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Ano 4 - N° 176 - 19 de Setembro de 2010

PAULO DA SILVA NETO SOBRINHO
pauloneto@ghnet.com.br
Guanhães, Minas Gerais (Brasil)

 

Chico Xavier psicografou
livros de verdade?


(Parte 1)

 A maior ignorância é a que não sabe e crê saber, pois dá origem a todos os erros que cometemos com nossa inteligência. (SÓCRATES)

Tão surpreendente quanto a naturalidade das pessoas em emitirem juízo sobre algo que pouco sabem, é seu desinteresse em melhor informarem-se. (LOEFFLER)

Basta um único corvo branco para provar que nem todos são negros. (LOEFLLER)

Introdução

Nessa era da informática em que atualmente vivemos, com os computadores se proliferando por todos os lados unindo as pessoas, trouxe, via de consequência, entre os internautas, inúmeros debates sob os mais variados assuntos. Assim, podemos constatar uma enorme quantidade de sites onde existem os Fóruns, local desses debates. Embora louvável a ideia, estranhamos ver que alguns desses Fóruns estão na verdade servindo para que determinadas pessoas tenham a oportunidade de ficarem atirando pedra em telhado de vizinho.

Muitos participantes estão mais preocupados em fazer os outros verem as coisas sob sua ótica do que realmente fazer um debate sério, onde deveria, primordialmente, prevalecer a cortesia e o respeito ao pensamento alheio. Têm aparecido muitos donos da verdade, que querem que os outros pensem exatamente como eles, ficam até irritados quando não conseguem isso, descambam para as agressões, ocorrência comum aos que não possuem argumentos convincentes. É um paradoxo, não oferecem base lógica e racional em apoio a seu ponto de vista, mas mesmo assim acham que os outros devem aceitá-lo.

Por outro lado, nesses Fóruns, indivíduos têm se apresentado sem o mínimo conhecimento daquilo que se propõem a debater, demonstrando categoricamente não terem as imprescindíveis condições para o debate, já que não conhecem o assunto em foco.

Estão eles, nos casos de assuntos religiosos, se tornando porta aberta aos fanáticos, estes cegos que não suportam que as pessoas pensem diferente deles, daí ficam a vociferar contra a opção religiosa das outras pessoas, o que a nosso ver é um desrespeito ao direito sagrado de cada indivíduo em seguir o que achar melhor para si. Direito esse tão importante que está consagrado na Constituição Brasileira, e algo que também não passou despercebido por Jesus que disse: "Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles” (Mt 7,12), numa clara alusão a que o direito de cada um vai até onde começa o do outro.

Vejamos, então, o que foi colocado num desses Fóruns, na Internet.

A questão proposta

Postaram o seguinte:

Autor: Thiago em 01/08/2003, 14:29:25 (e-mail não disponível)

Se os Espíritos de luz podem psicografar livros, como Allan Kardec psicografou um monte, por que os Espíritos de luz como a Virgem Maria, os Apóstolos, o próprio Jesus nunca psicografaram um livro, por quê? Onde está na Bíblia algo sobre livros psicografados?

Primeiramente identificamos nessa fala que o autor realmente nada conhece de Espiritismo, pois se conhecesse saberia que Kardec não psicografou um só livro sequer. Os livros que publicou, além de respostas dadas pelos Espíritos por meio de vários médiuns, provenientes de vários lugares, contêm também sua opinião pessoal, fruto da observação e da experimentação. Kardec sempre separou o que provinha dele próprio daquilo que veio, por via mediúnica, através dos médiuns que utilizou para obter as respostas aos seus questionamentos. Como pedagogo, discípulo de Pestalozzi, imprimiu nessa obra seu caráter de professor e homem de ciência que era.

A pergunta “por que os Espíritos de luz como a Virgem Maria, os Apóstolos, o próprio Jesus nunca psicografaram um livro, por quê?”, devemos esclarecer, se entendemos bem o questionamento, que, em verdade, os Espíritos não psicografam, eles apenas transmitem seu pensamento ao médium, esse sim é quem psicografa. Mas é bom que se diga que a mediunidade não se restringe apenas ao fenômeno da psicografia, assim, podemos afirmar, com base na Bíblia, que os fenômenos mediúnicos estão lá para quem tiver olhos para ver. O que não acontece com os fanáticos, é claro.

Por outro lado, se Maria, Jesus e os apóstolos não escreveram a Bíblia e nem temos provas que sabiam escrever, como se acreditar nela sem contestar? Dos doze apóstolos, somente Mateus, por ser publicano, deveria ser alfabetizado, o resto do grupo era de gente simples e pescadores, fatalmente eram iletrados. Citamos como exemplo Pedro e João que eram pessoas “simples e sem instrução”, conforme mencionado em Atos dos Apóstolos (4,13).

