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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 180 - 17 de Outubro de 2010

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)


Ignorância acalentada

Se praticássemos os ensinos de Jesus, não estaríamos mais reencarnando em orbes de prova e expiação

“A cada dia basta o seu mal.” -  Jesus.  (Mt., 6:34.)


Comparando a vida a um festim, Frederick Büchner escreveu: “Morderes os lábios a conta de desgostos há muito passados, crescer-te água na boca face à perspectiva de amargos confrontos ainda por chegar, saboreares até a última dentada o sofrimento que te infligem e o sofrimento que infliges de volta... sob muitos aspectos trata-se de um festim digno de reis. O principal inconveniente é estares a devorar a ti próprio. A carcaça do festim és tu”.

Graças à nossa ignorância ancestralmente acalentada, tornamo-nos inimigos de nós mesmos. Conhecêssemos há mais tempo os mecanismos da vida, consequentemente conscientizando-nos das insofismáveis realidades espirituais, desveladas pelo Cristo, não estaríamos mais reencarnando em orbes de provas e expiações.

A Doutrina Espírita, luminoso Sol da Espiritualidade Maior, fornece claridade suficiente para libertar todas as criaturas das garras da ignorância. Pelo conhecimento que oferece dos infinitos departamentos da vida, pela noção de “causa e efeito” que nos transmite, mostra-nos a inutilidade de se “chorar ante o leite derramado” (passado), e também a inconveniência de apreensões quanto ao porvir...

Embalados pela ignorância, “construímos em nossa vida complicados mecanismos de cautela e desconfianças para além da justa preservação”, envolvendo-nos nas peçonhentas malhas do egoísmo asfixiante, navegamos nas revoltas e traiçoeiras águas do orgulho e despencamos na desenfreada corredeira da vaidade, que são os ingredientes mais perniciosos para a economia da vida, geradores de fobias e desacertos.

Tentamos inutilmente fugir às Leis Divinas, caminhando, vezes sem conto, como ovelhas desgarradas e perdidas em inextricáveis cipoais de perplexidades, caindo sufocados e sem forças ante as engrenagens da vida que nos derrota... E assim, vamos atravessando os tamises palingenésicos, dominados pela ignorância ciosamente acalentada, enganando-nos no corpo somático e desenganando-nos desenfaixados dele, prisioneiros contumazes do binômio: ilusão/desilusão.

Segundo entende Emmanuel[1], “(...) a evolução, impõe a instituição de novos costumes, a fim de nos desvencilharmos das fórmulas inferiores, em marcha para ciclos mais altos da existência; e é por esse motivo que vemos no Cristo – divino marco da renovação humana – todo um programa de transformações viscerais do Espírito. Sem violência de qualquer natureza, altera os padrões da moda moral em que a Terra vivia há numerosos milênios. Contra o uso da condenação metódica, oferece a prática do perdão; à tradição de raça opõe o fundamento da fraternidade legítima; no abandono à tristeza e ao desânimo, nas horas difíceis, traz a noção das bem-aventuranças eternas para os aflitos que sabem esperar e para os justos que sabem sofrer.

Toda a passagem do Senhor, entre os homens, desde a Manjedoura, que estabelece o hábito da simplicidade, até a Cruz afrontosa que cria o hábito da serenidade e da paciência, com a certeza da ressurreição para a vida eterna, o apostolado de Jesus é resplendente conjunto de reflexos do caminho celestial para a redenção do caminho humano.

Até agora, no mundo, a nossa justiça cheira a vingança e o nosso amor recende egoísmo, pelo reflexo condicionado de nossas atitudes irrefletidas nos milênios que nos precedem o ‘hoje’.

Não podemos desconhecer, todavia, que somente adotando a bondade e o entendimento, com a obrigação de educar-nos e com o dever de servir, como hábitos automáticos nos alicerces de cada dia, colaborando para a segurança e felicidade de todos, ainda mesmo à custa de nosso sacrifício, é que refletiremos em nós a verdadeira felicidade, por estarmos nutrindo o verdadeiro bem”.

Conformando-nos com os ensinamentos do Meigo Pastor Celeste, e esclarecidos pela Doutrina Espírita, estaremos nos adequando de maneira formidável para o definitivo abandono das trevas da ignorância de tão triste memória no histórico de nossas reencarnações, rumando, em seguida, na direção da esplendente luz do porvir ditoso.

“A cada dia basta o seu mal” define e exprime a nova e digna postura do Espírita-Cristão que, atendendo à exortação do Espírito de Verdade: “amai-vos e instruí-vos”, não terá mais razões para fobias e quejandos. Tampouco oferecer-se-á “a carcaça para o festim da vida” por ter compreendido a vida antes e depois do Estige, entendendo que dela receberá de acordo com as suas obras. É da lei. [2]

Lamentações?... Queixas?...  Fobias?... Por quê?!... Para quê?!   


 

[1] - XAVIER, F. Cândido. Pensamento e Vida. 5. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1980, cap. 20.

[2] - Mt., 16:27. 

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita