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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 177 - 26 de Setembro de 2010

DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Paulo, SP (Brasil)
 

O cético e a luva de parafina


Não adianta combater os fenômenos espíritas, ou, como preferimos, espirituais, dando a entender de modo direto ou indireto que todo médium seria um farsante e a mediunidade, uma farsa. Ao desmerecer certos médiuns, pensam que atingem a boa reputação do Espiritismo. Outros meios já foram empregados por inúmeros espiritófobos (1) a fim de impedir o avanço espírita, tentando deturpar a ideia do seu verdadeiro caráter.

Trata-se o Espiritismo de um compêndio conceitual de caráter divino, resultante do ensino dos Espíritos Superiores, o que não se prende única e exclusivamente a manifestações fenomênicas. Oriundos da vontade de Deus, esses conhecimentos revelados a Allan Kardec tomam por base a existência do Criador, da Alma e sua imortalidade, em proveito da sua espiritualização, reerguendo-a, sublimando-lhe a existência.

Tal a ideia dos Trabalhadores Divinos, incumbidos de iluminar o progresso da Alma humana, em seu propósito de fazer que ela entenda o régio sentido da existência. Pondo-os à disposição do homem, que nada mais é que um corpo perecível do qual o Espírito se reveste, esses conceitos explicam que, ao sair desse corpo por efeito da morte, ele retorna ao estado natural no éter. Nesse particular, tendo a individualidade preservada, ele pode pôr-se em contato com os afeiçoados que deixou no mundo.

Um dos mais interessantes, mais fascinantes meios entre a esfera espiritual e a material é um fenômeno chamado de materialização. O fenômeno de materialização processa-se pela ação do ectoplasma, ou seja, substância fluídica emanada do corpo de um médium, para que o Espírito se torne total ou parcialmente tangível. (2Essas manifestações não podem acontecer em todo lugar, em presença de quaisquer pessoas, de grandes plateias, daí, não serem vulgares.

Materializações na Europa e na Oceania

No entanto temos informações de que certos fenômenos, como o de voz direta, de levitação, de transfiguração, sobretudo de materialização de Espíritos, ressurgiram na Europa e na Oceania. Até onde pude saber, os responsáveis, pessoas que me parecem sérias, afirmam terem por fim demonstrar apenas a continuidade da existência no Além.

Lá, tem-se verificado as mesmas surpresas, a mesma emoção sentida em todos os lugares e épocas onde puderam produzir o fenômeno. Mulheres e homens sentem extraordinária alegria ao ouvirem a voz de seus entes amados supostamente desaparecidos. Tocam-se, acariciam-se, comovem-se até as lágrimas, e isso, meu leitor ou minha leitora, acontecendo na França e na Austrália, em pleno século 21, tal como nos velhos tempos.

Os fenômenos de materialização, aparentemente, parecem fáceis à fraude, e sempre houve embusteiros como os da qualidade de Ladislas Lassio. Ele, o fotografaram apresentando ridículas emissões e aparições ectoplasmáticas. Já W. H. Reed e seus burlescos bonecos cobertos de lençol branco propunham provar a impostura dos médiuns. Podem até iludir alguns incautos, mas jamais pesquisadores sérios, tais como: representantes da física, da biologia molecular, da química, da medicina e psicologia modernas e da ciência forense.

Mero embuste

Diga-se a propósito, ocorreu-nos um fato acontecido acerca de um cético, um médium de efeitos físicos que materializava Espíritos, e um pesquisador espírita. Tendo o cético presenciado com os próprios olhos os fenômenos através desse médium, especialmente o fato das luvas de parafina, garantiu ao pesquisador que era também capaz de materializar as “supostas almas de pessoas mortas”, segundo palavras suas. Para ele, tudo o que vira não passava de embuste, e o pesquisador propôs vir à baila o segredo fraudulento das materializações. Incontinênti, o incréu, do tipo alardeador de sabedoria, aceitou a proposta, dizendo que um ilusionista sob sua orientação poria em prática a tamanha falsidade. Pediu um tempo e exigiu a presença de jornalistas, de testemunhas da sua confiança.