Se entre os que se encontram vivos existe a telepatia, por que não poderia haver entre os Espíritos e nós? Ou será que após a nossa morte deixamos de pensar? Mas não foi Jesus quem afirmou ser o Pai “Deus de vivos”? (Mt 22,32). Se assim for, teremos que conservar a nossa individualidade como ser pensante após passarmos para o outro lado.

Aos estudiosos da Bíblia é fácil citar o episódio em que o rei Saul vai a Endor e pede a uma pitonisa para evocar o Espírito Samuel, que aparece e lhe diz de sua eminente derrota frente aos filisteus, inclusive que nessa batalha o rei e seus filhos pereceriam, o que de fato ocorreu (1Sm 28). E aos que possam argumentar que foi o demônio que se manifestou, pedimos que nos provem isso. Entretanto, na própria Bíblia encontramos a confirmação do fato, é só ler em Eclesiástico a afirmativa que Samuel mesmo depois de morto profetizou (Eclo 46, 20), abstraindo-se de que na narrativa anterior isso já está confirmado.

E talvez a passagem mais importante, normalmente nunca mencionada pelos fanáticos, é aquela sobre a transfiguração de Jesus no monte Tabor, onde, na companhia de Pedro, Tiago e João, conversa com os Espíritos Moisés e Elias (Mt 17,1-9). E como em certa oportunidade Jesus disse que poderíamos fazer o que ele fez e até mais, então, de que lado reside a incoerência?

Poderemos, também, para confirmar a comunicação com os Espíritos, afirmar que, se Deus proibiu a evocação dos mortos, como sempre alegam, desse fato podemos concluir que existe a possibilidade, caso contrário, estaremos afirmando que Deus está proibindo algo que não pode acontecer, um absurdo, não é mesmo?

Agora, se a Virgem Maria, os Apóstolos e Jesus não querem utilizar um médium para se comunicarem conosco através da psicografia, com certeza devem ter lá os seus motivos. O primeiro deles, acreditamos, seria que não lhes dariam créditos. Uns falariam que os mortos não se comunicam, outros que só pode ser obra de satanás, enfim, fora os espíritas, quase ninguém mais acreditaria. Mas, se não houvesse preconceito e nem fanatismo, poder-se-ia ver que isso já ocorreu; é só estudar os livros da codificação Espírita, que se encontrarão mensagens assinadas por algum deles.

A pergunta seguinte “Onde está na Bíblia algo sobre livros psicografados?” é típica de fanático religioso que pensa que o que não está na Bíblia não existe. Se seguirmos essa mesma linha de raciocínio, podemos dizer que a clonagem não existe, que uma sonda espacial não pousou em Marte, que a Internet é ilusão demoníaca, que só doido acredita que uma pessoa possa falar com outra a milhares de quilômetros de distância etc. (e muitos etc. mais).

Apesar disso, afirmamos que existe sim. Na Bíblia podemos citar livro psicografado, entretanto só o perceberá quem tiver conhecimento suficiente dos fenômenos mediúnicos para poder identificá-lo. Como nem todos podem fazer isso, permitimo-nos apresentá-lo. Trata-se do livro Apocalipse, escrito por João. Reportemos a LOEFFLER para justificar os fenômenos: “Basta um único corvo branco para provar que nem todos são negros”. Leiamos:

Eu, João, irmão e companheiro de vocês neste tempo de tribulação, na realeza e na perseverança em Jesus, eu estava exilado na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus. No dia do Senhor, o Espírito tomou conta de mim. E atrás de mim ouvi uma voz forte como trombeta, que dizia: ‘Escreva num livro tudo o que você está vendo. Depois mande para as sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia’” (Ap 1,9-11).

Mais à frente, vamos encontrar João afirmando: Depois de escrever as cartas às igrejas, eu, João, tive uma visão...” (Ap 4,1).

Perguntamos como uma pessoa “simples e sem instrução”, como está dito de João (At 4,13), pode escrever alguma coisa? Obra do Espírito Santo? Ótimo: incontestavelmente um fenômeno mediúnico, seja lá ele quem for. Mas a narrativa bíblica nos fala que foi o próprio Jesus, obviamente em Espírito, quem estava fazendo as revelações a João.

“O Espírito tomou conta de mim”, em outras palavras, o Espírito sintonizou ou, como se diz popularmente, incorporou em mim. “Escreva num livro”, quer dizer, psicografe um livro.

Entretanto, alguém poderá dizer: mas na minha Bíblia não está dessa maneira. É um fato. Só que achamos muito curioso que “a palavra” de Deus tenha tantas versões diferentes, já que as Bíblias apresentam narrativas divergentes para o versículo 10. S. Jerônimo, o autor da Vulgata, segundo o escritor José Reis Chaves, declarou: “A verdade não pode existir em coisas que divergem”, deixando-nos numa situação difícil para sabermos onde está de fato a narrativa verdadeira.

(Este artigo será concluído na próxima edição desta revista.)



 


 

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