantes extraídas do artigo: I – O alimento dos homens primitivos era muito variado. O Sr. Flourens entende que eles se nutriam exclusivamente de frutos, mas a verdade é que, desde o começo, o homem foi onívoro. II – Todas as carnes eram comidas cruas e fumegantes. III – Os selvagens primitivos não eram todos nus. Os primeiros habitantes das latitudes boreais, da Dinamarca, e da Gália e da Helvécia, se protegiam do frio com peles e forros. IV – A coqueteria, o amor pelo enfeite, os ornamentos não são de agora. V – Os mortos eram colocados nos sepulcros em atitude agachada, com os joelhos quase em contacto com o queixo, os braços cruzados sobre o peito e aproximados da cabeça, como é a posição da criança no seio materno. VI – Os homens nunca se entenderam sobre a data da criação, sobre o que já haviam sido formuladas, até então, 140 opiniões diferentes. VII – Do ponto de vista geológico, o último período da história da Terra, o período quaternário, que dura até hoje, foi dividido em três fases: a fase diluviana, durante a qual  houve imensas inundações parciais na Terra; a fase glaciária, caracterizada pela formação de geleiras e por um maior resfriamento do globo; e a fase moderna. VIII – O homem existe no mundo desde a primeira dessas fases, em que reinava uma natureza muito diferente e outros tipos de plantas e animais existiam na superfície do solo e nos mares. (Págs. 359 a 362.)

179. A Revue reproduz interessante relato publicado a 6/11/1867 pelo jornal La Liberté, a respeito de uma viagem do Sr. Victor Hugo à Holanda. O relato refere um caso moderno de ressurreição em que um homem, o Sr. D..., um dos melhores advogados da Holanda, depois de ter sido dado como morto, voltou a respirar. A explicação que o Sr. Victor Hugo deu para o fato foi muito elogiada por Kardec. (Pág. 363 a 366.) (Continua no próximo número.)



 


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