O pesquisador aceitou a exigência do cético, adiantando, porém, que o ilusionista teria de se submeter aos mesmos rigores dos atentos cuidados aos quais o médium era submetido. Depois que o mágico apresentasse um suposto fantasma, ele teria também de demonstrar como as falsas luvas de parafina eram feitas, ao produzir uma das mãos ou um dos pés, ao menos um dedo, num receptáculo contendo parafina comum (H2-C-CH2) dissolvida e em ebulição, mantida no fogo a uma temperatura de aproximadamente 100 graus centígrados. E o dito-cujo, o seu prestímano, jornalistas e partidários apareceram na data, hora e local marcados? Não deram as caras!

Em algumas reuniões experimentais de efeitos físicos, costumava-se deixar, a pedido das próprias Entidades, dois recipientes de mais ou menos 20 litros cada. Os recipientes ficavam num espaço seguro, à parte e em plena escuridão, dispostos um ao lado do outro: um contendo aquela parafina por sobre um fogareiro em pleno estado de fervura; o outro, apenas água fria.

Estando o Espírito materializado, aproximava-se do vasilhame com a parafina e mergulhava, por exemplo, a mão. Impregnando de parafina líquida e escaldante a mão direita, repetia esse processo com a mão esquerda até deixar uma camada bem consistente. Em seguida, ao submergi-la recoberta dessa substância na água fria, pronto, era o momento de se desmaterializar, restando apenas a luva de cera no fundo do vasilhame. Tendo a luva de cera solidificada (oca e sem nenhuma emenda!!!), às vezes, preenchiam-na com gesso empapado. Ficando totalmente sólido, por fim, o molde da mão apresentava linhas palmares, unhas, impressões digitais, pequenos pelos e poros da pele espiritual bem definidos. 

Portanto, é humanamente impossível, nestas circunstâncias, alguém fazer a mesma coisa. E ATENÇÃO!!! Só os Espíritos materializados podem fazer isso! Recomendamos não imitá-los. Cético ou não, não cometa essa tolice! Afora o risco de se expor a gravíssimas queimaduras, você estará sujeito a danos nos pulmões e a tumores malignos; o contato da parafina líquida com a própria pele, inalando-lhe o vapor, pode causar danos à saúde. (3)

Como vimos, não adianta querer desmoralizar os fenômenos espirituais, negando-os, e ainda por cima, pensando que podem enfraquecer as convicções espíritas que lançam por terra toda presunção materialista. Não quer aceitá-los? Tudo bem. Os fenômenos provocados pelos Espíritos ainda incomodam sobremaneira. Ultimamente, até de um modo gaiato e ainda mais irresponsável, tentam fazer pouco da sua seriedade (haja vista os videozinhos ordinários no You Tube). Como disse Allan Kardec: “Pelo fato de se poder imitar uma coisa, não se segue que a coisa não exista”. “Os falsos diamantes nada tiram do valor dos brilhantes finos, e as flores artificiais não impedem que haja flores naturais.” (4) 

____________________________________

(1) Espiritófobos é uma expressão criada por A. Kardec para significar aqueles que, sobretudo, temem o avanço do Espiritismo, por isso, sistematicamente o combatem.

(2) Ectoplasma é palavra de autoria do médico e pesquisador Charles Richet (1850/1935). Se o(a) leitor(a) desejar saber a respeito dos efeitos, visão prática e conceituação filosófica dessa curiosa substância, recomendamos a obra: Saúde e Ectoplasma, do Prof. Mattieu Tubino, edição própria. Acesse o site: www.astipalea.com.br.

(3) Sugerimos um texto, a respeito das luvas de parafina, neste endereço: www.espiritnet.com.br/Colunistas/ma-osecto.htm, de autoria do delegado de polícia, Dr. João Alberto Fiorini de Oliveira, ex-chefe da Polícia Científica do Estado do Paraná, respeitado pesquisador forense dos fenômenos espíritas.

(4) KARDEC, Allan. Revista espírita: jornal de estudos psicológicos (julho de 1863). São Paulo: Edicel - Editora Cultural Espírita Ltda., s/d. Página 205.

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