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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 184 - 14 de Novembro de 2010

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)


Aprendendo com Léon Denis
 

Estágios 

Parte I 

O homem deteriora suas forças nas obras horizontais da Terra e foge aos esplendores de sua tarefa espiritual

 

“(...) Voltando com o progresso que já realizou e  adquirindo de cada vez alguma coisa mais, a Alma passa gradualmente da barbárie à civilização moral." - Allan Kardec.[1]

Em suave “dégradée” evolutivo, a Humanidade vai pouco a pouco vivenciando suas experiências nos variegados níveis do progresso...

Léon Denis, a um só tempo, pergunta e analisa[2]:

“Fala-se muito de progresso; mas que se entende por progresso? É uma palavra vazia e sonora, na boca de oradores, pela maior parte dos materialistas, ou em um sentido determinado? Vinte civilizações têm passado pela Terra, iluminando com seus alvores a marcha da Humanidade. Seus grandes focos brilharam na noite dos séculos; depois, extinguiram-se. E o homem não discerne, ainda, atrás dos limitados horizontes de seu pensamento, o além sem limites onde o leva o destino. Impotente para dissipar o mistério que o cerca, deteriora suas forças nas obras horizontais da Terra e foge aos esplendores de sua tarefa espiritual, tarefa que fará sua verdadeira grandeza.

A fé no progresso não caminha sem a fé no futuro, no futuro de cada um e de todos. Os homens não progridem e não se adiantam, senão crendo no futuro e marchando com confiança e certeza para o ideal previsto.

O progresso não consiste somente nas obras materiais, na criação de máquinas poderosas e de toda a ferramenta industrial; do mesmo modo, não consiste em descobrir processos novos de arte, de literatura ou formas de eloquência. Seu mais alto objetivo é empolgar, atingir a ideia primordial, a ideia mãe que há de fecundar toda a vida humana, fonte elevada e pura de onde hão de dimanar conjuntamente as verdades, os princípios e os sentimentos que inspirarão as obras de peso e as nobres ações.

É tempo de compreendê-lo: a Civilização não se pode engrandecer, a Sociedade não pode subir, se um pensamento cada vez mais elevado, se uma luz mais viva não vierem inspirar, esclarecer os Espíritos e tocar os corações, renovando-os. Somente a ideia é mãe da ação. Somente a vontade de realizar a plenitude do ser, cada vez melhor e maior, nos pode conduzir aos cimos longínquos em que a Ciência, a Arte e toda a obra humana acharão sua expansão, sua regeneração.

Tudo no-lo diz: o Universo é regido pela Lei da Evolução; é isso o que entendemos pela palavra progresso. E nós, em nosso princípio de vida, em nossa Alma e em nossa consciência, estamos para sempre submetidos a essa Lei. Hoje não se pode desconhecer essa força, essa Lei soberana; ela conduz a Alma e suas obras, através do infinito do tempo e do espaço, a um fim cada vez mais elevado; mas essa Lei não é realizável senão por nossos esforços.

(...) A Alma vem de Deus; é, em nós, o princípio da inteligência e da vida.   Essência misteriosa escapa à análise como tudo quanto dimana do Absoluto.  Criada por amor, criada para amar, tão mesquinha que pode ser encerrada numa forma acanhada e frágil, tão grande que, com um impulso do pensamento, abrange o Infinito, a Alma é uma partícula da Essência Divina projetada no mundo material.

Desde a hora em que caiu na matéria, qual foi o caminho que seguiu para remontar até ao ponto atual da sua carreira? Necessário foi passar por vias escuras, revestir formas, animar organismos que deixava ao sair de cada existência, como se faz com um vestuário inútil. Todos esses corpos de carne pereceram, o sopro dos destinos dispersou-lhes as cinzas, mas a Alma persiste e permanece na sua perpetuidade, prossegue sua marcha ascendente, percorre as inúmeras estações da sua viagem e dirige-se para um fim grande e apetecível, um fim que é a perfeição.

Tal como as sementes, a Alma contém, no estado virtual, todos os germens dos seus desenvolvimentos futuros. É destinada a conhecer, adquirir e possuir tudo. Como, pois, poderia ela conseguir tudo isso numa única existência? A vida é curta e longe está a perfeição!... Poderia a Alma, numa única vida, desenvolver seu entendimento, esclarecer a razão, fortificar a consciência, assimilar todos os elementos da sabedoria, da santidade e do gênio? Para realizar os seus fins, tem de percorrer, no tempo e no espaço, um campo sem limites. É passando por inúmeras transformações, no fim de milhares de séculos, que o mineral grosseiro se converte em diamante puro, refratando mil cintilações.    Sucede o mesmo com a Alma humana. O objetivo é a evolução, a razão de ser da vida não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente o creem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós, esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e nos elevado ao estado celeste. Se há na Terra menos alegria do que sofrimento, é que este é o instrumento por excelência da educação e do progresso, um estimulante para o ser, que, sem ele, ficaria retardado nas vias da sensualidade. A dor física e moral forma a nossa experiência. A sabedoria é o prêmio.

Pouco a pouco a Alma se eleva e, conforme vai subindo, nela se vai acumulando uma soma crescente de saber e virtude; sente-se mais estreitamente ligada aos seus semelhantes; comunica-se mais intimamente com o seu meio social e planetário.   Elevando-se cada vez mais, não tarda a ligar-se por laços pujantes às sociedades do Espaço e depois ao Ser Universal.

A vida do ser consciente é uma vida de solidariedade e liberdade.  Livre dentro dos limites que lhe assinalam as Leis Eternas, faz-se o arquiteto do seu destino. O seu adiantamento ou atraso é obra sua. Nenhuma fatalidade o oprime, salvo a dos próprios atos, cujas consequências nele recaem; mas não pode se desenvolver e medrar senão na vida coletiva com o recurso de cada um e em proveito de todos. Quanto mais sobe, tanto mais se sente viver e sofrer em todos e por todos. Na necessidade de elevar-se, atrai a si, para fazê-los chegar ao estado espiritual, todos os seres humanos que povoam os mundos onde viveram. Quer fazer por eles o que por ele fizeram os seus irmãos mais velhos, isto é, os grandes Espíritos que o guiaram na sua marcha ascensional.

A evolução material, a destruição dos organismos é temporária; representa a fase primária da epopeia da vida. As realidades imperecíveis estão no Espírito; só ele sobrevive a esses conflitos.  

Todos esses invólucros efêmeros não são mais do que vestuários que vêm ajustar-se à sua forma fluídica permanente, isto é, ao Espírito Imortal que antecede e sobrevive ao corpo físico. Cobre-os com vestuários para representar os numerosos atos do drama da evolução no vasto proscênio do Universo.”                                                                  

 


[1] - KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 129. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XXV, item 2.

[2] - DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Rio [de Janeiro]: 2008. 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita