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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 176 - 19 de Setembro de 2010

GILBERTO SIMIONI
gilbertosimioni@yahoo.com.br
Bragança Paulista, São Paulo (Brasil)


Tempos difíceis

“É preciso muita coragem para enfrentar as mudanças drásticas sem
um tremor interno.” -
Eric Hoffer
        

Charles Du Bos, pensador e filósofo francês, dizia que “Estar disposto a sacrificar o que somos por aquilo em que podemos nos transformar, isso é o que importa”.

Nos últimos cinquenta anos a Humanidade vem passando por transformações profundas, rápidas, difíceis de acompanhar. Algumas até dolorosas, pois mexem com nossas coisas materiais. Nosso ter, e muito mais com o ser.

Nos treinamentos in company sempre faço uma brincadeira. Peço que todos cruzem os braços. Confortável, gostoso, quentinho? Depois, que cruzem ao contrário. E deixo alguns minutos. Pergunto o mesmo. Total desconforto. Por que, se os braços e o corpo são os mesmos? É que, no primeiro caso, estamos na zona de conforto e, no segundo, estamos fazendo uma coisa desconhecida, estranha, que incomoda.

O mesmo acontece com as transformações.

Conheço ex-profissionais, hoje parados ou aposentados, que não usam computador ou precisam ser ajudados por filhos. Alguns não têm celulares ou não sabem usá-los. Não ensinam o que sabem nem vão a cursos de qualquer coisa. Estão se alienando. Fazendo o check in para o outro lado da cortina.

O importante não é o que se estuda, mas que se estude, dizia, há quinze anos, uma nossa professora de Soro-Ban (calculadora japonesa de contas de madeira).

No Jornal Nacional de 27.2.09, o presidente da Sociedade Ibero-americana na Comunidade Europeia (Portugal e Espanha) diz que a recessão e dificuldades enfrentadas pelos USA e Europa é muito mais intensa e profunda do que a enfrentada pelo Brasil, pois não estavam preparados e sofreram perdas irrecuperáveis. Nós, no Brasil, não na mesma intensidade.

Na mesma semana, assistindo ao Jornal das Treze Horas, os hoteleiros e restaurateurs do Litoral Norte de São Paulo estavam contentíssimos pela ocupação total dos hotéis e pelos 30% de hóspedes que resolveram esticar a semana do Carnaval até o último dia de fevereiro.

Na semana que antecedia o Carnaval, precisei hospedar quatro pessoas em Bragança Paulista, e na cidade toda, incluindo os hotéis-fazenda, só havia um apartamento da quinta para a sexta-feira.

Como dizia Percival Ghion, consultor anglo-canadense no Guarujá nos anos 70, “Não existem países, estados, cidades, empresas, em crise. Há homens em crise”.

A maior parte dos donos de hotéis que reclamam do momento não tem um budget, não sabe e não passa a seus empregados quanto vão ganhar, perder, lucrar. Por administrarem sob pressão, sempre querem mais do que não sabem quanto. Nunca estão contentes. Sempre reclamando. Alguns porque o faturamento do mês não deu para trocar de carro.

Se não sabemos para onde vamos, chegaremos nunca em lugar algum.

Pela Internet corre notícia que, finalmente, após vários anúncios nos dois últimos milênios, o Mundo finalmente vai acabar em 2013 e isto que está aí já é o prenúncio do fim.

Se Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas, não pode ter defeitos ou qualidades, pois, caso contrário, não seria Deus.

Alguém acredita que após bilhões de anos de formação da Terra, milhões de anos de vida e crescimento da civilização nos campos científicos e morais, Deus vai apontar o dedo para cá e acabar com tudo? Seria um desperdício, uma sandice, no mínimo.

Todas essas mudanças, dificuldades, e o momento atual, são no mínimo para que nos adaptemos à mudança, em especial, como o padre comunicante do novo programa da Igreja Católica “Justiça”, que disse na TV, em Aparecida, que está na hora de o homem parar de ser o lobo de seu semelhante e começar a tratá-lo como irmão.

Dalai Lama diz não entender por que certas pessoas trabalham a vida toda para juntar fortunas, não têm descanso nem lazer, não amam, não convivem nem frequentam, se aproveitam do próximo, e, na meia-idade ou velhice, gastam toda a fortuna para curar doenças e se lastimam por não haver vivido a vida.

Em artigo um tanto anterior a este mencionei que os workhaolics que conheci não gostavam tanto de trabalhar, da empresa, mas não tinham coragem de chegar à casa cedo e enfrentar a família. Seguravam os funcionários depois do expediente, no fim de semana, regularmente, para ter com quem falar, beber, ter companhia.

Frequento o Sindicato da Construção Civil em São Paulo, para ministrar cursos, e convivo com algumas pessoas de lá, leio sua boa revista mensal.

Na reunião festiva de fim de ano, o presidente e convidados só deram boas notícias. A construção civil deve crescer e empregar muito mais gente em 2009. Se o Governo for mais ágil na concessão de crédito, o setor não terá queda considerável ate 2011, pois a construção civil é um dos pilares do crescimento deste país. Isto inclui estradas, pontes, novas plantas de fábrica, usinas, hotéis. Darwin nos lembra que os animais (inclusive nós) que sobraram de muitas transformações e cataclismos não foram os mais fortes, mas sim os que melhor se adaptaram.

Devemos seguir as palavras de Paulo apóstolo, quando dizia que a cada dia o homem velho deve morrer e um homem novo renascer na manhã seguinte. O homem deve se reinventar, desaprender, reaprender todo dia.

Albert Einstein pregava que “Você não poderá resolver os problemas que tem hoje pensando da mesma maneira que você pensava quando os provocou”.

Na realidade, Deus, o próximo, o inimigo que elegemos sempre não têm nada a ver com nossos problemas, com isto que aí está, pois fomos nós que os criamos, usando nosso livre-arbítrio, e cada um terá que resolver o seu, sem colocar a culpa em ninguém e nem solicitar milagres.

O fim da União Soviética provou que não adianta querer cuidar e culpar o próximo, o governo pagar a conta, sustentar todos, pois isto levou o sistema à bancarrota. Se cada um se melhorar, será um a menos no programa Bolsa Família, bancado por nós em detrimento do investimento que poderia gerar emprego e dignidade aos dependentes do programa.

E não adianta sindicalistas, magistrados, governantes quererem interferir em empresas fazendo-as engolir de volta os (infelizmente demitidos), pois, para salvar uma minoria, temporariamente, corre-se o risco de acabar com o todo, definitivamente.

Também não adianta reduzir jornada de trabalho com pagamento integral de salários e benefícios, pois isto tornará o produto com preço fora de mercado, com risco de mais demissões. Num jogo, tem que haver o ganha-ganha, e não como alguns técnicos de futebol que dizem eu ganhei, nós empatamos, eles perderam.

Existe um negócio chamado administração, lei de mercado, leis financeiras, capitalismo. Não é sábio matar a galinha para saber de onde vem o ovo.

Será que, se fossem dirigentes ou empresários, estes socialistas materialistas (com o dinheiro dos outros) fariam na sua empresa o que pregam hoje?

A queda dos juros, maior qualificação do colaborador com treinamentos e cursos internos e externos, maior profissionalismo por parte do pequeno empresário trarão um grande alívio.

Os bancos, que continuam lucrando como antes, precisam sair da defensiva para atravessarmos este e os demais anos com dignidade.

Lembro que a Terra é um grande cachorro e que somos as pulgas. Se o cão morrer, as pulgas morrem junto. E depois os bancos vão emprestar para quem? Lucrar como?

Há boas empresas que formam multiplicadores, pessoas que são treinadas e repassam a seu círculo de colaboradores o que aprenderam no treinamento, na profissão, na vida, lembrando que devemos liderar pelo exemplo e não pelo discurso, pelo destempero.

Afinal, treinamento e investimento no capital humano, nos talentos que temos à mão nunca foram despesas e, sim, investimento.

O bom administrador não é aquele que sabe quanto custa, ganha, perde, mas, sim, aquele que vê no horizonte quanto poderia ganhar, lucrar e o que fazer para não perder. Quanto deixou de ganhar por algo que fez impensadamente. Isto não se lê em balanços e relatórios, mas com a experiência na profissão, na vida, com afinco de fazer o que sabe e gosta.

Para encerrar este artigo, e não o assunto, quero lembrar um pensamento de Richard Bach, que me foi ensinado por Marilda Arnone, terapeuta de Amparo, numa época difícil de minha vida: “Mudemos nosso pensamento e o mundo ao nosso redor mudará também”.


 


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